quinta-feira, 26 de outubro de 2023

ARTIGO DE OPINIÃO: NA TRASEIRA DO CAMINHÃO - DRAUZIO VARELLA - COM GABARITO

 Artigo: NA TRASEIRA DO CAMINHÃO

          Drauzio Varella

        Na minha infância era moda na minha rua chocar caminhão: pendurar-se na traseira do veículo e saltar na virada da esquina. Veja artigo do dr. Drauzio.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6e3oDYVQRqVK0UG__yyQysviVteIl2brff5XWzRM4yDn-oDentm4VDsLu1WM8efi3_tN0TV2-ty_hXGG6ICt7LTSCQ0lIO2VPnZsC7Zs-KnqWHrOjTq-6pM_zdVmufP2ZRb2MAy2P44yrzIFUbHYt71ccaaHKRRvZkIvyZUjBZFY_uLgrDfiI2tVPOuU/s1600/TRASEIRA.jpg


        Quando eu tinha 7, 8 anos, virou moda na minha rua chocar caminhão: pendurar-se na traseira do veículo e saltar na virada da esquina. Uma vez, choquei o caminhão de lixo e quando pulei na frente de casa, meu pai, que chegava do trabalho, estava parado no portão com cara de quem não gostou da gracinha. Recebi o mais detestável dos castigos: domingo inteiro de pijama na cama.

        Cabeça-dura, repeti a façanha outras vezes, até que decidi chocar a caminhonete do seu Germano, o alemão da fábrica em frente, só para me exibir para os meninos, que morriam de medo dele. Sentei na calçada ao lado da caminhonete. Dois operários puseram umas caixas na carroceria. Seu Germano, saindo para o almoço, deu a partida. Eu pendurado atrás. Infelizmente, na esquina, em vez de diminuir a velocidade ele acelerou, e me faltou coragem para pular.

        Fomos na direção do largo Santo Antônio, cada vez mais depressa, eu com os ossos batendo na lataria, morto de medo de cair. Ao chegar no largo, duas senhoras me viram naquela velocidade e gritaram para parar. Seu Germano nem ouviu. Com os braços cansados, fiz um esforço para saltar para dentro da carroceria, mas a caminhonete pulava feito cavalo bravo nos paralelepípedos da rua e eu não consegui. Tentei de novo e não deu. Mais uma vez, pior ainda. Então, fiquei apavorado. Achei que ia morrer e que meu pai ia ficar muito triste, porque ele sempre dizia: “Deus me livre, perder um de vocês”.

        Talvez o medo da morte tenha me dado força na quarta tentativa: esfolei a canela inteira, mas consegui passar a perna e impulsionar o corpo para dentro. Caí no meio das caixas, com o coração disparado, e chorei. Quando a caminhonete parou na porta do seu Germano, achei melhor ficar quietinho entre as caixas, até ele voltar para a fábrica depois do almoço. Também não deu certo: ele resolveu descarregar a caminhonete e me encontrou escondido. Tomou um susto tão grande que até pulou para trás:

        — Menino dos infernos! Como veio parar aqui?

        No caminho, ele me deu conselhos e me contou do pai. Achei que os castigos do pai dele eram muito piores. O meu nunca tinha me trancado no guarda-roupa a noite inteira.

        Expliquei que só queria chocar até a esquina, mas a velocidade tinha sido tanta… Ele ficou enfezado e disse que ia contar para o meu pai. Pedi para não fazer isso porque eu ia apanhar, mas ele não se importou, falou que era merecido até. Mostrei as pernas esfoladas, ele não se comoveu. Por fim, contei dos domingos de castigo na cama. Nesse momento, brilhou um instante de compaixão no olhar dele:

        — Seu pai deixa você de pijama, deitado o domingo inteiro?

        — Só quando eu desobedeço muito.

        — Está louco! Teu pai é severo como o meu, na Alemanha. Entre na caminhonete que eu te levo de volta.

        No caminho, ele me deu conselhos e me contou do pai. Achei que os castigos do pai dele eram muito piores. O meu nunca tinha me trancado no guarda-roupa a noite inteira. Seu Germano concordou em manter segredo, desde que eu prometesse nunca mais chocar veículo nenhum. Desde então, apesar do jeito bravo, ele ficou meu amigo. Quando me encontrava, às vezes dizia:

        — Não vá esquecer: menino que cumpre a palavra merece respeito.

Drauzio Varella. 16 de maio de 2011. Revisado em 6 de março de 2018.

Entendendo o artigo:

01 – O que o autor fazia na sua infância que era moda na sua rua?

      Na sua infância, o autor costumava pendurar-se na traseira de caminhões e saltar na virada da esquina.

02 – Qual foi a reação do pai do autor quando ele chocou o caminhão de lixo?

      O pai do autor não gostou da gracinha e o castigou com um domingo inteiro de pijama na cama.

03 – Por que o autor decidiu chocar a caminhonete de seu Germano?

      O autor decidiu chocar a caminhonete de seu Germano para se exibir para os meninos que tinham medo dele.

04 – O que aconteceu quando o autor tentou pular da caminhonete do seu Germano na esquina?

      Na tentativa de pular da caminhonete do seu Germano na esquina, o autor não conseguiu devido à velocidade do veículo e ao medo de cair.

