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quarta-feira, 4 de junho de 2025

MONÓLOGO: MEU NOME É JABERSON - FRAGMENTO - SANT'ANNA - COM GABARITO

 Monólogo: Meu Nome É Jaberson – Fragmento

                 Sant’Anna 

O personagem

Jaberson: é um adolescente que está apaixonado, tentando telefonar para a garota que ama. Mas não tem coragem.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLGETnKq3soY4c93vJ7pgu4NjU1zuNF1OTbtJxR5rjlJM8tJYbsXIgezGwNswsybQ3iPfugtsJ6-5GuHnORAKFhu85yOipGrMML0qIAcpPBmqKnXlzJsnqwORTFxvDToYn5TjZAh-G59LATytvpAxphUhiwLNb2R7UZNMuMuK6G74B7Wulogt8c5e8bwU/s320/depositphotos_8131011-stock-illustration-cartoon-businessman-on-his-mobile.jpg


Roteiro

        Toda a cena acontece em um quarto. No cenário, há uma cama e um espelho. Jaberson está na frente do espelho ensaiando o que vai dizer na ligação, com o telefone na mão.

        Jaberson:

        Oi, meu nome é Jaberson. Nós fomos colegas… sim, terminei meus estudos contigo. Isso mesmo! Ah, tenho 17, sim… Ainda lembra?

(interrompe)

        Droga! Está horrível! Ela vai pensar que sou um idiota!

(espera, suspira e respira fundo). Pega o telefone outra vez e fala para si mesmo.

        Jaberson:

        De novo.

(finge outra vez que está falando com Laura)

        Oi, Laura! É o Jaberson! Eu fiquei sabendo que tem um filme muito bom passando e quero lhe convidar para ir ao cinema comigo!

(interrompe de novo)

        Ah! Que porcaria! E se ela não se lembrar mais de mim?

Pega o telefone outra vez.

        Jaberson:

        Oi, é o Jaberson. Não sei se você ainda se lembra de mim… a gente estudou juntos no ano passado. Eu queria lhe dizer que sempre gostei de você e que não consigo lhe esquecer e…

(joga o telefone na cama)

        …que eu sou um grande idiota!

(Fala consigo mesmo)

        Tenho de parecer natural. Respira fundo! Calma! Todo mundo faz isso o tempo todo. Tenho de parecer natural. Respira fundo.

(Irônico, fala consigo mesmo no espelho com outra voz)

        Jaberson:

        É só o grande amor da sua vida. Estudou três anos com a Laura e nunca teve coragem de falar com ela… mas é a coisa mais natural do mundo: ligar depois que terminou os estudos e depois de um tempão para convidá-la para ir ao cinema. Já aproveita para pedir ela em casamento, lógico.

(muda de tom)

        Por que não falei com ela ontem, quando a vi no shopping com as amigas?

(fala pro espelho, irritado) 

        Covardão!

(Volta a ficar calmo)

        Jaberson: 

        Tenho de parecer natural. Respirar fundo. Ah, droga, melhor fazer isso logo!

        [...]

(fala na frente do espelho)

        Vamos lá, coragem. Afinal de contas, você é um homem ou um rapaz de dezessete anos?

(Liga para o número. Espera. Desliga, preocupado)

        Jaberson:

        E se o pai dela atender?

(olha pra cima)

        Ai, meu Deus, por quê? Por que é tão difícil amar?

(Faz uma voz bonita no telefone) 

        Oi, sogrão. Aqui é o seu futuro genro, o Jaberson… a minha amada está em casa?

(muda o tom para falar consigo mesmo)

        Tenho de parecer natural. Respira fundo! Calma! Vamos lá, azar… o que tem de acontecer vai acontecer. Pensamento positivo!

(toma coragem e liga. Espera um pouco...)

        Jaberson:

        Tá chamando! Ai, meu Deus… É agora! Alô, eu queria falar com a Laura. É… droga! Secretária eletrônica!

(desliga, rápido. Espera alguns segundos. Imita com voz de secretária eletrônica)

        Você ligou para 34562389. Deixe seu recado após o sinal…

(finge que está deixando o recado)

        Oi, Laura. Aqui é o Jaberson, seu colega do ano passado…

(interrompe e pensa consigo mesmo)

        E se eu deixar um recado tão original que ela não consiga resistir e acabe pensando que sou tão inteligente e tão maravilhoso… que ela queira ficar comigo? Vou fazer uma música pra ela!

(finge que está deixando recado, e canta uma música ao telefone – pode ser uma melodia conhecida)

        Aqui é o Jaberson, teu colega especial. Laura, Laura, Laura! Estou te ligando para…

(interrompe)

        E agora? Como vou terminar isso? Laura rima com o quê? Ah, se eu tivesse uma guitarra!

