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domingo, 17 de julho de 2022

POEMA: O AMOR, ESSE SUFOCO - PAULO LEMINSKI - COM GABARITO

 Poema: O amor, esse sufoco

                Paulo Leminski

O amor, esse sufoco,
agora a pouco era muito,
agora, apenas um sopro.
Ah, troço de louco,
corações trocando rosas,
e socos.

Paulo Leminski. In: MARINS, Álvaro; GÓES, Fred (Org.). Melhores poemas de Paulo Leminski. 5. ed. São Paulo: Global, 1996.

Fonte: Livro Língua Portuguesa – Singular & Plural – 7° ano – Laura de Figueiredo – 2ª edição. São Paulo, 2015 – Moderna. p. 178-9.

Entendendo o poema:

01 – O poema se vale de palavras mais ou menos cotidianas?

      Trata de palavras mais corriqueiras, cotidianas.

      Essa escolha de palavras caracteriza uma linguagem mais ou menos formal?

A escolha de palavras cotidianas caracteriza uma linguagem menos formal.

02 – Releia o poema, prestando atenção no par de palavras: sufoco/sopro.

·        O uso dessa palavras sugere que o amor é um sentimento estável ou instável? Por quê?

É um sentimento instável, que muda radicalmente, indo da sensação intensa de um sufoco à de um sopro, que é quase imperceptível.

03 – Nos versos 2 e 3 são trabalhadas duas expressões que marcam o tempo. Transcreva-as no caderno.

·        Discuta: o que elas podem sugerir sobre o tempo em que ocorrem mudanças no amor?

“Agora há pouco” e “Agora”. Essas expressões sugerem o curto intervalo em que o amor se transforma.

04 – A maior parte dos versos tem sete sílabas poéticas, a chamada redondilha maior, e há, ainda, versos menores.

a)   Essa quantidade de sílabas estabelece um ritmo mais ou menos acelerado?

Essa quantidade de sílabas dá ao poema um ritmo mais acelerado, com menor intervalo entre as sílabas tônicas.

b)   Esse ritmo combina com o que se diz sobre o tempo nas mudanças do amor?

O ritmo combina com a ideia de passagem rápida do tempo para as mudanças no amor.

05 – Que outra antítese é usada nos dois últimos versos?

      Rosas e socos.

06 – Quando se refere a corações, o poema fala mesmo do órgão humano? Por quê?

      Não, pois corações não podem trocar rosas e socos.

07 – Que expressão idiomática é usada para falar do amor?

      Troço de louco.

       Ela pode ser tomada como uma síntese do que o eu lírico acha do amor? Por quê?

Sim, pois essa expressão significa aproximadamente algo que não pode ser compreendido e o amor, na perspectiva do eu lírico, é algo confuso, contraditório, ora intenso, ora quase inexistente, motivando os amantes a agirem com ambiguidade.

08 – Como você declamaria esse poema? Imagine e ensaie bem para depois poder declamar com seus colegas!

      Resposta pessoal do aluno.

 

sábado, 12 de fevereiro de 2022

CONTO: A NOITE DOS ESPETÁCULOS - PAULO LEMINSKI - COM GABARITO

 Conto: A Noite dos Espetáculos

           Paulo Leminski


        A Noite dos Espetáculos só acontecia de cinco em cinco anos, quando o elefante branco fazia aniversário.

        O Rei, a Rainha e a Princesa se sentariam nos tronos para ver as danças, as acrobacias e as lutas, até chegar o elefante branco, conduzido por um menino.

        O elefante branco deveria se ajoelhar diante do Grande Rei, levantar a cabeça e emitir um grito. Assim faziam os elefantes brancos desde os tempos do avô do Grande Rei.

        Quando a festa começou, o Palácio parecia estar em chamas de tantas luzes. Escravos e escravas corriam de um lado para outro, trazendo ou levando coisas. Baita, com dois cães, estava ao lado do trono vazio esperando a hora de o Rei chegar.

        De repente, soaram trombetas, a multidão abriu caminho e passou um elefante trazendo a Rainha. A Rainha desceu, foi até o trono e sentou.

        De novo soaram as trombetas. Era o animal trazendo a Princesa para a cerimônia.

        Mas algo parecia errado, ele começou a balançar, uma tragédia estava para acontecer.