05 – Por que o autor ficou apavorado durante essa experiência?

      O autor ficou apavorado porque pensou que poderia morrer e que seu pai ficaria triste, já que costumava dizer: "Deus me livre, perder um de vocês".

06 – Qual foi a reação de seu Germano ao encontrar o autor na caminhonete?

      Seu Germano ficou surpreso e chocado ao encontrar o autor na caminhonete e afirmou: "Menino dos infernos! Como veio parar aqui?"

07 – Como a relação entre o autor e seu Germano mudou após esse incidente?

      Apesar do susto inicial, seu Germano concordou em manter segredo e se tornou amigo do autor, aconselhando-o a cumprir sua palavra e a não chocar mais veículos.

 

 

CONTO: O BARBA-AZUL - CHARLES PERRAULT - COM GABARITO

 Conto: O Barba-Azul

           Charles Perrault

        Era uma vez um homem que tinha belas casas na cidade e no campo, baixela de ouro e prata, móveis trabalhados e carruagens douradas; mas, por desventura, esse homem tinha a barba azul: isto o fazia tão feio e tão terrível que não havia mulher nem moça que não fugisse ao vê-lo.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihhVyZT7GbEc9K-4xeWoufP9dmKag8NvwL_zJw4WPtedHAPROExLHe4yhf3ga1GZkhBJq4ifhgAjwiPkU3nh-otfbBA1tcNYpVpkW1fkn78Vrg-tWnVkfeaXGF_zWq2BVmsgXR_4SKQm0byCZwBDecKuBqbqSdfQ7oxnPQc0E5F8abxp1MVLaMqMMvLjQ/s1600/barba-azul-300x200.jpg


        Uma das suas vizinhas, dama de alta linhagem, tinha duas filhas absolutamente belas. Ele pediu-lhe uma delas em casamento, deixando a escolha à vontade materna. Nenhuma das duas o queria, e cada uma o passava à outra, pois nenhuma podia decidir-se a aceitar um homem de barba azul. Aborrecia-as também a circunstância de ele já ter desposado várias mulheres sem que ninguém soubesse o que era feito delas.

        Para travar relações com as moças, Barba-Azul levou-as, juntamente com a mãe e as três ou quatro melhores amigas, e algumas jovens da vizinhança, a uma das suas casas de campo, onde passaram nada menos de oito dias. E eram só passeios, caçadas e pescarias, danças e festins e merendas: ninguém dormia, levavam a noite a pregar partidas uns aos outros; afinal, tudo correu às mil maravilhas, e a mais nova das meninas começou a achar que o dono da casa não tinha a barba tão azul, e que era homem muito digno. E, logo que tornaram à cidade, realizou-se o casamento.

        Ao cabo de um mês, Barba-Azul disse à mulher que tinha de fazer uma viagem à província, de seis semanas, no mínimo, para um negócio de importância; que lhe pedia se divertisse à vontade durante a ausência dele – mandasse buscar suas boas amigas, levasse-as ao campo, se quisesse, comesse do bom e do melhor.

        – Aqui estão – disse-lhe – as chaves dos dois grandes guarda-móveis; aqui as da baixela de ouro e de prata que só se usa nos grandes dias; aqui as dos meus cofres, onde está o meu ouro e a minha prata, as dos cofres de minhas joias e aqui a chave de todas as dependências da casa. Esta chavezinha é a chave do gabinete que fica no extremo da grande galeria da cave: pode abrir tudo, pode ir aonde quiser, mas neste pequeno gabinete eu proíbo-a de entrar, e proíbo de tal maneira que, se acontecer abri-lo, não há nada que não possa esperar da minha cólera.

        Ela prometeu cumprir à risca tudo quanto acabava de ser ordenado: e ele, depois de beijá-la, tomou sua carruagem e partiu.

        As vizinhas e as boas amigas não esperaram, para ir à residência da jovem esposa, que as mandassem buscar, tão sôfregas estavam de ver-lhe todas as riquezas da casa, não havendo ousado ir lá enquanto o marido se achava por causa da sua barba azul, que lhes fazia medo. E ei-las, sem perda de tempo, a percorrer os quartos, gabinetes, vestiários, cada um mais belo que os outros. Subiram depois aos guarda-móveis, onde não se cansavam de admirar o número e a beleza das tapeçarias, dos leitos, dos sofás, dos guarda-roupas, dos veladores, das mesas e dos espelhos, nos quais a gente se via da cabeça aos pés, e cujos ornatos, uns de vidro, outros de prata, ou de prata dourada, eram os mais belos e magníficos que já se poderiam ter visto. Não cessavam de exagerar e invejar a felicidade da amiga, a quem, no entanto, não alegravam todas essas riquezas, ansiosa que estava de abrir o gabinete da cave.

        Sentiu-se tão premida pela curiosidade que, sem refletir que era uma indelicadeza deixar sozinhas as visitas, desceu até lá por uma escadinha oculta, e com tamanha precipitação que por duas ou três vezes pensou em quebrar o pescoço. Chegando à porta do gabinete, aí se deteve algum tempo, lembrando-se da proibição que o marido lhe fizera e considerando que lhe poderia acontecer uma desgraça por haver sido desobediente; mas a tentação era tão forte que ela não a pôde vencer: tomou da chavezinha e abriu, tremula, a porta do gabinete.

