quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

REPORTAGEM: CAMELÔS DE BH: 5 COISAS QUE VOCÊ DEVERIA SABER E A GRANDE MÍDIA NÃO CONTA - RAFAELLA DOTTA - COM GABARITO

 Reportagem: Camelôs de BH: 5 coisas que você deveria saber e a grande mídia não conta

Ambulantes temem por sobrevivência e denunciam proposta da prefeitura

Rafaella Dotta -Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) - 07 de Julho de 2017 às 11:49

A maioria dos grandes meios de comunicação de Belo Horizonte se concentrou, nos últimos dias, em passar as imagens de guerra e desespero dos ambulantes da cidade.


Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOyr_CeZctYbN1e9rgclivq1ew9Jgfk3lXZC2cJJVw4VFtOlrr42xq610XR9IM0YZ6ifIJWzlp5jI7JgEM-iz0xJ0LaBKNGrpoEo6QaoDhwGhc-_BsAimkfiXgaZH6ZPwzWfJSG7hZdWHnNLjIpSuASANAGu0EIyxie1p8u72ajwVunrQ4SnMMvqceOXo/s320/PIPOCA.jpg


Eles protestam desde a segunda-feira (3) contra a expulsão do hipercentro que o prefeito Alexandre Kalil (PHS) está promovendo. Agora, esses meios de comunicação passaram a não ser bem-vindos por eles. “Eles cortam tudo o que a gente fala”, critica a camelô Sônia, que não quis falar o sobrenome.

A reportagem do   Brasil de Fato MG  esteve presente nos protestos e traz para o leitor os cinco assuntos mais defendidos pelos ambulantes. 

Falta vaga no trabalho formal

Segundo pesquisa feita pela prefeitura de BH com 1.137 ambulantes, 85% afirmaram que trabalhariam em um emprego formal, caso existisse vaga. E 15%, 170 pessoas, afirmaram que são ambulantes por profissão e não querem deixar de trabalhar na rua. É a situação de Maria da Conceição, que tem 63 anos e há 20 trabalha como camelô de roupas.

Shoppings populares não deram certo

Em 2004, o então prefeito Fernando Pimentel (PT) colocou os camelôs de BH em shoppings populares, mesma proposta defendida agora por Kalil. De acordo com os ambulantes, o aluguel dos boxes passou a ter preços exagerados em poucos meses e as vendas despencaram. “Eles querem colocar a gente pra concorrer com chinês e empresários, isso é uma covardia”, afirma Charles Antônio Miranda, camelô há 42 anos. 

Soluções diferentes para trabalhos diferentes

Os trabalhadores de rua não são todos iguais. Os camelôs estão nas ruas todos os dias e têm até público fixo. Os caixeiros andam por aí com uma caixa vendendo água ou refrigerante. Os toreros são os que, mesmo com fiscalização pesada, vendem “na tora”, em cima de caixas de papelão. E os barraqueiros montam barracas em eventos de rua. Por causa das diferenças, os ambulantes reivindicam também soluções diferentes.

O medo de virar morador de rua

Nos últimos dias o caixeiro Rodrigo (nome fictício) dormia com a esposa e uma criança de colo em um hotel, pelo preço de R$ 30 a noite. Como está proibido de trabalhar e sem dinheiro, o dono do hotel os colocou para fora, e a família já dorme na rua. O pagamento do aluguel é uma das maiores preocupações entre os ambulantes. A situação deve aumentar o número de moradores de rua.

A fome já bate na porta

“Tem gente que só tem um saco de arroz dentro de casa, porque desde sábado não trabalha”, comenta a camelô Thayrine Rosilene de Almeida sobre seus colegas. A indignação por falta de dinheiro para comida é frequente entre os ambulantes. Eles afirmam, na maioria das vezes com lágrimas, que não têm condições de sustentar filhos e família sem o trabalho de rua.

PBH segue plano de realocação e sorteia vagas

As manifestações no centro de BH acontecem desde segunda (3). Cerca de 100 camelôs bloquearam vias e pediram que lojistas fechassem as portas nas principais ruas.

