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terça-feira, 16 de abril de 2024

POESIA: A TERRA QUE SE ABRE COMO FLOR - SÉRGIO COHN - COM GABARITO

 Poesia: A terra que se abre como flor

            Sérgio Cohn

Vamos nessa vamos partir desta terra

Vamos nos mandar 

Para que os filhos desta terra

Terra de sofrimentos 

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfpSdRbYp_CG0wE11y0ThstzHn5LiHUQylaRkggKFmcONzyW_YoK7HzbfFZ0S_nXilIl5jl9gUIVHjh9M0qN1YohrFyoKaUkm_xV9biOg3wrl1_TTEpr1C2tIdbl8gB88XcGMJg7Pgs3t1GkZq_c1DsdtL6VOYHewbqgHYZ3aWkRfnL7a36MRylWIlYps/s320/Guarani_girl.jpg  


Os poucos Mbyá que sobrem sobre ela

Fiquem numa boa. 

Eles dirão:

Ficamos numa boa.

Estamos numa boa.

A terra se abre como flor.

Todos podem ver

Nossa pequena família numa boa.

Alimentos brotam por encantamento para nossas bocas.

Queremos  

Encher a terra de vida

Nós os poucos (Mbyá) que sobramos

Nossos netos todos

Os abandonados todos

Queremos que todos vejam

Como a terra se abre como flor.

COHN, Sérgio (Org.). poesia.br: Cantos ameríndios. Trad. Douglas Diegues e Guilhermo Sequera. Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2012. p. 46.

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 68.

Entendendo a poesia:

01 – Sabendo que a história do povo Guarani, do qual faz parte o grupo Mbyá, é marcada por sucessivas perdas territoriais desde a presença dos colonizadores europeus no século XVI, como você interpretaria o verso: “Os poucos Mbyá que sobrem sobre ela “?

      O povo indígena Mbyá, entre outros grupos, foi, ao longo dos séculos, desaparecendo por ação do homem branco.

02 – O que você acha que significa ficar “numa boa”, tendo em vista sua compreensão global da canção?

      Significa ter a possibilidade de “encher a terra de vida” e vê-la se abrir “como flor”, ou seja, significa os Mbyá poderem ocupar sua terra, falar sua língua, perpetuar sua história.

03 – O que inspirou Sérgio Cohn a escrever o poema "A terra que se abre como flor"?

      O poema foi inspirado na luta e na esperança dos Mbyá, um povo indígena do Brasil, em preservar sua terra e cultura diante de desafios e adversidades.

04 – Qual é o tema central abordado no poema "A terra que se abre como flor"?

      O poema aborda a conexão entre o povo Mbyá e sua terra ancestral, expressando a esperança por uma vida próspera e harmoniosa no ambiente natural.

05 – Como a imagem da terra se abrindo como flor é usada no poema?

      A metáfora da terra se abrindo como flor simboliza a renovação, fertilidade e abundância que o povo Mbyá deseja para sua terra e comunidade.

06 – Quais são os sentimentos expressos pelos poucos Mbyá que restam na terra, conforme descrito no poema?

      Os Mbyá expressam sentimentos de resiliência, paz e contentamento, apesar das dificuldades enfrentadas, mostrando-se determinados a preservar seu modo de vida.

07 – Que papel desempenham os alimentos na narrativa do poema?

      Os alimentos representam a conexão vital entre o povo Mbyá e sua terra, simbolizando a sustentabilidade e a prosperidade que buscam alcançar em seu ambiente natural.

08 – Como a poesia de Sérgio Cohn destaca a importância da preservação da cultura indígena?

      O poema destaca a importância da preservação da cultura indígena ao retratar a luta do povo Mbyá em manter suas tradições, língua e vínculo com a natureza.

09 – Qual é a mensagem final transmitida pela imagem da "terra que se abre como flor"?

      A imagem da terra se abrindo como flor transmite a ideia de renovação e esperança, evidenciando a busca do povo Mbyá por um futuro próspero e harmonioso em sua terra ancestral.

