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sexta-feira, 1 de novembro de 2019

CONTO: EU NUNCA VOU CRESCER - FERNANDA LOPES DE ALMEIDA - COM GABARITO

CONTO: Eu nunca vou crescer
       
    Fernanda Lopes de Almeida

        Walter nasceu antes de mim. Ele tem uma sorte!
        Agora ele está com dez anos e eu estou com sete. Quando estiver com onze, vou estar com oito. Mesmo quando eu estiver com trinta anos, não vou conseguir alcança-lo: ele vai ter trinta e três.
        Dificilmente eu uso roupas novas.
        Quando Walter ganha camisas novas, fico com as velhas. Quando ganha jeans novos, fico com os velhos.
        As vezes as calças já estão remendadas. Odeio jeans remendados.
        As chuteiras que ficaram pequenas para Walter, passam para mim. A bola de futebol que ele não usa mais, passa para mim.
        Quando Walter ganhou patins de gelo, os de roda vieram para mim – sem a chave de regular o tamanho.
        Fico até com os seus antigos professores.
        Às vezes minha professora diz:
        -- David, por que você não consegue se parecer um pouquinho com seu irmão?
        Ou:
        -- Walter nunca falava comigo dessa maneira.
        Ou:
        Walter sempre fazia a lição de casa.
        Às vezes parece que as pessoas nem se lembram do meu nome. De vez em quando vovó me chama de Walter.
        -- Eu sou o David – digo para ela.
        Mas ela se esquece e daí a pouco torna a dizer:
        -- Vem cá, Walter.
        São essas coisas que às vezes me fazem desejar que não existisse Walter.

                                 Eu nunca vou crescer? Trad. de Fernanda Lopes de Almeida.
Fonte: Livro – Encontro e Reencontro em Língua Portuguesa – 5ª Série - Marilda Prates – Ed. Moderna, 2005 – p. 60-1.
Entendendo o texto:

01 – Quais são as características de Walter? E as de David?
      Walter: filho mais velho; pratica esportes; cumpridor de suas obrigações escolares.
      David: ciumento; pratica esportes; mais displicentes; filho caçula.

02 – É a idade de Walter que incomoda David ou a sua própria idade que o incomoda?
      É a sua idade que o incomoda, pois, sendo mais novo, além de ter de herdar as coisas de Walter, ainda é sempre comparado a ele.

03 – Retire do texto falas do David que comprovam seu ciúme em relação ao irmão.
      “Walter nasceu antes de mim. Ele tem uma sorte!” / “São essas coisas que às vezes me fazem desejar que não existisse Walter”.

04 – As falas da professora sobre Walter e David deixam claro o quê?
      Que Walter e David eram pessoas diferentes.

05 – O título do texto, “Eu nunca vou crescer?”, é uma frase.
a)   Como classificamos essa frase?
Frase interrogativa.

b)   Essa frase indica a reflexão da personagem. Se fosse uma frase afirmativa, como poderíamos interpretá-la? E se fosse exclamativa?
Se fosse afirmativa, significaria a certeza de que a personagem nunca iria crescer. Se fosse exclamativa, poderia significar espanto, raiva ou indignação.

06 – O texto “Eu nunca vou crescer?” é uma narração.
a)   Identifique no texto elementos que comprovem que ele é uma narração em 1ª pessoa.
Espera-se que o aluno identifique verbos e pronomes em 1ª pessoa.

b)   Considere a resposta do item (a) e responda: o narrador é personagem?
Espera-se que o aluno perceba que o narrador é personagem.

c)   Se a narração fosse em 3ª pessoa, quem seria o narrador?
Seria um narrador onisciente.

07 – Leia com atenção as comparações feitas pelos professores de Walter e David.
I – “David, por que você não consegue se parecer um pouquinho com seu irmão?”
II – “Walter nunca falava comigo dessa maneira.”
III – “Walter sempre fazia a lição de casa.”

a)   Alguns professores gostariam que David se parecesse com Walter. O que essa expectativa indica sobre David?
Indica que provavelmente ele não era um aluno tão “bom” quanto Walter.

b)   O que o comentário do item II indica sobre David?
Indica que ele nem sempre era educado com os professores.

c)   E o que indica o comentário do item III?
Indica que Walter nem sempre fazia a lição de casa.