        A princípio não viu coisa alguma, porque as janelas se achavam fechadas; momentos depois começou a notar que o soalho estava todo coberto de sangue coalhado, no qual se espelhavam os corpos de várias mulheres mortas, presas ao longo das paredes (eram todas mulheres que Barba-Azul desposara e que havia estrangulado). Cuidou morrer de susto, e a chave do gabinete que acabava de retirar da fechadura, caiu-lhe da mão. Após haver recobrado um pouco o ânimo, apanhou a chave, fechou a porta e subiu ao quarto para refazer-se; não o conseguia, porém, devido à sua grande perturbação.

        Tendo notado que a chave do gabinete estava manchada de sangue, limpou-a duas ou três vezes, mas o sangue não desaparecia; lavou-a, esfregou-a com sabão e pedra-pomes; debalde: o sangue ficava sempre, pois a chave era fada, e não havia meio de limpá-la inteiramente: quando se tirava o sangue de um lado, ele voltava do outro.

        Barba-Azul regressou da sua viagem logo nessa noite, e disse haver recebido, no caminho, notícias de que o negócio que o levara a partir acabara de realizar-se com vantagem para ele. A mulher fez quanto pôde para se mostrar encantada com esse breve retorno.

        No dia seguinte ele pediu-lhe as chaves, e ela as entregou, porém a mão tremia tanto que Barba-Azul adivinhou sem esforço todo o ocorrido.

        – Por que é – perguntou-lhe -– que a chave do gabinete não está junto com as outras?

        – Devo tê-las deixado lá em cima, sobre a minha mesa.

        – Quero a chave aqui, já!

        Depois de várias delongas, a mulher teve que levá-la. Barba-Azul examinou-a e disse:

        – Por que há sangue nesta chave?

        – Não sei nada disso – respondeu a pobre criatura, mais pálida que a morte.

        – Você não sabe nada – continuou ele – mas eu sei muito bem; você quis entrar no meu gabinete! Está certo, senhora, lá entrará e irá ter o seu lugar ao lado das que lá encontrou.

        Ela se atirou aos pés do marido, chorando e pedindo-lhe perdão, com todos os sinais de um arrependimento sincero de não haver sido obediente. Bela e aflita como estava, seria capaz de enternecer um rochedo; mas Barba-Azul tinha o coração mais duro que um rochedo:

        – Tem de morrer, senhora, e imediatamente.

        – Visto que tenho que morrer – respondeu ela, fitando-o com os olhos banhados de lágrimas – dê-me um pouco de tempo para rezar a Deus.

        – Dou-lhe meio quarto de hora – replicou Barba-Azul – e nem um momento a mais.

        Quando ela se viu sozinha, chamou a irmã e disse-lhe:

        – Minha irmã, sobe ao alto da torre, eu te suplico, para ver se meus irmãos não vêm; eles me prometeram que me viriam ver hoje, e, se os vires, faz-lhes sinal para que se apressem.

        A irmã subiu ao alto da torre, e a pobre aflita gritava-lhe de vez em quando:

        – Ana, minha irmã, não vês ninguém?

        E a irmã respondia:

        – Não vejo nada a não ser o Sol que brilha e a erva que verdeja.

        Entrementes, Barba-Azul, com um grande cutelo na mão, gritava para a esposa com toda a força:

        – Desce depressa, ou eu subirei aí.

        – Mais um momento, por favor –, respondia-lhe a mulher. E logo, baixinho:

        – Ana, minha irmã, não vês ninguém?

        E a irmã Ana respondia:

        – Não vejo nada a não ser o Sol que brilha e a erva que verdeja.

        – Desce depressa – bradava Barba-Azul –, ou eu subirei aí.

        – Já vou – respondeu a mulher. E depois:

        – Ana, minha irmã, não vês ninguém?

        – Só vejo – respondeu a irmã Ana –- uma grossa poeira que vem desta banda.

        – São meus irmãos?

        – Infelizmente não, minha irmã; é um rebanho de carneiros.

        – Não queres descer? – bradava Barba-Azul.

        – Mais um momento – respondia a mulher.

        E depois:

        – Ana, minha irmã, não vês ninguém?

        – Vejo – respondeu ela – dois cavaleiros que vêm deste lado, mas ainda estão muito longe… Louvado seja Deus! – exclamou um instante depois. – São meus irmãos; estou lhes fazendo sinal, tanto quanto me é possível, para que se apressem.

        Barba-Azul pôs-se a gritar tão alto que a casa estremeceu. A pobre mulher desceu e atirou-se-lhe aos pés, desgrenhada e em prantos.

        – Isto não adianta nada – disse Barba Azul. – Tens de morrer.

        Em seguida, segurando-a com uma das mãos pelos cabelos e erguendo-a com a outra o cutelo no ar, ia cortar-lhe a cabeça. A pobre mulher, voltando-se para ele, rogou-lhe que lhe concedesse um breve momento para se recolher.

        – Não, não – disse ele –, e encomenda bem tua alma a Deus.