 

domingo, 14 de abril de 2024

POESIA: VOSSA GRANDE CRUELDADE - FRANCISCO DA SILVEIRA - COM GABARITO

 Poesia: Vossa grande crueldade

             Francisco da Silveira 

Vossa grande crueldade, 

Minha gram desaventura, 

vossa pouca piadade, 

com minha gram lealdade, 

de mestura, 

fezaram minha trestura. 

 

A qual já dentro em mim jaz 

tanto nos bofes metida, 

que m’entristece, e me faz 

que me pese co’a vida. 

 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4LsfMUpvL73e19pPla7kOO5QMJ7JY9j6JehJwSMpmPs-WSdBJ-zDKHTrrq2J2mMxLxN1WKPNo9yYOHIp9K-y7_V7h7H4QFujkDW_uHsCnuEbeY25bjHCKgOujq-HZGyEZg_vwhFsGZ_HhsXHosaY7Wf9TpXPGew_RGxkdRpeSoarWIGYvSSQa6dsoKsc/s320/POESIA.jpg

Cesse vossa crueldade, 

Mude-se minha ventura, 

que, pois tendes fermosura, 

tende também piadade 

de mestura, 

nam me mate esta tristura. 

Garcia de Resende e o Cancioneiro geral. In: ROCHA, André e Crabbé. Lisboa: Instituto de Cultura Portuguesa, Presidência do Conselho de Ministros, Secretaria de Estado da Cultura, 1979. v. 31, p. 29 (Biblioteca Breve).

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 53-54.

Entendendo a poesia:

01 – De acordo com a poesia, qual o significado das palavras abaixo.

·        Desaventura: desventura, falta de sorte.

·        Piadade: piedade.

·        De mestura: misturada, junta.

·        Trestura: tristeza.

·        Jaz: está sepultado.

·        Bofes: (sentido figurado) coração.

·        Tristura: tristeza.

02 – A primeira estrofe da poesia é marcada pela presença dos pronomes vossa e minha. A quem eles se referem?

      “Vossa” refere-se à amada; “Minha” refere-se ao eu lírico sofredor.

03 – Na alternância entre minha e vossa constrói-se na poesia uma relação de causa e consequência. Explique essa afirmação.

      A crueldade da amante (causa) provoca no eu lírico “desaventura” (consequência) e a “pouca piadade” dela (causa) tem como consequência a “trestura” do sujeito lírico. Finalmente, o cessar da crueldade da amada (causa) fará a “ventura” do eu lírico mudar (consequência).

04 – A poesia apresenta uma organização temporal bem definida.

a)   Que tempo verbal predomina em cada uma das estrofes?

O tempo que predomina na primeira estrofe é o passado; na segunda estrofe, predomina o presente; na terceira estrofe, sugere-se o futuro.

b)   Explique de que forma essa diferenciação dos tempos verbais se relaciona com os sentimentos do eu lírico.

Na primeira estrofe, encontram-se as causas do sofrimento do eu lírico; na segunda estrofe, estão as consequências do sofrimento; na terceira estrofe, o eu lírico faz um pedido à amada.

05 – Ao longo dos versos, o eu lírico acusa a amada de ser cruel e de ter pouca piedade diante de sua “desaventura”.

a)   Que substantivo quebra essa caracterização negativa da mulher?

O substantivo “fermosura”.

b)   O que essa ruptura representa no contexto da poesia?

Representa que o eu lírico não resiste à “fermosura” de sua amada, por isso submete-se à sua crueldade e pouca piedade.

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

POESIA: RECEITA DE INVENTAR PRESENTES - ROSEANA MURRAY - COM GABARITO

 Poesia: Receita de inventar presentes

             Roseana Murray

Colher braçadas de flores

Bambus folhas e ventos

E as cores do arco-íris

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPUnXB83Lm4d87MfAGMV3R2-xL3HbLg26K8_wpsfnB88CrJoTz6UK-Py2r8Vmn4DIsD38nyuwS-KCGjo-9GewR41anO5Gbn9AB5l6EogdaYrgEeWKofLBxfUpAwLilCd23xt4KhzhPAI7PapHmyO34nV5G5d1b9122TDs3lmfH9wB9mp24YUCel3vjfLM/s320/FLORES.jpg


Quando pousam no horizonte

Juntar tudo por um instante

Num caldeirão de magia

E então inventar um pássaro louco

Um novo passo de dança

Uma caixa de poesia.

