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sábado, 4 de janeiro de 2025

POEMA: SEGREDOS - (FRAGMENTO) - CASIMIRO DE ABREU - COM GABARITO

 Poema: Segredos – Fragmento

             Casimiro de Abreu

Eu tenho uns amores – quem é que os não tinha
Nos tempos antigos? – Amar não faz mal;
As almas que sentem paixão como a minha
Que digam, que falem em regra geral.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjU0gf9Qsdao8CGf0Nn2MlqG4_fm3K7qb3Xx2DCEf1YdOdg6WCrWoA2XjPtfMuYDo5G5tY7QMvuLnJDAIlH4YJ4GCHqZwprl8ZYxXdo9EX_jJzr5LF4JPn96EyzofFtXb1HgnNApFFXuR0HpgGMjtdFnpFuCqbbe1ezC_4HQhWqWdd2ONeBzeH4z6NGKh8/s320/ALMA.jpg



– A flor dos meus sonhos é moça e bonita
Qual flor entreaberta do dia ao raiar,
Mas onde ela mora, que casa ela habita,
Não quero, não posso, não devo contar!

[...]

Oh! ontem no baile com ela valsando
Senti as delícias dos anjos do céu!
Na dança ligeira qual silfo voando
Caiu-lhe do rosto seu cândido véu!

– Que noite e que baile! – Seu hálito virgem
Queimava-me as faces no louco valsar,
As falas sentidas que os olhos falavam
Não posso, não quero, não devo contar!


Depois indolente firmou-se em meu braço,
Fugimos das salas, do mundo talvez!
Inda era mais bela rendida ao cansaço
Morrendo de amores em tal languidez!


– Que noite e que festa! e que lânguido rosto
Banhado ao reflexo do branco luar!
A neve do colo e as ondas dos seios
Não quero, não posso, não devo contar!

[...]

– Agora eu vos juro… Palavra! – não minto
Ouvi-a formosa também suspirar;
Os doces suspiros que os ecos ouviram
Não quero, não posso, não devo contar!


Então nesse instante nas águas do rio
Passava uma barca, e o bom remador
Cantava na flauta: – “Nas noites d’estio
O céu tem estrelas, o mar tem amor!” –


– E a voz maviosa do bom gondoleiro
Repete cantando: – “viver é amar!” –
Se os peitos respondem à voz do barqueiro…
Não quero, não posso, não devo contar!


Trememos de medo… a boca emudece
Mas sentem-se os pulos do meu coração!
Seu seio nevado de amor se intumesce…
E os lábios se tocam no ardor da paixão!


– Depois… mas já vejo que vós, meus senhores,
Com fina malícia quereis me enganar.
Aqui faço ponto; – segredos de amores
Não quero, não posso, não devo contar!

Poesias completas de Casimiro de Abreu. Rio de Janeiro: Ediouro, s.d. p. 61-63.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 2 / William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 11. Ed. Ensino médio – São Paulo: Saraiva, 2016. p. 74.

Entendendo o poema:

01 – Qual a principal emoção expressa pelo eu lírico nesse fragmento?

      A principal emoção expressa pelo eu lírico é o amor apaixonado e secreto. Ele demonstra um desejo intenso de compartilhar seus sentimentos, mas ao mesmo tempo, sente a necessidade de manter o amor em segredo.

02 – Qual a importância do elemento da natureza no poema?

      A natureza desempenha um papel fundamental no poema, servindo como cenário para os encontros amorosos e como metáfora para os sentimentos do eu lírico. A noite, o luar, o rio e a canção do gondoleiro criam um ambiente propício à expressão da paixão.

03 – Qual a relação entre o eu lírico e a amada?

      A relação entre o eu lírico e a amada é marcada pela intensidade e pela clandestinidade. Eles vivem um amor proibido ou secreto, o que intensifica a paixão e a angústia do eu lírico.

04 – Qual a contradição presente no desejo do eu lírico?