08 – Os patins de Walter foram passados para David sem a chave de regular tamanho.
a)   Qual a consequência desse fato?
David não podia usar os patins, pois estavam regulados para Walter.

b)   As pessoas olhavam para David esperando que ele se comportasse como Walter. Faltava ao olhar das pessoas a chave de regular tamanho que faltava aos patins. Qual a consequência desse fato?
David se sentia injustiçado.


quinta-feira, 27 de setembro de 2018

CONTO: FADA QUE TINHA IDEIAS - FERNANDA LOPES DE ALMEIDA - COM GABARITO

Conto: FADA QUE TINHA IDÉIAS 

        Clara Luz era uma fada, de seus dez anos de idade, mais ou menos, que morava lá no céu, com a senhora fada sua mãe. Viveriam muito bem se não fosse uma coisa:
      Clara luz não queria aprender a fazer mágicas pelo livro das fadas.
   Clara Luz queria inventar as suas próprias mágicas.
   − Mas minha filha, todas as fadas sempre aprenderam por esse livro− dizia a Fada Mãe. Por que só você não quer aprender?
    − Não é preguiça, não, mamãe. É que não gosto de mundo parado.
    − Mundo parado?
   − É que quando alguém inventa alguma coisa o mundo anda. Quando ninguém inventa nada, o mundo fica parado. Nunca reparou?
        − Não...
        − Pois repare só.
        A Fada Mão ia cuidar do serviço, muito preocupada. Ela morria de medo do dia em que a Rainha das Fadas descobrisse que Clara Luz nunca saíra da Lição Um do Livro.
        A rainha era uma velha fada muito rabugenta. Felizmente vivia num palácio do outro lado do céu. Clara Luz e sua mãe moravam numa rua toda feita de estrelas, chamada Via Láctea. A casinha delas era de prata e tinha um jardim todo de flores prateadas.
        Minha filha faça uma forcinha, passe ao menos para a Lição Dois! − pedia a Fada Mãe, aflita.
        − Não vale a pena, mamãe. A Lição Um é tão enjoada, que a dois tem que ser duas vezes pior...
        − Mas enjoada por que se ensina a fabricar tapete mágico...
        − Já pensou que maravilha saber fazer um tapete mágico?
        − Não acho não. Tudo quanto é fada só pensa em tapete mágico. Ninguém tem uma ideia nova!
        Clara Luz estava sempre fazendo experiências com sua varinha mágica. Já de manhã cedo, reparava no bule de prata, olhava para ele e tinha uma ideia:
        − Tem bico. Dá um bom passarinho.
        E transformava o bule em passarinho, mas, o passarinho saía com três asas, duas novas e a do bule que tinha sobrado.
        A Fada Mãe entrava na sala e levava um susto danado.
        − Que bicho esquisito é esse?
        − É o bule, mamãe, que eu transformei em passarinho.
        − Clara Luz! E agora? Onde vou coar o pó da meia noite para fazer o nosso café? E que ideia é essa de fazer passarinho com três asas? Ao menos ponha só duas asas nele!
        − Mas mamãe, ele gosta de ter três asas!
        O passarinho furioso entrava na conversa:
        − Não gosto não senhora! Faça o favor de me consertar já!
        Clara Luz não acertava e quem acabava consertando era a Fada Mãe e o passarinho agradecia muito:
        − Se não fosse a senhora eu não sei como seria! Essa sua filha é muito intrometida. E saía pela janela resmungando ainda.
        − Veja só inventar que eu gosto de ter três asas!
        Mas essas eram as ideias menores de Clara Luz. Havia outras bem maiores.
        A maior amiga de Clara Luz era Vermelhinha, uma estrela cadente e por ser cadente Vermelhinha podia ir onde queria no céu. Ela e Clara Luz corriam sem parar brincando de esconder atrás das nuvens.
        − Minha filha, porque você não arranja uma amiga mais calma, heim? − perguntava a Fada Mãe, às vezes muito tonta com as travessuras de Clara Luz e Vermelhinha.
        Mas perguntava por perguntar, pois gostava muito de vermelhinha. Tanto que, no aniversário da estrela resolveu dar uma festa.
        Vermelhinha ia fazer nove milhões de anos, o que para uma estrela é bem pouco.
        Clara Luz, que adorava festas, estava felicíssima, ajudando a mãe muito direitinho que justamente na véspera da festa teve que sair para desencantar uma princesa.
        − Não faz mal − disse a Fada Mãe − Está tudo quase pronto. Você pode ir fazendo a massa dos bolinhos de luz, enquanto eu vou ver a tal princesa. Acho que já sabe faze-los sozinha.
        − Sei fazer muito bem.
        − Ótimo! Amanhã cedo faço o bolo de aniversário. É só o que está faltando.
        E a Fada Mãe abrindo suas asas cor de prata saiu voando pela janela, então Clara Luz correu para a cozinha e abriu o livro de receitas na página dos bolinhos:
Bolinhos de Luz
250 g de raio de sol
250 g de raios de luar
01 xícara de chá de fermento de relâmpago
Maneira de fazer:
Mistura-se bem os raios de sol e de luar, até saírem faíscas.
Junta-se então o fermento de relâmpago.
        − Que fácil! − pensou Clara Luz. − Não sei como certas pessoas podem achar difícil fazer bolo! 
        E foi tirando os raios de sol e de luar dos potes onde estavam guardados, nas prateleiras. Despejou tudo num tacho e mexeu, como a receita mandava. A cozinha inteira começou a brilhar, faiscar e fazer barulho.
        Quando chegou a hora do fermento, Clara Luz teve uma ideia: 
        − Fermento é que faz o bolo crescer. Se em vez de uma colher de chá, eu puser um relâmpago inteiro, vai sair um bolão enorme. Mamãe amanhã nem vai precisar fazer o bolo das velas.
        É claro que não havia relâmpago inteiro em casa. Clara Luz não se atrapalhou:
        − O jeito é eu ir para a janela e pescar o primeiro que passar.
        Mas não foi fácil. Nenhum relâmpago concordava em entrar no bolo:
        − Eu não, ora essa! Tenho mais o que fazer!
        Afinal passou uma família inteira de relâmpagos: pai, mãe e cinco filhos. Ninguém deu confiança à Clara Luz mas, o menor de todos, um relampagozinho muito esperto ia no fim da fila.
        − Pssiu! − chamou Clara Luz. − Você quer entrar no meu bolo?
        − Eu não, que não sou bobo. Pensa que quero ser comido em festa de aniversário? 
        − Clara Luz pensou um pouco:
        − Você entra e depois sai. É só para fazer o bolo crescer.
        O relampagozinho começou a gostar da ideia:
        − Puxa! Deve ser divertido mesmo...
        E aí a confusão ficou do tamanho certo!