Roseana Murray e Elvira Vigna. Receitas de olhar. São Paulo: FTD, 1997.

Fonte: Coleção Desafio Língua Portuguesa – 5° ano – Anos Iniciais do Ensino Fundamental – Roberta Vaiano – 1ª edição – São Paulo, 2021 – Moderna – p. MP244.

Entendendo a poesia:

01 – Que elementos da poesia sugerem que se trata de uma receita?

      O título, os verbos no infinitivo e a própria intenção do texto: ele pretende ensinar um modo de inventar presentes.

02 – O que o poema tem de diferente de uma receita culinária?

      Os ingredientes e o produto final, além da estrutura do texto.

·        Quais seriam os ingredientes e o modo de fazer da receita.

Ingredientes: braçadas de flores, bambus, folhas, ventos e as cores do arco-íris.

O modo de fazer seria: colher ingredientes, juntar tudo por um instante num caldeirão de magia e inventar coisas diferentes.

03 – Circule no texto os presentes que podem resultar da receita.

      “Um pássaro louco / um novo passo de dança / uma caixa de poesia”.

04 – Afinal, esse texto é uma poesia ou uma receita? Explique.

      O texto subverte um gênero (a receita), utilizando elementos da estrutura desse gênero para compor uma poesia.

 

 

quarta-feira, 8 de novembro de 2023

POESIA: LÁGRIMAS NA CADEIRA DO DENTISTA - RENATA PALLOTTINI - COM GABARITO

 Poesia: Lágrimas na cadeira do dentista

              Renata Pallottini

Não, não é o dente que dói.
Não, o motor não incomoda.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirUfuRbdY0T-GMcv8w6pclRAqwPl319eE9uOcGfSldc1HS7NmszjOR8eysDSeYBZr1BiasWmQC-0jQ4jov9nrKQcN72hJG9dzUFYDxtpvQI7fKjG-bojLbrueBwX-FTvW4FA4SYv6oVMYEJArcf8KDRG-gRghd2N7wQwQRR_SDaAav8TO0DS4VzaubKU8/s1600/DENTISTA.jpg



Não me doem os dentes
mas quem morde.

Nunca o que dói é o aparente
senão o outro, de outra ordem
o oculto na cárie da vida, o tártaro
dos ossos,
na intempérie incisiva da dentadura mole.

Nunca o que dói, doutor,
é o que fazem as máquinas,
senão
o humano dessas brocas
os buracos
da alma.

Ponha ouro, doutor,
e seja lá o que possa
morder o dente, ávido de amor,
a conta, ao fim, é nossa.

Renata Pallottini, poetisa brasileira. Outono de 2004.

Entendendo a poesia:

01 – Qual é o tema central da poesia "Lágrimas na cadeira do dentista"?

      O tema central da poesia é a dor emocional e a angústia que a autora associa à visita ao dentista, em contraste com a dor física.

02 – Qual é a visão da autora em relação à dor de dente na poesia?

      A autora sugere que a dor de dente não é a principal fonte de sofrimento, mas sim as emoções e relações humanas.

03 – O que a autora diz sobre o motor e as máquinas usadas pelo dentista na poesia?

      A autora afirma que o motor e as máquinas não são os que causam o sofrimento, mas sim o "humano dessas brocas," ou seja, as ações e relações humanas.

04 – Qual é a metáfora usada pela autora ao mencionar "o humano dessas brocas"?

      A metáfora refere-se à ação humana, como se as brocas do dentista representassem a intrusão nas emoções e na alma.

05 – O que a autora pede ao dentista no poema?