      O eu lírico demonstra um desejo contraditório: por um lado, ele quer compartilhar seus sentimentos e a intensidade do amor que vive; por outro lado, ele se sente obrigado a manter o segredo, talvez por imposição social ou por medo de julgamentos.

05 – Qual o papel do "não quero, não posso, não devo contar" na construção do poema?

      A repetição dessa frase cria um ritmo e um suspense no poema, intensificando o desejo do leitor em saber mais sobre a história de amor. Além disso, ela reforça a ideia do segredo e da impossibilidade de revelar os sentimentos.

06 – Como a linguagem do poema contribui para a expressão dos sentimentos?

      A linguagem utilizada por Casimiro de Abreu é rica em figuras de linguagem, como metáforas e comparações, que ajudam a intensificar a expressão dos sentimentos. As palavras escolhidas evocam sensações e criam um clima de romantismo e paixão.

07 – Qual a relação entre o poema e o contexto histórico da época?

      O poema "Segredos" reflete os valores e costumes da época em que foi escrito, o Romantismo. A valorização dos sentimentos, a idealização do amor e a busca pela liberdade individual são características marcantes desse período literário.

 

 

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

POESIA: MEUS OITO ANOS - CASIMIRO DE ABREU - COM GABARITO

 Poesia: Meus oito anos 

            Casimiro de Abreu

Oh! que saudades que eu tenho

Da aurora da minha vida,

Da minha infância querida

Que os anos não trazem mais!

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgk07kxMKmKXR1Kc6UU4q15s5E_ZlMHZSSZnXDyagS_5lxNDu9OQPbER0rzdPgsL5mk_C7PpPrgoaQkGtdbqCbNkKs5zidhq5rIBBdINeyLodsiqH3r7CtuknrrGtJTqW0JjkkciJK0y2KD9tfp4qaITHTsCJ4W_mFkJX_OnAihEH3v4hKgcFT8-qI7LkE/s1600/OITO.jpg


Que amor, que sonhos, que flores,

Naquelas tardes fagueiras

À sombra das bananeiras,

Debaixo dos laranjais!

 

Como são belos os dias

Do despontar da existência!

– Respira a alma inocência

Como perfumes a flor;

O mar é – lago sereno,

O céu – um manto azulado,

O mundo – um sonho dourado,

A vida – um hino d’amor!

 

Que auroras, que sol, que vida,

Que noites de melodia

Naquela doce alegria,

Naquele ingênuo folgar!

O céu bordado d’estrelas,

A terra de aromas cheia,

As ondas beijando a areia

E a lua beijando o mar!

 

Oh! dias de minha infância!

Oh! meu céu de primavera!

Que doce a vida não era

Nessa risonha manhã!

Em vez de mágoas de agora,

Eu tinha nessas delícias

De minha mãe as carícias

E beijos de minha irmã!

 

Livre filho das montanhas,

Eu ia bem satisfeito,

Da camisa aberto o peito,

– Pés descalços, braços nus –

Correndo pelas campinas

À roda das cachoeiras,

Atrás das asas ligeiras

Das borboletas azuis!

 

Naqueles tempos ditosos

Ia colher as pitangas,

Trepava a tirar as mangas,

Brincava à beira do mar;

Rezava às Ave-Marias,

Achava o céu sempre lindo,

Adormecia sorrindo,

E despertava a cantar!

 

Oh! que saudades que eu tenho

Da aurora da minha vida

Da minha infância querida

Que os anos não trazem mais!

– Que amor, que sonhos, que flores,

Naquelas tardes fagueiras

À sombra das bananeiras,

Debaixo dos laranjais!

CANDIDO, Antônio; CASTELLO, José A.  Presença da Literatura Brasileira do Romantismo ao Simbolismo.  7. ed.  Rio de Janeiro/São Paulo: DIFEL, 1978, v. 2, p. 41-42.

Fonte: Português – Literatura, Gramática e Produção de texto – Leila Lauar Sarmento & Douglas Tufano – vol. 2 – Moderna – 1ª edição – São Paulo, 2010, p. 112-113.