Pelo menos 22 pessoas foram detidas. Os manifestantes compareceram à porta da Prefeitura na terça (4) e na Câmara Municipal na quarta (5), acompanhados por intenso policiamento, mas os protestos parecem que não renderam frutos.

A prefeitura mantém seu plano. Foram abertas 676 vagas temporárias no shopping Uai Centro e 871 no Uai O Ponto, em Venda Nova, originadas de parceria entre Prefeitura de BH e shoppings privados. As vagas foram sorteadas na quinta (6) dentre os 1.134 ambulantes cadastrados. Os camelôs pagarão R$ 30 ao mês para ter direito a um espaço, e não um box, por quatro meses. Depois, a prefeitura promete vagas permanentes em shoppings populares.

Aluguel chegará a R$ 1.670

A prefeitura espera aprovar o Projeto de Lei 309, que regulariza as vagas permanentes. Segundo Fernanda Cosso, do núcleo jurídico dos mandatos das vereadoras Cida Falabella (PSOL) e Áurea Carolina (PSOL), o artigo 8º prevê os preços. “O valor do metro quadrado é R$ 30 até o terceiro mês. Do quarto até o 15º mês, é R$ 217,60. Vai aumentando progressivamente até chegar a R$1.670 no 55º mês”, afirma. Depois do 60º mês, cinco anos, o aluguel fica inteiramente por conta do ambulante.

Um levantamento do mandato das vereadoras mostra que apenas no shopping Caetés, da parte gerida pela Prefeitura, 16 donos de boxes possuem dívida, o que indica a dificuldade dos comerciantes já instalados. 

Os camelôs prometem continuar as manifestações de rua enquanto não houver solução viável. Eles propõem diálogo sobre a criação de “corredores” de vendas, ou camelódromos, em ruas ou praças do centro, além da permissão de venda em eventos públicos quaisquer. A Secretaria Municipal de Serviços Urbanos não abriu negociação.

Edição: Joana Tavares

In: https://www.brasildefato.com.br/2017/07/07/camelos-de-bh-5-coisas-que-voce-deveria-saber-e-a-grande-midia-nao-conta/

Entendendo o texto

01- Marque (V) para efeitos de sentidos pertinentes ao texto-discurso e (F) para efeitos de sentidos não pertinentes:

      a-( V  ) Percebe-se o discurso de que os meios de comunicação não mostram tudo que acontece com os camelôs em Belo Horizonte;

       b-( V  ) Percebe-se que a prefeitura de Belo Horizonte defende o direito dos camelôs permanecerem atuando nas ruas da cidade;

       c-( V  ) Percebe-se o discurso de indignação dos camelôs por serem expulsos do centro de Belo Horizonte;

       d-( V ) Percebe-se o discurso de que a maioria dos camelôs trabalharia em empregos formais, se houvesse vaga;

       e-( F ) Percebe-se o discurso de satisfação dos vendedores ambulantes ao serem colocados em shoppings populares;

        f-(  V ) Percebe-se o discurso de que a proibição do trabalho dos camelôs pode levá-los a ser moradores de rua;

       g-( V ) Percebe-se o discurso de que os camelôs estão com receio de passar fome, caso sejam proibidos de vender suas mercadorias;

02- O objetivo principal do texto-discurso acima é:

      a- entreter;

      b- transmitir ensinamento;

      c- informar;

      d- criticar.

03- Por que os camelôs estão protestando?

      a- por medo de virar morador de rua;

      b- por medo de passar fome;

      c- por causa da expulsão deles do hipercentro de Belo Horizonte;

      d- porque os shoppings populares não deram certo.

04- Quando iniciaram os protestos dos camelôs em Belo Horizonte?

       a- 07 de julho de 2017;

       b- 11:49;

       c- 03 de julho de 2017;

       d- 2004.