      A autora pede ao dentista que coloque ouro em seu dente, sugerindo que o verdadeiro desejo do dente é o amor, e o custo final é "nossa" responsabilidade.

06 – Como a autora descreve a "cárie da vida" na poesia?

      A "cárie da vida" é descrita como o "oculto na cárie da vida, o tártaro dos ossos," referindo-se às questões mais profundas e ocultas que afetam a vida e a alma.

07 – Qual é a emoção predominante na poesia "Lágrimas na cadeira do dentista"?

      A emoção predominante na poesia é a melancolia, a angústia e a reflexão sobre a natureza da dor e do sofrimento humano.

 

 

POESIA: POR TI DEIXEI - RENATA PALLOTTINI - COM GABARITO

 Poesia: Por Ti Deixei

             Renata Pallottini

"Portanto, deixa o homem
a seu pai e a sua mãe,
e se une a sua mulher;
e são uma só carne."
Gênesis, 2:24

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoNmhw-i1M5UTyK0chnyW_KTgYQglayT9KBjm5YQTW3YyDy-a1YhOXsEUKMyh5DWhNCyMm75VIWRDKlR205OEiQR7aYRaQ5Vssn6FhIw66P_SpqkX59cg4lDU6QMWHocV_BBKQyttjw_ozIVNCEQeNcADrNOqKh5FGp7gNHU_w6RpfmYx5gK6Bj4dTpM0/s1600/GENESIS%202.jpg 


Por ti deixei, do meu rebanho lento
a alva timidez; da minha casa
o fogo acolhedor tornado brasa
e a brasa morta transformada em pranto.

Das mãos de minha mãe ficou-me o manto,
da boca de meu pai restou-me a frase
e estes meus olhos são cisternas rasas
onde à tardinha vem beber o vento.

Ponho a teus pés o meu desejo triste
que se renova numa força eterna,
e te ofereço uma fraqueza a mais;

pedaço do meu tronco que partiste,
carne, que foste um pouco de meu cerne!
À minha própria carne tornarás.

Renata Pallottini.

Entendendo a poesia:

01 – Qual é a passagem bíblica mencionada no início da poesia?

      A passagem bíblica mencionada no início da poesia é Gênesis, 2:24.

02 – O que o eu lírico deixou por amor na poesia?

      O eu lírico deixou sua "alva timidez," o "fogo acolhedor" de sua casa, e sua "brasa morta" por amor.

03 – O que ficou das mãos de sua mãe, de acordo com o eu lírico?

      Das mãos de sua mãe, o eu lírico afirma que ficou-lhe "o manto."

04 – Qual é a metáfora usada para descrever seus olhos no poema?

      O eu lírico descreve seus olhos como "cisternas rasas onde à tardinha vem beber o vento."

05 – O que o eu lírico oferece à pessoa amada na poesia?

      O eu lírico oferece seu "desejo triste" e uma "fraqueza a mais" à pessoa amada.

06 – Como a poesia sugere que a pessoa amada está ligada ao eu lírico?

      A poesia sugere que a pessoa amada está ligada ao eu lírico como alguém que faz parte de sua própria carne e cerne, indicando uma ligação profunda e indivisível.

 

 

POESIA: O DIAMANTE - RENATA PALLOTTINI - COM GABARITO

 Poesia: O diamante

             Renata Pallottini

Para que o diamante
no oco do ouro
no longo do dedo ?

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEic7_GpWQ5djudk8GdPeKcclF7my4o-HE8jiTISNHMTJw-RzdWDBKxOdxwDMpb3lNX5huDSnICrwyJ6EPqhcYuon_zvpPVzwDX02wcCoNuJGP3ATuxAzaLd00B7_tNaXrSvOcwldliSOhfTl_Pte34KiwiQBQnqlJaLDSjnnXTJX6Sy1NUgD2wPeZj7UMc/s1600/DIAMANTE.jpg



Ultrapassa o diamante
a beleza do copo
de estanho ?

Traz alegria ao homem
(ou à mulher amante)
mais que somente o amor
sem ornamentos ?

