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sexta-feira, 15 de agosto de 2025

LENDA: O DIABO LOURO - FRAGMENTO - ÂNGELA LAGO - COM GABARITO

 Lenda: O diabo Louro – Fragmento

           Ângela Lago

        Esta é uma história que vira e mexe acontece. Basta uma moça estar numa festa à moda antiga tomando chá de cadeira, ou seja, assentadinha sem ninguém convidar para dançar, e à meia-noite suspirar de vontade.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBeqCrlKXoTXG8Wmp1IPRFxlClSRHcz-YyXBPtS8UdiKHXc0kjag6KELCWNcwogwGzLN9Xmi3v41HvMBKyV1fi55SaGmwV_sZT4bwSqkPd0vpCg_0mTDk17fVVVKxcnRdSBoA5Fp9AWKqDdyG4Ya1Dkqkt5ByY-rfYZwquyXbU7-IH_KTYVbSuYB81Nts/s320/91Fkc5SvxlL.jpg


        -- Ah! Eu queria tanto danar, nem que fosse com o próprio diabo!

        Então um moço louro, de terno branco, aprece feito um anjo, e antes que alguém pisque, os dois já estão rodopiando no meio do salão.

        Claro que o rapaz é o dito-cujo. Um belo momento a moça olha para baixo e vê que ele tem os pés diferentes. Um é normal, mas o outro é redondo, igual a uma pata de bode. Então ela berra e faz o sinal da cruz. O Diabo Louro explode na hora, e a festa acaba com um cheiro horrível de enxofre e o som de uma risada infernal.

        Só que a noite desta história que vou contar para vocês não foi bem assim. A moça não era uma moça qualquer. Era a Maria Valsa. Vamos ter d começar tudo de novo.

        [...]

LAGO, Ângela. Muito capeta. São Paulo: Companhia das Letras, 2004. (Fragmento).

Fonte: Língua Portuguesa: Singular & Plural. Laura de Figueiredo; Marisa Balthasar e Shirley Goulart – 6º ano – Moderna. 2ª edição, São Paulo, 2015. p. 279.

Entendendo a lenda:

01 – Qual é a condição para que o "Diabo Louro" apareça em uma festa, de acordo com a lenda?

      O "Diabo Louro" aparece quando uma moça está sozinha em uma festa, sem ninguém para dançar, e à meia-noite deseja ardentemente dançar, mesmo que seja com o próprio diabo.

02 – Como o Diabo Louro é descrito fisicamente quando aparece na festa?

      Ele é descrito como um moço louro, de terno branco, que aparece de repente, "feito um anjo".

03 – Qual é o detalhe físico que revela a verdadeira identidade do moço louro para a moça?

      A moça descobre a verdadeira identidade do moço louro quando olha para baixo e vê que ele tem um pé normal e o outro redondo, como uma pata de bode.

04 – O que acontece com o Diabo Louro quando sua identidade é revelada?

      Quando sua identidade é revelada, o Diabo Louro explode na hora, deixando um cheiro horrível de enxofre e o som de uma risada infernal, e a festa chega ao fim.

05 – O que a narradora indica sobre a história que ela vai contar a seguir, em contraste com a lenda tradicional?

      A narradora indica que a história que ela vai contar "não foi bem assim" e que a moça em questão, chamada Maria Valsa, não era uma moça qualquer, sugerindo que a narrativa terá um desfecho diferente da lenda tradicional.

 

domingo, 27 de julho de 2025

LENDA: BAHIRA, O PAJÉ QUE ROUBOU O FOGO - FLÁVIA SAVARY - COM GABARITO

 Lenda: Bahira, o pajé que roubou o fogo

           Flávia Savary

        No passado, não havia fogo na tribo Kawahiwas. No dia a dia era uma luta: as mulheres faziam das tripas coração pra que não se estragasse a caça trazida pelos maridos. Comida quentinha? Só se o sol ajudasse. No inverno, tiritavam de frio. E, à noite, se o medo do escuro pesasse, que o aguentassem até a aurora.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZVx9Y0P3KSoz-vDX2YxIPFG1U6Lz6xyBKwKrU0cvfCE_B9O69NjnhPoFuJwXi3Gb4t6ZxtLyzSPjGnLb-upaWolgESHkEdUGX23ydOI7s08JXa1JOD8Ztl6vAA-Mftua3ba9lGBHBojvzsrNW_mQH-V5nb2dm_iZbEjjjLTv7ehk7BQp7tCHwwMWyi7M/s1600/images.jpg


        As índias, ouvindo histórias sobre cunhãs de tribos vizinhas que preparavam de um tudo sobre moquéns, choravam suas mazelas junto a Bahira, o grande pajé. Este, de tanto aturar reclamação, se encheu e resolveu dar um jeito. Os homens se alegraram, ao verem Bahira partir tão determinado. Apesar de darem uma de durões, parecendo conformados com a falta do fogo, cobriram as mulheres de beijos. Sonhavam, antecipadamente, com os assados que, enfim, provariam.

