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domingo, 5 de janeiro de 2025

MÚSICA(ATIVIDADES): NO FUNDO - ARNALDO ANTUNES - COM GABARITO

 Música(ATIVIDADES): No Fundo

                                     Arnaldo Antunes

Em cima de cima assim e acima
sobre do alto e de alto a baixo debaixo
ao lado atrás e de lado a lado detrás e
sob acolá e além de ali depois pelo
centro entre de fora dentro na frente
e já de agora em frente e daqui
defronte através e rente

no fundo no fundo no fundo no fundo

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCCZlrtS7Dq1Yid1rnnFb8rynLsGkBDtDcG7lZfkWlLpEn0MvfKYNsm3ea10iB46sNuEzrU-W-af9OpWuowrrqmZyFptBCoOncXPHsjOtr9_WCHs6Vu89R1a5ty1vdIdSFpQTWNPrbSxUmc2Pxt15A7bwLVYiWMwPmOhPenDbePsgDeR1KQXs8UhYBeeM/s1600/FUNDO.jpg


em pé de repente perto envolvido em
torno envolvendo em volta e de volta
já e também no meio na mosca no alvo
na hora fora daqui mas a poucos pés pouco
a pouco aos pés através atrás de viés
e em e ainda mais e ainda agora e a
cada vez de uma vez ainda

no fundo no fundo no fundo no fundo

ante e antes de então e então durante
e enquanto aqui por enquanto adiante
avante acerca e portanto ao largo ao
redor e lá e nos arredores nos cantos
cá de passagem logo tangente longe
distante hoje de ontem onde depois de
onde pra onde onde

no mundo no mundo no mundo no mundo.

Composição: Arnaldo Antunes / Edgard Scandurra.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 2 / William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 11. Ed. Ensino médio – São Paulo: Saraiva, 2016. p. 187.

Entendendo a música:

01 – Qual a principal característica da letra da música "No Fundo"?

      A principal característica da letra é a repetição obsessiva de preposições e advérbios de lugar e tempo, criando um efeito hipnótico e explorando as diversas possibilidades de localização espacial e temporal. A música brinca com a linguagem, desconstruindo as noções convencionais de espaço e tempo.

02 – Qual a sensação que a repetição das palavras "no fundo" provoca no ouvinte?

      A repetição de "no fundo" cria uma sensação de profundidade, de algo oculto ou subjacente. Sugere uma busca incessante por um significado mais profundo, por uma verdade última que está além da superfície. Ao mesmo tempo, a repetição pode gerar uma sensação de vertigem e desorientação, levando o ouvinte a questionar sua própria percepção da realidade.

03 – Como a música explora as noções de espaço e tempo?

      A música explora as noções de espaço e tempo de forma não linear e fragmentada. As diversas preposições e advérbios criam um mosaico de localizações e momentos, que se sobrepõem e se entrelaçam. Essa fragmentação temporal e espacial reflete a complexidade da experiência humana e a dificuldade de apreender a totalidade da realidade.

04 – Qual o significado da frase "no mundo no mundo no mundo no mundo"?

      A repetição da frase "no mundo" enfatiza a sensação de estar imerso em um universo vasto e complexo. Ela evoca um sentimento de pequenez e insignificância diante da imensidão do mundo, ao mesmo tempo em que celebra a interconexão de todos os seres e coisas.

05 – Qual a sua interpretação geral da música "No Fundo"?

      A música "No Fundo" pode ser interpretada como uma reflexão sobre a natureza da existência, a busca por significado e a relação do indivíduo com o universo. A repetição obsessiva de palavras e a exploração das noções de espaço e tempo convidam o ouvinte a uma experiência sensorial e emocional intensa, desafiando as convenções da linguagem e da música. É uma obra que celebra a complexidade e a beleza da linguagem, convidando o ouvinte a uma profunda reflexão sobre si mesmo e sobre o mundo ao seu redor.