Come-se
o diamante ?
(- Sim, do que ele compra,
perdizes, ameixas,
queijos gordos, rãs...)

Porem ele próprio
escava no homem
minas de sangue...

O diamante amarga
o que era a criança

enquanto ilumina
a miséria humana.

Renata Pallottini

Entendendo a poesia:

01 – Qual é o contraste mencionado no início da poesia?

      O contraste mencionado no início da poesia é entre o diamante e o ouro.

02 – O que a poesia sugere sobre a importância do diamante em relação a outros objetos?

      A poesia sugere que o diamante pode não ser mais importante do que outros objetos, como um copo de estanho.

03 – Qual é o questionamento da poesia em relação à alegria e ao amor?

      A poesia questiona se o diamante traz mais alegria do que o amor sem ornamentos.

04 – Como o diamante é consumido de acordo com a poesia?

      Segundo a poesia, o diamante não é consumido como comida, mas sim usado para comprar coisas como perdizes, ameixas, queijos gordos e rãs.

05 – Qual é o impacto do diamante na humanidade, de acordo com a poesia?

      O diamante é mencionado como algo que ilumina a miséria humana, mas também como algo que escava minas de sangue no homem, sugerindo um contraste entre sua beleza e as consequências de sua extração.

06 – Como a poesia descreve o efeito do diamante na infância?

      A poesia afirma que o diamante amarga o que era a criança, indicando que ele pode representar a perda da inocência ou pureza.

 

POESIA: MONTA EM PÊLO ESSA BESTA - RENATA PALLOTTINI - COM GABARITO

 Poesia: Monta em pêlo essa besta

          Renata Pallottini

Monta em pêlo essa besta
Talvez que te derrube

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjq1dbv7jon8LvBSfMob499lyHT3uHIVtzp8nVQ5oV-vcMBSPkj-EPoYPui8MKoGx6R5M1KR6gq1tm1TspYZCp7IG51UX25_Ie5c8Zt2gDEIaam56fiS7BQBi2ePJgGaOXbHEyNRRlSWtw2CRV_kzyQJJJNcl4vL6-PW0CVxNmkYBa0gnqFROEhpy_XQZ0/s320/BESTA.jpg



Não dói mais que ver crianças
Derrubadas no entulho

Não dói mais que as sandálias
Lambuzadas de estrume

Não dói mais do que a dor
que não se torna música

Não dói mais que o amor
que dói mais do que tudo.

Monta em pêlo essa besta
ou te derruba o mundo.

Renata Pallottini

Entendendo a poesia:

01 – Qual é o tema central da poesia "Monta em pêlo essa besta" de Renata Pallottini?

      O tema central da poesia é a ideia de enfrentar desafios e dificuldades, simbolizados pela "besta," que pode derrubar o indivíduo, mas que, apesar disso, é menos doloroso do que testemunhar o sofrimento das crianças, a sujeira da vida e a dor que não se transforma em arte.

02 – O que a poeta compara à ação de montar na besta?

      A poeta compara a ação de montar na besta a enfrentar os desafios e obstáculos da vida, sugerindo que é preferível encarar esses desafios do que ignorar ou evitar as dificuldades.

03 – Quais são alguns dos exemplos de dor e sofrimento mencionados na poesia?

      Alguns exemplos de dor e sofrimento mencionados na poesia incluem crianças derrubadas no entulho, sandálias lambuzadas de estrume e a dor que não se torna música.

04 – O que a poeta sugere ser mais doloroso do que montar na besta?

      A poeta sugere que é mais doloroso testemunhar o sofrimento das crianças, lidar com situações sujas e repugnantes (simbolizadas pelas sandálias lambuzadas de estrume) e sentir a dor emocional que não é transformada em arte ou expressão criativa.