        Bahira, enquanto caminhava, ia matutando. Ele sabia muito bem a quem pertencia o fogo. E que o dono do fogo não o daria assim, de mão beijada, a qualquer folgado que chegasse pedindo-o! Bahira precisaria bolar um plano bem esperto. E foi o que ele fez.

        Tendo avistado um ninho de Itapicuins, dirigiu-se até lá e cumprimentou seus parentes (sim, porque, nessa época, bicho era gente):

        -- Meus irmãos cupins, subam em mim, pois preciso parecer morto.

        Os Itapicuins não eram de fazer muita questão do porque das coisas. Daí que, saindo do ninho, cobriram o corpo de Bahira.

        O pajé estirou-se no chão, um morto perfeito. Urubu, o tal que era dono do fogo, lá do alto viu aquela carniça maravilhosa. Maravilhosa pra bico de Urubu, bem entendido! E a tomou por ótima opção de almoço. Chamou a mulher, chamou os filhos e convidou-os pra comer fora.

        Naquele planar lento e desconfiado do Urubu, a família veio descendo do céu em volteios de parafuso. Dizem que o Urubu não sai de casa sem carregar o fogo debaixo da asa. A fim de checar se o boato procedia, Bahira abriu meio olho e viu o brilho do Tatá-miri no sovaco do bichão. Sossegado, voltou a fingir-se de morto.

        Na descida, juntou a parentada toda. Ao baixarem à terra, formou-se aquela mancha negra de urubus num assanhamento só, diante da perspectiva do churrasco. Já sabemos que, nessa época, Urubu era gente e, portanto, tinha mãos. Enquanto a mulher preparava o moquém, aos filhos coube a guarda do defunto.

        Os filhos, porém, viram que o morto estava bulindo e foram comunicar o fato ao pai, que não lhes deu crédito.

        -- E morto mexe desde quando? Larguem de preguiça e tomem conta direito! Usem suas flechinhas pra matar as varejeiras: não quero comida minha com bicho!

        Bahira aproveitou-se da discussão e, vendo que o fogo embaixo dele estava bem aceso, roubou-o e fugiu. Quando o Urubu se deu conta do ocorrido, saiu em perseguição do almoço, ele e sua gente.

        Entrou Bahira num oco de pau, o Urubu entrou atrás. Saiu Bahira do outro lado, saiu o Urubu atrás. Na saída, um tabocal cerrado cruzava o caminho. Bahira venceu-o, mas o Urubu não conseguiu atravessar e ficou pra trás, praguejando.

        O pajé correu, correu até chegar às margens do braço de um rio, largo feito o mar. Espiou na outra margem e viu sua tribo, que esperava a chegada do fogo novo. E agora? Que fazer pra atravessar, pela água, com coisa que se apaga nela?

        Chamou a Cobra-surradeira e pediu:

        -- Comadre, faça-me a gentileza de cruzar o rio com esse fogo em seu quengo, sim?

        -- Pois não, compadre. Ajeite ele no meu lombo.

        A cobra, apesar da fama de andar rapidinho, só alcançou até a metade do rio. Ali mesmo morreu queimada. Bahira arranjou uma vara comprida no mato e puxou o fogo de volta. Tentou a travessia com parentes da surradeira, mas todas tiveram destino igual: viraram torresmo!

        Nisso, veio passando um Pitu. O pajé pensou:

        -- Esse há de atravessar o fogo.

        Repetiu-se o pedido e o pronto aceite. O Pitu, porém, findou-se igual às cobras: morreu queimado, todo vermelho. E é assim até hoje: quando o fogo queima a casca do camarão, ela fica vermelhinha igual pimenta!

