quarta-feira, 22 de junho de 2022

CONTO: BEZERRO SEM MÃE - RACHEL DE QUEIROZ - COM GABARITO

 CONTO: BEZERRO SEM MÃE

                Rachel de Queiroz

         Foi numa fazenda de gado, no tempo do ano em que as vacas dão cria. Cada vaca toda satisfeita com o seu bezerro. Mas dois deles andavam tristes de dar pena: uma vaca que tinha perdido o seu bezerro e um bezerro que ficou sem mãe.

        A vaquinha até parecia estar chorando, com os peitos cheios de leite, sem filho para mamar. E o bezerro sem mãe gemia, morrendo de fome e abandonado.

       Não adiantava juntar os dois, porque a vaca não aceitava. Ela sentia pelo cheiro que o bezerrinho órfão não era filho dela, e o empurrava para longe.

       Aí o vaqueiro se lembrou do couro do bezerro morto, que estava secando ao sol. Enrolou naquele couro o bezerrinho sem mãe e levou o bichinho disfarçado para junto da vaca sem filho. Ora, foi uma beleza!

        A vaca deu uma lambida no couro, sentiu o cheiro do filho e deixou que o outro mamasse à vontade.

        E por três dias foi aquela mascarada. Mas no quarto dia, a vaca, de repente, meteu o focinho no couro e puxou fora o disfarce. Lambeu o bezerrinho direto, como se dissesse: "Agora você já está adotado”.

        E ficaram os dois no maior amor, como filho e mãe de verdade.

(Rachel de Queiroz [et al.]. Meninos, eu conto. Rio de Janeiro: Record, 2002.

Entendendo o texto

01. Qual o cenário em que se desenrola a história?

Numa fazenda de gado.

02. Qual a situação inicial da história?

“Foi numa fazenda de gado, no tempo do ano em que as vacas dão cria. Cada vaca toda satisfeita com o seu bezerro.”

03. Que fato provocou o desenrolar dos acontecimentos descritos no texto?

Duas cabeças de gado andavam tristes de dar pena: uma vaca que tinha perdido o seu bezerro e um bezerro que ficou sem mãe.

04. Qual o desenvolvimento da história?

A vaquinha até parecia estar chorando, com os peitos cheios de leite, sem filho para mamar. E o bezerro sem mãe gemia, morrendo de fome e abandonado.

Não adiantava juntar os dois, porque a vaca não aceitava. Ela sentia pelo cheiro que o bezerrinho órfão não era filho dela, e o empurrava para longe.

05. Que fez o vaqueiro para ajudá-los?

Aí o vaqueiro se lembrou do couro do bezerro morto, que estava secando ao sol. Enrolou naquele couro o bezerrinho sem mãe e levou o bichinho disfarçado para junto da vaca sem filho. Ora, foi uma beleza!

A vaca deu uma lambida no couro, sentiu o cheiro do filho e deixou que o outro mamasse à vontade.

06. Em que passagem do texto ocorre o clímax, ou seja, o momento de maior tensão da história? Explique.

E por três dias foi aquela mascarada. Mas no quarto dia, a vaca, de repente, meteu o focinho no couro e puxou fora o disfarce. Lambeu o bezerrinho direto, como se dissesse: "Agora você já está adotado”.

07. Qual o desfecho (epílogo ou conclusão) da história?

E ficaram os dois no maior amor, como filho e mãe de verdade.

08. Assinale o propósito do texto acima:

              a) debater um tema.

              b) dar uma informação.

              c) defender uma opinião.

             d) contar uma história.

     09.  O narrador expõe uma opinião sobre um fato em:

            a) “Mas dois deles andavam tristes de dar pena […]”

          b) “A vaquinha até parecia estar chorando, com os peitos cheios de leite […]”

           c) “Não adiantava juntar os dois, porque a vaca não aceitava.”

        d) “Mas no quarto dia, a vaca, de repente, meteu o focinho no couro e puxou fora o disfarce.”