        Do lado do trono vazio, esperando o Rei, com um cachorro em cada mão, Baita percebeu logo o perigo. Ele conhecia os elefantes como se fosse um deles.

        Percebeu que o que trazia a Princesa era uma fêmea grávida. E sabia que as fêmeas grávidas têm medo de fogo.

        Desatou dos pulsos as coleiras dos cachorros e saltou para o pátio, correndo para o animal enfurecido como se corresse para seu grande destino.

        A multidão tinha se afastado. Parecia que a Princesa ia cair a qualquer momento da cesta.

        Baita chegou diante da elefanta, jogou-se no chão e se encolheu como um caramujo. Ela ainda se agitou um pouco. Mas logo parou e estendeu a tromba para acariciar as costas do Mestre do Cachorros. Dava para ouvir uma mosca voar no imenso pátio do Palácio.

        Tudo voltou ao normal, as pessoas voltaram a murmurar e a respirar. A Princesa desceu sob os aplausos e o som das trombetas.

        Agora só faltava o Grande Rei.

        Sua entrada foi recebida de acordes de música e trombetas, coros de vozes masculinas e femininas e gritos ritmados da multidão. Seu elefante era o maior de todos, um macho gigantesco que entrou majestoso no pátio. A figura do Rei estava encoberta por um véu de seda, já que era crime ver seu rosto. O Grande Rei era, sobretudo, uma voz.

        E assim que se sentou no trono, a voz falou:

        -- Na Noite dos Espetáculos, sempre acontecem coisas. Hoje vimos um oficial da Guarda acalmar um elefante furioso. Que pode um homem contra um elefante? Um elefante é o mar, um homem é uma gota-d’água. Mas este homem pôde com um elefante. Não fosse ele, estaríamos chorando a morte da Princesa.

        Este homem que tem poderes sobre os elefantes é, a partir de agora, meu novo Chefe da Guarda. Ele é agora o Mestre dos Elefantes.

LEMINSKI, Paulo. Guerra dentro da gente. 5. ed. São Paulo: Scipione, 1993, p. 51-2.

                  Fonte: Língua Portuguesa – Coleção Mais Cores – 5° ano – 1ª ed. Curitiba 2012 – Ed. Positivo p. 110-4.

Entendendo o conto:

01 – Essa história é real ou ficcional? Quem a criou?

      Ficcional. Criada por Paulo Leminski.

02 – Explique por que a Noite dos Espetáculos só acontecia de cinco em cinco anos.

      Porque era comemorado o aniversário do elefante branco, o qual fazia de cinco em cinco anos.

03 – Quais são as personagens principais desse cerimonial?

      O Grande Rei e o elefante branco.

04 – Na cerimônia acontecia um ritual de apresentação do elefante branco perante os reis. Descreva como você entendeu esse ritual.

      Resposta pessoal do aluno.

05 – Ao final da cerimônia, quem se tornou o personagem mais importante? Por quê?

      O mestre dos cachorros, por ter salvo a Princesa da ira do elefante que a carregava.

06 – De que maneira Baita foi recompensado?

      Ele recebeu o reconhecimento do Grande Rei, que promoveu ao cargo de Chefe da Guarda e o Mestre dos Elefantes.

07 – Escreva os verbos que aparecem nos trechos abaixo.

a)   “A Noite dos Espetáculos só acontecia de cinco em cinco anos”.

Acontecia.

b)   “O elefante branco deveria se ajoelhar diante do Grande Rei [...]”.

Deveria e ajoelhar.

c)   “Baita chegou diante da elefanta, jogou-se no chão e se encolheu como um caramujo”.

Chegou, jogou-se e encolheu.

08 – A que tempo se referem os verbos em destaque nas frases abaixo?

a)   A Princesa jogou o véu que cobria sua face.

Pretérito.

b)   O Grande Rei falará para o público.

Futuro.

c)   Baita é, agora, o Mestre dos Elefantes.

Presente.

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

HAICAI: SINO - PAULO LEMINSKI - REPETIÇÃO DE SONS - COM GABARITO

 Haicai: Sino


 Fonte da imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgX5pSnyIjEqLXIlFJJXR8Bb4CJLdiwymVDuDvLJxrg3jpq1ud0i3PGXBkdFvsUYqG8x8OHh1dkfaC6ownWntWOgeAcaDI5Tp56ahyphenhyphenVvpit3JyzaMcAZldnnpSLFcL_s7wu9XCzPXScL5M/s288/SINO.jpg

LEMINSKI, Paulo. [Haicai]. Melhores poemas: Paulo Leminski. São Paulo: Global, 2015. p. 27.