        E erguendo o braço… Neste momento bateram à porta com tanta força que Barba-Azul se deteve instantaneamente. Abriram e logo se viu entrar dois cavaleiros que, sacando da espada, correram direitos a Barba-Azul.

        Ele reconheceu que eram os irmãos da esposa, um deles dragão e o outro mosqueteiro, e fugiu sem demora para salvar-se; mas os dois irmãos perseguiram-no tão de perto que o alcançaram antes que ele pudesse atingir a escada externa. Atravessaram-no a fio de espada, e deixaram-no morto. A pobre dama estava quase tão morta quanto o marido, nem lhe restavam forças para beijar os irmãos.

        Verificou-se que Barba-Azul não tinha herdeiros, razão por que sua mulher se tornou dona de todos os seus bens. Empregou parte deles no casamento da sua irmã Ana com um jovem fidalgo, que a amava desde muito tempo; outra parte na compra do posto de capitão para seus dois irmãos, e o resto no casamento dela própria com um homem muito distinto, que lhe fez esquecer o mau tempo que passara com Barba-Azul.

Charles Perrault. Retirado de O Conselheiro Acácio.

Entendendo o conto:

01 – Quais eram as características físicas que tornavam o homem do conto tão terrível e assustador?

      O homem tinha uma barba azul, que o tornava feio e terrível.

02 – Por que as duas filhas da dama de alta linhagem não queriam se casar com o homem de barba azul?

      Elas não queriam se casar com ele por causa de sua barba azul e porque ele já havia desposado várias mulheres sem que ninguém soubesse o que acontecera com elas.

03 – Para onde Barba-Azul levou a jovem esposa e suas amigas durante oito dias?

      Barba-Azul levou a jovem esposa e suas amigas a uma de suas casas de campo, onde passaram oito dias realizando diversas atividades, como passeios, caçadas e festins.

04 – O que aconteceu quando a jovem esposa desobedeceu à proibição do marido e entrou no gabinete da cave?

      Ela descobriu que o gabinete estava cheio de sangue coagulado e corpos de mulheres que Barba-Azul havia estrangulado.

05 – Como a jovem esposa tentou limpar a chave do gabinete?

      Ela tentou lavar a chave, esfregou-a com sabão e pedra-pomes, mas o sangue não desaparecia, porque a chave era encantada.

06 – O que Barba-Azul fez quando descobriu que a chave estava manchada de sangue?

      Ele confrontou a esposa e acusou-a de ter entrado no gabinete. Em seguida, ameaçou matá-la.

07 – O que a jovem esposa pediu a sua irmã quando Barba-Azul a ameaçou de morte?

      Ela pediu a sua irmã para subir à torre e verificar se seus irmãos estavam chegando, para pedir ajuda.

08 – O que aconteceu quando os irmãos da esposa chegaram à casa de Barba-Azul?

      Os irmãos da esposa confrontaram Barba-Azul, perseguiram-no e o mataram.

09 – Como o conto termina para a jovem esposa?

      A jovem esposa herda os bens de Barba-Azul, casa sua irmã com um jovem fidalgo, compra cargos de capitão para seus dois irmãos e casa-se com um homem distinto que a faz esquecer os maus tempos que passou com Barba-Azul.

10 – Por que Barba-Azul não tinha herdeiros?

      Barba-Azul não tinha herdeiros porque foi morto por seus irmãos na tentativa de matar sua esposa, e ela se tornou a única herdeira de seus bens.

 

 

domingo, 22 de outubro de 2023

ATIVIDADES COM A MÚSICA: RETRATO DA VIDA - DJAVAN - COM GABARITO

 ATIVIDADES COM A Música: Retrato da Vida

         Djavan

Esse matagal sem fim
Essa estrada, esse rio seco
Essa dor que mora em mim
Não descansa e nem dorme cedo

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxJZ0ldcDEy9QrnuSUu1m9IGStBAH7RXoekd1POCkxMiHZbU7perLesfn5wcm7PHEvDrCbKiE7_jVAiXr38Uyaz5DvpuOcY-MY_teruY9pwpKw2i9hXAt7LKSvfi2YfTugKctf96eDiMvuUL-l06wudTYch2242Z14HLgdNgQfMF2IJAgHMUjZm0kPbVk/w222-h142/RETRATO.jpg


O retrato da minha vida
É amar em segredo
Não quer saber de mim
E eu vivendo da tua vida
Deus no céu e você aqui
A esperança é quem me abriga
Esses campos não tardam em florir
Já se espera uma boa colheita
E tudo parece seguir
Fazendo a vida tão direita
Mas e você o que faz
Que não repara no chão
Por onde tem que passar
E pisa em meu coração?
O teu beijo em meu destino
Era tudo o que eu queria
Ser teu homem, teu menino
O ser amado de todo dia.

Composição: Djavan / Dominguinhos.

Entendendo a canção:

01 – O que a letra da canção descreve como "esse matagal sem fim"?

      O "matagal sem fim" na canção representa desafios e obstáculos na vida do cantor.

02 – O que o cantor diz sobre a dor que ele sente?

      Ele menciona que a dor que ele sente não descansa e nem dorme cedo.

03 – Qual é o retrato da vida do cantor?

      O retrato da vida do cantor é amar em segredo, pois a pessoa amada não demonstra interesse nele.