 

sábado, 4 de janeiro de 2025

POEMA: INFERNO - ARNALDO ANTUNES - COM GABARITO

 Poema: Inferno

            Arnaldo Antunes.

Aqui a asa não sai do casulo, o azul

não sai da treva, a terra

não semeia, o sêmen

não sai do escroto, o esgoto

não corre, não jorra

a fonte, a ponte

devolve ao mesmo lado, 

o galo cala, não canta a sereia, 

a ave não gorjeia, 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfbfj8zo2w-E_cxjZwabaKrbwnx65xP7Khd_POHOg9hXwQyNKrMZpWWkkic-QMg6pe1mSGrNmWWOnunHpEqY_ufllfxIfRi_XlNzPt6CMsKjTsaIDuuJHVMcxqwfHryRcpDAzo063RKb3HcccdX7iEc0cP3K_3yhDxMK70_XbGr4ydTzXpBOZeBASrE6M/s1600/JOIO.jpg


o joio devora o trigo, o verbo envenena

o mito, o vento

não acena o lenço, o tempo

não passa mais, adia,

a paz entedia, pára

o mar, sem maremoto,

como uma foto, a vida

sem saída, aqui,

se apaga a lua, acaba

e continua.

Arnaldo Antunes. In: 2 ou mais corpos no mesmo espaço. São Paulo: Perspectiva, 1997. p. 58-59.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 3 / William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 11. Ed. – Ensino médio. São Paulo: Saraiva, 2016. p. 185.

Entendendo o poema:

01 – Qual a principal sensação evocada pelo poema?

      O poema evoca uma sensação de aprisionamento, de imobilidade e de estagnação. As repetições de negativas e a ausência de movimento criam uma atmosfera opressiva e claustrofóbica.

02 – Quais os elementos da natureza que são negados no poema e o que isso representa?

      Os elementos da natureza como a asa, a terra, o sêmen, a fonte, o galo, a ave e o vento são negados em suas funções naturais. Essa negação simboliza a interrupção dos ciclos naturais, a falta de vida e a impossibilidade de transformação.

03 – Qual o significado da repetição da palavra "não" no poema?

      A repetição da palavra "não" enfatiza a negação constante, a ausência de movimento e a impossibilidade de mudança. Ela cria um ritmo monótono e reforça a sensação de aprisionamento.

04 – Qual a relação entre o tempo e o espaço no poema?

      No poema, o tempo parece parado. A expressão "o tempo não passa mais" reforça essa ideia de estagnação. O espaço também é limitado e claustrofóbico, representado pela imagem do mar sem maremoto e da vida sem saída.

05 – Qual a possível interpretação do último verso "e continua"?

      O último verso "e continua" pode ser interpretado de diferentes formas:

      Repetição infinita: A situação descrita no poema se repete infinitamente, sem possibilidade de mudança.

      Negação da esperança: A vida continua, mas sem sentido, sem propósito e sem futuro.

      Ironia: O "continuar" pode ser visto como uma ironia, já que tudo parece estar parado e sem vida.

domingo, 8 de dezembro de 2024

MÚSICA(ATIVIDADES): AS ÁRVORES - ARNALDO ANTUNES - COM GABARITO

 Música(Atividades): As árvores

             Arnaldo Antunes

As árvores são fáceis de achar
Ficam plantadas no chão
Mamam do sol pelas folhas
E pela terra
Também bebem água
Cantam no vento
E recebem a chuva de galhos abertos

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGadiuBcnMh_0CcTO5HSxC0pKvLZZl33ii-8Bv_HpK-kKeTcmq2iKwKioZDc84sfgBncuJmK6-E_8oNAmJ86H7lwelojHHUrPiWkcu1mWZlItngaSGNzrTUQI9VNLlom9eeKWjfHzcwYyNu2cDFeQMrKKiDhJ1RvyeIO-WgJ8obwcDHqkG0_uw-qlt2a8/s320/ARVORE.jpg