       10. No trecho “E o bezerro sem mãe gemia, morrendo de fome e abandonado.”, preposição “de” exprime a relação de:

          a) posse

          b) causa

          c) origem

          d) modo

    11. “Foi numa fazenda de gado […]”. A palavra “numa” é resultado da contração:

       a) da preposição “de” com o artigo “uma”.

       b) da preposição “para” com o artigo “uma”.

       c) da preposição “em” com o artigo “uma”.

      d) da preposição “por” com o artigo “uma”.

   12. No segmento “Ela sentia pelo cheiro que o bezerrinho órfão não era filho dela, e o empurrava para longe.”, os termos sublinhados se referem:

     a) À vaca

     b) Ao bezerro

     c) Ao vaqueiro

     d) À mãe e o filhote.

domingo, 19 de junho de 2022

FILME(ATIVIDADES): O PRIMEIRO ALUNO DA CLASSE - PETER WERNER - COM GABARITO

 FILME(ATIVIDADES): O PRIMEIRO ALUNO DA CLASSE

 Ficha técnica completa

TÍTULO: FRONT OF THE CLASS

ANO PRODUÇÃO: 2008

DIRIGIDO POR: PETER WERNER (III)

ESTRÉIA: 7 DE DEZEMBRO DE 2008 (MUNDIAL)

DURAÇÃO: 95 MINUTOS

CLASSIFICAÇÃO: 10 – NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 10 ANOS

GÊNERO: BIOGRAFIA – DRAMA

PAÍSES DE ORIGEM – ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

 SINOPSE

Primeiro da Classe. O filme é estrelado pelo ator James Joseph Wolk que dá vida ao professor Brad Cohen, personagem com a Síndrome de Tourette. Trata-se de uma história verídica.

O personagem Brad, no início do filme, não tem um bom relacionamento com o pai, mas conta com um irmão protetor e uma mãe que o apoia. Desde a infância, ele sofre preconceitos devido a Síndrome de Tourette, cansado dos tratamentos sem solução, Brad resolve abandonar o acompanhamento médico.

Já adulto e formado, Brad começa a correr atrás do seu sonho, ser professor, mas o preconceito com a Síndrome é a sua maior barreira. Apesar de um bom currículo as manifestações da Síndrome o reprovam nas entrevistas. Depois de muita procura, uma escola o contrata. Pela primeira vez Brad foi observado com o profissional e não por sua Síndrome.

 

Entendendo o filme

01. Qual o nome da personagem principal do filme e quem era sua amiga inseparável? A partir de que idade a sua amiga inseparável apareceu?

Brad Cohen. Sua amiga inseparável era a Síndrome de Tourette.

Ele tinha seis anos quando ela apareceu. 

02. Como era a vida de Brand na escola?

Odiava a escola, nada de lição de casa e do olhar atravessado dos professores.

03. O que sua mãe resolveu fazer para ajudá-lo?

Pesquisar nos livros médicos sobre a Síndrome de Tourette.

04. O que Brad fazia para agradar seu pai?

Praticava esportes, jogando beisebol.

05. Por que o pai de Brad não gostava dele?

Por causa dos tiques, sentia vergonha.

06. Quantos irmãos Brad tinha? Seu irmão também tinha uma síndrome. Qual era?

Tinha apenas um irmão, e ele tive hiperatividade.

07. Como o diretor da escola contribuiu para acabar o preconceito que os amigos de Brad tinha contra a sua síndrome?

Convidou Brad para o concerto da escola, e o chamou no palco para explicar para os demais alunos sobre a Síndrome de Tourette e como todos poderiam ajudá-lo, pois a mesma não tem cura. Todos o aplaudiram.

08. Que carreira Brad queria seguir?

Queria ser professor.

09. Brad tentou arrumar emprego em quantas escolas?

Vinte e cinco.

10. Na última escola que Brad foi entrevistado, qual a resposta que ele deu aos diretores quando foi questionado porque ele queria ser professor e quem o tinha inspirado a ser?

Disse que era tudo o queria, ser professor. E que um diretor o inspirou quando o apoiou.

11. Como Brad não arrumava emprego, o que ele decidiu fazer?

Foi trabalhar com o pai.

12. Que prêmio ele ganhou?

Prêmio Melhor Professor do Ano.