Entendendo a poesia:

01 – Qual o sentimento predominante expresso pelo eu lírico no poema?

      O sentimento predominante é a saudade da infância. O eu lírico relembra com nostalgia os momentos de felicidade e inocência daquela época, contrapondo-os à complexidade e às mágoas da vida adulta.

02 – Como a natureza é representada no poema e qual sua importância para a construção do sentido?

      A natureza é representada de forma idealizada, como um espaço de paz e alegria. Elementos como bananeiras, laranjais, mar, céu e flores simbolizam a pureza e a beleza da infância. A natureza serve como pano de fundo para as memórias do eu lírico, intensificando a sensação de saudade.

03 – Quais as principais atividades e sensações associadas à infância no poema?

      As principais atividades associadas à infância são brincadeiras ao ar livre, contato com a natureza, momentos em família e a experiência da fé. As sensações predominantes são a alegria, a paz, a inocência e a leveza.

04 – Como o poeta contrasta a infância com a vida adulta?

      O poeta contrasta a infância com a vida adulta ao apresentar a primeira como um período de felicidade e inocência, e a segunda como um período marcado por mágoas e complexidades. A infância é vista como um paraíso perdido, enquanto a vida adulta é vista como um período de desencanto.

05 – Qual o papel da família na construção das memórias da infância?

      A família desempenha um papel fundamental na construção das memórias da infância. As carícias da mãe e os beijos da irmã são lembrados com afeto, evidenciando a importância dos laços familiares para a felicidade do eu lírico.

06 – Qual o efeito da repetição de versos no poema?

      A repetição dos versos iniciais e finais cria um efeito de circularidade, intensificando a sensação de saudade. Além disso, a repetição reforça a ideia da importância da infância para o eu lírico.

07 – Como este poema se encaixa no contexto do Romantismo?

      Este poema é um exemplo típico do Romantismo, pois apresenta características como:

      Idealização do passado: A infância é idealizada como um período perfeito e irrepetível.

      Valorização da natureza: A natureza é vista como fonte de inspiração e conforto.

      Subjetividade: O poeta expressa seus sentimentos de forma pessoal e intensa.

      Linguagem poética: O uso de metáforas e comparações cria um clima de sonho e nostalgia.

 

sábado, 27 de agosto de 2022

POEMA: ROSA MURCHA - CASIMIRO DE ABREU - COM GABARITO

 Poema: Rosa murcha

              Casimiro de Abreu

Esta rosa desbotada
Já tantas vezes beijada,
Pálido emblema de amor;
É uma folha caída
Do livro da minha vida,
Um canto imenso de dor!

Há que tempos ! Bem me lembro...
Foi num dia de Novembro:
Deixava a terra natal,
A minha pátria tão cara,
O meu lindo Guanabara,
Em busca de Portugal.

Na hora da despedida
Tão cruel e tão sentida
P’ra quem sai do lar fagueiro;
Duma lágrima orvalhada,
Esta rosa foi-me dada
Ao som dum beijo primeiro.

Deixava a pátria, é verdade,
Ia morrer de saudade
Noutros climas, noutras plagas;
Mas tinha orações ferventes
Duns lábios inda inocentes
Enquanto cortasse as vagas.

E hoje, e hoje, meu Deus?!
— Hei de ir junto aos mausoléus
No fundo dos cemitérios,
E ao baço clarão da lua
Da campa na pedra nua
Interrogar os mistérios!

Carpir o lírio pendido
Pelo vento desabrido...
Da divindade aos arcanos
Dobrando a fronte saudosa,
Chorar a virgem formosa
Morta na flor dos anos!

Era um anjo! Foi pr’o céu
Envolta em místico véu
Nas asas dum querubim;
Já dorme o sono profundo,
E despediu-se do mundo
Pensando talvez em mim!