04 – Quem é a pessoa que o cantor deseja ter em sua vida?

      O cantor deseja ter a pessoa amada, que aparentemente não corresponde ao seu amor.

05 – O que a esperança representa na canção?

      A esperança representa a força que o cantor encontra para continuar vivendo e acreditando que as coisas podem melhorar.

06 – Qual é a metáfora usada para descrever a atitude insensível da pessoa amada?

      O cantor usa a metáfora de "pisar em meu coração" para descrever como a pessoa amada o magoa.

07 – O que o cantor deseja ser para a pessoa amada?

      O cantor deseja ser o homem e o menino da pessoa amada, ou seja, o ser amado de todos os dias.

 

 

ATIVIDADES COM A MÚSICA: SIRI RECHEADO E O CACETE - JOÃO BOSCO/ALDIR BLANC - COM GABARITO

 Música(ATIVIDADES): Siri Recheado e o Cacete

           João Bosco/Aldir Blanc

Saí com a patroa pra pescar
No Canal da Barra, uns siris pra rechear
Siri, como ela encheu de me avisar
Era o prato predileto do meu compadre Anescar

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiafUdGi21X4-YjlS43evI5yUw1jUnny8pl_JgEXbDrTn5kH4_iJFc04fh8a0lBxIWbGbRMDw3-0WsQJe2aUQYoRqpb4escZik_4ph4FIwcLNff49ubN-_1wFGtEm28FKIdg114pl_cwRXPCFi7ayQF1HYeWnBxWRb7TF1FSoiT9No3nngw8OspGKbwRlg/s320/SIRI.jpg


Levei arrastão e três puçás
Um de cabo, outros dois de jogar
De isca, um sebo da véspera, e pra completar, Cachaça Iemanjá
Birita que dá garantia de ter maré cheia
Choveu siri do patola, manteiga, azulão, um camaleão,
No tapa a minha patroa espantou três sereias.

Na volta, ônibus cheio, o balde derramou
Em pleno coletivo, um gato se encrespou
O velho trocador até gritou: - não bebo mais!
- Siri passando em roleta, mesmo pra mim é demais!
De medo o motorista perdeu a direção
Fez um golpe de vista, raspou num caminhão
Pegou um pipoqueiro, um padre entrou num butiquim
O português da gerência quase voltou pra Almerim...

Quiseram autuar nossos siris
Mas minha patroa subornou a guarnição
Então os cana-dura mais gentis
Levaram a gente e os siris pra casa na Abolição
Depois do "te logo", "um abração"
Fui botar os siris pra ferver
Dentro da lata de banha
Era um tal de chiar, pagava pra ver
Tranquilo, o compadre Anescar colocando o azeite
Foi um trabalho de cão, mas valeu o suor
Croquete, bobó, panqueca, siri recheado, fritada e o cacete.

O Anescar chegou com uma do alambique
Me perguntou se eu era Mendonça ou dinamite
Abri uma lourinha, trouxe um prato de croquete
O Anescar mordeu um, feito quem come gilete
Baixou minha patroa: Anescar, o quê que há?
O Anescar gemeu: dieta de lascar!
O médico mandou que eu coma tudo que pintar
Até cerveja e cachaça
Menos os frutos do mar.

Composição: Aldir Blanc / João Bosco.

Entendendo a canção:

01 – Qual é o motivo da saída do narrador com sua esposa no início da música?

      O narrador sai com sua esposa para pescar siris no Canal da Barra.

02 – O que a esposa do narrador gosta de fazer com os siris?

      A esposa do narrador gosta de rechear os siris.

03 – Quais são os itens que o narrador leva para a pescaria?

      O narrador leva um arrastão, três puçás, isca de sebo, e cachaça Iemanjá.

04 – O que acontece durante a pescaria que faz com que a esposa do narrador espante três sereias?

      Durante a pescaria, a esposa do narrador espanta três sereias com um tapa.

05 – O que ocorre no ônibus durante o retorno da pescaria?

      No ônibus, o balde de siris derrama, e um gato se enfurece, causando tumulto.

06 – Como a esposa do narrador evita que eles sejam autuados pela polícia?

      A esposa do narrador suborna a guarnição policial para evitar serem autuados.

07 – Qual é a recomendação médica mencionada na música em relação à alimentação do narrador?

      O médico recomenda que o narrador coma de tudo, exceto frutos do mar, incluindo cerveja e cachaça.

 

 