CONTO: O RELOJOEIRO CONTORCIONISTA - VALÉRIO ROMÃO - COM GABARITO

 CONTO: O RELOJOEIRO CONTORCIONISTA

                 Valério Romão

 A dificuldade é microscópica. A luz não ajuda.

 Os clientes dizem-me que a loja está cada vez mais suja, que não é possível trabalhar com rolos de cotão deambulando pelas mesas como gatinhos, os clientes que só se mantêm fiéis porque a minha tabela de preços é tão an­tiga quanto eles o são. Não posso ter uma empregada de limpeza – replico – não posso ter uma senhora de plumas de avestruz na mão a estragar-me meses de trabalho com uma espanadela ruminada à pressa.

 A dificuldade é antiga.

 O meu pai ensinou-me tudo o que sabia. O meu avô tinha mãos de cirur­gião e olhos de pombo. Eu carrego alguns genes bondosos e medo de fazer outra coisa. O trabalho é como um par de tamancos que se lega de mãe pa­ra filha: por mais desconfortável que seja, não há coragem para mostrar as feridas nos pés. Um cambalear ocasional que se atribui à diferença de ta­manho entre dois membros rigorosamente idênticos é o único indício de descontentamento. Ainda assim, não há corpos perfeitos e a mentira pas­sa de barriga em barriga.

Não desgosto os relógios. Fascina-me saber que há coisas que, quando me­xem para a esquerda, obrigam outras coisas a mexerem-se para a direita e estas últimas forçam pequenos gravetos de metal a percorrer distâncias milimétricas numa cadência monocórdica de barítono deprimido. Aprendi a amar alguns tipos de metais, algumas marcas específicas de engrenagens, aprendi a soldar e a desviar átomos com a ponta da pinça. Toda a minha vi­da está prenhe de rolamentos minúsculos e cheiro de cobre. Não tenho fi­lhos, nem mulher. Quando morrer serei enterrado com uns tamancos cor-­de-caixão. Ninguém verá as chagas nos pés.

 A dificuldade é parar.

 Quando se é relojoeiro parece que o tempo dá para tudo. É um manto cin­zento, estendido, que se prolonga espaço fora e que salpica tudo de tique­taques sincronizados. Quando se é relojoeiro tem que se cumprir os pra­zos. Ninguém confia num relojoeiro que se atrasa, independentemente do valor da desculpa ofertada. A mãe pode estar a galgar a linha da meta, o pai ou sobrinho podem ter tido um acidente grave. O que importa é que haja alguém cuja função seja a de compor uma sinfonia pela qual todos os passos possam ser dados com segurança. É preciso um maestro. Um alqui­mista da simultaneidade. Eu.

Um relojoeiro não se cansa, um relojoeiro não se desconcentra. Um relojoeiro é um apêndice do tempo e desde logo está fora dele. Contempla-o, encaixa as suas peças como se brincasse com Legos e devolve às pessoas a possibilidade de falhar um compromisso. Caso eu não existisse, não haveria atrasos, nem ocasião. Somente a visão do sol e das rugas faciais para saber que a vida não tem buracos e que, quando os tem, não tem vida. Eu sou o alicerce.             

Quando morrer e levar comigo os tamancos serei homenageado com uma estátua ou uma rua com o meu nome. Quando eu morrer todas as coisas serão engolidas no silêncio dos relógios coma­tosos. Deixará de haver emprego, leis, férias. Tudo será um único bolo confuso de noite e de dia se revezando.

 O problema é sincrónico.

 À noite cumpro o meu ritual privado. Desço as escadas, bebo meio copo de leite morno e começo a dar corda aos bichos. Cada um dos relógios - de parede, de pulso, de bolso — tem um grunhido diferente. Tento compor o ramalhete. Paro todos os relógios. Menos um. Depois tento acertá-los mentalmente, com as engrenagens bloqueadas, para que, quando for hora, conseguir que todos batam os segundos no mesmo instante. São centenas de músicos aspirantes a solistas. Mas eu quero uma orquestra, uma filar­mónica de Cronos que esteja em sincronia com o meu espaço interior, que cumpra as regras do bater do meu coração.