POESIA: QUEM NUNCA ANDOU DE BONDE - RENATA PALLOTTINI - COM GABARITO

 Poesia: Quem nunca andou de bonde

             Renata Pallottini

Quem nunca andou de bonde
não sabe essa alegria elétrica do passeio
não virou a rua Direita em frente à Amarante
nem nunca tentou descer com o bonde andando
mesmo sendo menina

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhS17LTtyER6hyOAt2L5ytgOrV2-z4j8qaMbmjCS6-dj_aVALg5ZigRHy0DhakGMHKyOzIzBx0ANhO5Urw13K2-aNyYny_l6nzUe8TTPIeL3n2eIQ_kwwW8hXV7WcH2hXTUNjPl5eYbD5GO3nXGJKWDTxNuv4zjpX6ipm5oHLtVoLw3Qeq_N0jnNOFUnwk/s1600/BONDE.jpg



Também não andou nunca
equilibrando-se nos trilhos
sonhando que eles levavam a algum lugar
misterioso
e que tudo seria diferente
quando se chegasse ao fim (que não havia)
dos trilhos do bonde

Quem nunca andou de bonde
não sabe que descer do lado errado
é perigo de vida
e que descer do lado certo não garante nada

Quem nunca andou de bonde é jovem
e bonito
Mas não ouviu cantar o bonde
quando o seu motorneiro
batia o pé com força atrás do bloco de Aristéia
oh Carnavais , oh suco
dos canaviais...

No bonde o vento atravessava
as penas
todas

Mamãe pedia para eu ir no colo
Eram tempos difíceis
Vivê-los era fácil
(era infância)

O meu bonde cantava quando descia a Glória
Parecia uma avó quando pensa na gente
Era como ter pai
como não ser (ou ser) pingente

Era a glória
Mesmo quando ia pela Liberdade

Ou
talvez
por isso.

Renata Pallottini

Entendendo a poesia:

01 – Qual é o tema central da poesia?

      O tema central da poesia é a experiência de andar de bonde e as memórias e sensações associadas a essa experiência.

02 – O que a autora descreve como uma "alegria elétrica do passeio" na poesia?

      A autora descreve a sensação de alegria e excitação de andar de bonde, que é movido eletricamente, como se fosse uma experiência única e emocionante.

03 – Por que a autora menciona a rua Direita em frente à Amarante na poesia?

      A rua Direita em frente à Amarante provavelmente é um local que a autora associou a suas memórias de andar de bonde, evocando um senso de nostalgia e familiaridade com o cenário.

04 – O que a autora sugere ao mencionar "equilibrando-se nos trilhos" e sonhando que eles levam a algum lugar misterioso?

      A autora sugere a ideia de aventura e imaginação, representando a sensação de que os trilhos do bonde poderiam levar a destinos desconhecidos e emocionantes.

05 – Por que a autora menciona que "descer do lado errado é perigo de vida" na poesia?

      Isso sugere que a ação de descer do bonde do lado errado pode ser perigosa, indicando que a autora estava ciente dos riscos associados a essa ação.

06 – Como a autora descreve a sensação de andar de bonde em relação aos ventos e penas?

      A autora descreve que no bonde, o vento atravessava todas as penas, possivelmente aludindo à sensação de liberdade e alegria que se experimentava ao andar de bonde, especialmente na infância.

 

POESIA: PRIMEIRO FOI A NOITE - RENATA PALLOTTINI - COM GABARITO

 Poesia: Primeiro Foi a Noite

              Renata Pallottini

"No princípio criou Deus o céu e a terra.”
Gênesis, 1:1

Primeiro foi a noite. E a noite feita,
desta engendrou-se a luz, julgada boa.
Depois, fez-se o agudo desespero do céu.
E a terra. E as águas separadas.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3EpOVipI33C8_yDCgGSN6TltYbhe5o-aKZv0UyZFF-Ur2GFoi-TQlewGwPY9BWOlLL92BZiGH67gRMyRs8HI_WhOT9OFxNWSEyEgg5RhbwcFBuTtqNARbc0IUypyFxuz1x2q_xb-skMLFiHAYs69VYEZ8QlMUc7BgYBjkQQIAdMjp2Hqe3Bf9oJX0L1Y/s1600/GENESIS.jpg



E um mar se fez, da lúcida colheita
das águas inferiores. A coroa
tornou-se firmamento. "Haja luzeiros" —
ordenou-se às estrelas debulhadas.