(Pega um instrumento musical de brinquedo: um xilofone ou flauta).

        Jaberson:

        Jaberson, o maior músico do Brasil, vai tocar seu novo sucesso: Laura!

(faz uns ruídos horríveis. Finge desespero, socando a cama, dramático)

        Por que eu não sei tocar nada? Que droga! Vou me matar!

(faz voz de noticiário de TV)

        Maior músico do Brasil encontrado morto! Morreu tentando telefonar!

        [...]

(Larga o telefone. Fica pensando um pouco)

        Jaberson:

        Por que ela não tem celular? Todo mundo tem telefone celular! Até eu tenho celular…

(fica triste, bastante pensativo. Depois lembra de algo)

        Por falar nisso, esqueci de ligar o meu depois que fui ao cinema ontem.

(olha o celular)

        Nossa, quatro recados! Não conheço esse número.

(Toca o celular que está na mão dele)

        Jaberson:

        Alô? Quem fala? Laura? Que Laura? Ah! Laura? Que foi minha colega? Claro… Ah, você me viu no cinema sozinho… e não teve coragem de falar comigo? Que bobagem, é a coisa mais natural. Queria ligar pra mim? Para ir ao cinema… puxa, que coincidência! Estou livre… qual é o filme?

        (fica vibrando e comemorando na frente do espelho)

         É, tenho 17 anos, sim…

(se atira na cama)

(Iluminação vai diminuindo. O restante do texto pode ser falado em um volume cada vez mais baixo)

        Jaberson:

        Ah, Como conseguiu meu telefone? Ah, tá… é, eu sei como é. Ensaiando na frente do espelho? Deve ter sido divertido… ocupado? Ah, minha irmã… o celular? Esqueci de ligar depois do cinema. Posso, sim. Nossa! Estou tão feliz…

SANT’ANNA, Victor M. Stand-up, monólogos e esquetes para um ator único. Disponível em: http://booksgoogle.com.br. Acesso em: 4 jan. 2012. (Fragmento).

Fonte: Língua Portuguesa: Singular & Plural. Laura de Figueiredo; Marisa Balthasar e Shirley Goulart – 6º ano – Moderna. 2ª edição, São Paulo, 2015. p. 40-43.

Entendendo o monólogo:

01 – Qual é o principal dilema de Jaberson no início do monólogo?

      O principal dilema de Jaberson é a sua falta de coragem para telefonar para Laura, a garota por quem ele está apaixonado. Ele ensaia várias vezes o que vai dizer, mas sempre desiste por medo de parecer um idiota ou de ela não se lembrar dele.

02 – O que o espelho representa para Jaberson durante suas tentativas de ensaio?

      O espelho representa um confidente e um público imaginário para Jaberson. É diante dele que ele ensaia suas falas, expressa suas frustrações, e até mesmo dialoga consigo mesmo, usando diferentes vozes para criticar sua própria covardia.

03 – Quais são as principais preocupações de Jaberson ao tentar ligar para Laura?

      Jaberson se preocupa com vários aspectos: se Laura se lembrará dele, se ele parecerá um idiota ao telefone, se o pai dela atenderá a ligação e como ele se comportará diante de uma possível rejeição ou constrangimento.

04 – Como Jaberson reage às suas próprias falhas e à sua inibição?

      Jaberson reage com frustração e autocrítica, chamando-se de "idiota" e "covardão". Ele demonstra um desespero cômico, chegando a dramatizar cenários de morte por não conseguir falar com Laura ou não ter habilidades musicais para impressioná-la.

05 – Que reviravolta inesperada acontece no final do monólogo?

      A reviravolta inesperada é que, enquanto Jaberson está se lamentando e percebendo que esqueceu de ligar seu próprio celular, Laura liga para ele. Isso inverte completamente a situação, mostrando que ela também estava interessada e hesitante em contatá-lo.

06 – O que a ligação de Laura revela sobre os sentimentos dela por Jaberson?

      A ligação de Laura revela que ela também tinha sentimentos e estava interessada em Jaberson. Ela o viu no cinema e não teve coragem de falar com ele, e também queria ligar para convidá-lo para ir ao cinema, mostrando uma reciprocidade de sentimentos e inseguranças.

07 – Qual é a principal mensagem ou tema que o monólogo transmite através das experiências de Jaberson?

      O monólogo transmite a mensagem de que a insegurança e o medo da rejeição são sentimentos comuns e muitas vezes infundados no contexto da paixão adolescente. A história de Jaberson, com seu humor e reviravolta, mostra que a coragem, mesmo que demore a aparecer, pode ser recompensada, e que as dificuldades muitas vezes são mais imaginárias do que reais.