Todas as noites dou voltas pelas bancadas, esgueiro-me por debaixo das ca­deiras e penduro-me no escadote para que sinta, uma única vez apenas, a simultaneidade original. O meu avô disse-me quando eu tinha tempo, antes de saber que o tinha, que Deus não criou o mundo em sete dias, que toda a história da génese originária era um paliativo para mentes preguiçosas. Deus criou tudo no mesmo instante, como se todos os relógios do mundo houvessem batido o pé ao mesmo tempo, e desse estrondo instantâneo brotaram todas as coi­sas vivas.

O pecado original, outra farsa para imberbes – dizia o meu avô -, foi o desrespeito pelo ritmo do mundo. O primeiro homem e a primeira mulher zangaram-se porque um deles se atrasou. Não porque houvesse comido uma maçã ou um bolo-rei, e sublinhava bolo-rei com um cinismo impróprio para curas, não porque houvesse desejo de saber mais ou ser igual a Ele. O tempo foi desrespeitado, pura e simplesmente nunca me disse se houvera sido o homem ou a mulher a atrasar-se e todas as coisas perderam o lastro de pureza e a sincronia. O meu avô que lia a bíblia à luz da teoria do atraso metafísico nutriu sempre o sonho de ser ele a restaurar o tempo em que as coisas eram como deviam ser. Eu herdei as suas mãos e a sua paranoia. 

 A dificuldade é sempre o tempo.

 Uma noite qualquer, uma noite sem sol igual às outras, uma noite fria e de­sacompanhada de carne, depois de cinquenta anos passados a pular para cima de cadeiras, a abrir e a fechar gavetas teimosamente iguais, dou por mim com um estranho formigueiro nos dedos.

Nessa noite fiz tudo com precisão. Parei os relógios. Todos. Pus a mão no coração e escutei. Não com os ouvidos. Escutei pela mão, escutei o ritmo todo do meu corpo, a pressão que o sangue exerce sobre as paredes das ar­térias, os impulsos micro-eléctricos de neurónio a neurónio, as células da pele a caírem no chão, ribombando como fanfarras de bombeiros. Com a mão no coração e os olhos cerrados porque se ouve muito melhor com os olhos cerrados dirigi-me a cada relógio e acertei-os de acordo com o que ouvia sentia e sei que entre um e outro decorria uma batida cardíaca apenas. Dentro dessa batida cardíaca morriam civilizações inteiras porque uma estrela ha­via engordado de luz e fogo, dentro dessa batida havia choros de bebês cujas caras me eram absolutamente incompreensíveis mas todos os bebês choram dentro dessa batida travavam-se guerras, amavam-se pessoas e coisas, den­tro dessa batida todo o espaço me era revelado como só Deus o poderia ver.

Enquanto acertei os relógios com calma, com segurança vi tudo o que o universo oferece e esconde. Não somente o que há, mas tu­do o que poderia ter havido, que se multiplica em cada segundo que passa pelas possibilidades deixadas para trás. Era como se, de repente, tudo es­tivesse despudoradamente nu. Vi a nudez do meu pai, do meu avô-metafí­sico, vi a minha mãe que poderia ter casado com outro qualquer e tido outros filhos quaisquer ou ter morrido à nascença ou dois anos depois vi os filhos que nunca tive e que poderia ter tido, vi a mulher que deveria ter amado, vi todas as mulheres que nunca deveria ter visto e sentei-me, pesado. O universo e seus irmãos passaram por mim, sincopados, de ba­tida em batida, e deixaram-me sozinho com todo o mundo ao colo a lu­tar por atenção.

Pendurei os tamancos. Parei os relógios todos. Disse aos clientes que pre­cisava de férias. Nunca mais voltei. Tenho ainda em mim a gritaria selva­gem do começo e do fim de tudo.

O problema é esquecer.

 Entendendo o texto

01. Em relação à estrutura textual do conto.

A. Narrador: a) narrador-personagem

                          b) narrador-observador

                          c) narrador-onisciente

           B. Em relação ao discurso das personagens

               Presença de discurso: a) direto

                                                    b) indireto

           C. Qual é a tipologia predominante no conto:

                a) narrativa

                b) argumentativa

                c) descritiva

02. Qual a temática abordada nesse texto?

       A vida de um relojoeiro, herdada a várias gerações.

