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domingo, 29 de dezembro de 2024

SONETO: ETERNA MÁGOA - AUGUSTO DOS ANJOS - COM GABARITO

 Soneto: ETERNA MÁGOA 

             Augusto dos Anjos

O homem por sobre quem caiu a praga 

Da tristeza do Mundo, o homem que é triste 

Para todos os séculos existe 

E nunca mais o seu pesar se apaga! 

 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTEjYgq8vPy-91PA3-RB-dfOp8DsX7WaaSSxCkjVAThx5SN28i7jHBvJFfJs1aFMo5yLoKhthDhIvrYCtS1PVlUGTNcoPR6vzi5u-ZK8PKdcH-mgd1vmTj7NMt_xTrZVfEhxeJKE4ekBTgsWC4aO3D1GPtW9MrK6x3SGQ9H_p5f2nkqKwBSypxRj4o2ZY/s1600/TRISTEZA.jpg

Não crê em nada, pois, nada há que traga 

Consolo à Mágoa, a que só ele assiste. 

Quer resistir, e quanto mais resiste 

Mais se lhe aumenta e se lhe afunda a chaga. 

 

Sabe que sofre, mas o que não sabe 

É que essa mágoa infinda assim, não cabe 

Na sua vida, é que essa mágoa infinda 

 

Transpõe a vida do seu corpo inerme; 

E quando esse homem se transforma em verme 

É essa mágoa que o acompanha ainda!

ANJOS, Augusto dos. In: GULLAR, Ferreira. Toda a poesia: Augusto dos Anjos.2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978. p. 132.

Fonte: Português – Literatura, Gramática e Produção de texto – Leila Lauar Sarmento & Douglas Tufano – vol. 2 – Moderna – 1ª edição – São Paulo, 2010, p. 212.

Entendendo o soneto:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Chaga: ferida, mal.

·        Infinda: interminável.

·        Inerme: indefeso.

02 – Qual a principal temática abordada no poema?

      A principal temática do poema é a angústia existencial e a inevitabilidade da dor. Augusto dos Anjos explora a condição humana marcada pela tristeza e pelo sofrimento, que se prolonga além da vida física, atingindo uma dimensão quase cósmica.

03 – Como é caracterizado o homem que sofre a "eterna mágoa"?

      O homem descrito no poema é caracterizado pela tristeza profunda e duradoura. Ele é um ser solitário, descrente e consumido pela angústia. Sua mágoa é tão intensa que transcende a vida física, acompanhando-o mesmo após a morte.

04 – Qual o papel da morte no poema?

      A morte, no poema, não representa um fim, mas uma continuação do sofrimento. A "mágoa infinda" transcende a vida física, acompanhando o homem mesmo após sua transformação em verme. A morte, portanto, não oferece alívio, mas apenas prolonga a angústia.

05 – Qual o sentimento predominante no poema?

      O sentimento predominante no poema é a angústia existencial. A sensação de sofrimento, solidão e desesperança permeia todos os versos, criando uma atmosfera de profundo pessimismo.

06 – Qual a relação entre o indivíduo e o universo no poema?

      O indivíduo, no poema, é apresentado como um ser insignificante diante da imensidão do universo e da eternidade do sofrimento. A "mágoa infinda" o aprisiona, impedindo-o de encontrar qualquer tipo de consolo ou transcendência. A relação entre o indivíduo e o universo é marcada pela indiferença e pela dor.

 

quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

POEMA: VANDALISMO - AUGUSTO DOS ANJOS - COM GABARITO

 Poema: Vandalismo

              Augusto dos Anjos

 Meu coração tem catedrais imensas,

Templos de priscas e longíquas datas,
Onde um nume de amor, em serenatas,
Canta a aleluia virginal das crenças.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcpSEvq5KfItcljpVdlUBcVAyoY4YYBmLqyZmQ7Yuf5dK1r5RnQbfKqZRsMaKWalSLMD0Y0j1QJ-RGeUvZwSnFhYK1JWNcA8n6H5NH_ZooALUKwMOm9v_hkUYFGrSYuLhZLEG1KOsx_VBCkhImpQn-9dNC2LSz02kN3GUIhts5G1gPb4k951MXaGeYlCE/s320/catedrais-goticas-barcelona-1.jpg


Na ogiva fúlgida e nas colunatas
Vertem lutrais irradiações intensas
Cintilações de lâmpadas suspensas
E as ametistas e os florões e as pratas.