Há as que dão frutas
E as que dão frutos
As de copa larga
E as que habitam esquilos
As que chovem depois da chuva
As cabeludas, as mais jovens mudas
As árvores ficam paradas
Uma a uma enfileiradas
Na alameda
Crescem pra cima como as pessoas
Mas nunca se deitam
O céu aceitam
Crescem como as pessoas
Mas não são soltas nos passos
São maiores, mas
Ocupam menos espaço
Árvore da vida
Árvore querida
Perdão pelo coração
Que eu desenhei em você
Com o nome do meu amor.

Compositores: Arnaldo Augusto Nora Antunes Filho (Arnaldo Antunes) Jorge Lima Menezes (Jorge Ben Jor). In: CD Um som. BMG, 1998.

Fonte: Língua Portuguesa – Jornadas.port – Dileta Delmanto/Laiz B. de Carvalho – Ensino Fundamental – 6º ano. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 312.

Entendendo a música:

01 – Qual a principal metáfora utilizada na música?

      A principal metáfora utilizada na música é a comparação entre as árvores e as pessoas. Arnaldo Antunes estabelece diversos paralelos entre os seres humanos e as árvores, explorando suas características comuns e diferenças.

02 – Quais são as características das árvores que são destacadas na música?

      A música destaca diversas características das árvores, como o fato de elas estarem fixas no chão, se alimentarem do sol e da água, crescerem para cima e serem capazes de abrigar vida. Além disso, são mencionadas diferentes tipos de árvores, com suas particularidades.

03 – Qual a relação estabelecida entre as pessoas e as árvores na música?

      A relação estabelecida entre as pessoas e as árvores é uma relação de semelhança e contraste. Ambas crescem e se desenvolvem, mas as árvores são mais estáveis e permanentes. A música sugere que as pessoas poderiam aprender com as árvores, sendo mais pacientes, resilientes e conectadas com a natureza.

04 – Qual o significado do verso "Perdão pelo coração que eu desenhei em você"?

      Esse verso revela um ato de carinho e, ao mesmo tempo, um pedido de perdão. A pessoa que fala na música expressa um sentimento de conexão profunda com a árvore, ao ponto de gravar nela um símbolo de amor. No entanto, reconhece que essa ação pode ter sido invasiva ou desrespeitosa.

05 – Qual a mensagem principal da música?

      A mensagem principal da música é uma reflexão sobre a natureza humana e nossa relação com o meio ambiente. Arnaldo Antunes nos convida a observar as árvores como seres vivos complexos e a aprender com elas a importância da paciência, da resiliência e da conexão com a natureza. A música também pode ser interpretada como uma crítica à sociedade moderna, que muitas vezes valoriza a velocidade e o individualismo, em detrimento da conexão com o mundo natural.

 

domingo, 17 de julho de 2022

MÚSICA(ATIVIDADES): CULTURA - ARNALDO ANTUNES - COM GABARITO

 Música(Atividades): Cultura 

                                Arnaldo Antunes

O girino é o peixinho do sapo
O silêncio é o começo do papo
O bigode é a antena do gato
O cavalo é pasto do carrapato

O cabrito é o cordeiro da cabra
O pescoço é a barriga da cobra
O leitão é um porquinho mais novo
A galinha é um pouquinho do ovo

O desejo é o começo do corpo
Engordar é a tarefa do porco
A cegonha é a girafa do ganso
O cachorro é um lobo mais manso

O escuro é a metade da zebra
As raízes são as veias da seiva
O camelo é um cavalo sem sede
Tartaruga por dentro é parede

O potrinho é o bezerro da égua
A batalha é o começo da trégua
Papagaio é um dragão miniatura
Bactérias num meio é cultura.

ANTUNES, Arnaldo. In CD Nome. BMG, 1993. Disponível em: http://www.arnaldoantunes.com.br/new/sec_textos_list.php?page=1&id=212. Acesso em: 26 jan. 2015.