Oh! esta flor desbotada,
Já tantas vezes beijada,
Que de mistérios não tem!
Em troca do seu perfume
Quanta saudade resume
E quantos prantos também!

ABREU, Casimiro de. Rosa murcha. Lisboa, 1855. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/wk000458.pdf. Acesso em: 5 jun. 2020.

Fonte: Língua Portuguesa – Estações – Ensino Médio – Volume Único. 1ª edição, São Paulo, 2020 – editora Ática – p. 261-2.

Entendendo o poema:

01 – Você leu o poema “Rosa murcha”, escrito por Casimiro de Abreu, poeta brasileiro que viveu no século XIX. Sabendo que o poema também fala de um beijo de amor, que pistas o uso do adjetivo murcha pode dar para o leitor?

      Uma rosa pode ser símbolo de beleza, de amor, de paixão. Uma rosa murcha é sinal de algo que acabou. O adjetivo murcha pode dar pistas de que o poema deve ser triste, melancólico, e falar de algo que morreu, que teve fim.

02 – Na primeira estrofe, a ideia do beijo está ligada a um sentimento de alegria ou de dor? Por quê?

      A ideia do beijo está ligada a um sentimento de dor, pois o poeta fala que a rosa tantas vezes beijada é agora um pálido emblema, uma folha caída. Percebe-se uma atmosfera de grande sofrimento, reforçada principalmente pelos adjetivos desbotada e caída.

03 – Em qual situação acontece o primeiro beijo do casal?

      O eu lírico recebe o primeiro beijo da amada quando está deixando o Brasil (o Rio de Janeiro, pela referência à baía de Guanabara) rumo a Portugal.

04 – O que a rosa representa nesse contexto?

      A rosa é uma espécie de amuleto, que vai fazer com que o poeta se lembre da amada e de seu beijo de despedida.

05 – Como o eu lírico se sente? Que versos explicitam esse sentimento?

      O eu lírico se sente triste, pesaroso por deixar a terra natal. Os versos “Na hora da despedida / Tão cruel e tão sentida” explicitam esse sofrimento.

06 – O que consola o eu lírico em sua viagem para Portugal?

      O eu lírico ampara-se nas orações ferventes da amada que havia fiado no Brasil.

07 – O reencontro amoroso do eu lírico com sua amada vai se concretizar? Explique.

      Não, porque a amada morreu, tornando-se inalcançável. Isso é evidenciado pelo uso de termos como mausoléus (túmulos), cemitérios, pedra nua (lápide). O eu lírico chora copiosamente, interrogando-se e questionando a morte da amada.

08 – Que visão o eu lírico tem da amada nesta última estrofe?

      A amada, depois da morte, é transformada em um anjo, em um ser sublime, etéreo: ela vai para o céu em um místico véu, nas asas de um querubim, de um anjo.

09 – O que a rosa representa neste trecho?

      A rosa representa a amada, que, por estar morta, só pode ser beijada por meio da rosa.

 

terça-feira, 12 de outubro de 2021

POEMA: MEUS OITO ANOS - CASIMIRO DE ABREU - COM GABARITO

 POEMA: MEUS OITO ANOS

            Casimiro de Abreu


Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!


Como são belos os dias
Do despontar da existência!
– Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é – lago sereno,
O céu – um manto azulado,
O mundo – um sonho dourado,
A vida – um hino d’amor!

Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d’estrelas,
A terra de aromas cheia
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!

Oh! dias da minha infância!

Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!
Livre filho das montanhas,

Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
– Pés descalços, braços nus –
Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos

Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo.
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!

Oh! que saudades que tenho

Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
– Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
A sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!

Entendendo o poema

01.        No poema o eu lírico fala de quê?

Fala do sentimento de saudades da infância e os

elementos da natureza reforçam uma idealização tipicamente romântica.

02.               De que forma o eu lírico demonstra a sua proximidade com a natureza?

Ele retrata que viveu sua infância num lugar de belas paisagens, como mar, cachoeiras, campinas, laranjais, borboletas azuis, diz ele “céu bordado d’estrelas”.