Fonte: Língua Portuguesa – Programa mais MT – Ensino fundamental anos finais – 9° ano – Moderna – Thaís Ginícolo Cabral. p. 385.

Entendendo o haicai:

01 – Qual é o assunto tratado nesse poema? Que elementos do texto marcam isso?

      O assunto é o som do sino, e os elementos que marcam isso são o léxico escolhido e a repetição dos sons que indicam os produzidos por um sino.

02 – A sonoridade do poema se dá pela repetição dos sons. Quais sons estão sendo repetidos nele?

      O som da consoante s e das vogais i e o.

HAICAI: CIGARRAS - MATSUO BACHÔ - PAULO LEMINSKI - ALITERAÇÃO - COM GABARITO

 Haicai: Cigarras


 Fonte da imagem -https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPYSghCIWbd6jiRid-sonZOD2ejQ57JECtrkirlHJcw1BXlagDmtU3rlX8kCPx2d13s0lekvuxeTaa80obVmowVxMIZMnXSoyEhCQNwRiAp7aHcW58UsmN0Cpz0VG4591zf6YDhi3B2Vs/s259/CIGARRAS.png

BACHÔ, Matsuo. A lágrima do peixe. In: LEMINSKI, Paulo. Vida; Cruz e Souza, Bashô, Jesus e Tróski. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p. 93.

Fonte: Língua Portuguesa – Programa mais MT – Ensino fundamental anos finais – 9° ano – Moderna – Thaís Ginícolo Cabral. p. 384.

Entendendo o haicai:

01 – O que produz a sonoridade desse haicai?

      A repetição consonantal dos sons, como o som do /s/ na palavra som e cigarras e do /p/ em penetra e pedras.

02 – Como chamamos essa figura de linguagem?

      Chamamos de aliteração.

 

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

POEMA: AIS E MENOS - PAULO LEMINSKI - COM GABARITO

 POEMA: AIS E MENOS

Fonte da imagem - https://www.blogger.com/blog/post/edit/7220443075447643666/5478223307413604545#

     Paulo Leminski

 



Senhor,


Peço poderes sobre o sono,
esse sol em que me ponho
a sofrer meus ais ou menos,
sombra, quem sabe, dentro de um
sonho.


Quero forças para o salto
do abismo onde me encontro
ao hiato onde me falto.


Por dentro de mim, a pedra,
e, aos pés da pedra,
essa sombra, pedra que se esfalfa.


Pedra, letra, estrela à solta,
sim, quero viver sem fé,
levar a vida que falta
sem nunca saber quem é.

                                                     Paulo Leminski

Fonte da imagem:https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3DJuobuLMydn4&psig=AOvVaw3aFfQyM9YWCa5rOGOqdujb&ust=1607093379752000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCICp3cWHsu0CFQAAAAAdAAAAABAD

Entendendo o poema

       1)   O poema apresenta elementos característicos de outro gênero do discurso, que é:

a)   a receita.

b)   a oração.

c)   a canção.

d)   o anúncio publicitário.

e)   o relato.

2) Um trecho do poema surpreende por se opor, no plano das ideias, ao que se espera no gênero identificado na questão anterior. Trata-se do(s) verso(s):

    a) "peço poderes sobre o sono"

    b) "Quero forças para o salto/do abismo onde me encontro"

    c) "esse sol em que me ponho"

   d) "levar a vida que falta"

   e) "sim, quero viver sem fé"

3)   O eu lírico conta algo que:

a)   Está acontecendo no presente.

b)   Aconteceu em um passado bem próximo.

c)   Aconteceu num passado distante.

d)   Acontecerá num futuro bem próximo.

4)   De que se trata o poema?

          O eu lírico faz uma oração, pois se encontra angustiado, triste.

         5)   O que o eu lírico pede ao Senhor?

            Pede poderes sobre o sono, forças sobre o salto do abismo e pede para viver.

       6)   Há efeitos sonoros no poema? Quais?

          Sim. Há aliteração e paronomásia.

      7)   Nos versos:

         “ Por dentro de mim, a pedra,

         e, aos pés da pedra,

        essa sombra, pedra que se esfalfa.”

        Que figura de linguagem há nesses versos?