Houve flores estáticas e flores
que procuravam flores; e houve a fome
de carne e amor e dessa fome as dores

e das dores o Homem. Deste, esquiva,
toda fome, sua fêmea, e no seu sexo,
mais uma vez a noite primitiva.

Renata Pallottini.

Entendendo a poesia:

01 – Qual é a referência bíblica mencionada no início da poesia?

      A referência bíblica mencionada no início da poesia é "Gênesis, 1:1", que é o primeiro versículo do Livro de Gênesis na Bíblia.

02 – Qual elemento da criação é mencionado como o primeiro a existir?

      A noite é mencionada como o primeiro elemento da criação.

03 – Quais são os eventos subsequentes à criação da noite mencionados na poesia?

      Após a criação da noite, a poesia menciona a criação da luz, a formação do céu, a terra e a separação das águas.

04 – O que é criado a partir das águas inferiores?

      Um mar é criado a partir das águas inferiores.

05 – O que é ordenado em relação às estrelas na poesia?

      É ordenado que as estrelas sejam luzeiros.

06 – Como a poesia aborda a ideia da fome, do desejo e do relacionamento entre homens e mulheres?

      A poesia aborda a fome de carne, amor e as dores resultantes desse desejo. Ela menciona o Homem, sua busca por uma companheira e como isso ecoa a noite primitiva, sugerindo a continuidade do desejo e da busca por relacionamentos.

 

 

domingo, 29 de outubro de 2023

POESIA: VIAGEM - RENATA PALLOTTINI - COM GABARITO

 Poesia: VIAGEM

            Renata Pallottini

Faço uma viagem

quase sem sentido.
Preparo a bagagem.
Mas por que motivo?

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0GXnaV-ED6YftK1ZiwxFCe5VJv1eGOganh3xSWU8XibUOX7ewp4GNG2FQZA-dwwGlcGlIuHAdzBNF_yxOb8NSQgzxpUXnk7c41jYWY71KwLegwobl9YLnc2j82AQrNE7ubfh6AAJIWKxsIhF6GPdlW6EXic7AKZ9uQUHf9NFnlMe9NhjexiU5xPI__6U/s320/VIAGEM.jpg



Nada me motiva
salvo um emotivo
grave coração
que me olha nos olhos
e diz: tens razão.

Vai e sem motivo.
Antes sim que não.

Renata Pallottini.

Entendendo a poesia:

01 – Qual é o tema central da poesia "VIAGEM" de Renata Pallottini?

      O tema central da poesia "VIAGEM" é a ideia de fazer uma viagem sem motivo aparente, guiada pelo coração e pelas emoções.

02 – Por que a pessoa na poesia prepara a bagagem mesmo sem um motivo aparente?

      A pessoa prepara a bagagem sem motivo aparente porque está sendo motivada pelo seu coração e emoções, em vez de razões lógicas ou práticas.

03 – Qual é a motivação principal da pessoa na poesia para fazer a viagem?

      A motivação principal da pessoa na poesia é o "grave coração" que olha nos olhos dela e diz que ela tem razão em fazer a viagem, mesmo que não haja um motivo claro.

04 – Qual é a atitude sugerida pelo poema em relação a fazer a viagem?

      O poema sugere uma atitude de seguir o coração e as emoções, mesmo que a viagem não tenha um propósito aparente. É uma celebração da espontaneidade e da busca do que faz sentido emocionalmente.

05 – Como a autora, Renata Pallottini, expressa a ideia de viajar "antes sim que não" na poesia?

      A autora expressa a ideia de viajar "antes sim que não" enfatizando a importância de agir e aproveitar a oportunidade de fazer a viagem, mesmo que não haja um motivo lógico, pois a emoção e a intuição podem ser guias valiosos.