        O pajé recuperou o fogo, de novo, com a vara. Os Kawahiwas, na margem oposta, já estavam nervosos, achando que a travessia ia gorar. Passou um Guaiá, andando de lado, e Bahira repetiu o pedido. Impressionante a boa vontade dos bichos – todos diziam sim ao pedido do pajé! Lamentavelmente, com o compadre caranguejo não foi diferente: no meio do rio, morreu tostado.

        Então foi a vez da Saracura, da Uratinga, da Garça, da Upeca, da Piaçoca, da Ariramba, do Jacuaçu e outras tantas aves de água doce. E todas, apesar da cortesia, se acabaram chamuscadas, antes de completarem o percurso.

        Estava Bahira em ponto de desistir, quando apareceu o Sapo Cururu. Os pulos do Cururu quase completaram a missão. Perto de atingir a outra margem, o pobre acabou desmaiando com aquele fogaréu no costado. Os Kawahiwas, repetindo o uso da vara aprendido de seu pajé, salvaram o fogo e o sapo, levando os dois pra aldeia.

        Bahira, vendo que tudo acabara bem, pensou de que jeito ele próprio atravessaria o rio. Nem precisou esquentar muito a cabeça. Sendo um pajé poderoso, mandou o rio se estreitar e ele obedeceu. Bahira deu um pulo e, pronto! Logo achou-se do outro lado.

        Foi assim que os Kawahiwas arranjaram fogo e se fartaram de assados. E o valente Cururu virou um pajé respeitado.

Flávia Savary. Lendas da Amazônia... e é assim até hoje. São Paulo: Salesiana, 2006. p. 12-15.

Fonte: Universos – Língua Portuguesa – Ensino fundamental – Anos finais – 6º ano – Camila Sequetto Pereira; Fernanda Pinheiro Barros; Luciana Mariz. Edições SM. São Paulo. 3ª edição, 2015. p. 16-17.

Entendendo a lenda:

01 – No passado, a tribo Kawahiwas não tinha fogo. Quais eram as consequências dessa ausência para o dia a dia da tribo?

A – Eles usavam métodos alternativos para aquecer a comida e iluminar as noites, sem grandes problemas.

B – As mulheres não conseguiam preservar a caça, a comida só era quente com sol, e sofriam de frio no inverno e medo do escuro à noite.

C – A caça era abundante e não precisava ser preservada, e eles preferiam a escuridão e o frio.

D – A tribo não se importava com a falta de fogo, pois eram acostumados com a natureza.

02 – O que motivou Bahira, o grande pajé, a decidir conseguir o fogo para sua tribo?

A – Os homens da tribo o desafiaram a provar seu poder como pajé.

B – As mulheres da tribo reclamavam constantemente a ele sobre suas dificuldades devido à falta de fogo, especialmente após ouvirem sobre outras tribos que o possuíam.

C – Ele queria mostrar sua superioridade aos pajés de outras tribos vizinhas.

D – Ele teve um sonho que o mandou buscar o fogo para a prosperidade da tribo.

03 – Qual foi o plano esperto de Bahira para roubar o fogo de Urubu, o seu dono?

A – Ele pediu aos Itapicuins (cupins) que cobrissem seu corpo para fazê-lo parecer morto, assim, Urubu o confundiria com carniça e traria o fogo para perto.

B – Ele criou uma distração, prendendo a família de Urubu para roubar o fogo.

C – Ele seguiu Urubu secretamente e roubou o fogo quando ele estava distraído.

D – Ele desafiou Urubu para uma luta para ganhar o fogo de forma justa.

04 – Como Bahira confirmou que Urubu carregava o fogo, e onde ele estava localizado?

A – Ele ouviu Urubu conversando com sua família sobre onde guardava o fogo.

B – Ele viu fumaça saindo do ninho de Urubu, indicando a presença do fogo.

C – Ele abriu meio olho enquanto fingia de morto e viu o brilho do Tatá-miri (fogo) no sovaco do bichão (Urubu).

D – Ele perguntou diretamente a Urubu sobre a localização do fogo.

05 – O que aconteceu quando os filhos de Urubu tentaram avisá-lo sobre os movimentos de Bahira?

A – Os filhos ajudaram Bahira a escapar sem que seu pai soubesse.

B – Urubu puniu seus filhos por fazerem falsas alegações.

C – Urubu ignorou os avisos deles, acreditando que um corpo morto não se mexia, e mandou-os se concentrarem em guardar o 'defunto'.

D – Urubu imediatamente desconfiou e investigou Bahira, descobrindo a farsa.