CRÔNICA: É MENINA - GREGÓRIO DUVIVIER - COM GABARITO

 Crônica: É menina

            Gregório Duvivier

        É menina, que coisa mais fofa, parece com o pai, parece com a mãe, parece um joelho, upa, upa, não chora, isso é choro de fome, isso é choro de sono, isso é choro de chata, choro de menina, igualzinha à mãe, achou, sumiu, achou, não faz pirraça, coitada, tem que deixar chorar, vocês fazem tudo o que ela quer, isso vai crescer mimada, eu queria essa vida pra mim, dormir e mamar, aproveita enquanto ela ainda não engatinha, isso daí quando começa a andar é um inferno, daqui a pouco começa a falar, daí não para mais, ela precisa é de um irmão, foi só falar, olha só quem vai ganhar um irmãozinho, tomara que seja menino pra formar um casal, ela tá até mais quieta depois que ele nasceu, parece que ela cuida dele, esses dois vão ser inseparáveis, ela deve morrer de ciúmes, ele já nasceu falante, menino é outra coisa, desde que ele nasceu parece que ela cresceu, já tá uma menina, quando é que vai pra creche, ela não larga dessa boneca por nada, já podia ser mãe, já sabe escrever o nomezinho, quantos dedos têm aqui, qual é a sua princesa da Disney preferida, quem você prefere, o papai ou a mamãe, quem é o seu namoradinho, quem é o seu príncipe da Disney preferido, já se maquia dessa idade, é apaixonada pelo pai, cadê o Ken, daqui a pouco vira mocinha, eu te peguei no colo, só falta ficar mais alta que eu, finalmente largou a boneca, já tava na hora, agora deve tá pensando besteira, soube que virou mocinha, ganhou corpo, tenho uma dieta boa pra você, a dieta do ovo, a dieta do tipo sanguíneo, a dieta da água gelada, essa barriga só resolve com cinta, que corpão, essa menina é um perigo, vai ter que voltar antes de meia-noite, o seu irmão é diferente, menino é outra coisa, vai pela sombra, não sorri pro porteiro, não sorri pro pedreiro, quem é esse menino, se o seu pai descobrir, ele te mata, esse menino é filho de quem, cuidado que homem não presta, não pode dar confiança, não vai pra casa dele, homem gosta é de mulher difícil, tem que se dar valor, homem é tudo igual, segura esse homem, não fuxica, não mexe nas coisas dele, tem coisa que é melhor a gente não saber, não pergunta demais que ele te abandona, o que os olhos não veem o coração não sente, quando é que vão casar, ele tá te enrolando, morar junto é casar, quando é que vão ter filho, ele tá te enrolando, barriga pontuda deve ser menina, é menina.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCFA-fvJFlCV8pB_N8rD3L3zPLDPSv2K8rad4CM8dINaIqhIacyCGlViHhlQba5PrT6GOivsxKJ_6Z2ugiwLnS8ghGe8yKrh6jnDzDUXOJOUbQ8fH7wKKc7QpamtQQXf9BNVWjz0hxedGV_0GtVACoiODoSkWC2opZ5SEpNKvGXsF2DlEGVVCEsm8GbFU/s1600/FASES.jpg


Entendendo a crônica:

01 – Qual é o tema principal da crônica "É menina"?

      O tema principal da crônica é a observação das fases da vida de uma menina, desde o nascimento até a adolescência, e as expectativas e comentários das pessoas ao redor.

02 – Quem são os personagens mencionados na crônica?

      Os personagens mencionados incluem a menina (provavelmente a filha do autor), o irmão dela, a mãe, o pai, o porteiro, o pedreiro e um potencial namoradinho.

03 – Como a crônica descreve a evolução da menina ao longo do texto?

      A crônica descreve a evolução da menina desde o nascimento, passando por diversas fases de sua vida, como a infância, a adolescência e a puberdade.

04 – Quais são algumas das expectativas e conselhos que as pessoas têm em relação à menina ao longo da crônica?

      As pessoas têm expectativas e conselhos sobre a criação da menina, sua personalidade, relacionamentos e aparência, desde quando era um bebê até a adolescência. Isso inclui conselhos sobre dieta, comportamento e relacionamentos.

05 – Qual é a atitude do narrador em relação à evolução da menina ao longo da crônica?

      O narrador observa com humor e ironia a evolução da menina, comentando as expectativas e conselhos das pessoas ao redor, mas sem expressar necessariamente uma opinião forte sobre o assunto.

06 – O que a crônica sugere sobre as expectativas de gênero e estereótipos?

      A crônica sugere que as expectativas de gênero e estereótipos desempenham um papel importante na forma como as pessoas veem e interagem com a menina, desde a infância até a adolescência.

07 – Contrariando todos os manuais de redação, o texto acima é composto por um único (e enorme) parágrafo. Qual o efeito de sentido produzido por essa escolha?

      A escolha de compor o texto em um único parágrafo cria um efeito de sentido de continuidade e fluidez. Isso reflete a maneira como as observações e os comentários sobre a evolução da menina ao longo do tempo fluem naturalmente na mente do narrador. Essa formatação também sugere que as diferentes fases da vida da menina estão interligadas e que, de certa forma, as expectativas e observações das pessoas ao redor são contínuas ao longo de sua jornada.

08 – Há no texto palavras que indicam o registro oral, característico das conversas do dia-a-dia. Transcreva alguns exemplos.

      Upa, upa / pra / daí / tá / cadê / tava.

09 – Como toda crônica, o texto reflete sobre um olhar do escritor a respeito de fatos do dia-a-dia. O que chamou a atenção do autor e qual parece ser a visão dele sobre o assunto? Comente.

      O autor parece chamar a atenção para a maneira como as pessoas ao redor da menina reagem e fazem comentários ao longo de sua vida, desde o nascimento até a adolescência. A crônica reflete um tom de observação irônica e humorística em relação a essas expectativas e conselhos das pessoas, destacando como as opiniões e estereótipos de gênero influenciam a maneira como a menina é percebida e criada. O autor parece estar comentando, de maneira crítica e bem-humorada, sobre a pressão social e as expectativas em relação às crianças com base em seu gênero, destacando a absurdez de muitos desses comentários e ações.