Como os velhos Templários medievais
Entrei um dia nessas catedrais
E nesses templos e risonhos…

E erguendo os gládios e brandindo as hastas,
No desespero dos iconoclastas
Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos!

(Eu,30. ed. Rio de Janeiro, Livr. São José, 1963, p.145)

 

Vocabulário:

Prisca: antiga, velha, que pertence ao passado.

Nume: divindade, poder celeste.

Ogiva: arco diagonal de uma abóbada gótica.

Fúlgida:  fulgurante, luzente, brilhante.

Colunata: série de colunas dispostas com simetria para adornar um edifício.

Verter: derramar, jorrar. 

Lustral: que serve para dar brilho.

Florão: ornato, enfeite.

Templário: membro da ordem militar e religiosa denominada Pobres Cavaleiros de Cristo, fundada em 1119, em Jerusalém, com o   fim de proteger os peregrinos e expulsa pelo Papa em 1312.

Gládio: espada.       

Hasta: lança.

Brandir: agitar com a mão (uma espada, uma lança, antes de desferir o golpe.

Iconoclasta: destruidor de imagens ou ídolos.

 Entendendo o texto

  (ITA) – Com relação às duas estrofes iniciais, pode-se afirmar que nelas permanece, respectivamente, a ideia de

      a)   saudosismo e brilho.

     b)   plasticidade e musicalidade.

     c)   otimismo e suntuosidade.

    d)   antiguidade e claridade.

    e)   exaltação e riqueza.

02. (ITA) – Qual das figuras abaixo não ocorre no poema?

     a) Sinestesia.

     b) Anacoluto.

     c) Polissíndeto.

     d) Metáfora.

     e) Aliteração.

03. Como o eu lírico descreve o interior de seu coração nas primeiras estrofes?

      a) Como um deserto inabitado.

      b) Como catedrais imensas.

      c) Como um labirinto sombrio.

      d) Como uma praia tranquila.

04. Quais elementos são mencionados como parte da arquitetura das catedrais descritas pelo eu lírico?

      a) Estrelas e planetas.

      b) Torres e muralhas.

      c) Ogivas, colunatas, lâmpadas, ametistas, florões e pratas.

      d) Rios e montanhas.

05. Em que contexto o eu lírico compara sua ação à dos velhos Templários medievais?

     a) No momento de sua ascensão ao poder.

     b) Durante uma batalha épica.

     c) Ao entrar nas catedrais descritas.

     d) Durante um momento de desespero iconoclasta.

06. Qual é a ação do eu lírico em relação aos seus próprios sonhos?

      a) Constrói-os com gládios e hastas.

      b) Protege-os como um guardião.

      c) Quebra a imagem deles, como um iconoclasta.

      d) Celebra-os em serenatas.

 

 

 

 

 

domingo, 16 de maio de 2021

POEMA: A IDEIA - AUGUSTO DOS ANJOS - COM GABARITO

 POEMA: A IDEIA

  Augusto dos Anjos


De onde ela vem?! De que matéria bruta
Vem essa luz que sobre as nebulosas
Cai de incógnitas criptas misteriosas
Como as estalactites duma gruta?!

 

Vem da psicogenética e alta luta

Do feixe de moléculas nervosas,
Que, em desintegrações maravilhosas,
Delibera, e depois, quer e executa!

 

Vem do encéfalo absconso que a constringe,
Chega em seguida às cordas do laringe,
Tísica, tênue, mínima, raquítica ...

 

Quebra a força centrípeta que a amarra,
Mas, de repente, e quase morta, esbarra
No mulambo da língua paralítica.