         Aliteração (repetição de um fonema ou palavra).

      8)   O título do poema motiva a leitura?

        Sim, pois o autor nos chama atenção ao escrever “ais”, despertando a curiosidade em saber porque não usou “mais” já que a próxima palavra é “menos”.

      9)   Em que verso há a figura de linguagem paronomásia (palavras com sonoridade     semelhantes)?

        No verso: “Pedra, letra, estrela a solta...”

      10)   É possível fazer uma reflexão com a leitura desse poema? Você concorda com as afirmações feitas pelo eu lírico?

      Resposta pessoal.


quarta-feira, 1 de julho de 2020

POEMA: BEM NO FUNDO - PAULO LEMINSKI - COM GABARITO

Poema: Bem no fundo

         Paulo Leminski

No fundo, no fundo,
bem lá no fundo,
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto.


A partir desta data,
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela — silêncio perpétuo.


Extinto por lei todo o remorso,
maldito seja quem olhar pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais.


Mas problemas não se resolvem,
problemas têm família grande,
e aos domingos saem todos passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas.

Paulo Leminski.

Entendendo o poema:

01 – O poema estrutura-se em três momentos de significação, que podem ser assim caracterizados: hipótese (1ª estrofe); decreto (2ª e 3ª estrofes); conclusão reflexiva (4ª estrofe). Nomeie o recurso formal que expressa a hipótese no primeiro momento do texto:

      O recurso formal é a repetição nos versos: “No fundo, no fundo, / bem lá no fundo...”.

02 – “Maldito seja quem olhar pra trás, / lá pra trás não há nada, / e nada mais. Que o autor quis dizer?

      Que olhar para trás é voltar sua atenção ao passado e a nossa memória nem sempre é confiável, sem perceber, podemos minimizar nossos problemas do passado. Essa recordação distorcida pode nos levar a ter saudades dos bons velhos tempos.

03 – No poema, o autor apresenta, nos versos iniciais, um hipotético desejo que ele mesmo se encarrega de neutralizar, por meio de um procedimento sintático que se inaugura com uma oração de natureza:

a)   Adversativa.

b)   Aditiva.

c)   Alternativa.

d)   Conclusiva.

e)   Explicativa.

04 – Se nossos problemas fossem resolvidos por decreto, como seria?

      O poder executivo estaria, então dando as ordens necessárias para todo e qualquer ato em prol das suas resoluções, pudessem ser exercidos a favor de uma vida repleta de fatos e soluções. A felicidade ganharia uma obrigatoriedade justa e precisa.

05 – A expressão “silêncio perpétuo” é usado no meio jurídico para expressar o quê?

      O Código Civil faz menção expressa a questão em estudo, dispondo em seu artigo 111 que “o silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa”.

      Perpétuo – Que dura e permanece para sempre.

 

 


sexta-feira, 1 de maio de 2020

POEMA: MINHA MÃE DIZIA - PAULO LEMINSKI - COM QUESTÕES GABARITADAS

Poema: Minha mãe dizia
           
   Paulo Leminski

Minha mãe dizia
-- Ferve, água!
-- Frita, ovo!
-- Pinga, pia!
E tudo obedecia.

Poesia fora da estante. In: Vera Aguiar, coord. Porto Alegre: Projeto, 1995. p. 104.
Fonte: Livro – PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 7ª Série – Atual Editora -1998 – p. 93.
Entendendo o poema:

01 – O poema retrata algumas experiências de um garoto durante a infância. Essas experiências são descritas por um eu lírico adulto ou criança? Justifique sua resposta com base nos tempos verbais do 1° e 4° versos.
      Por um eu lírico adulto, pois os verbos estão no pretérito imperfeito e sua visão dos fatos é distanciada.

02 – O poema está organizado em três estrofes: a 1ª e a última possuem um único verso, e a 2ª é formada por três versos introduzidos por travessão – sinal de que alguém está falando.
a)   Quem é o emissor dessas falas? Justifique sua resposta com um verso do poema.
É a mãe, conforme comprova o 1° verso: “minha mãe dizia”.

b)   A que ou a quem esse emissor se dirige quando fala?
À água, ao ovo e à pia.

c)   Qual é a função sintática dos termos que o emissor evoca?
São vocativos.

d)   As ações expressas pelos verbos ferver, fritar e pingar estão relacionadas a que tipo de atividade diária do emissor?
Estão relacionadas às atividades cotidianas de uma dona de casa.