                                                            Fernanda Lopes de Almeida
Entendendo o conto:
01 – Qual é o nome do título do texto?
      O título do texto é “Fada que tinha ideias”.

02 – Quais são as personagens do texto?
      As personagens do texto são a fada Clara Luz e a Fada Mãe.

03 – Qual a idade da Carla luz?
      Clara Luz tem mais ou menos dez anos.

04 – Onde se passa a história?
      A história se passa na casa da fada, no céu.

05 – O que significa “Mundo Parado”, para a Fada Clara Luz?
      “É que quando alguém inventa alguma coisa o mundo anda. Quando ninguém inventa nada, o mundo fica parado.”

06 – O que a Fada Clara Luz fez com bule de prata?
      Ela a transformou em um pássaro com três asas.

07 – Quem era a amiga da Fada Clara Luz?
      A estrela Vermelhinha.

08 – De acordo com o texto, era o aniversário da Vermelhinho, e a Fada Mãe, resolveu fazer uma festa, a Fada Clara Luz foi fazer o bolo, qual era os ingredientes do bolo?
      Os ingredientes eram: 250 g. de raio de sol.
                                          250 g. de raios de luar. 
                                         01 xícara (chá) de fermento de relâmpago.

09 – Qual era o problema que acontecia na casa das fadas?
      O problema era que Clara Luz não queria aprender a fazer mágica pelos livros das fadas.

10 – O que queria fazer Clara Luz?
      Ela queria inventar suas próprias mágicas.

11 – A Fada Clara Luz resolveu aumenta a quantidade do fermento para poder fazer um bolo maior, pra quem ela pediu? E ele aceitou?
      Pediu a um relampagozinho. Ele não aceitou, porque seria comido.

12 – Qual foi a ideia que Clara Luz teve para convencer o pequeno relampagozinho?
      Era pra ele entrar e depois sair. É só para fazer o bolo crescer.