03.   Em que versos fica perceptível que o eu lírico já não tem mais aquela felicidade plena e a inocência da infância agora está exposto às dificuldades e dores da vida adulta?

"Da minha infância querida / Que os anos não trazem mais!"

04.               O eu lírico busca por meio  da volta ao passado, sua infância, como um escape. Por quê?

Por não aceitar a realidade em que se encontra.

    05. O poema de Casimiro de Abreu reflete sobre a infância, vista no texto de maneira idealizada. De acordo com o eu-lírico:

a)   A infância sempre parecerá aos olhos do indivíduo como pura e perfeita, porém logo percebe-se de que tudo é idealização.

b)   Apenas a infância vivida no campo, no meio da natureza, pode ser considerada feliz e completa.

c)   As saudades que sentimos da infância revelam nosso grau de contentamento com essa fase da vida.

d)   O modo como vivemos na infância influenciará na maneira como iremos vivenciar nossa vida adulta.

e)   O presente revela-se triste e repleto de desilusões, contrastando com um passado feliz, cheio de realizações.

 06. A palavra abaixo que pode definir a infância do eu lírico é:

a) angústia.

b) melancolia.

c) contentamento.

d) aspereza. 


07. A finalidade do eu lírico no poema é:

a) revelar sua saudade da meninice e da terra natal.

b) impactar o leitor com narrativas infelizes.

c) instruir as pessoas a valorizarem o passado.

d) idealizar a vida adulta em detrimento da infância.

08. O sentimento que o eu lírico possui pela infância que não volta mais é:

a) recordação nostálgica.

b) melancolia extrema.

c) ternura profunda.

d) consternação prazerosa.

09. Sobre o poema, assinale a opção INCORRETA.

a) O eu lírico viveu sua infância em um lugar rodeado por muita natureza. 

b) O eu lírico sente um desejo profundo de retornar ao passado. 

c) As rotinas urbanas e rurais fizeram parte da infância do eu lírico.

d) Existe um sentimento de lembranças deleitosas pelo passado.


10. O verso que melhor expressa um sentimento do eu lírico é:

a) “Como são belos os dias”

b) “À sombra das bananeiras”

c) “O céu bordado d’estrelas”

d) “Que amor, que sonhos, que flores”


11. No verso: “Naquelas tardes fagueiras”, a palavra grifada significa

a) contrariedade.

b) adversidade.

c) satisfação.

d) ansiedade.


12. Subentende-se que o eu lírico, agora adulto, está exposto a uma vida

a) simples. 

b) dolorosa.

c) agradável.

d) vultosa.


13. Um verso que dá um tom coloquial na linguagem do poema é:

a) “O céu bordado d’estrelas”

b) “À sombra das bananeiras”

c) “Que aurora, que sol, que vida”

d) “O mar é – lago sereno”


14. Os versos que revelam um sentimento de liberdade e de felicidade são:

a) “Que aurora, que sol, que vida / Que noites de melodia”

b) “À roda das cachoeiras / Atrás das asas ligeiras / Das borboletas azuis!”

c) “Eu ia bem satisfeito / Da camisa aberto o peito / Pés descalços, braços nus”

d) “Oh! dias da minha infância! / Oh! meu céu de primavera!”


15. Prosopopeia ou personificação é a atribuição de características humanas a seres não humanos ou inanimados. Um verso do poema que mostra um exemplo de personificação é:

a) “Trepava a tirar as mangas”

b) “Que os anos não trazem mais!”

c) “Que amor, que sonhos, que flores”

d) “As ondas beijando a areia”

quinta-feira, 13 de maio de 2021

SONETO: A VALSA - CASIMIRO DE ABREU - COM GABARITO

 SONETO: A VALSA

     Casimiro de Abreu

Tu, ontem,

Na dança

Que cansa,

Voavas

Co'as faces

Em rosas

Formosas

De vivo,

Lascivo

Carmim;

Na valsa

Tão falsa,

Corrias,

Fugias,

Ardente,

Contente,

Tranquila,

Serena,

Sem pena

De mim!