06 – Qual animal, finalmente, conseguiu ajudar Bahira a transportar o fogo através do rio largo até a tribo Kawahiwas?

A – O Sapo Cururu, que, embora desmaiando perto da outra margem, permitiu que os Kawahiwas salvassem tanto ele quanto o fogo.

B – O Pitu, que também morreu queimado na metade do rio, ficando vermelho.

C – O Guaiá (caranguejo), que morreu tostado no meio do rio.

D – A Cobra-surradeira, que morreu na metade do rio.

07 – Como o próprio Bahira atravessou o rio largo depois que o fogo foi entregue em segurança à sua tribo?

A – Ele construiu uma jangada para atravessar o rio largo.

B – Outro animal o carregou através do rio.

C – Sendo um pajé poderoso, ele mandou o rio se estreitar, e este obedeceu, permitindo que ele pulasse para o outro lado.

D – Ele nadou pelo rio, já que o fogo não estava mais com ele.

 

domingo, 8 de junho de 2025

LENDA: COBRA NORATO - RUI DE CARVALHO - COM GABARITO

 Lenda: COBRA NORATO

            Rui de Carvalho

Honorato é Caninana, ê ê

Caninana é Honorato, ê a.

Honorato tem escamas, ê ê

Tem escamas Caninana ê a.

 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjemFBg9SUZoFnd7HMGKHanwqimgwAiogBsiyOI4xKVCd-8LxiZMcagPTdeXLtCMPps8Bjsw9PJY3NVPfGx5Ictlg4so5vlttAYI-bXGmHVlB8yiPC8qEtILPCQIfFU36HU_C8FQb-SsFDdYiJc7c5yWJ61PLLh0rC5C819cR87eePuUFM3PkFjnGRi0Yk/s320/cobra-norato-cobra-grande-ou-boiuna-lenda-do-folclore-brasileiro-1345637822843_615x300.jpg

Vida em forma de serpentes

Filhos de boto e de gente

Vida em forma de serpentes

Filhos de boto e de gente.

 

Caninana é uma fera danada

E se gaba de ser cobra criada

Honorato é sempre um meigo de amor

Sua sina é o prazer e a dor.


Mas um dia Honorato vingou

E seu lado Caninana acabou

Honorato agora é um só mundo afora

Cobra Grande multicor, multiforme.

 

Encarnava a serpente de dia

E a noite era um rapaz de poesia

Mas um dia o infeliz, se arrastou

Mergulhou e muita água rolou.

  

Há quem diga que Honorato é feliz

Que o feitiço, enfim, perdeu a raiz

Outros dizem que não se libertou

E até hoje é uma cobra gigante.

 

Que vagueia pelos rios

Feito uma nau errante

Derrubando beiradões

Tem Cobra Grande adiante.

Rui de Carvalho. CD/LIVRETO Lendas Amazônicas. Vídeo e canção disponíveis em: https://youtube.com/watch?v=KuNnFA00gkQ. Acesso em: 21 jan. 2015.

Fonte: Língua Portuguesa: Singular & Plural. Laura de Figueiredo; Marisa Balthasar e Shirley Goulart – 6º ano – Moderna. 2ª edição, São Paulo, 2015. p. 139.

Entendendo a lenda:

01 – Quem são os dois personagens principais que se entrelaçam no poema?

      Os dois personagens que se entrelaçam no poema são Honorato e Caninana.

02 – Qual a natureza da vida dos "filhos de boto e de gente" mencionada no poema?

      A vida dos "filhos de boto e de gente" é descrita como sendo em forma de serpentes.

03 – Qual a principal diferença de temperamento entre Caninana e Honorato, conforme o poema?

      Caninana é retratada como uma "fera danada" que se gaba de ser cobra criada, enquanto Honorato é sempre um "meigo de amor", vivendo o prazer e a dor.

04 – O que acontece com Honorato "um dia", marcando uma virada em sua história?

      Um dia, Honorato vingou, e seu lado Caninana acabou. Ele se transformou em uma "Cobra Grande multicor, multiforme", sugerindo uma mudança ou libertação.

05 – Como Honorato vivia antes de sua transformação (ou de "vingar")?

      Antes, Honorato encarnava a serpente de dia e, à noite, era um rapaz de poesia.

06 – O que as diferentes versões da lenda dizem sobre o destino final de Honorato?

      Há quem diga que Honorato é feliz e que o feitiço perdeu a raiz, ou seja, que ele se libertou. Outros dizem que ele não se libertou e até hoje é uma cobra gigante.