03 – Os elementos evocados pelo emissor na 2ª estrofe são retomados por uma única palavra.
a)   Qual é essa palavra?
Tudo.

b)   A que classe gramatical ela pertence e qual é a função sintática?
É um pronome indefinido, com a função sintática de aposto.

c)   Com que termo sintático a forma verbal obedecia concorda?
Concorda com o aposto tudo.

04 – Em suas redações, o eu lírico revela ter uma visão especial sobre a mãe, como se ela, detendo poderes especiais, fosse capaz de fazer o mundo à sua volta se mover de acordo com sua vontade.
a)   Que modo verbal a mãe utiliza para expressar o seu desejo?
O modo imperativo.

b)   Para demonstrar o poder da mãe, o poeta emprega a personificação ou prosopopeia, uma figura de linguagem que consiste em atribuir vida ou qualidades humanas a serres inanimados ou não humanos. Identifique o verso em que tal recurso foi utilizado.
E tudo obedecia.

domingo, 11 de agosto de 2019

POEMA: NESTA PEDRA - PAULO LEMINISKI - COM GABARITO


POEMA: NESTA PEDRA
              
   Paulo Leminiski

Aqui
nesta pedra
alguém sentou
olhando o mar

O mar
não parou
pra ser olhado

foi mar
pra tudo quanto é lado
[...]

Paulo Leminski. Em Fred Góes e Álvaro Marins (Org.). Melhores poemas de Paulo Leminiski . São Paulo: Global,2001. p.44.
Fonte: Livro - Para Viver Juntos - Português - 6º ano - Ensino Fundamental- Anos Finais - Edições SM - p.214.
Entendendo o poema
1)   O eu lírico fala de alguém que se sentou para olhar o mar em uma pedra. É uma pedra qualquer? Explique.
Entende-se que o eu lírico fala de uma pedra específica, que está perto dele no espaço.

2)   Se trocarmos a expressão “nesta pedra” por “nas pedras”, o sentido continua o mesmo? Justifique sua resposta.
Embora a palavra aqui continue dando a indicação de que as pedras encontram-se próximas ao eu lírico, a expressão “nas pedra” torna-as indeterminadas, não sendo possível saber em que pedras, especificamente, o alguém a quem o poema se refere sentou-se.

3)   O eu lírico mostra uma oposição entre movimento e ausência de movimento. Como isso é representado no poema?
A pedra e a pessoa que parou para ver o mar representam a ausência do movimento. O mar representa o movimento: ele quebrou na pedra e se espalhou para todos os lados.


sábado, 20 de abril de 2019

POEMA: DESENCONTRÁRIOS - PAULO LEMINSKI - COM QUESTÕES GABARITADAS

Poema: Desencontrários
              
           Paulo Leminski

Mandei a palavra rimar,
ela não me obedeceu.
Falou em mar, em céu, em rosa,
em grego, em silêncio, em prosa.
Parecia fora de si,
a sílaba silenciosa.

Mandei a frase sonhar,
e ela se foi num labirinto.
Fazer poesia, eu sinto, apenas isso.
Dar ordens a um exército,
para conquistar um império extinto.

                          LEMINSKI, Paulo. Melhores poemas. São Paulo: Global, 1997.
Entendendo o poema:

01 – Como se sente o eu lírico em relação ao trabalho poético?
      Segundo o texto, a criação poética exige muita paciência e empenho. O eu lírico se sente impotente e frustrado, pois não encontra a palavra certa, adequada, na produção de seus versos. Há um desacordo entre o que ele pensa e o que consegue expor, poia as palavras não se agrupam de forma harmônica.

02 – Retire do texto um pronome pessoal oblíquo átono e um tônico.
      Me, se (átonos); si (tônico).

03 – Em que verso o pronome pessoal foi usado apenas como realce, podendo ser retirado?
      “E ela se foi num labirinto”.

04 – Explique por que o pronome pessoal é reflexivo nestes versos:
        “Parecia fora de si,
        A sílaba silenciosa.”
      Pode-se reforçar a ação reflexiva, colocando-se a expressão de si mesma. O sujeito (a sílaba) pratica e sofre a ação de estar fora de.