Fonte: Livro- Português: Linguagem, 3/ William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 11.ed – São Paulo: Saraiva, 2016.p.27.

Glossário

centrípeta: que busca o centro.

constringir: apertar.

cripta: caverna, gruta.

encéfalo: cérebro.

molécula: a menor partícula em que uma substância pode ser dividida sem que ocorra perda de suas propriedades químicas.

mulambo: molambo; farrapo, indivíduo fraco.

nebulosa: nuvem de poeira e gás em suspensão no espaço sideral.

psicogenética: qualidade do que é a origem dos processos mentais ou psicológicos da mente e da personalidade individuais.

tísico: tuberculoso, fraco.

 

Entendendo o texto

 

1. A linguagem do poema surpreende e modifica uma tradição poética brasileira, em grande parte construída com base em sentimentalismo, delicadezas, sonhos e fantasias.

a) Destaque do texto vocábulos empregados poeticamente por Augusto dos Anjos e tradicionalmente considerados antipoéticos.

As palavras são: psicogenéticas, moléculas, encéfalo, laringe, tísica, centrípeta, paralítica

b) De que área do conhecimento humano provêm esses vocábulos?

Provêm da ciência, particularmente da Biologia e da Química.

 

2. O poema pode ser dividido em duas partes: na primeira, o eu lírico pergunta sobre a origem da Ideia; na segunda, apresenta uma resposta.

a) Na 1» estrofe, são empregadas uma metáfora e uma comparação para referir-se à Ideia. Quais são?

Metáfora: essa luz que sobre as nebulosas cai de incógnitas criptas misteriosas;

Comparação: como as estalactites duma gruta.

 

b) Como são a origem e o percurso da Ideia, conforme a descrição feita pelo eu lírico nas estrofes 2 e 3?

A Ideia origina-se da luta do feixe de moléculas nervosas, passa pelo encéfalo e chega à laringe.

c) Nesse percurso, a Ideia mantém-se como na origem ou sofre perdas?

Sofre perdas, pois o encéfalo a constringe e, ao chegar à laringe, encontra-se reduzida.

 

3. No último terceto, o eu lírico apresenta o momento em que a Ideia adquire forma.

a) Qual é o instrumento responsável por dar forma à Ideia?

A língua (órgão), responsável pela fala.

b) Nesse estágio, a Ideia é reproduzida em sua plenitude?

Não, pois a língua, órgão responsável pela fala (e pelo código), é frágil e inábil.

 

4. Segundo a concepção do eu lírico:

a) A Ideia tem uma origem material ou imaterial? Explique.

Material. Sua origem é bioquímica, nasce “do feixe de moléculas nervosas”

 

b) O vocabulário empregado pelo eu lírico está de acordo com essa concepção?

Sim. O eu lírico emprega o vocabulário da ciência.

c) Essa concepção retoma uma visão romântica do mundo interior do ser humano ou rompe com ela?

Rompe com a visão romântica de que o ser humano pode ser dotado de genialidade e de grande riqueza interior; a Ideia é vista como resultado da química do corpo humano.

 

5. Identifique no texto ao menos uma característica simbolista e outra naturalista.

A característica simbolista do texto está no emprego do termo Ideia com maiúscula, elevando-a a um conceito universal; além disso, há o desespero do eu lírico diante da impotência da língua para dar sentido a conceitos não prosaicos. A característica naturalista do poema encontra-se no cientificismo e na base bioquímica dos processos mentais.

 

 

terça-feira, 10 de novembro de 2020

POEMA: O MARTÍRIO DO ARTISTA - AUGUSTO DOS ANJOS - COM GABARITO

 POEMA: O MARTÍRIO DO ARTISTA


   Augusto dos Anjos 

Arte ingrata! E conquanto, em desalento,
A órbita elipsoidal dos olhos lhe arda,
Busca exteriorizar o pensamento
Que em suas fronetais células guarda!

Tarda-lhe a Ideia! A inspiração lhe tarda!
E ei-lo a tremer, rasga o papel, violento,
Como o soldado que rasgou a farda
No desespero do último momento!