07 – De que forma a Cobra Grande (Honorato) é descrita em sua forma atual, caso não tenha se libertado?

      Caso não tenha se libertado, a Cobra Grande (Honorato) é descrita como vagando pelos rios "feito uma nau errante", derrubando beiradões, indicando sua presença e força.

 

 

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

LENDA: A LENDA DOS ÍNDIOS CHEROKEES - COM GABARITO

 Lenda: A lenda dos índios Cherokees

Você conhece a lenda do rito de passagem da juventude dos índios Cherokees? O pai leva o filho para a floresta durante o final da tarde, venda-lhe os olhos e deixa-o sozinho.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzo9f915Yed98YsD4OgsprLjhgVAW8uDOWBcRR7QwSA0XxdscXra6WKszHWYfn_gTE9Iy_UHAGARJoaHEg6JSZhwsiNbm3zwDU2KNelTHw93WW4z1hyutuF2BYjbhm1o2kxAuJyj0cTEft5jcnAuGoBhHHfuCMntwnGQ0FAZTiLHTIUTNUXL8CRlCSTOg/s1600/O-POVO-CHEROKEE-E-A-TRILHA-DE-L%C3%81GRIMAS-Imagem-3.jpg


O filho se senta sozinho no topo de uma montanha durante toda a noite e não pode remover a venda até os raios do sol brilharem no dia seguinte.

Ele não pode gritar por socorro para ninguém. Se ele passar a noite toda lá, será considerado um homem.

Ele não pode contar a experiência aos outros meninos, porque cada um deve tornar-se homem do seu próprio modo, enfrentando o medo do desconhecido.

O menino está naturalmente amedrontado. Ele pode ouvir toda espécie de barulho. Os animais selvagens podem, naturalmente, estar ao redor dele. Talvez alguns humanos possam feri-lo. Os insetos e cobras podem vir picá-lo. Ele pode estar com frio, fome e sede.

O vento sopra a grama e a terra sacode os tocos, mas ele não remove a venda.

Segundo os Cherokees, este é o único modo dele se tornar um homem.

Finalmente...

Após a noite horrível, o sol aparece e a venda é removida. Ele então descobre seu pai sentado na montanha perto dele. Ele estava à noite inteira protegendo seu filho do perigo.

Nós também nunca estamos sozinhos! Mesmo quando não percebemos, Deus está olhando para nós, ‘sentado ao nosso lado’.

Quando os problemas vêm, tudo que temos a fazer é confiar que ELE está nos protegendo.

Moral da história: Apenas porque você não vê Deus, não significa que ELE não esteja conosco. Nós precisamos caminhar pela nossa fé, não com a nossa visão material.

Entendendo o texto

01-O texto baseia-se em uma lenda indígena para transmitir uma visão religiosa. Qual a visão religiosa ensinada? Você concorda com a visão religiosa ensinada?

A visão religiosa ensinada é a de que Deus está sempre presente em nossas vidas, mesmo quando não o vemos. Ele nos protege e nos guia, especialmente em momentos de dificuldade. A lenda sugere que a fé em Deus é fundamental para superar os desafios e encontrar força interior.

02-Olhando apenas para a lenda indígena, qual o ensinamento eles queriam passar para os jovens que pretendiam se tornar homens?

A lenda busca transmitir a importância da coragem, da autoconfiança e da capacidade de enfrentar a solidão e o medo. Ao passar pela provação da noite solitária, o jovem aprende a confiar em si mesmo e a encontrar sua força interior.

03-Qual o sentido da palavra “venda” no trecho “venda-lhe os olhos e deixa-o sozinho”?

A venda simboliza a ignorância, a incerteza e o medo do desconhecido. Ao ter os olhos vendados, o jovem é forçado a confiar em seus sentidos e em sua intuição.

04-No trecho “venda-lhe os olhos e deixa-o sozinho”, o pronome possui o sentido de?

a-   olhos para o filho;

b-   olhos com o filho;

c-   olhos do filho;

d-   olhos pelo filho

05-No trecho “não pode remover a venda”, a palavra sublinhada pode ser substituída por?

A palavra "remover" pode ser substituída por "tirar", "retirar" ou "afastar".

06-A expressão “Finalmente...” indica:

a- adversidade;

b- conclusão;

c- explicação;

d- lugar

07- No trecho “Após a noite horrível, o sol aparece e a venda é removida.”, o adjetivo “horrível” caracteriza negativamente qual palavra?