Fonte: Livro Língua Portuguesa – Singular & Plural – 7° ano – Laura de Figueiredo – 2ª edição. São Paulo, 2015 – Moderna. p. 172-3.

Entendendo a música:

01 – Quais das redações abaixo parece ser o “esqueleto”, isto é, a estrutura de todos os versos? Copie a opção correta no caderno.

a)   Isso e aquilo são;

b)   Ou isso ou aquilo;

c)   Isso é aquilo.

02 – Observe esta definição dada pela Biologia:

        O girino é a larva do sapo.

·        O que há de comum entre essa definição e os versos?

A estrutura da redação é exatamente a mesma: isso é aquilo.

03 – As definições presentes nos versos são as conhecidas e esperadas pelo conhecimento médio, comum à maior parte das pessoas? Por quê?

      Não, pois as definições surpreendem pelas relações inesperadas entre seres.

04 – Releia o verbete de dicionário e retome a letra da canção. Por que a definição presente no último verso se diferencia das demais?

      Porque é a única que remete a uma definição esperada: a proliferação da bactéria é, na Biologia, de fato, cultura, como foi possível descobrir com a consulta ao verbete de dicionário.

05 – Qual verso você acha que permitiria imaginar uma cena bem interessante? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno.

06 – Embora o ser humano não seja citado em nenhum verso, três ações tipicamente humanas são definidas. Em que versos isso acontece?

      O silêncio é o começo do papo / O desejo é o começo do corpo / A batalha é o começo da trégua.

07 – Um dos sentidos de “cultura” é ter conhecimentos acumulados pela humanidade e aprendidos principalmente por meio da escola.

·        A canção se compromete com essa transmissão ou a renova? Por quê?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: A canção renova a ideia de cultura. Por outro lado, só é possível apelar para a imaginação, “brincar” poeticamente com a produção de conhecimentos, justamente porque a composição dialoga com os conhecimentos básicos, que estão consolidados na cultura geral.

 

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

MÚSICA(ATIVIDADES): ESTRELA - SÉRGIO BRITTO E ARNALDO ANTUNES - COM GABARITO

 MÚSICA(ATIVIDADES): ESTRELA         

                                                       ARNALDO ANTUNES/SÉRGIO BRITTO

 

Estrelas

Para mim

Para mim

Estrelas

São para mim

Estrelas para mim

Estrelas

Estrelas

Para quê?

Para quê?

Estrelas para mim

Só para mim

Para mim

Para mim

Para mim

E a treva entre as estrelas

Só para mim

 

Entendendo a canção

1)   De que se trata a canção?

O eu lírico é alguém que deseja as estrelas.

 

2)   Você já olhou com admiração um céu muito estrelado? Que pensamentos e sentimentos um céu estrelado pode despertar nas pessoas?

Resposta pessoal.

3)   Por que nas grandes cidades é mais difícil contemplar uma noite estrelada?

Porque as luzes e a poluição da cidade dificultam a visão das estrelas.

4)   Em sua opinião, por que as estrelas chamam tanto a atenção dos seres humanos?

Resposta pessoal. Possibilidade: O brilho das estrelas contra um céu escuro dá aos seres humanos uma ideia da imensidão do Universo. A beleza de um céu estrelado encanta as pessoas.

domingo, 20 de setembro de 2020

POEMA: AS ÁRVORES - ARNALDO ANTUNES - COM GABARITO

 POEMA: AS ÁRVORES

                   Arnaldo Antunes

 As árvores são fáceis de achar

Ficam plantadas no chão

Mamam do sol pelas folhas

E pela terra

Também bebem água

Cantam no vento

E recebem a chuva de galhos abertos

Há as que dão frutas

E as que dão frutos

As de copa larga

E as que habitam esquilos

As que chovem depois da chuva

As cabeludas, as mais jovens mudas

As árvores ficam paradas

Uma a uma enfileiradas

Na alameda

Crescem pra cima como as pessoas

Mas nunca se deitam

O céu aceitam

Crescem como as pessoas

Mas não são soltas nos passos

São maiores, mas

Ocupam menos espaço

Árvore da vida

Árvore querida

Perdão pelo coração

Que eu desenhei em você

Com o nome do meu amor.