Tenta chorar, e os olhos sente enxutos!...
É como paralítico que, à míngua
Da própria voz, e, na, que ardente o lavra,

Febre de, em vão, falar, com os dedos brutos
Para falar, puxa e repuxa a língua,
E não lhe vem à boca uma palavra!

 

Entendendo o poema

1)   Augusto do Anjos é autor de um único livro, EU, editado pela primeira vez em 1912. Outros poema acrescentaram-se às edições posteriores.

Considerando a produção literária desse poeta, é correto dizer que:

a)   foi recebida sem restrições no meio literário de sua época, alcançando destaque na história das formas literárias brasileiras.

b)   revela uma militância político-ideológica que o coloca entre os principais poetas brasileiros de veia socialista.

c)   foi elogiada pela crítica de sua época, entretanto não representou um sucesso de público.

d)   traduz a sua subjetividade pessimista em relação ao homem e ao cosmos, por meio de um vocabulário técnico-científico-poético.

e)   Anuncia o Parnasianismo, em virtude de suas inovações técnico-científicas e de sua temática psicanalítica.

 2)   A leitura do poema revela a expansão de um “tema” designado, no título por “O Martírio do Artista”.

              Esse tema é:

     a)   a falta de inspiração.

     b)   o desânimo.

     c)   a difícil arte da escrita.

    d)   a debilidade física do poeta.

    e)   a violência.

 3)   Localize no poema versos onde o eu lírico faz comparação e copie-os.

             “E ei-lo a tremer, rasga o papel, violento,

             Como o soldado que rasgou a farda

             No desespero do último momento”.

 

           “Tenta chorar, e os olhos sente enxutos!...

            É como paralítico que, à ardente

            o lavra.”

         4)   O eu lírico conta algo que:

    a)   Está acontecendo no presente.

    b)   Aconteceu em um passado bem próximo.

    c)   Aconteceu num passado distante.

   d)   Acontecerá num futuro bem próximo.

 5)   É possível fazer uma reflexão com a leitura do poema sobre o ato de escrever? Você concorda com as afirmações feitas pelo eu lírico?

                 Resposta pessoal.

          6)   Identifique a opção que completa corretamente o enunciado a seguir.

              Pode-se afirmar que o poema cumpre seu objetivo, pois

     a)   simplesmente passa informações;

     b)   provoca emoções e reflexões;

     c)   serve de diversão;

    d)   modifica o comportamento.

7)   O que o poema de Augusto dos Anjos procura expressar através de seus versos?

           A angústia, a inquietude e o frenesi de um artista, diante da incapacidade de conseguir expressar, em toda sua potência ou máxima perfeição e satisfação, a sua forma de expressão, o seu designo artístico.

         8)   No verso: “Arte ingrata! E conquanto, em desalento”.

             Que figura de linguagem há?

         O poeta constrói um diálogo com a Arte, lhe dando um acabamento de personificação.

 

 

terça-feira, 29 de setembro de 2020

POEMA: O DEUS-VERME - AUGUSTO DOS ANJOS - COM GABARITO

 Poema: O DEUS-VERME

              Augusto dos Anjos

Fator universal do transformismo.
Filho da teleológica matéria,
Na superabundância ou na miséria,
Verme - é o seu nome obscuro de batismo.

Jamais emprega o acérrimo exorcismo
Em sua diária ocupação funérea,
E vive em contubérnio com a bactéria,
Livre das roupas do antropomorfismo.

Almoça a podridão das drupas agras,
Janta hidrópicos, rói vísceras magras
E dos defuntos novos incha a mão...

Ah! Para ele é que a carne podre fica,
E no inventário da matéria rica
Cabe aos seus filhos a maior porção!

Disponível em: https://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select-action=&co-obra=1772. Acesso em: 3/1/2016.

Entendendo o poema:

01 – Qual é o tema central do poema?

      É a decomposição da matéria, resultante da ação dos vermes.

02 – Explique o título do poema, levando em conta o papel do verme no universo.