05 – Corrija as frases em que houver redundância no emprego do pronome possessivo.
a)   O atleta ergueu seus braços e lançou seu corpo com grande impulso.
O atleta ergueu os braços e lançou o corpo com grande impulso.

b)   Após a cirurgia, pus colírio em meus olhos por vários dias, conforme recomendação do meu médico.
Após a cirurgia, pus colírio nos olhos por vários dias, conforme recomendação do médico.

c)   A moça tinha suas mãos e seus pés feridos, mas recusava nossa ajuda.
A moça tinha as mãos e os pés feridos, mas recusava nossa ajuda.

d)   Com medo, a criança escondeu sua cabeça por baixo da coberta, encolheu suas pernas e aquietou-se.
Com medo, a criança escondeu a cabeça por baixo da coberta, encolheu as pernas e aquietou-se.





POEMA: DESPROPÓSITO GERAL - PAULO LEMINSKI - COM GABARITO

Poema: Despropósito geral
              Paulo Leminski

Esse estranho hábito,
Escrever obras-primas,
Não me veio rápido.
Custou-me rimas.
Umas, paguei caro,
Liras, vidas, preços máximos.
Umas, foi fácil.
Outras, nem falo.
Me lembro duma
Que desfiz a socos.
Duas, em suma.
Bati mais um pouco.
Esse estranho abuso,
Adquiri, faz séculos.
Aos outros, as músicas.
Eu, senhor, sou todo ecos.
                            Paulo Leminski. Melhores poemas.
                         São Paulo: Global, 1997.
Entendendo o poema:

01 – Leminski, em “Despropósito geral”, trata da composição de poemas, segundo o eu lírico, obras-primas. Essa função da linguagem – no caso, a poesia que fala do fazer poético – denomina-se Função:
     a) Fática.
     b) Poética.
     c) Referencial.
     d) Metalinguística.

02 – Como o eu lírico analisa sua experiência como escritor?
       Segundo o eu lírico, a arte de versejar foi um trabalho penoso para ele. Ironicamente ele fala sobre a difícil composição das rimas, muitas vezes forçada e artificial, sem nenhum propósito, sem que valesse realmente a pena tanto sacrifício. De maneira crítica, ele condena o poema tecnicamente elaborado e considera musical a poesia espontânea. 

03 – Em que verso há um pronome relativo? Que palavra ele substitui?
      No 10° verso: “Que desfiz a socos.” O pronome que substitui a palavra rima. (“Me lembro duma [rima] que desfiz a socos”.)

04 – Classifique os demais pronomes presentes no texto.
      Esse: pronome demonstrativo adjetivo.
      Me: pronome pessoal oblíquo, átono, substantivo.
      Umas, outras, outros: pronomes indefinidos substantivos.
      Que: pronome relativo.
      Eu: pronome pessoal reto.
      Senhor: pronome de tratamento, substantivo.

05 – Identifique as funções sintáticas dos pronomes relativos nas frases a seguir.
a)   Os acordos que foram firmados entre os países da América Latina continuam em vigor.
Sujeito.

b)   A maneira firme como defendeu os direitos humanos causou admiração entre os jurados.
Adjunto adverbial de modo.

c)   Carlos Drummond de Andrade, poeta mineiro, nasceu em Itabira, cujas lembranças lhe foram constantes.
Adjunto adnominal.

d)   O presidente viajou para a Argentina, onde participará de um debate sobre Sociologia.
Adjunto adverbial de lugar.

e)   Visitamos a cidade de Bilbao, na Espanha, local em que se construiu um belíssimo museu de arte.
Adjunto adverbial de lugar.

f)    A substituição a que os torcedores eram favoráveis, finalmente foi feita.
Complemento nominal.

g)   O anúncio publicitário ao qual se referiu nesta reportagem ganhou prêmio por criatividade.
Objeto indireto.

h)   Alguns produtos perecíveis que compramos no supermercado, não tinham prazo de validade.
Objeto direto.

i)     A doce criança que ainda és parece-me eterna.
Predicativo do sujeito.

j)     Todas quantas desfilaram esta noite vestiam modelos da linha Versage.
Sujeito.

k)   Apresentou-me os pais, por quem demonstrava um afeto profundo.
Objeto indireto.

l)     A companhia aérea pela qual viajamos oferece um excelente serviço de bordo.
Adjunto adverbial de modo.

m)  O médico selecionou as pessoas por quem seria feita a doação de sangue.
Agente da passiva.