Poesia: Morte (hora do delírio) – Fragmento
Junqueira Freire
[...]
Não achei na terra amores
Que merecessem os meus.
Não tenho um ente no mundo
A quem diga o meu – adeus.
Não posso da vida à campa
Transportar uma saudade.
Cerro meus olhos contente
Sem um ai de ansiedade.
Por isso, ó morte, eu amo-te e
não temo:
Por isso, ó morte, eu quero-te comigo.
Leva-me à região da paz horrenda,
Leva-me ao nada, leva-me contigo.
Junqueira Freire. In: CANDIDO, Antônio; CASTELLO,
José Aderaldo. Presença da literatura brasileira: Romantismo, Realismo,
Parnasianismo, Simbolismo. 7, ed. ver. Rio de Janeiro/São Paulo: Difel, 1978.
v. 2, p. 35-36. (Fragmento).
Fonte: Português –
Literatura, Gramática e Produção de texto – Leila Lauar Sarmento & Douglas
Tufano – vol. 2 – Moderna – 1ª edição – São Paulo, 2010, p. 108.
Entendendo a poesia:
01 – Qual a principal temática
abordada no fragmento?
A principal
temática do fragmento é a aceitação da morte como um alívio para os sofrimentos
da vida. Junqueira Freire expressa um desejo de morrer em paz, livre das dores
e amarguras do mundo.
02 – Como o eu lírico se sente
em relação à morte?
O eu lírico
demonstra um profundo desejo pela morte, vendo-a como uma libertação. Ele não
teme a morte, mas a acolhe como um amigo, um refúgio para a alma cansada.
03 – Que sentimentos o eu
lírico expressa em relação à vida?
O eu lírico
demonstra um sentimento de desencanto com a vida. Ele não encontra mais motivos
para viver, pois não possui laços afetivos profundos e não encontra felicidade
no mundo.
04 – Qual o significado da
frase "Não posso da vida à campa / Transportar uma saudade"?
Essa frase
significa que o eu lírico não tem nada a lamentar ao deixar a vida. Ele não
possui arrependimentos, nem saudades, pois não encontra mais valor nas coisas
do mundo.
05 – Como a morte é
representada no poema?
A morte é
representada como um estado de paz e tranquilidade, um lugar onde o eu lírico
finalmente encontrará descanso. A morte é vista como uma libertação dos
sofrimentos da vida.
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