      O verme é visto como um deus porque sobrevive a todos os seres e os devora quando morrem, transformando-os em um novo tipo de matéria. Além disso, está em todo lugar e não faz distinção entre seres ricos e pobres, humanos e não humanos.

03 – Que verso do poema demonstra o desprezo do eu lírico pelas crenças humanas?

      “Livre das roupas do antropomorfismo” ou ainda “Jamais emprega o acérrimo exorcismo”.

04 – Há, no texto, alguma referência a espiritualidade, sentimentos, sonhos?

        Não.

05 – Conclua: Que visão o eu lírico tem da vida e do mundo?

      Ele tem a visão de que tudo na vida e no mundo se resume à matéria, que é perecível, e caminha para a destruição, para o nada, numa atitude pessimista.

 

sexta-feira, 28 de junho de 2019

POEMA: O MORCEGO - AUGUSTO DOS ANJOS - COM QUESTÕES GABARITADAS

Poema: O Morcego
 
Meia-noite. Ao meu quarto me recolho. 
Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede: 
Na bruta ardência orgânica da sede, 
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho. 

"Vou mandar levantar outra parede ..." 
— Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho 
E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho, 
Circularmente sobre a minha rede! 

Pego de um pau. Esforços faço. Chego 
A tocá-lo. Minh'alma se concentra. 
Que ventre produziu tão feio parto?! 

A Consciência Humana é este morcego! 
Por mais que a gente faça, à noite, ele entra 
Imperceptivelmente em nosso quarto! 

Augusto dos Anjos. Domínio público. 
ENTENDENDO O POEMA

1)   Que visão traz a figura do morcego no poema?
Traz uma visão pessimista da vida e do ser humano.

2)   A quem ele é comparado?
É comparado à consciência humana. Assim como o morcego, a consciência aparece quando nos recolhemos em nosso quarto, à noite, e, por mais que tentemos afastá-la, ela nos mostra que nossa natureza é ruim, é feia, é monstruosa.

3)   Em que verso da primeira estrofe, o eu lírico faz um apelo a Deus com sentimento de desespero?
 ("Meu Deus! E este morcego!"). 

4)   Na segunda estrofe, que quis dizer o eu lírico neste verso:
“Vou mandar levantar outra parede...”?
Ele sinaliza uma medida para impedir a entrada do morcego em seu quarto, porque se sente vigiado por esse morcego.

5)   Na terceira estrofe, o eu lírico tenta expulsar o morcego com um pedaço de pau, mas não consegue; apenas afirma o quê?
Que chegou a tocá-lo.

6)   O poema apresenta-se, enquanto percepção do mundo, como forma estética capaz de
a)   reencantar a vida pelo mistério com que os fatos banais são revestidos na poesia.
b)   representar realisticamente as dificuldades do cotidiano sem associá-lo a reflexões de cunho existencial.
c)   expressar o caráter doentio da sociedade moderna por meio do gosto pelo macabro.
d)   abordar dilemas humanos universais a partir de um ponto de vista distanciado e analítico acerca do cotidiano.
e)   conseguir a atenção do leitor pela inclusão de elementos das histórias de horror e suspense na estrutura lírica da poesia.

 7)  A estrofe que NÃO apresenta elementos típicos da produção poética de Augusto dos Anjos é:
a) Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância, 

Sofro, desde a epigênese da infância, 
A influência má dos signos do zodíaco.

b) Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja a mão vil que te afaga, 

Escarra nessa boca que te beija!

c) Meia-noite.
Ao meu quarto me recolho. 

Meu Deus! E este morcego! 
E, agora, vede: 
Na bruta ardência orgânica da sede, 
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.

d) Beijarei a verdade santa e nua,
Verei cristalizar-se o sonho amigo… 

Ó minha virgem dos errantes sonhos, 
Filha do céu, eu vou amar contigo!

e) Agregado infeliz de sangue e cal,
Fruto rubro de carne agonizante, 

Filho da grande força fecundante 
De minha brônzea trama neuronial.