ANTUNES, Arnaldo. As coisas. Editora Iluminuras: São Paulo, 2000

  ENTENDENDO O POEMA

 1)   O poeta usa uma linguagem divertida para falar sobre a árvore. Copie, do poema, os versos que a comparam, claramente, aos seres humanos.

Crescem pra cima como as pessoas.

Crescem como as pessoas.

 2)   A que parte do corpo humano se relacionam os “galhos abertos”?

Os galhos abertos têm relação com os braços abertos.

  3)   Agora, veja se você consegue descobrir, no texto, outras características e ações próprias de seres humanos:

Ações: mamam, bebem água, cantam, choram.

Características: cabeludas, mudas.

 4)   Releia: “Mamam do sol pelas folhas / E pela terra / Também bebem água”. Como é possível isso? Parece até uma aula de Ciências!

As árvores recebem a energia do sol pelas folhas e retiram a água do solo pelas raízes.

5)   O que o poeta quis dizer com “Crescem como as pessoas / Mas não são soltas nos passos”?

As árvores crescem como as pessoas, mas não andam, não saem do lugar.

       6)   Em “As cabeludas, as mais jovens mudas”, como podemos entender a palavra em destaque?

“Mudas” têm o sentido de “caladas, sem falar” e também significam “plantas ainda jovens”.

 7)   Copie, os versos em que o eu do texto se dirige, com carinho, à árvore.

          “Árvore da vida

           Árvore querida”.

sábado, 29 de agosto de 2020

POEMA: AS COISAS - ARNALDO ANTUNES - COM GABARITO

 Poema: AS COISAS

               Arnaldo Antunes

As coisas têm peso,
massa, volume, tama-
nho, tempo, forma, cor,
posição, textura, dura-
ção, densidade, cheiro,
valor, consistência, pro-
fundidade, contorno,
temperatura, função,
aparência, preço, desti-
no, idade, sentido. As
coisas não têm paz.

                             In: ANTUNES, Arnaldo. As coisas. Il. Rosa Moreau Antunes. 2.ed. São Paulo: Iluminuras, 1993. p.91

Entendendo o poema:

01 – O poema faz uma comparação entre “as coisas” e “o ar”.

a)   Embora o ar esteja em nossa volta, não prestamos atenção nele. Que características do ar é responsável por isso?

Sua transparência ou invisibilidade.

b)   Cite uma prova de que o ar existe.

Sugestões: Sentimos nosso peito mais cheio quando inspiramos; o vento é o ar em movimento, e podemos senti-lo no rosto e nos cabelos; uma bexiga cheia é mais pesada que uma vazia.

c)   Segundo o poema, quando as coisas ficam parecidas com o ar?

Quando não reparamos nelas.

02 – Olhe em sua volta neste momento para descobrir uma coisa que passou despercebida até agora.

a)   O que você viu?

Resposta pessoal do aluno.

b)   O que foi necessário para que você passasse a ver essa coisa?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: É necessário prestar atenção, reparar em uma coisa para passar a vê-la.

03 – Você acha que o termo coisas, no poema, refere-se apenas a objetos? Explique sua resposta.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Não. E também não reparamos em algumas pessoas, por exemplo.

04 – Quais são os sentidos da palavra para no penúltimo verso?

      A primeira ocorrência de para (verbo) significa “estagnar”; “deixar de mover”, a segunda (preposição) tem o sentido de “a fim de”. “com o objetivo de”.