O adjetivo "horrível" caracteriza negativamente a noite.

08-No trecho “Ele não pode contar a experiência aos outros meninos, porque cada um deve tornar-se homem do seu próprio modo”, a palavra porque foi escrita de forma unida por se tratar:

a-   de uma explicação no meio do argumento;

b-   de um questionamento no início do argumento;

c-   de um questionamento no fim do argumento;

d-   de uma conclusão

9-Retire do texto argumentos que indicam PERIGO para o indígena.

   Animais selvagens, humanos mal-intencionados, insetos, cobras, frio, fome, sede.

10-Retire do texto argumentos que indicam PROTEÇÃO.

      O pai que vigia o filho durante a noite, a presença de Deus.

11-Retire do texto argumentos que indique CORAGEM do indígena.

     O jovem enfrenta a noite sozinho, com medo e incerteza, mas não remove a venda.

   12-Qual o segredo da lenda revelado no trecho “Ele então descobre seu pai sentado na montanha perto dele.”?

       O segredo revelado é que, mesmo quando estamos sozinhos e com medo, não estamos realmente sozinhos. Alguém nos ama e nos protege, como o pai que vigia o filho.

13-No trecho “Quando os problemas vêm, tudo que temos a fazer é confiar que ELE está nos protegendo”, a passagem sublinhada expressa:

     a-   lugar;

     b- tempo;

    c - causa;

    d- explicação

14- A que ou a quem se referem as palavras sublinhadas?

        Referem-se a Deus.

15-No trecho “Talvez alguns humanos possam feri-lo.”, a palavra sublinhada expressa:

a-   adversidade;

b-   adição;

c-   possibilidade;

d-   incerteza

16-Assinale o único efeito de sentido não pertinente ao texto-discurso em análise:

a-   expressa uma concepção paternalista;

b-   expressa uma visão teocrática da vida;

c-   expressa uma crença no desamparo do ser;

d-   expressa a valorização de rituais

 

quinta-feira, 7 de novembro de 2024

LENDA: ZUMBI VIVE - LUÍS DA CÂMARA CASCUDO - COM GABARITO

 Lenda: Zumbi vive

           Luís da Câmara Cascudo

        Na serra da Barriga, Alagoas, durante 63 anos viveram negros livres, no Quilombo dos Palmares. Fugiram de fazendas, engenhos, cidades e vilas e fundaram um Estado autônomo. Elegiam, vitaliciamente, um Zumbi, senhor da força militar e da lei tradicional. Não havia ricos nem pobres, furtos nem injustiças. Famílias nasceram e, com elas, cidadãos palmarinos.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivQ5rLFVzeY1RjOI0rQBs620R4x5_TtrjlShwipEiXKIENY43SmfPLxVL73YJN6ZowU9epDZnC5OKSl_eQ3c46S-FjIfFF_PA5A3TGOsVkaeE_fpFFRU4T_uPdtYlAz0VsMa0KY3mqylMrdLK7Pb6aV0kM_c_jj7n4NPbZWkYuKxabOy2GRyuj92MUbuU/s1600/ZUMBI.jpg

     No pátio central, aringa africana (campo fortificado), residia Zumbi. Ali, distribuía justiça, exercitava tropas, comandava festas e acompanhava o culto, religião espontânea, aculturação de catolicismo com rituais do continente negro. Atraia esperança de todos os escravos chibateados que, de todos os cantos, vinham para
se juntar a Zumbi.

        Em 1695, sete mil veteranos, comandados por grandes chefes de guerra, marcharam sobre Palmares. Zumbi venceu o combate. O inimigo recompunha-se, incendiava, prendia, trucidava.

        Quando a derradeira cerca se espatifou, Zumbi correu até o ponto mais alto, de onde o panorama era completo. Com seus companheiros, olhou o final da batalha. Brandiu a lança e saltou para o abismo. Seus generais o acompanharam, fiéis ao Rei e ao Reino vencidos. A data é dada como 20 de novembro de 1695.

        Em certos pontos da serra ainda estão visíveis as pedras negras das fortificações. E vive a lembrança do último Zumbi, Rei dos Palmares, guerreiro que viveu na morte seu direito de liberdade e de heroísmo.

        20/11 é o Dia Nacional da Consciência Negra.

Cascudo, Luís da Câmara. Lendas brasileiras. São Paulo: Global Editora, 2001. Almanaque. Brasil. São Paulo, n. 56, nov. 2003, p. 40.