 03.Qual o cenário em que se desenrola a história?

      Numa relojoaria.

 04. Por que o relojoeiro não contratava ninguém para limpar a relojoaria? Retire do texto.

      “Não posso ter uma senhora de plumas de avestruz na mão a estragar-me meses de trabalho com uma espanadela ruminada à pressa”.

 05. Como o narrador se tornou relojoeiro?

     O pai ensinou tudo o que sabia. O avô tinha mãos de cirur­gião e olhos de pombo. E ele carrega alguns genes bondosos e o medo de fazer outra coisa. Legado de família.

 06. Qual o desfecho (epílogo ou conclusão) da história?

       Ele parou os relógios todos e disse aos clientes que pre­cisava de férias. Nunca mais voltou.

 07. Faça um pequeno resumo da história.

      Resposta pessoal.

 

 

     

 

TEXTO: POUPAR É POSSÍVEL - ELAINE TOLEDO - COM GABARITO

 TEXTO: POUPAR É POSSÍVEL

                 Elaine Toledo

 Sempre dá para separar um dinheirinho para o futuro. Em sete passos fáceis, veja como:

1. Ande com um caderninho na bolsa e anote tudo o que gasta para saber para onde está indo seu dinheiro.

2. Se você não tem certeza de que conseguirá conter seus impulsos, deixe em casa cartões de crédito e cheques. Estabeleça um limite em dinheiro para carregar na carteira.

3. Planeje suas compras, todas elas, e pague apenas à vista.

4. Sempre pesquise preços e pechinche.

5. Só compre pela internet ou pelo telefone se for algo necessário, oferecido a um preço ótimo (a internet é um prato cheio para compradores compulsivos).

6. Passe longe das liquidações.

7. Pesquise pacotes econômicos para celular, telefone fixo, internet e TV a cabo.

 TOLEDO, Elaine. “Poupar é possível”. Revista Claudia. São Paulo, p. 83, fev. 2009.

 Bechara, Evanildo Bechara para concursos : ENEM, vestibular e todo tipo de prova de Língua Portuguesa / Evanildo Bechara; colaboração de Shahira Mahmud, Fatima Amendoeira Maciel. - 1. ed. - Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2019.

Compreensão do texto 

01. A frase do texto que traz somente marcas de linguagem formal é:

a.   “sempre dá para separar um dinheirinho”;

b.   “para saber para onde está indo seu dinheiro”;

c.   “sempre pesquise preços e pechinche”;

d.   “a internet é um prato cheio para compradores”;

e.   “pesquise pacotes econômicos para celular”.

 

02. A marca que indica uma preocupação com o paralelismo na construção de grande parte das frases do texto é:

a.   o início traz sempre uma forma verbal;

b.   o emprego de formas de imperativo;

c.   o apelo ao humor nas instruções;

d.   o uso de formas coloquiais de linguagem;

e.   a presença de testemunhos de autoridade.

03. A linguagem do texto ”Poupar é possível” é persuasiva, a intenção da autora é influenciar o comportamento do leitor, por isso a função da linguagem predominante é:

a)   Conativa, porque tenta “seduzir” o leitor a aceitar as ideias propostas pela autora.

b)   Poética, marcada pela presença de figuras de linguagem.

c)   Referencial, pois implica apenas informação.

d)   Fática, pelo envolvimento de frases reticentes.

e)   Metalinguística, porque usa a linguagem do cinema.

 

CONTO: A SOPA - DALTON TREVISAN - COM GABARITO

 CONTO:A SOPA

              Dalton Trevisan

 Subiu lentamente a escada, arrastando os pés. Estacou para respirar apenas uma vez, no meio dos trinta degraus: ainda era um homem. Entrou na cozinha e, sem olhar para a mulher, sem lavar as mãos, sentou-se à mesa. Ela encheu o prato de sopa, colocou-o diante do marido. 

Olho vermelho de dorminhoco, o filho saiu do quarto e atravessou a cozinha. O homem batia as pálpebras, embevecido com os vapores capitosos.

-- Aonde é que vai? 

O filho abriu a torneira do banheiro:

-- Fazer a barba.