05 – A última palavra do poema é o verbo reparar.

a)   Que palavras ou expressões têm sentido semelhante ao dela?

Notar, perceber, observar, prestar atenção, fixar o olhar.

b)   Por que o poeta decidiu usar a palavra reparar, e não uma de sentido parecido?

Porque, além de rimar com ar, a palavra reparar contém as letras que formam a palavra para, usada duas vezes no verso anterior.

06 – O poema em estudo não tem título. Em sua opinião, essa ausência prejudica a compreensão do texto? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Não, pois os versos são suficientes para expressar a ideia, dispensando esclarecimentos.

 

domingo, 9 de fevereiro de 2020

MÚSICA(ATIVIDADES): INCLASSIFICÁVEIS - ARNALDO ANTUNES - COM GABARITO

Música(Atividades): Inclassificáveis  

                                          Arnaldo Antunes

que preto, que branco, que índio o quê?
que branco, que índio, que preto o quê?
que índio, que preto, que branco o quê?

que preto branco índio o quê?
branco índio preto o quê?
índio preto branco o quê?

aqui somos mestiços mulatos
cafuzos pardos mamelucos sararás
crilouros guaranisseis e judárabes

orientupis orientupis
ameriquítalos luso nipo caboclos
orientupis orientupis
iberibárbaros indo ciganagôs

somos o que somos
inclassificáveis

não tem um, tem dois,
não tem dois, tem três,
não tem lei, tem leis,
não tem vez, tem vezes,
não tem deus, tem deuses,

não há sol a sós

aqui somos mestiços mulatos
cafuzos pardos tapuias tupinamboclos
americarataís yorubárbaros.

somos o que somos
inclassificáveis

que preto, que branco, que índio o quê?
que branco, que índio, que preto o quê?
que índio, que preto, que branco o quê?

não tem um, tem dois,
não tem dois, tem três,
não tem lei, tem leis,
não tem vez, tem vezes,
não tem deus, tem deuses,
não tem cor, tem cores,

não há sol a sós

egipciganos tupinamboclos
yorubárbaros carataís
caribocarijós orientapuias
mamemulatos tropicaburés
chibarrosados mesticigenados
oxigenados debaixo do sol.
              Composição: Arnaldo Antunes. O silêncio. BMG, 1996.
Fonte: Projeto Teláris – Português – 6° ano – Editora Ática – p. 12-3.
Entendendo a canção:

01 – Veja os sentidos que pode ter a palavra empregada como título: Inclassificável.
1 – Que não pode ser classificado.
2 – Que está em confusão, confuso, desordenado [...].
3 – Digno de censura ou reprovação, inqualificável.

Em seu caderno, responda: Qual das definições dessa palavra faz mais sentido com a letra de música de Arnaldo Antunes?
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: item 1 e 2, pois a letra procura mostrar que há inúmeras misturas, meio confusas, e que isso acaba se tornando difícil de classificar.

02 – Alguns termos usados na canção para indicar as misturas étnicas podem ser encontrados no dicionários, pois fazem parte da língua portuguesa. Pesquisem em conjunto o significado de:
·        Mulato: mestiço de branco e negro.

·        Cafuzo: mestiço de negro e índio.

·        Pardo: mestiço de branco e negro, mulato.

·        Mameluco: mestiço de índio com branco.

·        Sarará: mulato de cabelo alourado.

03 – Algumas palavras usadas na letra da canção para falar da mestiçagem brasileira não são encontradas nos dicionários. São formadas pela junção de palavras conhecidas. Agora, junte-se a um colega e conversem para descobrir quais são essas misturas.

a)   Crilouro: criolo + louro.

b)   Guaranisseis: guarani + nissei.

c)   Judárabes: judeus + árabes.

d)   Orientupis: oriental + tupi.

e)   Ameriquítalos: americano + ítalo (italiano).

Pela leitura da letra da canção podemos concluir que é a cor que importa?
Não, nem há necessidade de sermos classificáveis.