 

 

 

POESIA: INVERNO - RENATA PALLOTTINI - COM GABARITO

 Poesia: INVERNO

            Renata Pallottini

Parece de metal a noite destas ruas.

Os homens estão quietos nos portais.

 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFl-rK9ojR_RcE9JK7TpjAdy7V5CuVyetIHIXa6sArZJWFGNUm8cMGZ3jiTD3qiwstaepbR_B5M2wF8PAb0lgi2ZWXo6fTF6tFNHHcUDBxyk08asBweFPKbhm1rSMRYA7iRrsBUdrMLtbrthBmuFPQIJ4nam55LtdKuDHnHRTAHM0QFQyTmcC58rxRLRQ/s320/INVERNO.jpg

A luz corta. A esperança não desperta.

Esqueceram acesa a lâmpada da porta.

 

Donos cobrem de lanças os espaços,

de espadas os desvãos e de lama

os jornais.

Amanhã com certeza os bancos se abrirão.

Por que não? Será um dia como os outros

cheio de transversais e comerciais.

 

Apagou-se a fogueira dos choferes.

A madrugada roxa parte o coração

dos pombos

dos meninos

das mulheres.

 

Onde é que toda essa gente se banha?

Que será deles todos?

Para qual

deles alguma vida se fará?

Para quem se abrirá alguma fresta?

 

Folhas de vidro as árvores.

E eu

estou voltando de uma grande festa.

Merda! Só isso.

Estou voltando

de uma grande festa.

Renata Pallottini.

Entendendo a poesia:

01 – Como a noite é descrita no início da poesia?

      A noite é descrita como "de metal" nas ruas.

02 – O que os homens estão fazendo nos portais durante a noite descrita na poesia?

      Os homens estão quietos nos portais.

03 – O que aconteceu com a lâmpada da porta mencionada na poesia?

      A lâmpada da porta foi esquecida acesa, não foi apagada.

04 – Como os donos cobrem os espaços e desvãos?

      Os donos cobrem os espaços com lanças e os desvãos com espadas.

05 – O que a autora sugere sobre o futuro no poema?

      A autora sugere que os bancos se abrirão no dia seguinte, como em qualquer outro dia, cheio de atividades comerciais.

06 – O que a madrugada roxa faz no poema?

      A madrugada roxa parte o coração dos pombos, dos meninos e das mulheres.

 

POESIA: CEREJAS, MEU AMOR - RENATA PALLOTTINI - COM GABARITO

 Poesia: Cerejas, meu amor

             Renata Pallottini

Cerejas, meu amor,
mas no teu corpo.
Que elas te percorram
por redondas.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdhyYKhvvvpQywd-tiGTgTnvZ-5n33FinfEA0di58uNulkg4AomTiNZw5bdStIPFsRJzuyQmAqCfPsXGbd8sSHT21sCKU0fbkPl9TuSvVlDt7gqkeiSjtK0nzkDARfVo2yVap5ZRRsdnQmc4B6V39Tt1Wl-XM7_OeWf4_K58y_8sdksb3Aye0a3xYCeho/s1600/CEREJA.jpg


E rolem para onde
possa eu buscá-las
lá onde a vida começa
e onde acaba

e onde todas as fomes
se concentram
no vermelho da carne
das cerejas...

Renata Pallottini.

Entendendo a poesia:

01 – Qual é a imagem central do poema?

      A imagem central do poema é a das cerejas percorrendo o corpo do amado.

02 – O que o eu lírico deseja fazer com as cerejas no corpo do amado?

      O eu lírico deseja buscar as cerejas no corpo do amado, onde a vida começa e onde acaba.

03 – Como as cerejas são descritas no poema?

      As cerejas são descritas como redondas e vermelhas.

04 – Onde se concentram "todas as fomes" no poema?

      No poema, todas as fomes se concentram "no vermelho da carne das cerejas".

05 – Qual é a sensação predominante transmitida pelo poema?

      O poema transmite uma sensação de desejo e sensualidade, utilizando a metáfora das cerejas para evocar a intimidade e o apetite do eu lírico.