10 – Como a crônica conclui?

      A crônica termina com a afirmação de que "é menina", reforçando a ideia de que, independentemente das mudanças ao longo dos anos, a identidade da menina permanece a mesma.

 

 

 

POESIA: MEIO-DIA -OLAVO BILAC - COM GABARITO

 Poesia: Meio-dia

             Olavo Bilac

Meio-dia. Sol a pino.
Corre de manso o regato.
Na igreja repica o sino;
Cheiram as ervas do mato.

 Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiU_ASlMoe7apdBJjMBrNSsiOPwlSVNTtwQEQrtw4C5vUaXlW4-7OL9Rc5IqpDQpCa44bvXmO5YIl-nVK05sAz3fawVa2F9JFfPvTEpqkay71apbn6aqgBMcCaYKRcbGKOL1Ettf2tzzlcQDLnR8pUVVIg_SgGvpb1j12dtJq3Tn5__jVKQ5nBNdeehiko/s320/SOL.jpg


Na árvore canta a cigarra;
Há recreio nas escolas:
Tira-se, numa algazarra,
A merenda das sacolas.

O lavrador pousa a enxada
No chão, descansa um momento,
E enxuga a fronte suada,
Contemplando o firmamento.

Nas casas ferve a panela
Sobre o fogão, nas cozinhas;
A mulher chega à janela,
Atira milho às galinhas.

Meio-dia! O sol escalda,
E brilha, em toda a pureza,
Nos campos cor de esmeralda,
E no céu cor de turquesa…

E a voz do sino, ecoando
Longe, de atalho em atalho,
vai pelos campos, cantando
A Vida, a Luz, o Trabalho.

Olavo Bilac @ In Poesias Infantis (2° ed.) 1929.

Entendendo a poesia:

01 – Qual é o tema central da poesia "Meio-dia" de Olavo Bilac?

      O tema central da poesia é a descrição da vida cotidiana ao meio-dia, destacando a tranquilidade e a beleza da natureza nesse momento do dia.

02 – Que elementos da natureza são mencionados na poesia para descrever o cenário ao meio-dia?

      Na poesia, são mencionados o sol, o regato, as ervas do mato, árvores, cigarra, e o céu, entre outros elementos naturais.

03 – O que acontece na igreja ao meio-dia na poesia?

      Na igreja, repica o sino ao meio-dia, como mencionado no poema.

04 – Como a vida rural é retratada na poesia ao meio-dia?

      A vida rural é retratada com o lavrador descansando, contemplando o céu, e as atividades relacionadas à agricultura, como tirar merendas das sacolas.

05 – O que as mulheres fazem nas casas ao meio-dia na poesia?

      Nas casas, as mulheres estão ocupadas cozinhando e alimentando as galinhas.

06 – Qual é a descrição do cenário natural ao meio-dia na poesia?

      O cenário natural ao meio-dia é descrito como tendo campos verdes como esmeraldas e um céu azul como turquesa.

07 – Que mensagem ou sentimento é transmitido pelo sino ecoante no final da poesia?

      O sino ecoante transmite uma mensagem de celebração da vida, da luz e do trabalho, destacando a beleza da vida cotidiana e da natureza ao meio-dia.

 

 

POESIA: PEDIDO - GONÇALVES DIAS - COM GABARITO

 Poesia: Pedido

            Gonçalves Dias

Ontem no baile
Não me atendias!
Não me atendias,
Quando eu falava.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIi3AnEI8pNSrbW2eqeqh3FDNwPe02o4XcLgbDvBktJcTnfj4XnTGiCr2-ljl3gW5zDecniYiV5Zukl_Ub6RV0818iqsLlo-GWyYmhdg7Gbry68HkX5G3UW5pG4WHCjIAei8KLJ9i82CX3qVZKpgUZyyUFUm8j00NdQjDqNIWUTBkaQ1I6wqz_IBPVdnI/s320/BAILE.jpg



De mim bem longe
Teu pensamento!
Teu pensamento,
Bem longe errava.

Eu vi teus olhos
Sobre outros olhos!
Sobre outros olhos,
Que eu odiava.

Tu lhe sorriste
Com tal sorriso!
Com tal sorriso,
Que apunhalava.

Tu lhe falaste
Com voz tão doce!
Com voz tão doce,
Que me matava.

Oh! não lhe fales,
Não lhe sorrias,
Se então só qu'rias
Exp'rimentar-me.

Oh! não lhe fales,
Não lhe sorrias,
Não lhe sorrias,
Que era matar-me.

Publicado no livro Primeiros Cantos (1846). Poema integrante da série Poesias Diversas.

Entendendo a poesia:

01 – Quem é o autor da poesia "Pedido"?

      O autor da poesia "Pedido" é Gonçalves Dias.

02 – Qual é o tema principal da poesia "Pedido"?

      O tema principal da poesia "Pedido" é a expressão dos sentimentos de ciúmes e sofrimento devido à indiferença de alguém durante um baile.

03 – O que o eu lírico sente em relação à pessoa a quem se dirige na poesia?