05- Segundo o texto-discurso, os grandes meios de comunicação não contam algumas realidades vividas pelos vendedores ambulantes. O que a grande mídia não conta?

      a- não conta que os ambulantes são diferentes, logo não podem ter solução igual para todos;  

      b- não conta que os ambulantes já foram colocados em shoppings populares e isso não deu certo;  

      c- não conta que os ambulantes estão começando a passar fome por conta da expulsão;

      d- não conta que será impossível que os ambulantes paguem R$ 1.670,00 de aluguel de uma vaga para comercializar;

      e- todas as alternativas anteriores estão corretas.

06- Qual enunciado é a citação de um discurso direto referente a um vendedor ambulante?

       a- A maioria dos grandes meios de comunicação de Belo Horizonte se concentrou, nos últimos dias, em passar as imagens de guerra e desespero dos ambulantes da cidade.

       b- “Tem gente que só tem um saco de arroz dentro de casa, porque desde sábado não trabalha”;

       c- “O valor do metro quadrado é R$ 30 até o terceiro mês. Do quarto até o 15º mês, é R$ 217,60. Vai aumentando progressivamente até chegar a R$1.670 no 55º mês”,

       d- Os camelôs prometem continuar as manifestações de rua enquanto não houver solução viável.

07- No relato “A maioria dos grandes meios de comunicação de Belo Horizonte se concentrou, nos últimos dias, em passar as imagens de guerra e desespero dos ambulantes da cidade. Agora, esses meios de comunicação passaram a não ser bem-vindos por eles. “Eles cortam tudo o que a gente fala”, critica a camelô Sônia, que não quis falar o sobrenome.”, o pronome grifado foi usado para não repetir a expressão:

       a- ambulantes;

       b-  grandes meios de comunicação;

       c- camelô Sônia;

       d- imagens de guerra e desespero.

08- No relato “A maioria dos grandes meios de comunicação de Belo Horizonte se concentrou, nos últimos dias, em passar as imagens de guerra e desespero dos ambulantes da cidade. Agora, esses meios de comunicação passaram a não ser bem-vindos por eles. “Eles cortam tudo o que a gente fala”, critica a camelô Sônia, que não quis falar o sobrenome.”, o pronome grifado foi usado para não repetir a expressão:

      a- ambulantes;

      b-  grandes meios de comunicação;

      c- camelô Sônia;

      d- imagens de guerra e desespero.

09- No título “Camelôs de BH: 5 coisas que você deveria saber e a grande mídia não conta”, a palavra grifada se refere?

       a- ao vendedor ambulante;

       b- ao jornalista;

       c- ao leitor de um modo geral;

       d- à grande mídia.

10- No enunciado “Os manifestantes compareceram à porta da Prefeitura na terça (4) e na Câmara Municipal na quarta (5), acompanhados por intenso policiamento...”, o adjetivo grifado caracteriza-qualifica negativamente a palavra?

     a- manifestantes;

     b- Prefeitura;

     c- acompanhados;

     d- policiamento.

11- No enunciado “Tem gente que só tem um saco de arroz dentro de casa, porque desde sábado não trabalha”, a conjunção grifada:

       a- adiciona uma outra informação ao que foi dito antes;

       b- opõe-se negativamente ao fato positivo dito antes;

       c- introduz uma explicação para o que foi dito antes;

       d- tece uma hipótese sobre o que foi dito antes;

12- No enunciado “Os trabalhadores de rua não são todos iguais. Os camelôs estão nas ruas todos os dias e têm até público fixo. Os caixeiros andam por aí com uma caixa vendendo água ou refrigerante. Os toreros são os que, mesmo com fiscalização pesada, vendem “na tora”, em cima de caixas de papelão. E os barraqueiros montam barracas em eventos de rua. Por causa das diferenças, os ambulantes reivindicam também soluções diferentes.”, quais palavras (substantivos) foram usadas para nomear os diferentes tipos de vendedores ambulantes?

       a- trabalhadores de rua; camelôs; público fixo; caixeiros; fiscalização pesada; barraqueiros;

       b- trabalhadores de rua; camelôs; público fixo; toreros; fiscalização pesada; barracas; ambulantes;

       c- trabalhadores de rua; camelôs; caixeiros; toreros; barraqueiros; ambulantes;

       d- trabalhadores de rua; camelôs; caixeiros; público fixo; toreros; barraqueiros; ambulantes;

13- Segundo pesquisa, quantos ambulantes afirmam ser profissionais da área e que não pretendem mudar de profissão?

        a- 1.134;

        b- 676;

        c- 871;

        d- 85%;

        e- 15%.