04 – Releiam o título da canção e uma palavra empregada no penúltimo verso.
Inclassificáveis: que não se pode classificar.
Mesticigenados: mestiços+miscigenados = cruzamentos entre etnias.
 O que podemos concluir ao comparar inclassificáveis com mesticigenados?
      Resposta pessoal do aluno.

05 – Qual é a história de sua família? De onde vem seus pais e avós? Qual é a sua mistura?
      Resposta pessoal do aluno.
     



quinta-feira, 15 de agosto de 2019

POEMA: IMAGEM - ARNALDO ANTUNES - COM GABARITO


POEMA: IMAGEM
                Arnaldo Antunes

palavra                
paisagem             contempla
cinema                 assiste
cena                    
cor                        enxerga
corpo                    observa
luz                        vislumbra
vulto                      avista
alvo                       mira
céu                        admira
célula                     examina
detalhe                   nota
imagem                  fita
olho                        olha

Arnaldo Antunes e Péricles Cavalcanti. Imagem. Intérprete: Arnaldo Antunes. Em: Nome. BMG, 1993
Fonte: Livro - Para Viver Juntos - Português - 6º ano - Ensino Fundamental- Anos Finais - Edições SM - p.98.
Entendendo o poema

1)   O que indicam as palavras da coluna da direita do poema?
Indicam ações.

2)   Quanto ao significado, o que há em comum entre todas as palavras dessa coluna?
Que todas as palavras indicam ações relacionadas ao ato de ver.

3)   O que indicam as palavras da coluna da esquerda do poema?
Indicam nomes de coisas.

4)   Que relações de sentido há entre as palavras das duas colunas?
Pode-se perceber que as palavras das duas colunas relacionam o ato de ver e o que se vê.

5)   Como podem ser classificadas as palavras da primeira coluna?
Todas as palavras da primeira coluna são substantivos.


terça-feira, 18 de junho de 2019

MÚSICA(ATIVIDADES): O BURACO DO ESPELHO - ARNALDO ANTUNES - COM GABARITO

Música(Atividades): O Buraco do Espelho
                                  Arnaldo Antunes

O buraco do espelho está fechado
Agora eu tenho que ficar aqui
Com um olho aberto, outro acordado
No lado de lá onde eu caí

Pro lado de cá não tem acesso
Mesmo que me chamem pelo nome
Mesmo que admitam meu regresso
Toda vez que eu vou a porta some

A janela some na parede
A palavra de água se dissolve
Na palavra sede, a boca cede
Antes de falar, e não se ouve

Já tentei dormir à noite inteira
Quatro, cinco, seis da madrugada
Vou ficar ali nessa cadeira
Uma orelha alerta, outra ligada

O buraco do espelho está fechado
Agora eu tenho que ficar agora
Fui pelo abandono abandonado
Aqui dentro do lado de fora

                        Composição: Arnaldo Antunes / Edgard Scandurra

Entendendo a canção:

01 – O eu lírico demonstra que conflito nessa canção?
      O conflito interno que atinge um nível maior do que o considerado normal, onde o sujeito já é excluído da sociedade.

02 – De quem o eu lírico tenta escapar na letra da canção?
      Escapar do próprio espelho.

03 – Que figura de linguagem encontramos no seguinte verso: “Fui pelo abandono abandonado”?
      Pleonasmo.

04 – Que elementos metafóricos que passam a noção de passagem para o outro lado, o eu lírico cita na canção?
      Espelho, janela e porta.

05 – Analise o excerto a seguir:
        “O buraco do espelho está fechado
         Agora eu tenho que ficar agora
         Fui pelo abandono abandonado
         Aqui dentro do lado de fora.”

        Assinale a alternativa que apresenta a função da linguagem predominante nestes versos.
a)   Poética.
b)   Metalinguística.
c)   Fática.
d)   Conativa.