      O eu lírico sente ciúmes, sofrimento e tristeza em relação à pessoa a quem se dirige, pois ela parece ignorá-lo em favor de outra pessoa.

04 – Como o eu lírico descreve os olhos da pessoa amada em relação a outra pessoa?

      O eu lírico descreve os olhos da pessoa amada como estando sobre outros olhos, o que sugere que ela está direcionando sua atenção e afeto a outra pessoa.

05 – Qual é a reação do eu lírico ao sorriso da pessoa amada para outra pessoa?

      O eu lírico sente que o sorriso da pessoa amada para outra pessoa é como uma punhalada em seu coração, sugerindo que isso o machuca profundamente.

06 – Como a voz da pessoa amada afeta o eu lírico na poesia?

      A voz da pessoa amada, descrita como "doce", tem um efeito devastador sobre o eu lírico, causando-lhe dor e sofrimento.

07 – Qual é o apelo do eu lírico na poesia "Pedido"?

      O apelo do eu lírico na poesia é para que a pessoa amada não fale, não sorria e não se relacione com outra pessoa, pois isso o faz sofrer intensamente. O eu lírico pede que a pessoa amada não o machuque dessa maneira.

 

 

 

ATIVIDADES DA MÚSICA: A VACA JÁ FOI PRO BREJO - TIÃO CARREIRO E PARDINHO - COM GABARITO

 ATIVIDADES DA Música: A Vaca Já Foi Pro Brejo

             Tião Carreiro e Pardinho

Mundo velho está perdido
Já não endireita mais
Os filhos de hoje em dia
Já não obedecem os pais
É o começo do fim
Já estou vendo sinais
Metade da mocidade
Estão virando marginais
É um bando de serpente
Os mocinhos vão na frente
As mocinhas vão atrás

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjH5fR97XYpve4HHKokgtWMt9kUOxcmPVk2lHApgEbClnRc5Hgkqmx4sUpjnOa1EEV3sx89HxVvbM7Yyt9S6kKuiOds0ieS2-PsTNmbfbdg8XaQJdIBI69DeaONjaXr1bBVzkLjqwIbTOm_5jZljfx9WCrFIJCvhq8r39zblrWUiCLY9qXIGmOv9_VWY9I/s320/TIAO.jpg


Pobre pai e pobre mãe
Morrendo de trabalhar
Deixa o couro no serviço
Pra fazer filho estudar
Compra carro à prestação
Para o filho passear
Os filhos vivem rodando
Fazendo pneu cantar
Ouvi um filho dizer
O meu pai tem que gemer
Não mandei ninguém casar

O filho parece rei
Filha parece rainha
Eles que mandam na casa
E ninguém tira farinha
Manda a mãe calar a boca
Coitada fica quietinha
O pai é um zero à esquerda
É um trem fora da linha
Cantando agora eu falo
Terreiro que não tem galo
Quem canta é frango e franguinha

Pra ver a filha formada
Um grande amigo meu
O pão que o diabo amassou
O pobre homem comeu
Quando a filha se formou
Foi só desgosto que deu
Ela disse assim pro pai
Quem vai embora sou eu
Pobre pai banhado em pranto
O seu desgosto foi tanto
Que o pobre velho morreu

Meu mestre é Deus nas alturas
O mundo é meu colégio
Eu sei criticar cantando
Deus me deu o privilégio
Mato a cobra e mostro o pau
Eu mato e não apedrejo
Dragão de sete cabeças
Também mato e não aleijo
Estamos no fim do respeito
Mundo velho não tem jeito
A vaca já foi pro brejo

Composição: Lourival dos Santos / Tião Carreiro / Vicente P. Machado.

Entendendo a canção:

01 – Quem são os intérpretes da música "A Vaca Já Foi Pro Brejo"?

      Os intérpretes da música são Tião Carreiro e Pardinho.

02 – Qual é o tema principal abordado na canção?

      O tema principal da canção é a mudança nos valores e comportamentos da juventude, com críticas à falta de respeito pelos pais e às consequências desse comportamento.

03 – De acordo com a letra, por que o "mundo velho está perdido"?

      O "mundo velho está perdido" porque os filhos de hoje em dia não obedecem mais aos pais e estão envolvidos em comportamentos problemáticos.

04 – O que a música sugere sobre o papel dos pais na educação de seus filhos?

      A música sugere que os pais trabalham duro para criar seus filhos, mas muitos deles não obedecem, e a juventude parece ter mais influência e controle na casa do que os pais.

05 – Qual é a atitude dos filhos, de acordo com a letra, em relação aos pais?

      A letra descreve que os filhos agem com desrespeito e desobediência em relação aos pais, chegando ao ponto de mandá-los calar a boca.

06 – Como a música retrata a educação dos filhos, em termos de prioridades financeiras?

      A música menciona que os pais se esforçam muito para comprar carros e outras coisas para seus filhos, enquanto deixam o couro no serviço e fazem sacrifícios financeiros para que eles estudem e se divirtam.

07 – Qual é a metáfora presente na última estrofe da canção?

      Na última estrofe, a metáfora da "vaca já foi pro brejo" é usada para descrever a situação atual, sugerindo que os valores e a ordem tradicional foram perdidos e que a sociedade enfrenta desafios significativos.