-- Hora da janta. Vem comer. 

Demorava-se o rapaz, torneira fechada. Com a toalha no pescoço, não olhou o pai.

-- Não quero jantar. Sem fome. 

O homem suspendeu a colher:

-- Não quer jantar, mas vem para a mesa. 

Todas as noites, esfomeado. Enchia a colher, aspirava o caldo de feijão e, fazendo bico nos lábios grossos, tragava-o com delícia. O filho desenhava com o garfo na toalha de flores estampadas. A mulher, essa, contemplava o fogo, mão no queixo.

-- Dar uma volta. 

O homem sugava ruidosamente e, a cada chupão, o filho revolvia a ponta do garfo ao coração das margaridas. 

-- Saiu agora do quarto, filho de barão! Mas eu... Quando me deitar de dia na cama é para morrer! 

A mão do filho abandonou o garfo e não se mexeu. 

-- Volta cedo, não é?

A voz cansada da mãe, ainda de costas para a mesa. Não sabia ela que, ao defendê-lo, perdia a causa do filho? O homem esvaziou o prato e, descansando a colher, examinou as mãos enrugadas. 

-- Estas mãos... 

Sacudidas de ligeiro tremor. 

-- ... de um velho! 

A mulher apanhou o prato, encheu-o até a beirada. O marido retorceu as pontas úmidas do bigode:

-- Você não come?

O filho contornava com o garfo as pétalas na toalha. 

-- Não estou com vontade. 

-- Depois o senhor vai para o quarto. 

Cheirava a colher e sorvia a sopa, estalando a língua. O filho ergueu-se da mesa. 

-- O senhor fica sentado. Não tem pão nesta casa?

A mulher trouxe o pão. Ele não o cortava: agarrava-o inteiro na mão e mordia várias vezes; em seguida partia-o em pedaços, alinhados diante do prato, atacando um por um, entre as colheradas. 

-- Volta cedo, não é, meu filho?

De novo a mãe, nunca aprenderia. 

-- Agora não vou mais. 

O pai dizia a última palavra:

-- Uma vergonha! O chefe tem de jantar sozinho. O filho preguiçoso... até para comer. A mulher... 

Com seus brados retiniam os talheres. 

-- ... tem o estômago delicado.

Não se mexeu, curvada sobre o fogão.

-- Olhe para mim quando falo com a senhora! 

Ela se virou, a enxugar as mãos na saia. 

-- Depois de velha, melindrosa. Não pode comer com o rei da casa, que lhe sustenta o filho e lhe dá o dinheiro?

-- Sabe por que não sento.

Os dois a olharam com espanto, nunca discutiu as ordens do marido. 

-- Sei não, dona princesa. Pois me conte. 

Ele pedia, a colher no ar:

-- Perdeu a coragem, que não fala?

Outra vez a mulher deu-lhe as costas. 

-- Só nojo de você. 

Ele começou a soprar, manchava de borrifos a toalha. 

-- O quê? O quê? Repita, mulher. 

A dona abriu o fogão, espertou as brasas, encheu-o de lenha:

-- Nada espero da vida. Mas não posso te ver comer. Sei que é triste para a mulher ter nojo do marido. Você chupa a colher como se eu fosse te roubar. Não sei o que fiz a Deus para esse castigo mais desgraçado. Fui boa mulher, ainda que tenha nojo. Lavo tua roupa, deito na tua cama, cozinho tua sopa. Faço isso até morrer. Me peça o que quiser. Não que eu me sente a essa mesa com você e tua sopa mais negra. 

O filho abandonou a cozinha e desceu a escada. Os dois ouviram bater à porta da rua. O marido encarou pela primeira vez a mulher. Baixou os olhos, cabelos de gordura boiavam no caldo frio. Erguendo um lado do prato, acabou o resto de sopa e lambeu a colher. 

 

Faraco, Carlos Emílio Língua portuguesa: linguagem e interação / Faraco, Moura, Maruxo Jr. -- 3. ed. -- São Paulo: Ática, 2016.p.299/300.

Entendendo o texto

01.               De que se trata o conto?

         Relata o cotidiano de uma família durante a hora do jantar.