Fonte: Português – José De Nicola – Ensino médio – Volume 1 – 1ª edição, São Paulo, 2009. Editora Scipione. p. 92.

Entendendo a lenda:

01 – Qual a importância do Quilombo dos Palmares na história do Brasil?

      O Quilombo dos Palmares representa um dos maiores símbolos de resistência à escravidão no Brasil. Foi um Estado livre, autossuficiente e democrático, onde negros fugidos construíram uma sociedade alternativa aos valores da colonização portuguesa.

02 – Quem era Zumbi e qual o seu papel no Quilombo dos Palmares?

      Zumbi era o líder militar e espiritual do Quilombo dos Palmares. Ele era responsável por liderar as tropas em batalhas contra os portugueses, tomar decisões importantes para a comunidade e manter a ordem interna do quilombo.

03 – Como era a vida no Quilombo dos Palmares?

      A vida no Quilombo dos Palmares era marcada pela liberdade, igualdade e autonomia. Os habitantes cultivavam a terra, criavam animais, praticavam suas próprias religiões e viviam em comunidade, sem a hierarquia social da sociedade escravista.

04 – Por que Zumbi e seus guerreiros escolheram a morte em vez da captura?

      A escolha pela morte demonstrava a profunda resistência e o amor à liberdade dos palmarinos. Preferiram a morte à escravidão e à submissão aos portugueses, perpetuando assim o legado de luta do quilombo.

05 – Qual o significado do dia 20 de novembro na história brasileira?

      O dia 20 de novembro, data da morte de Zumbi, foi instituído como o Dia Nacional da Consciência Negra. Essa data serve para lembrar a luta dos negros escravizados no Brasil, celebrar a cultura afro-brasileira e promover a igualdade racial.

06 – Qual o legado de Zumbi dos Palmares para a sociedade brasileira atual?

      Zumbi é um símbolo de resistência, luta por liberdade e igualdade. Seu legado inspira movimentos sociais que buscam justiça social e racial, além de fortalecer a identidade negra no Brasil.

07 – Quais as principais características da religião praticada no Quilombo dos Palmares?

      A religião praticada no Quilombo dos Palmares era uma mistura de crenças africanas com elementos do catolicismo. Era uma religião sincrética, que expressava a espiritualidade dos africanos escravizados e permitia a manutenção de suas tradições culturais.

 

segunda-feira, 17 de junho de 2024

LENDA: O UAPÉ - LENDA INDÍGENA DO UAPÉ - COM GABARITO

 Lenda: O Uapé – Lenda indígena do Uapé.

        Pita e Moroti amavam-se muito; e, se ele era o mais esforçado dos guerreiros da tribo, ela era a mais gentil e formosa das donzelas. Porém, Nhandé Iara não queria que eles fossem felizes. Por isso, encheu a cabeça da jovem de maus pensamentos e instigou a sua vaidade.

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        Uma tarde, na hora do pôr do sol, quando vários guerreiros e donzelas passeavam pelas margens do rio Paraná, Moroti disse:

        — Querem ver o que este guerreiro é capaz de fazer por mim? Olhem só!

        E, dizendo isso, tirou um de seus braceletes e atirou-o na água. Depois, voltando-se para Pita, que como bom guerreiro guarani era um excelente nadador, pediu-lhe que mergulhasse para buscar o bracelete. E assim foi.

        Em vão esperaram que Pita retornasse à superfície. Moroti e seus acompanhantes, alarmados, puseram-se a gritar. Mas era inútil, o guerreiro não aparecia.

        A desolação logo tomou conta de toda a tribo. As mulheres choravam e se lamentavam, enquanto os anciãos faziam preces para que o guerreiro voltasse. Só Moroti, muda de dor e de arrependimento — como que alheia a tudo —, não chorava.

        O pajé da tribo, Pegcoé, explicou o que ocorria. Disse ele, com a certeza de quem já tivesse visto tudo:

        — Agora Pita é prisioneiro de I Cunhã Pajé. No fundo das águas, Pita foi preso pela própria feiticeira e conduzido ao seu palácio. Lá, Pita esqueceu-se de toda a sua vida anterior, esqueceu-se de Moroti e aceitou o amor da feiticeira; por isso não volta. É preciso ir buscá-lo. Encontra-se agora no mais rico dos quartos do palácio de I Cunhã Pajé. E se o palácio é todo de ouro, o quarto onde Pita se encontra agora, nos braços da feiticeira, é todo feito de diamantes. E dos lábios da formosa I Cunhã Pajé, que tantos belos guerreiros nos tem roubado, ele sorve esquecimento. É por isso que Pita não volta. É preciso ir buscá-lo.