Quem dera

Que sintas

As dores

De amores

Que louco

 

Senti!

Quem dera

Que sintas!...

- Não negues,

Não mintas...

- Eu vi!...

Valsavas:

- Teus belos

Cabelos,

Já soltos,

Revoltos,

Saltavam,

Voavam,

Brincavam

No colo

Que é meu;

E os olhos

Escuros

Tão puros,

Os olhos

Perjuros

Volvias,

Tremias,

Sorrias,

P'ra outro

 

Não eu!

Quem dera

Que sintas

As dores

De amores

Que louco

Senti!

Quem dera

Que sintas!...

- Não negues,

Não mintas...

- Eu vi!...

Meu Deus!

Eras bela

Donzela,

Valsando,

Sorrindo,

Fugindo,

Qual silfo

Risonho

Que em sonho

Nos vem!

Mas esse

Sorriso

Tão liso

 

Que tinhas

Nos lábios

De rosa,

Formosa,

Tu davas,

Mandavas

A quem?!

Quem dera

Que sintas

As dores

De amores

Que louco

Senti!

Quem dera

Que sintas!...

- Não negues,

Não mintas...

- Eu vi!...

Calado,

Sozinho,

Mesquinho,

Em zelos

Ardendo,

Eu vi-te

Correndo

 

Tão falsa

Na valsa

Veloz!

Eu triste

Vi tudo!

Mas mudo

Não tive

Nas galas

Das salas,

Nem falas,

Nem cantos,

Nem prantos,

Nem voz!

Quem dera

Que sintas

As dores

De amores

Que louco

Senti!

Quem dera

Que sintas!...

- Não negues

Não mintas...

- Eu vi!

Na valsa

 

Cansaste;

Ficaste

Prostada,

Turbada!

Pensavas,

Cismavas,

E estavas

Tão pálida

Então,

Qual pálida

Rosa,

Mimosa

No vale

Do vento

Cruento

Batida,

Caída

Sem vida,

No chão!

Quem dera

Que sintas

As dores

De amores

Que louco

Senti!

 

Quem dera

Que sintas!....

- Não negues

Não mintas,

- Eu vi!

ABREU, Casimiro de. A valsa. In: GONÇALVES, Magaly Trindade; THOMAS DE AQUINO, Zina. Antologia de antologias - 101 poetas brasileiros "revisitados". São Paulo: Musa, 1995. p. 228-230.

FONTE: Andrea Ebert/Arquivo da editora.

Fonte: Livro: Língua Portuguesa: linguagem e interação/ Faraco, Moura, Maruxo Jr. – 3.ed. São Paulo: Ática, 2016. p.127-128.

Entendendo o texto

1.   Os versos desse poema são bem curtos. Ao ler em voz alta o poema, que tipo de ritmo se pode perceber (rápido, lento, cadenciado)? Que sensação a leitura em voz alta desse poema provoca?

Provocam um ritmo rápido e cadenciado, que lembra a sonoridade e os movimentos de uma valsa.

2.   Que relação essa sensação pode ter, em sua opinião, com o sentido do poema e com a situação que ele procura descrever? Explique.

          Resposta pessoal.

3.   Explique o recurso que Casimiro de Abreu utilizou para representar sensorialmente o tema indicado no título do poema.

Utilizou o uso de uma cadência de palavras, que ao declamarmos a poesia somos levados pelo “ritmo ternário “do poema igual os passos de uma valsa ( 1,2,1,)

4.   O poeta  apresentou  seus versos com forma de quê?

         embalo das rimas,

         jogos de sons,

        repetições,

        frases curtas e diretas,

        pleonasmos.

5.   Como o poema está dividido?

          Possui 155 versos breves, com métrica dissilábica ( 2 ) e acento regular e divididos em estrofes combinadas de 25 versos cada uma.