02.               Cite algumas características do chefe da casa.

            É um senhor mal-humorado, não muito educado, sem falta de modos e de higiene na hora de se alimentar.

03.               Quais os personagens que fazem parte dessa narrativa?

           O pai, a mãe e o filho.

04.               Qual é a tipologia predominante no conto:

a)   Narrativa.

b)   Argumentativa.

c)   Descritiva.

05.               Em relação ao discurso das personagens- Presença de discurso: a) direto

                b) indireto

06. Onde ocorrem os fatos?

       Na cozinha, na mesa do jantar.

07.Que fato provocou o desenrolar dos acontecimentos descritos no texto?

     O fato do homem comer a sopa sozinho.

08. Em que momento surge o conflito da história?

      Na hora em que a mulher diz que tem nojo do marido. “Você chupa a colher como se eu fosse te roubar. Não sei o que fiz a Deus para esse castigo mais desgraçado. Fui boa mulher, ainda que tenha nojo. Lavo tua roupa, deito na tua cama, cozinho tua sopa. Faço isso até morrer. Me peça o que quiser. Não que eu me sente a essa mesa com você e tua sopa mais negra”.

 09. Qual o desfecho (epílogo ou conclusão) da história?

       O filho abandonou a cozinha e desceu a escada. Os dois ouviram bater à porta da rua. O marido encarou pela primeira vez a mulher. Baixou os olhos, cabelos de gordura boiavam no caldo frio. Erguendo um lado do prato, acabou o resto de sopa e lambeu a colher. 

MÚSICA(ATIVIDADES): CTRL + ALT + DEL - SUBCONSCIENTE - COM GABARITO

 Música(Atividades): CTRL + ALT + DEL

         Subconsciente

O que veio pra ajudar
Só está te atrapalhando
Pouco a pouco, você está
Perdendo o seu lado humano

Vão te usar e dominar
Você vai ser robotizado
Cuidado pra no virar
mais um modelo ultrapassado

Refrão:
Control Alt Del
Control Alt Del
Vão finalizar
Vão te deletar

Informação via internet
Você virou marionete
Conectado ao computador
Você virou mais um robô

Servidor não encontrado
O Windows está travado
A operação é ilegal
Essa história é sempre igual.

SUBCONSCIENTE. CTRL + ALT + DEL. Disponível em: http://vagalume.uol.com.br/subconsciente/ctrl-alt-del.html. Acesso em: 20 jun. 2009

Fonte: Língua portuguesa 2 – Projeto ECO – Ensino médio – Editora Positivo – 1ª edição – Curitiba – 2010. p. 60-1.

Entendendo a música:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Control Alt Del: três teclas de computador normalmente usadas quando o computador está apresentando algum problema. Elas direcionam o usuário para o gerenciador de tarefas do computador, que oferecerá alternativas para solucionar o problema.

·        Servidor não encontrado: frase que aparece na tela dos computadores quando não foi possível conectar o computador à internet.

02 – Identifique o tema do texto, apresentado nas duas primeiras estrofes.

      O temor de que o ser humano se transforme num robô, perca seu lado humano pelo uso excessivo do computador (o que veio pra ajudar / só está te atrapalhando).

03 – Relacione o tema do texto ao vocabulário usado nele.

      O tema do texto é a crítica à mecanização a que o uso dos computadores pode levar os seres humanos. Ao usar uma linguagem própria dos computadores para tratar do tema, o autor promove uma reflexão sobre como esses termos invadiram o cotidiano, argumentando a favor de sua tese, a de que o ser humano pode estar se tornando uma máquina.

04 – A partir do contexto geral do texto, explique com suas palavras o sentido do refrão.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: O ser humano será deletado, ou seja, deixará de existir, de importar num mundo guiado por máquinas, programas de computador e ações mecânicas como a de apertar as teclas Control, Alt e Del.

05 – Qual é a crítica implícita no uso do termo “marionete” na penúltima estrofe do texto?

      A crítica é dirigida à falta de critério na recepção de informações. As pessoas se deixariam manipular como marionetes, sem critérios e juízos próprios, acreditando em tudo aquilo que veem e leem na internet.