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domingo, 17 de julho de 2022

MÚSICA(ATIVIDADES): CULTURA - ARNALDO ANTUNES - COM GABARITO

 Música(Atividades): Cultura 

                                Arnaldo Antunes

O girino é o peixinho do sapo
O silêncio é o começo do papo
O bigode é a antena do gato
O cavalo é pasto do carrapato

O cabrito é o cordeiro da cabra
O pescoço é a barriga da cobra
O leitão é um porquinho mais novo
A galinha é um pouquinho do ovo

O desejo é o começo do corpo
Engordar é a tarefa do porco
A cegonha é a girafa do ganso
O cachorro é um lobo mais manso

O escuro é a metade da zebra
As raízes são as veias da seiva
O camelo é um cavalo sem sede
Tartaruga por dentro é parede

O potrinho é o bezerro da égua
A batalha é o começo da trégua
Papagaio é um dragão miniatura
Bactérias num meio é cultura.

ANTUNES, Arnaldo. In CD Nome. BMG, 1993. Disponível em: http://www.arnaldoantunes.com.br/new/sec_textos_list.php?page=1&id=212. Acesso em: 26 jan. 2015.

Fonte: Livro Língua Portuguesa – Singular & Plural – 7° ano – Laura de Figueiredo – 2ª edição. São Paulo, 2015 – Moderna. p. 172-3.

Entendendo a música:

01 – Quais das redações abaixo parece ser o “esqueleto”, isto é, a estrutura de todos os versos? Copie a opção correta no caderno.

a)   Isso e aquilo são;

b)   Ou isso ou aquilo;

c)   Isso é aquilo.

02 – Observe esta definição dada pela Biologia:

        O girino é a larva do sapo.

·        O que há de comum entre essa definição e os versos?

A estrutura da redação é exatamente a mesma: isso é aquilo.

03 – As definições presentes nos versos são as conhecidas e esperadas pelo conhecimento médio, comum à maior parte das pessoas? Por quê?

      Não, pois as definições surpreendem pelas relações inesperadas entre seres.

04 – Releia o verbete de dicionário e retome a letra da canção. Por que a definição presente no último verso se diferencia das demais?

      Porque é a única que remete a uma definição esperada: a proliferação da bactéria é, na Biologia, de fato, cultura, como foi possível descobrir com a consulta ao verbete de dicionário.

05 – Qual verso você acha que permitiria imaginar uma cena bem interessante? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno.

06 – Embora o ser humano não seja citado em nenhum verso, três ações tipicamente humanas são definidas. Em que versos isso acontece?

      O silêncio é o começo do papo / O desejo é o começo do corpo / A batalha é o começo da trégua.

07 – Um dos sentidos de “cultura” é ter conhecimentos acumulados pela humanidade e aprendidos principalmente por meio da escola.

·        A canção se compromete com essa transmissão ou a renova? Por quê?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: A canção renova a ideia de cultura. Por outro lado, só é possível apelar para a imaginação, “brincar” poeticamente com a produção de conhecimentos, justamente porque a composição dialoga com os conhecimentos básicos, que estão consolidados na cultura geral.

 

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

MÚSICA(ATIVIDADES): ESTRELA - SÉRGIO BRITTO E ARNALDO ANTUNES - COM GABARITO

 MÚSICA(ATIVIDADES): ESTRELA         

                                                       ARNALDO ANTUNES/SÉRGIO BRITTO

 

Estrelas

Para mim

Para mim

Estrelas

São para mim

Estrelas para mim

Estrelas

Estrelas

Para quê?

Para quê?

Estrelas para mim

Só para mim

Para mim

Para mim

Para mim

E a treva entre as estrelas

Só para mim

 

Entendendo a canção

1)   De que se trata a canção?

O eu lírico é alguém que deseja as estrelas.

 

2)   Você já olhou com admiração um céu muito estrelado? Que pensamentos e sentimentos um céu estrelado pode despertar nas pessoas?

Resposta pessoal.

3)   Por que nas grandes cidades é mais difícil contemplar uma noite estrelada?

Porque as luzes e a poluição da cidade dificultam a visão das estrelas.

4)   Em sua opinião, por que as estrelas chamam tanto a atenção dos seres humanos?

Resposta pessoal. Possibilidade: O brilho das estrelas contra um céu escuro dá aos seres humanos uma ideia da imensidão do Universo. A beleza de um céu estrelado encanta as pessoas.

domingo, 20 de setembro de 2020

POEMA: AS ÁRVORES - ARNALDO ANTUNES - COM GABARITO

 POEMA: AS ÁRVORES

                   Arnaldo Antunes

 As árvores são fáceis de achar

Ficam plantadas no chão

Mamam do sol pelas folhas

E pela terra

Também bebem água

Cantam no vento

E recebem a chuva de galhos abertos

Há as que dão frutas

E as que dão frutos

As de copa larga

E as que habitam esquilos

As que chovem depois da chuva

As cabeludas, as mais jovens mudas

As árvores ficam paradas

Uma a uma enfileiradas

Na alameda

Crescem pra cima como as pessoas

Mas nunca se deitam

O céu aceitam

Crescem como as pessoas

Mas não são soltas nos passos

São maiores, mas

Ocupam menos espaço

Árvore da vida

Árvore querida

Perdão pelo coração

Que eu desenhei em você

Com o nome do meu amor.

ANTUNES, Arnaldo. As coisas. Editora Iluminuras: São Paulo, 2000

  ENTENDENDO O POEMA

 1)   O poeta usa uma linguagem divertida para falar sobre a árvore. Copie, do poema, os versos que a comparam, claramente, aos seres humanos.

Crescem pra cima como as pessoas.

Crescem como as pessoas.

 2)   A que parte do corpo humano se relacionam os “galhos abertos”?

Os galhos abertos têm relação com os braços abertos.

  3)   Agora, veja se você consegue descobrir, no texto, outras características e ações próprias de seres humanos:

Ações: mamam, bebem água, cantam, choram.

Características: cabeludas, mudas.

 4)   Releia: “Mamam do sol pelas folhas / E pela terra / Também bebem água”. Como é possível isso? Parece até uma aula de Ciências!

As árvores recebem a energia do sol pelas folhas e retiram a água do solo pelas raízes.

5)   O que o poeta quis dizer com “Crescem como as pessoas / Mas não são soltas nos passos”?

As árvores crescem como as pessoas, mas não andam, não saem do lugar.

       6)   Em “As cabeludas, as mais jovens mudas”, como podemos entender a palavra em destaque?

“Mudas” têm o sentido de “caladas, sem falar” e também significam “plantas ainda jovens”.

 7)   Copie, os versos em que o eu do texto se dirige, com carinho, à árvore.

          “Árvore da vida

           Árvore querida”.

sábado, 29 de agosto de 2020

POEMA: AS COISAS - ARNALDO ANTUNES - COM GABARITO

 Poema: AS COISAS

               Arnaldo Antunes

As coisas têm peso,
massa, volume, tama-
nho, tempo, forma, cor,
posição, textura, dura-
ção, densidade, cheiro,
valor, consistência, pro-
fundidade, contorno,
temperatura, função,
aparência, preço, desti-
no, idade, sentido. As
coisas não têm paz.

                             In: ANTUNES, Arnaldo. As coisas. Il. Rosa Moreau Antunes. 2.ed. São Paulo: Iluminuras, 1993. p.91

Entendendo o poema:

01 – O poema faz uma comparação entre “as coisas” e “o ar”.

a)   Embora o ar esteja em nossa volta, não prestamos atenção nele. Que características do ar é responsável por isso?

Sua transparência ou invisibilidade.

b)   Cite uma prova de que o ar existe.

Sugestões: Sentimos nosso peito mais cheio quando inspiramos; o vento é o ar em movimento, e podemos senti-lo no rosto e nos cabelos; uma bexiga cheia é mais pesada que uma vazia.

c)   Segundo o poema, quando as coisas ficam parecidas com o ar?

Quando não reparamos nelas.

02 – Olhe em sua volta neste momento para descobrir uma coisa que passou despercebida até agora.

a)   O que você viu?

Resposta pessoal do aluno.

b)   O que foi necessário para que você passasse a ver essa coisa?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: É necessário prestar atenção, reparar em uma coisa para passar a vê-la.

03 – Você acha que o termo coisas, no poema, refere-se apenas a objetos? Explique sua resposta.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Não. E também não reparamos em algumas pessoas, por exemplo.

04 – Quais são os sentidos da palavra para no penúltimo verso?

      A primeira ocorrência de para (verbo) significa “estagnar”; “deixar de mover”, a segunda (preposição) tem o sentido de “a fim de”. “com o objetivo de”.

05 – A última palavra do poema é o verbo reparar.

a)   Que palavras ou expressões têm sentido semelhante ao dela?

Notar, perceber, observar, prestar atenção, fixar o olhar.

b)   Por que o poeta decidiu usar a palavra reparar, e não uma de sentido parecido?

Porque, além de rimar com ar, a palavra reparar contém as letras que formam a palavra para, usada duas vezes no verso anterior.

06 – O poema em estudo não tem título. Em sua opinião, essa ausência prejudica a compreensão do texto? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Não, pois os versos são suficientes para expressar a ideia, dispensando esclarecimentos.

 

domingo, 9 de fevereiro de 2020

MÚSICA(ATIVIDADES): INCLASSIFICÁVEIS - ARNALDO ANTUNES - COM GABARITO

Música(Atividades): Inclassificáveis  

                                          Arnaldo Antunes

que preto, que branco, que índio o quê?
que branco, que índio, que preto o quê?
que índio, que preto, que branco o quê?

que preto branco índio o quê?
branco índio preto o quê?
índio preto branco o quê?

aqui somos mestiços mulatos
cafuzos pardos mamelucos sararás
crilouros guaranisseis e judárabes

orientupis orientupis
ameriquítalos luso nipo caboclos
orientupis orientupis
iberibárbaros indo ciganagôs

somos o que somos
inclassificáveis

não tem um, tem dois,
não tem dois, tem três,
não tem lei, tem leis,
não tem vez, tem vezes,
não tem deus, tem deuses,

não há sol a sós

aqui somos mestiços mulatos
cafuzos pardos tapuias tupinamboclos
americarataís yorubárbaros.

somos o que somos
inclassificáveis

que preto, que branco, que índio o quê?
que branco, que índio, que preto o quê?
que índio, que preto, que branco o quê?

não tem um, tem dois,
não tem dois, tem três,
não tem lei, tem leis,
não tem vez, tem vezes,
não tem deus, tem deuses,
não tem cor, tem cores,

não há sol a sós

egipciganos tupinamboclos
yorubárbaros carataís
caribocarijós orientapuias
mamemulatos tropicaburés
chibarrosados mesticigenados
oxigenados debaixo do sol.
              Composição: Arnaldo Antunes. O silêncio. BMG, 1996.
Fonte: Projeto Teláris – Português – 6° ano – Editora Ática – p. 12-3.
Entendendo a canção:

01 – Veja os sentidos que pode ter a palavra empregada como título: Inclassificável.
1 – Que não pode ser classificado.
2 – Que está em confusão, confuso, desordenado [...].
3 – Digno de censura ou reprovação, inqualificável.

Em seu caderno, responda: Qual das definições dessa palavra faz mais sentido com a letra de música de Arnaldo Antunes?
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: item 1 e 2, pois a letra procura mostrar que há inúmeras misturas, meio confusas, e que isso acaba se tornando difícil de classificar.

02 – Alguns termos usados na canção para indicar as misturas étnicas podem ser encontrados no dicionários, pois fazem parte da língua portuguesa. Pesquisem em conjunto o significado de:
·        Mulato: mestiço de branco e negro.

·        Cafuzo: mestiço de negro e índio.

·        Pardo: mestiço de branco e negro, mulato.

·        Mameluco: mestiço de índio com branco.

·        Sarará: mulato de cabelo alourado.

03 – Algumas palavras usadas na letra da canção para falar da mestiçagem brasileira não são encontradas nos dicionários. São formadas pela junção de palavras conhecidas. Agora, junte-se a um colega e conversem para descobrir quais são essas misturas.

a)   Crilouro: criolo + louro.

b)   Guaranisseis: guarani + nissei.

c)   Judárabes: judeus + árabes.

d)   Orientupis: oriental + tupi.

e)   Ameriquítalos: americano + ítalo (italiano).

Pela leitura da letra da canção podemos concluir que é a cor que importa?
Não, nem há necessidade de sermos classificáveis.

04 – Releiam o título da canção e uma palavra empregada no penúltimo verso.
Inclassificáveis: que não se pode classificar.
Mesticigenados: mestiços+miscigenados = cruzamentos entre etnias.
 O que podemos concluir ao comparar inclassificáveis com mesticigenados?
      Resposta pessoal do aluno.

05 – Qual é a história de sua família? De onde vem seus pais e avós? Qual é a sua mistura?
      Resposta pessoal do aluno.
     



quinta-feira, 15 de agosto de 2019

POEMA: IMAGEM - ARNALDO ANTUNES - COM GABARITO


POEMA: IMAGEM
                Arnaldo Antunes

palavra                
paisagem             contempla
cinema                 assiste
cena                    
cor                        enxerga
corpo                    observa
luz                        vislumbra
vulto                      avista
alvo                       mira
céu                        admira
célula                     examina
detalhe                   nota
imagem                  fita
olho                        olha

Arnaldo Antunes e Péricles Cavalcanti. Imagem. Intérprete: Arnaldo Antunes. Em: Nome. BMG, 1993
Fonte: Livro - Para Viver Juntos - Português - 6º ano - Ensino Fundamental- Anos Finais - Edições SM - p.98.
Entendendo o poema

1)   O que indicam as palavras da coluna da direita do poema?
Indicam ações.

2)   Quanto ao significado, o que há em comum entre todas as palavras dessa coluna?
Que todas as palavras indicam ações relacionadas ao ato de ver.

3)   O que indicam as palavras da coluna da esquerda do poema?
Indicam nomes de coisas.

4)   Que relações de sentido há entre as palavras das duas colunas?
Pode-se perceber que as palavras das duas colunas relacionam o ato de ver e o que se vê.

5)   Como podem ser classificadas as palavras da primeira coluna?
Todas as palavras da primeira coluna são substantivos.


terça-feira, 18 de junho de 2019

MÚSICA(ATIVIDADES): O BURACO DO ESPELHO - ARNALDO ANTUNES - COM GABARITO

Música(Atividades): O Buraco do Espelho
                                  Arnaldo Antunes

O buraco do espelho está fechado
Agora eu tenho que ficar aqui
Com um olho aberto, outro acordado
No lado de lá onde eu caí

Pro lado de cá não tem acesso
Mesmo que me chamem pelo nome
Mesmo que admitam meu regresso
Toda vez que eu vou a porta some

A janela some na parede
A palavra de água se dissolve
Na palavra sede, a boca cede
Antes de falar, e não se ouve

Já tentei dormir à noite inteira
Quatro, cinco, seis da madrugada
Vou ficar ali nessa cadeira
Uma orelha alerta, outra ligada

O buraco do espelho está fechado
Agora eu tenho que ficar agora
Fui pelo abandono abandonado
Aqui dentro do lado de fora

                        Composição: Arnaldo Antunes / Edgard Scandurra

Entendendo a canção:

01 – O eu lírico demonstra que conflito nessa canção?
      O conflito interno que atinge um nível maior do que o considerado normal, onde o sujeito já é excluído da sociedade.

02 – De quem o eu lírico tenta escapar na letra da canção?
      Escapar do próprio espelho.

03 – Que figura de linguagem encontramos no seguinte verso: “Fui pelo abandono abandonado”?
      Pleonasmo.

04 – Que elementos metafóricos que passam a noção de passagem para o outro lado, o eu lírico cita na canção?
      Espelho, janela e porta.

05 – Analise o excerto a seguir:
        “O buraco do espelho está fechado
         Agora eu tenho que ficar agora
         Fui pelo abandono abandonado
         Aqui dentro do lado de fora.”

        Assinale a alternativa que apresenta a função da linguagem predominante nestes versos.
a)   Poética.
b)   Metalinguística.
c)   Fática.
d)   Conativa.


segunda-feira, 13 de maio de 2019

MÚSICA(ATIVIDADES): FORA DE SI - ARNALDO ANTUNES - COM GABARITO

Música(Atividades): Fora de Si

                                  Arnaldo Antunes

Eu fico louco
Eu fico fora de si
Eu fica assim
Eu fica fora de mim

Eu fico um pouco
Depois eu saio daqui
Eu vai embora
Eu fico fora de si

Eu fico oco
Eu fica bem assim
Eu fico sem ninguém em mim

                                   Composição: Arnaldo Antunes

Entendendo a canção:

01 – A letra da canção, é relativamente simples quanto ao conteúdo, já que se organiza em torno de uma ideia central. Qual é essa ideia?
      A do estado de “loucura”, de insensatez em que se encontra o eu lírico.

02 – A canção se intitula “fora de si”.
a)   O que significam expressões como “ficar fora de si” ou “ficar fora de mim”?
Perder o controle, perder a razão ou o senso.

b)   Logo, o título da canção é coerente com seu assunto central?
Sim, pois o título reforça a ideia central de desvario.

03 – O texto causa estranhamento devido à falta de concordância entre algumas palavras e termos.
a)   Reescreva todos os versos em que se verificam desvios de concordância em relação à variedade padrão da língua, adequando-os a essa variedade.
“Eu fico fora de mim / Eu fico assim / eu fico fora de mim / eu vou embora / eu fico fora de mim / eu fico bem assim.”

b)   Identifique o tipo de problema de concordância verificado em cada um dos versos reescritos: concordância verbal (entre o verbo e o sujeito), concordância nominal (entre os pronomes) ou concordância verbal e nominal (entre o verbo e o sujeito e entre os pronomes).
1ª estrofe: eu fico fora de mim (conc. nominal), eu fico assim (conc. verbal), eu fico fora de mim (conc. verbal). 2ª estrofe: eu vou embora (conc. verbal), eu fico fora de mim (conc. verbal e nominal). 3ª estrofe: eu fico bem assim (conc. verbal).

04 – Como se nota, os desvios com relação à variedade padrão identificados nessa canção são intencionais, uma vez que quebram pressupostos básicos do uso corrente da língua, dominados até por falantes não letrados, como, por exemplo, em “eu fica assim”. Levando em conta que a forma de um texto geralmente está relacionada com seu conteúdo, responda: que papel tem a concordância ou a falta dela na construção do sentido global da canção?
      A falta de concordância reforça, no nível linguístico, a ideia de “loucura” de que trata a canção.

05 – Em todos os versos, o centro do discurso é a figura do eu lírico, identificado pelo pronome reto eu. Apesar disso, os verbos e pronomes se alternam entre a 1ª e a 3ª pessoa, sugerindo a presença de outra pessoa, talvez um interlocutor, não mencionada explicitamente no texto.
a)   Quem poderia ser essa pessoa?
Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Talvez a pessoa amada, ou alguém da intimidade do eu lírico.

b)   Levante hipóteses: que relação pode haver entre a falta de concordância do texto e o relacionamento entre o eu lírico e essa pessoa?
A ausência dessa pessoa ou a falta de entendimento com ela poderia ter provocado o estado de loucura do eu lírico, que já não consegue discernir o que é certo ou errado. E também: a falta de concordância linguística sugere a falta de sintonia entre o eu lírico e uma 3ª pessoa.

sexta-feira, 19 de abril de 2019

MÚSICA(ATIVIDADES): EU - ARNALDO ANTUNES - COM GABARITO

Música(Atividades): Eu
                                 Arnaldo Antunes

Eu
Coberto de
Pele
Coberta de
Pano
Coberto de
Ar

E debaixo de meu pé cimento
E debaixo do cimento terra
E sob a terra petróleo correndo
E o lento apagamento do

Sol
Por cima de
Tudo e depois do Sol
Outras estrelas se apagando
Mais rapidamente que a chegada
De sua luz até aqui.
                                     Composição: Arnaldo Antunes / Enzo Banzo

Texto: Eu coberto de pele coberta de pano coberto de ar e debaixo de meu pé cimento e debaixo do cimento terra e sob a terra petróleo correndo e o lento apagamento do sol por cima de tudo e depois do sol outras estrelas se apagando mais rapidamente que a chegada de sua luz até aqui.

                                            As coisas. São Paulo, Iluminuras, 2002.

Entendendo a canção:

01 – Você conhece muitos poemas e talvez até saiba alguns de cor. Que diferenças mais nítidas você percebe entre a música e o texto?
      O texto foi escrito num único bloco, sem divisão de versos e estrofes. Estrutura-se em um único período, que se desenvolve, sem qualquer sinal de pontuação, da maiúscula inicial até o ponto final. Já na música foi dividida em estrofes e versos.

02 – E quantas estrofes e quantos versos possui a canção?
      Possui 03 estrofes e 17 versos.

03 – O pronome Eu é a palavra central do texto.
a)   Interprete e explique como o eu lírico se vê sem relação ao mundo.
O eu lírico se vê envolvido, por baixo e por cima, como se o mundo se dispusesse em torno dele, em camadas cada vez mais distantes, desde a sua pele até as estrelas mais longínquas.

b)   A palavra eu é a primeira do poema. Que outra retoma o significado desse pronome? Que interpretação se pode dar à localização do pronome e dessa palavra no texto?
A palavra é o advérbio aqui. A interpretação, é que o poema se abre com o eu e se encerra com o aqui.

04 – A expressão das emoções na poesia lírica não é necessariamente direta e explícita. Que sentimentos do eu lírico em relação ao seu “ser/estar no mundo” podemos interpretar em nossa leitura?
      Podemos interpretar o sentimento de solidão e as sensações de encerramento e de pequenez. Até a luz do sol e das estrelas se apaga, impedida de transpor tantas camadas que o envolvem.