        — Eu vou! — exclamou Moroti — Eu vou buscar Pita!

        — Você deve ir, sim — disse Pegcoé. — Só você pode resgatá-lo do amor da feiticeira. Você é a única! Se de fato o ama, é capaz de vencer, com esse amor humano, o amor maléfico da feiticeira. Vá, Moroti, e traga Pita de volta!

        Moroti amarrou uma pedra aos seus pés e atirou-se ao rio.

        Durante toda a noite a tribo esperou que os jovens aparecessem; as mulheres chorando, os guerreiros cantando e os anciãos esconjurando o mal.

        Com os primeiros raios da aurora, viram flutuar sobre as águas as folhas de uma planta desconhecida: era o uapé (vitória-régia). E viram aparecer uma flor muito linda e diferente, tão grande, bela e perfumada como jamais se vira outra na região.

        As pétalas do meio eram brancas e as de fora, vermelhas. Brancas como o nome da donzela desaparecida: Moroti. Vermelhas como o nome do guerreiro: Pita. A bela flor exalou um suspiro e submergiu nas águas.

        Então, Pegcoé explicou aos seus desolados companheiros o que ocorria:

        — Alegria, meu povo! Pita foi resgatado por Moroti! Eles se amam de verdade! A malévola feiticeira, que tantos homens já roubou de nós para satisfazer o seu amor, foi vencida pelo amor humano de Moroti. Nessa flor que acaba de aparecer sobre as águas, eu vi Moroti nas pétalas brancas, que eram abraçadas e beijadas, como num rapto de amor, pelas pétalas vermelhas. Estas representam Pita.

        E são descendentes de Pita e Moroti estes belos uapés que enfeitam as águas dos grandes rios. No instante do amor, as belas flores brancas e vermelhas do uapé aparecem sobre as águas, beijam-se e voltam a submergir.

        Elas surgem para lembrar aos homens que, se para satisfazer um capricho da mulher amada um homem se sacrificou, essa mulher soube recuperá-lo, sacrificando-se também por seu amor. E, se a flor do uapé é tão bela e perfumada, isso se deve ao fato de ter nascido do amor e do arrependimento.

BRASIL. Contos tradicionais, fábulas, lendas e mitos. Brasília: MEC, 2000, p. 123-125. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me001614.pdf. Acesso em: 18 fev. 2021.

Fonte: Maxi: Séries Finais. Caderno 2. Língua Portuguesa – 6º ano. 1.ed. São Paulo: Somos Sistemas de Ensino, 2021. Ensino Fundamental 2. p. 76-78.

Entendendo a lenda:

01 – Qual era a relação de Pita e Moroti?

      Pita e Moroti eram um casal que se amava muito.

02 – O que Nhandé Iara fez para que Pita e Moroti não fossem felizes?

      Nhandé Iara encheu a cabeça de Moroti de maus pensamentos e instigou a sua vaidade.

03 – Em sua opinião, qual seria o provável motivo para Nhandé Iara não querer que o casal fosse feliz?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Provavelmente, ela tinha inveja da felicidade do casal e, por isso, não queria mais que fossem felizes.

04 – Por que Moroti atirou seu bracelete na água?

      Moroti, movida por sua vaidade, queria provar que Pita faria tudo por ela. assim, jogou o bracelete na água para que ele mergulhasse e resgatasse o objeto de sua amada.

05 – O que aconteceu com Pita quando mergulhou no rio?

      Ele foi feito prisioneiro por I Cunhã Pajé, uma feiticeira malévola.

06 – Por que Moroti era a única que poderia salvar Pita?

      Porque ela o amava e, segundo a lenda, somente o amor humano seria capaz de vencer o amor maléfico da feiticeira.

07 – De acordo com a lenda, por que as pétalas do uapé são brancas e vermelhas?

      As pétalas brancas fazem referência ao nome de Moroti e as vermelhas fazem referência ao nome de Pita.

08 – Quais palavras foram usadas na lenda para caracterizar Pita?

      Esforçado, bom, excelente nadador.

09 – Quais palavras foram usadas na lenda para caracterizar Moroti?

      Gentil, formosa.