14- No enunciado “Os toreros são os que, mesmo com fiscalização pesada, vendem “na tora”, em cima de caixas de papelão. E os barraqueiros montam barracas em eventos de rua.”, a conjunção grifada:

      a- adiciona informação ao que foi dito antes;

      b- explica o que foi dito antes;

      c- opõe-se positivamente ao que foi dito antes;

      d- tece hipótese sobre o que foi dito antes.

15- No enunciado “Eles querem colocar a gente pra concorrer com chinês e empresários, isso é uma covardia”, afirma Charles Antônio Miranda, camelô 42 anos.” , os verbos grifados são conjugações de quais formas verbais dicionarizadas?

     a- querer; er; afirmar; har;

     b- querer; estar; afirmar; houver;

     c- querendo; for; afirmar; houver;

     d- querer; ser; afirmar; haver.

16- No argumento “Por causa das diferenças, os ambulantes reivindicam também soluções diferentes.”, a palavra grifada pode ser substituída, sem alteração do sentido, por:

     a- imploram;

     b- solicitam;

     c- estudam;

     d- pesquisam.

17- Releia o texto-discurso e diga de quem é o discurso direto citado no trecho “O valor do metro quadrado é R$ 30 até o terceiro mês. Do quarto até o 15º mês, é R$ 217,60. Vai aumentando progressivamente até chegar a R$1.670 no 55º mês”:

        a- Fernanda Cosso;

        b- Cida Falabella;

        c- Áurea Carolina;

        d- Thayrine Rosilene de Almeida.

18- Qual discurso direto foi citado pela jornalista para denunciar manipulação da mídia em relação às reivindicações dos vendedores ambulantes?

       a- “Eles cortam tudo o que a gente fala”.

       b- “Eles querem colocar a gente pra concorrer com chinês e empresários, isso é uma covardia”.

       c- “Tem gente que só tem um saco de arroz dentro de casa, porque desde sábado não trabalha”.

       d- “O valor do metro quadrado é R$ 30 até o terceiro mês. Do quarto até o 15º mês, é R$ 217,60. Vai aumentando progressivamente até chegar a R$1.670 no 55º mês”.

 19- Produza um texto-discurso, dizendo o que você pensa dos prefeitos que proíbem os vendedores ambulantes de realizarem seu trabalho nas ruas das cidades.

A proibição do trabalho de vendedores ambulantes nas ruas é uma medida complexa que envolve diversos aspectos sociais, econômicos e políticos. Por um lado, a ocupação irregular de espaços públicos pode gerar problemas de ordem e organização urbana. Por outro, essa atividade representa uma fonte de renda para muitas famílias e contribui para a economia informal.

Ao proibir os camelôs, as prefeituras impedem que essas pessoas exerçam seu direito ao trabalho e à subsistência. Muitas vezes, essas pessoas não possuem qualificação para outros tipos de emprego e a informalidade é a única alternativa para garantir o sustento de suas famílias. Além disso, a repressão pode gerar conflitos sociais e aumentar a criminalidade.

É fundamental que as autoridades busquem soluções que conciliem a necessidade de organização urbana com a garantia dos direitos dos trabalhadores. A criação de espaços específicos para o comércio ambulante, a oferta de cursos de qualificação profissional e a formalização da atividade são algumas das medidas que podem ser adotadas.

É preciso reconhecer que a questão dos vendedores ambulantes não se resolve com simples proibições. É necessário um diálogo amplo e democrático entre os diversos atores envolvidos, buscando soluções que beneficiem tanto a sociedade como os próprios trabalhadores.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário