Mostrando postagens com marcador ARTIGO DE OPINIÃO. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador ARTIGO DE OPINIÃO. Mostrar todas as postagens

domingo, 30 de novembro de 2025

ARTIGO DE OPINIÃO: PATRIMÔNIO IMATERIAL - IPHAN - COM GABARITO

 Artigo: Patrimônio Imaterial

        Os bens culturais de natureza imaterial dizem respeito àquelas práticas e domínios da vida social que se manifestam em saberes, ofícios e modos de fazer; celebrações; formas de expressão cênicas, plásticas, musicais ou lúdicas; e nos lugares (como mercados, feiras, e santuários que abrigam práticas culturais coletivas). A Constituição Federal de 1988, em seus artigos 215 e 216, ampliou a noção de patrimônio cultural ao reconhecer a existência de bens culturais de natureza material e imaterial.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEbA31HMGvlq_87P6rLKNcTr8HPWOSXwlCL6CPsFUtQduxtKM_K2t3NSx1dWJPwiUr74fRy3F6ZO8jM9ZU7EqIC-BMqryaaGbljNnPSYj3UZjnLH4AlikzlcJD0bk44f3c_2v432R_Or5Qnq6Ngr5xc_2Tjkvx6NjSZudyJt-3pxEZXU66fo_HMOOARx4/s320/MA_Bumba_BoideGuimaraes_Edgar_Rocha_2_1.jpg


        Nesses artigos da Constituição, reconhece-se a inclusão, no patrimônio a ser preservado pelo Estado em parceria com a sociedade, dos bens culturais que sejam referências dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira. O patrimônio imaterial é transmitido de geração em geração, constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função de seu ambiente, de sua interação com a natureza e de sua história, gerando um sentimento de identidade e continuidade, contribuindo para promover o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana.

        A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) define como patrimônio imaterial “as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas – com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados – que as comunidades, os grupos e, em alguns casos os indivíduos, reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural”. Esta definição está de acordo com a Convenção da Unesco para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, ratificada pelo Brasil em março de 2006.

        Para atender às determinações legais e criar instrumentos adequados ao reconhecimento e à preservação desses bens imateriais, o Iphan coordenou os estudos que resultaram na edição do Decreto nº 3551, de 4 de agosto de 2000 – que instituiu o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial e criou o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial (PNPI) –, e consolidou o Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC).

        Em 2004, uma política de salvaguarda mais estruturada e sistemática começou a se implementada pelo Iphan a partir da criação do Departamento do Patrimônio Imaterial (DPI). Em 2010 foi instituído pelo Decreto nº 7387, de 9 de dezembro de 2010, o Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL), utilizado para reconhecimento e valorização das línguas portadoras de referência à identidade, ação e memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira.

Patrimônio Imaterial. Iphan. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/234. Acesso em: 24 jul. 2018.

Fonte: Da escola para o mundo. Roberta Hernandes; Ricardo Gonçalves Barreto. Ensino Fundamental – Anos finais. Projetos integradores 8º e 9º anos. Ed. Ática. São Paulo, 1ª edição, 2018. p. 53.

Entendendo o artigo:

01 – De acordo com a Constituição Federal de 1988 (Artigos 215 e 216), o que significa a ampliação da noção de patrimônio cultural em relação aos bens imateriais?

      A Constituição de 1988 ampliou a noção de patrimônio cultural ao reconhecer a existência de bens culturais de natureza material e imaterial. Essa inclusão garante que o Estado, em parceria com a sociedade, preserve bens culturais que sirvam de referência aos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira.

02 – O texto define os bens culturais imateriais como práticas e domínios da vida social. Cite pelo menos quatro categorias em que essas manifestações podem se manifestar.

      As manifestações imateriais podem se manifestar em: Saberes, ofícios e modos de fazer; Celebrações; Formas de expressão cênicas, plásticas, musicais ou lúdicas; Lugares (como mercados, feiras e santuários que abrigam práticas culturais coletivas).

03 – Qual é a dinâmica de transmissão e recriação do patrimônio imaterial, e o que ele gera nas comunidades e grupos?

      O patrimônio imaterial é transmitido de geração em geração e é constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função de seu ambiente, interação com a natureza e história. Esse processo gera um sentimento de identidade e continuidade, contribuindo para promover o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana.

04 – Qual é o principal decreto que o Iphan coordenou para criar instrumentos de reconhecimento e preservação de bens imateriais, e o que esse decreto instituiu?

      O principal decreto é o Decreto nº 3551, de 4 de agosto de 2000. Ele instituiu o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial e criou o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial (PNPI), consolidando também o Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC).

05 – Qual instrumento legal foi instituído em 2010 e com qual finalidade específica ele é utilizado?

      Foi instituído o Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL), pelo Decreto nº 7387, de 9 de dezembro de 2010. Ele é utilizado para o reconhecimento e valorização das línguas portadoras de referência à identidade, ação e memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira.

 

sábado, 29 de novembro de 2025

ARTIGO: CAIS DO VALONGO - RIO DE JANEIRO (RJ) - PORTAL IPHAN - COM GABARITO

 Artigo: Cais do Valongo Rio de Janeiro (RJ)

        Principal porto de entrada de africanos escravizados no Brasil e nas Américas, o Cais do Valongo, localizado no Rio de Janeiro (RJ), passou a integrar a Lista do Patrimônio Mundial da Organização da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) em 1º de março de 2017. O Brasil recebeu perto de quatro milhões de escravos, durante os mais de três séculos de duração do regime escravagista. Pelo Cais do Valongo, na região portuária da cidade, passaram cerca de um milhão de africanos escravizados em cerca de 40 anos, o que o tornou o maior porto receptor de escravos do mundo.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaRCFXn-qzGAOn8U5deZvGPdPR4zxnhd12ufcFWJi7K-_6BNOlCWGyg2aygg3S7THrg7d6cdSwVlAFFVLQFdMFEmFxn5eGzu8pd79uVYzcO4TAXZFx2E4MrsxUomEgWIFkoBq_RqAp0D0m6ag4ZC67W6hhyphenhyphenbF49fC12kqQ0SWf5cZ1b73p6JQVzXhYvY0/s320/Cais_do_Valongo_e_da_Imperatriz.jpg


        A inclusão nessa lista representa o reconhecimento do seu valor universal excepcional, como memória da violência contra a Humanidade representada pela escravidão, e de resistência, liberdade e herança, fortalecendo as responsabilidades históricas, não só do Estado brasileiro, como de todos os países membros da Unesco. É, ainda, o reconhecimento da inestimável contribuição dos africanos e seus descendentes à formação e desenvolvimento cultural, econômico e social do Brasil e do continente americano.

        Revelado, em 2011, durante as obras do Porto Maravilha, que abrange uma área de 5 milhões de metros quadrados, o Cais foi  Rio de Janeiro. O objetivo era retirar da Rua Direita, atual Rua Primeiro de Março, o desembarque e comércio de africanos escravizados que eram levados para as plantações de café, fumo e açúcar do interior do Estado e de outras regiões do Brasil. os que ficavam na capital, geralmente eram os escravos domésticos ou aqueles usados como força de trabalho nas obras públicas.

        Em 2012, a prefeitura do Rio de Janeiro acatou a sugestão das Organizações dos Movimentos e, em julho do mesmo ano, transformou o espaço em monumento preservado e aberto à visitação pública. O Cais do Valongo passou a integrar o Circuito Histórico e Arqueológico da Celebração da Herança Africana, que estabelece marcos da cultura afro-brasileira na região portuária, ao lado do Jardim Suspenso do Valongo, Largo do Depósito, Pedra do Sal, Centro Cultural José Bonifácio e Cemitério dos Pretos Novos.

Cais do Valongo – Rio de Janeiro (RJ). Iphan. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/1605. Acesso em: 23 jul. 2018.

Fonte: Da escola para o mundo. Roberta Hernandes; Ricardo Gonçalves Barreto. Ensino Fundamental – Anos finais. Projetos integradores 8º e 9º anos. Ed. Ática. São Paulo, 1ª edição, 2018. p. 50.

Entendendo o artigo:

01 – Qual é a importância internacional do Cais do Valongo, e em que data ele passou a integrar a Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO?

      O Cais do Valongo é considerado o principal e maior porto receptor de africanos escravizados no mundo. Ele passou a integrar a Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO em 1º de março de 2017.

02 – O que a inclusão do Cais do Valongo na Lista da UNESCO representa, em termos de memória e contribuição cultural?

      Representa o reconhecimento do seu valor universal excepcional como memória da violência contra a Humanidade (escravidão) e, ao mesmo tempo, de resistência, liberdade e herança. É também o reconhecimento da inestimável contribuição dos africanos e seus descendentes para a formação e desenvolvimento do Brasil e das Américas.

03 – Qual era o objetivo da transferência do desembarque e comércio de africanos escravizados da Rua Direita (atual Rua Primeiro de Março) para o Cais do Valongo?

      O objetivo da transferência era retirar o desembarque e comércio de africanos escravizados da Rua Direita, que ficava no centro da cidade, concentrando a atividade na região portuária.

04 – Quando e durante quais obras o Cais do Valongo foi revelado?

      O Cais foi revelado em 2011 durante as obras do projeto Porto Maravilha, no Rio de Janeiro.

05 – Além de se tornar um monumento preservado e aberto à visitação pública, o Cais do Valongo integra um circuito histórico. Cite três outros marcos da cultura afro-brasileira que fazem parte desse circuito.

      O Cais do Valongo integra o Circuito Histórico e Arqueológico da Celebração da Herança Africana. Outros marcos que fazem parte desse circuito são: Jardim Suspenso do Valongo, Largo do Depósito, Pedra do Sal, Centro Cultural José Bonifácio e Cemitério dos Pretos Novos.

 

quinta-feira, 27 de novembro de 2025

ARTIGO: FUNÇÕES SIMBÓLICAS E COMUNICATIVAS DA ARTE GRÁFICA KUSIWA - FRAGMENTO - COM GABARITO

 Artigo: Funções simbólicas e comunicativas da arte gráfica Kusiwa – Fragmento

        [...]

        De acordo com a tradição oral, no centro da pequena terra originária havia um grande lajedo de pedra onde vivia um ser poderoso e muito temido que foi morto pelos humanos. Ao morrer, entretanto, transformou-se numa imensa cobra, a anaconda – ou moju, na língua wajãpi. Os primeiros homens abriram o cadáver e extraíram seus excrementos, que eram todos coloridos. Organizaram uma festa e disseram parra seus convidados se pintarem com as cores deixadas pela anaconda. Estes assim o fizeram e, enfeitados, dançaram e cantaram. Quando terminaram, uma parte dos convidados foi embora, voando. Eram os primeiros pássaros, com suas plumagens diferenciadas. Ao se distanciarem dos humanos que ficaram na terra, pousaram numa imensa árvore sumaumeira, de onde se espalharam por todas as direções, levando consigo as águas que correm nos rios e igarapés da terra.

 
Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXzXc8XFQGpCEVd809aCogpEP-q64Jm6dbeH52UhrxS_G5jaY_mPFsvrKJPREQpMpGN4dVIyW1yE8ORD6e6NkMS2EiZLP_zE7WxcopbqMeahS8x5TPspvh5h4v7jgcBy3nXbjJSXkQQI_EpJlihEVMh45QXGJbpSB9WWQbmZFtxviGvd8nxgg9VnOyEtE/s1600/ARTE.jpg

        Já os homens, que ficaram no centro da terra, aprenderam as danças dos peixes e os cantos dos pássaros, além dos nomes das cores, que designam as plumagens variadas das aves. Ao observarem a ossada e a pele da anaconda morta, viram as espinhas dos peixes que ela havia comido e assim descobriram os padrões com os quais continuam até hoje a decorar seus corpos e seus artefatos, em composições infinitas.

        [...]

Dossiê Iphan 2 – Wajãpi. Iphan. P. 12-13. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/PatlmDos_PinturaCorporalArteGraficaWajapi_m.pdf. Acesso em: 24 jul. 2018.

Fonte: Da escola para o mundo. Roberta Hernandes; Ricardo Gonçalves Barreto. Ensino Fundamental – Anos finais. Projetos integradores 8º e 9º anos. Ed. Ática. São Paulo, 1ª edição, 2018. p. 55.

Entendendo o artigo:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

-- Simbólicas: que utilizam símbolos, representações que, em determinada cultura, apresentam valor místico.

-- Lajedo: leito de rocha de um regato.

-- Excrementos: resíduos sólidos (fezes) ou líquidos (urina, suor, etc.) expelidos pelo organismo humano ou animal.

-- Plumagens: conjuntos de penas de ave.

-- Sumaumeira: árvore de grandíssimo porte, nativa da África e da América do Sul.

-- Igarapés: pequenos rios ou canais estreitos que só dão passagem a igaras ou pequenos barcos; riachos.

02 – De acordo com a tradição oral wajãpi, que ser poderoso e temido vivia no centro da terra originária, e em que ele se transformou após ser morto pelos humanos?

      O ser poderoso e temido vivia em um grande lajedo de pedra. Ao morrer, ele se transformou em uma imensa cobra, a anaconda (ou moju, na língua wajãpi).

03 – Qual foi a origem das cores usadas na primeira pintura dos convidados, e o que aconteceu com a parte dos convidados que foi embora voando após a festa?

      As cores foram extraídas dos excrementos coloridos do cadáver da anaconda. A parte dos convidados que foi embora voando transformou-se nos primeiros pássaros, que tinham plumagens diferenciadas.

04 – Para onde os primeiros pássaros se dirigiram após deixarem os humanos, e o que eles levaram consigo ao se espalharem?

      Os pássaros pousaram em uma imensa árvore sumaumeira e, ao se espalharem por todas as direções, levaram consigo as águas que correm nos rios e igarapés da terra.

05 – Como os homens que permaneceram na terra descobriram os padrões gráficos (Kusiwa) que utilizam até hoje para decorar seus corpos e artefatos?

      Eles observaram a ossada e a pele da anaconda morta e viram as espinhas dos peixes que ela havia comido, descobrindo assim os padrões.

06 – Além dos padrões de decoração, o que mais os homens que ficaram no centro da terra aprenderam?

      Eles aprenderam as danças dos peixes, os cantos dos pássaros e os nomes das cores, que designam as plumagens variadas das aves.

 

domingo, 10 de agosto de 2025

ARTIGO DE OPINIÃO: AS 3 FASES DO AMOR ROMÂNTICO - HELEN FISHER - COM GABARITO

 Artigo de Opinião: As 3 fases do amor romântico

           Helen Fisher

        Foi a antropóloga Helen Fisher, famosa pelos seus estudos sobre a bioquímica do amor, que propôs a existência de 3 fases no amor, cada uma delas com as suas características emocionais e os seus compostos químicos próprios. [...]

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgX8Hnzo2wPveiWPL2Kw4GQNeT2orUqNRuajC-hbnEFWeqaFJhjGVaiP9VlGiHBB3RtD4z_raDfQbvWwLkgsybVuIHse4_Her8tt8axqBVeM3Ivctj_HiinWdAllG0msC2PuR6YStP5uJpW4m2VZ0vkmoPeqMPGIquVG85ezosWweqnLqxNJPVgept8RM4/s320/neurobiologia_do_amor.png


        A primeira fase é chamada “Fase do desejo” e é desencadeada pelos nossos hormônios sexuais, a testosterona nos homens e o estrogênio nas mulheres. [...]

        A segunda fase é a “fase da atração”, enamoramento ou paixão: é quando nos apaixonamos, ou seja, é a altura em que perdemos o apetite, não dormimos, não conseguimos concentrar-nos em nada que não seja o objeto da nossa paixão. É uma fase em que podem acontecer coisas surpreendentes, que por vezes dão origem a situações divertidas (para os outros) e embaraçosas (para o próprio): as mãos suam, a respiração falha, é difícil pensar com clareza, há “borboletas no estômago”... enfim... e isso tem a ver com outro conjunto de compostos químicos que afetam o nosso cérebro: a norepinefrina que nos excita (e acelera o bater do coração), a serotonina que nos descontrola, e a dopamina, que nos faz sentir felizes. [...]

        A terceira fase é a “Fase de ligação” – passamos à fase do amor sóbrio, que ultrapassa a fase de atração/paixão e fornece os laços para que os parceiros permaneçam juntos. Há dois hormônios importantes nessa fase: a oxitocina e a vasopressina. [...]

Química. Boletim SPQ (Sociedade Portuguesa de Química). Portugal, nº100, p. 47-50, mar. 2006. (Fragmento adaptado).

Fonte: Língua Portuguesa: Singular & Plural. Laura de Figueiredo; Marisa Balthasar e Shirley Goulart – 7º ano – Moderna. 2ª edição, São Paulo, 2015. p. 210.

Entendendo o artigo:

01 – Quem propôs a existência das 3 fases do amor romântico e qual é a área de estudo dela?

      A existência das 3 fases do amor romântico foi proposta pela antropóloga Helen Fisher, conhecida por seus estudos sobre a bioquímica do amor.

02 – Qual é o nome da primeira fase do amor e por quais elementos químicos ela é desencadeada?

      A primeira fase é chamada "Fase do desejo" e é desencadeada pelos hormônios sexuais: a testosterona nos homens e o estrogênio nas mulheres.

03 – Descreva as principais características emocionais e físicas da "Fase da atração" (enamoramento ou paixão).

      Na "Fase da atração", as pessoas podem perder o apetite, ter insônia, dificuldade de concentração no objeto da paixão, mãos suadas, falha na respiração, dificuldade para pensar com clareza e a sensação de "borboletas no estômago".

04 – Quais são os três compostos químicos que afetam o cérebro durante a "Fase da atração" e qual o efeito de cada um?

      Os três compostos são: a norepinefrina, que excita e acelera o bater do coração; a serotonina, que descontrola; e a dopamina, que faz sentir feliz.

05 – Qual o nome da terceira fase do amor, o que ela representa para o relacionamento e quais hormônios são importantes nessa etapa?

      A terceira fase é a "Fase de ligação". Ela representa o amor sóbrio, que ultrapassa a paixão e fornece os laços para que os parceiros permaneçam juntos. Os hormônios importantes nessa fase são a oxitocina e a vasopressina.

 

 

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

ARTIGO DE OPINIÃO: UM MERCADO FORA DA LEI - FRAGMENTO - ISABELLA HENRIQUES - COM GABARITO

 Artigo de opinião: Um mercado fora da lei – Fragmento

Por Isabella Henriques

        Há quase três meses foi publicada a resolução nº 163 do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente), que passou a considerar abusiva toda e qualquer publicidade ou comunicação mercadológica dirigidas ao público infantil com menos de 12 anos.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimZuP7aysOwviHs-4x5Unw1fJLCiYfoHCP44cXEF1t6wUtBkw6HByL3m0F80sPoI3phyphenhyphenJaquE3jz-DFYDufL9SxL8BDlcXB9nM3YPXs5EBTIdHo5iyjonuIVNJy0CKDTAEYr-_dxA78sEOONNzmFtnXNDlY7L_PUEAuqliuDe7n58jtuoeOMuIjJp1Ea4/s320/destaque-publicidade-infantil.jpeg

        No entanto, o que se verifica é um completo desrespeito à norma. A publicidade que fala diretamente com a criança com a intenção de seduzi-la para o consumo continua firme e forte nos canais televisivos segmentados infantis, na tevê aberta, nos cinemas, nas escolas, nos parques, nos clubes, na distribuição de brindes colecionáveis das cadeias de fast-food e em outros inúmeros espaços de convivência.

        E como justificar isso? Como explicar para mães e pais cansados do bombardeio publicitário que atingem seus filhos que a norma está em vigor, mas praticamente o mercado inteiro não a cumpre? Não há como. Só mesmo a constatação de que, para as empresas anunciantes, para as agências de publicidade e para os veículos de comunicação envolvidos, os interesses financeiros e corporativos são enormemente mais importantes que o saudável desenvolvimento das nossas crianças.

        A publicidade e a comunicação mercadológica que se dirigem diretamente às crianças, além de ilegais, são antiéticas e imorais. Aproveitam-se da peculiar fase de desenvolvimento dos pequenos, justamente quando não conseguem entender o caráter persuasivo das mensagens ou mesmo diferenciar o conteúdo de entretenimento do comercial. A publicidade infantil intensifica problemas sociais como o consumismo infantil, a formação de valores materialistas, o aumento da obesidade infanto-juvenil, a violência e a erotização precoce.

        [...]

        Na prática, a resolução nº 163, em conjunto com o artigo 37 do Código de Defesa do Consumidor, deveria significar o fim dos abusos mercadológicos desferidos às crianças, ou seja, o fim do direcionamento da publicidade ao público infantil, à medida que se trata de uma norma emanada de um conselho deliberativo, com poder vinculante e, obrigatoriamente, precisaria ser observada e cumprida em território nacional.

        No entanto, o mercado age à revelia da norma, acreditando estar acima dela, acima do Conanda, da própria sociedade que o compõe e do clamor social pela proteção das crianças. Pensa ser até mesmo intocável pela Constituição Federal ou pelo Código de Defesa do Consumidor. Nada lhe atinge. Só o que lhe interessa é o expressivo volume financeiro que movimenta ao convencer crianças de que elas precisam consumir cada vez mais.

        Ocorre que a sociedade brasileira atual exige a responsabilização daqueles que infringem os direitos sociais, inclusive o das crianças a uma infância plena, sadia e feliz.

        É por isso que, como única forma de se frear esse assédio, caberá aos Procons, à Secretaria Nacional do Consumidor, aos Ministérios Públicos, às Defensorias Públicas e ao próprio Poder Judiciário, coibir as ilegalidades cometidas, inclusive com a aplicação das respectivas sanções, a fim de se garantir a construção de um país que verdadeiramente honre suas crianças.

Isabella Henriques. Um mercado fora da lei. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiiniao/173276-um-mercado-fora-da-lei.shtml. Acesso em: 11 mar. 2015.

Fonte: Universos – Língua Portuguesa – Ensino fundamental – Anos finais – 7º ano – Camila Sequetto Pereira; Fernanda Pinheiro Barros; Luciana Mariz. Edições SM. São Paulo. 3ª edição, 2015. p. 200-201.

Entendendo o artigo:

01 – Qual é o principal problema abordado pela autora no artigo?

      A autora aborda o completo desrespeito do mercado publicitário à Resolução nº 163 do Conanda, que considera abusiva toda publicidade ou comunicação mercadológica direcionada a crianças menores de 12 anos. Ela denuncia que, apesar da norma em vigor, a publicidade com a intenção de seduzir crianças ao consumo continua disseminada.

02 – Em quais canais e locais a publicidade infantil ainda está presente, segundo o texto?

      A publicidade infantil ainda está presente em canais televisivos segmentados infantis, na TV aberta, nos cinemas, nas escolas, nos parques, nos clubes, na distribuição de brindes colecionáveis de cadeias de fast-food e em "outros inúmeros espaços de convivência" das crianças.

03 – Como a autora justifica o desrespeito das empresas à resolução do Conanda?

      A autora justifica o desrespeito afirmando que, para as empresas anunciantes, agências de publicidade e veículos de comunicação, os interesses financeiros e corporativos são "enormemente mais importantes" do que o desenvolvimento saudável das crianças. Ela sugere que o mercado age "à revelia da norma, acreditando estar acima dela".

04 – Por que a publicidade direcionada a crianças é considerada antiética e imoral pela autora?

      A publicidade direcionada a crianças é considerada antiética e imoral porque se aproveita da fase peculiar de desenvolvimento dos pequenos, que ainda não conseguem entender o caráter persuasivo das mensagens ou diferenciar conteúdo de entretenimento do comercial.

05 – Quais são os problemas sociais intensificados pela publicidade infantil, de acordo com o artigo?

      A publicidade infantil intensifica problemas sociais como o consumismo infantil, a formação de valores materialistas, o aumento da obesidade infanto-juvenil, a violência e a erotização precoce.

06 – Que órgãos e poderes a autora aponta como responsáveis por coibir as ilegalidades da publicidade infantil?

      A autora aponta os Procons, a Secretaria Nacional do Consumidor, os Ministérios Públicos, as Defensorias Públicas e o próprio Poder Judiciário como os responsáveis por coibir as ilegalidades e aplicar as sanções cabíveis, sendo a única forma de "frear esse assédio".

07 – O que a Resolução nº 163 do Conanda, em conjunto com o Código de Defesa do Consumidor, deveria significar na prática?

      Na prática, a Resolução nº 163 do Conanda, em conjunto com o artigo 37 do Código de Defesa do Consumidor, deveria significar o fim dos abusos mercadológicos desferidos às crianças, ou seja, o fim do direcionamento da publicidade ao público infantil. Isso porque se trata de uma norma com poder vinculante, que deveria ser obrigatoriamente observada e cumprida em todo o território nacional.

 

ARTIGO DE OPINIÃO: CRIANÇAS, CORES E IMAGINAÇÃO - MONICA DE SOUSA - COM GABARITO

 Artigo de opinião: Crianças, cores e imaginação

Por Monica de Sousa

        Embora a discussão sobre a necessidade de regulamentar a publicidade infantil no país seja pertinente, uma resolução do Conselho Nacional da Criança e do Adolescente (Conanda), ao tentar evitar excessos, atingiu, por tabela, um sem-número de atividades econômicas e culturais destinadas única e exclusivamente à criança.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaWRoOq0hwI3-90G5BKZSC-kYpnxHUZ-LgKuBK3_cBYklgKG7Qdew-gXL9J6L8CUF2Mi-Sc2kgfZwjOEYUYGpL7Z5g3_wRF0-SFkINSOOPDShDX0WlGneW6b7ZrXYEBdwI3iUGFWxUC9tz1G815M4cHCYz8d-MoaZTX_uP6WHxZ5I0MGJCBGuPY9Jmkb0/s320/images.jpg


        Trata-se do licenciamento de marcas, pelo qual o criador de uma música, um personagem ou uma animação infantil cede o direito de uso de sua criação ao fabricante de um produto. É o licenciamento que, no final, permite que essas criações sobrevivam, dado o limitadíssimo consumo cultural em nosso país.

        A resolução, de abril deste ano, além de estabelecer que é abusiva a conduta de direcionar a publicidade à criança, com a intenção de persuadi-la para o consumo de produtos e serviços, também considera abusiva toda a comunicação mercadológica dirigida à criança que contenha linguagem infantil, excesso de cores, trilhas sonoras e personagens infantis, desenhos animados e bonecos. A mesma resolução define comunicação mercadológica não apenas como a publicidade propriamente dita, mas também páginas na internet, embalagens, ações em shows e disposição dos produtos em lojas e supermercados.

        Na tentativa de coibir eventuais abusos, a resolução provoca efeitos certamente indesejáveis. Estranho imaginar, por exemplo, uma boneca embalada em papel pardo na vitrine da loja de brinquedos ou uma caixa de lápis de cor que, por fora, seja inteira em preto e branco. Difícil aceitar também que se queira substituir o papel crucial que os pais exercem na educação de seus filhos. Aos pais cabe impor regras saudáveis de consumo de produtos e limitar compras de artigos que considerem prejudiciais às crianças.

        Ao considerar abusivo o uso de criações desenvolvidas para a criança em embalagens de produtos infantis, a resolução afetará diretamente a produção cultural voltada às crianças. Curioso notar que a nova norma abre uma exceção ao permitir o uso dos personagens, cores e trilhas sonoras infantis em campanhas de utilidade pública – como se essas mesmas criações brotassem de fonte natural e não fossem produzidas por músicos, artistas, cartunistas e escritores para serem comercializadas, direta ou indiretamente, por meio do licenciamento. Esses, sim, serão diretamente afetados caso a resolução se mantenha.

        Quem se espanta com a posição desses artistas “ao trocar suas criações por dinheiro” e acredita que a publicidade é a mais nefasta das profissões deve lembrar não apenas os casos de abuso existentes no passado e no presente e cujos exemplos proliferam nas redes sociais. Mas também aqueles que, ao atingirem em cheio o universo infantil, levaram à criança muito mais do que um simples produto. Como o lápis de cor que inseriu no imaginário infantil um valioso pedacinho da música popular brasileira ao imortalizar a “Aquarela” de Toquinho envolta em cores e desenhos na TV.

        A sociedade responsavelmente cobra dos órgãos públicos mais atenção na prevenção aos riscos a que a criança está exposta. Mas, certamente, não é seu desejo passar uma borracha nos desenhos, personagens e animações que fazem parte do universo infantil. Tampouco creio que as famílias queiram evitar o excesso de cores ou as músicas infantis que tanto encantam seus filhos em qualquer situação.

        Ainda assim, ao agir com o legítimo intuito de coibir práticas comerciais abusivas direcionadas à criança, a resolução acabou por recomendar que se apaguem algumas das luzes do universo infantil.

        O que precisamos mais do que tudo neste momento é ouvir a sociedade e debater o tema sem radicalismos, para que se chegue a um consenso do que é, no fim das contas, o melhor para a criança.

Monica de Sousa. Crianças, cores e imaginação. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/173275-criancas-cores-e-imaginacao.shtml. Acesso em: 11 mar. 2015.

Fonte: Universos – Língua Portuguesa – Ensino fundamental – Anos finais – 7º ano – Camila Sequetto Pereira; Fernanda Pinheiro Barros; Luciana Mariz. Edições SM. São Paulo. 3ª edição, 2015. p. 201.

Entendendo o artigo:

01 – Qual é o principal tema abordado pela autora no artigo?

      O principal tema abordado pela autora é a Resolução do Conselho Nacional da Criança e do Adolescente (Conanda) que, embora com a intenção de regulamentar a publicidade infantil e evitar excessos, acabou por afetar negativamente diversas atividades econômicas e culturais voltadas para crianças, como o licenciamento de marcas e o uso de elementos visuais e sonoros infantis.

02 – O que é o licenciamento de marcas e qual sua importância para as criações infantis, segundo o texto?

      O licenciamento de marcas é o processo pelo qual o criador de uma música, personagem ou animação infantil cede o direito de uso de sua criação ao fabricante de um produto. Segundo o texto, o licenciamento é crucial para a sobrevivência dessas criações, dada a limitação do consumo cultural no Brasil.

03 – Quais elementos a resolução do Conanda considera abusivos na comunicação mercadológica dirigida à criança?

      A resolução do Conanda considera abusivos elementos como linguagem infantil, excesso de cores, trilhas sonoras e personagens infantis, desenhos animados e bonecos em qualquer comunicação mercadológica dirigida à criança, não apenas na publicidade tradicional, mas também em páginas de internet, embalagens, shows e disposição de produtos em lojas e supermercados.

04 – Que exemplos a autora utiliza para ilustrar os "efeitos indesejáveis" da resolução?

      A autora utiliza exemplos como uma boneca embalada em papel pardo na vitrine de uma loja de brinquedos ou uma caixa de lápis de cor inteira em preto e branco por fora, para ilustrar os efeitos indesejáveis e, para ela, estranhos da resolução.

05 – Qual o papel dos pais na educação de consumo dos filhos, de acordo com o artigo?

      Segundo a autora, o papel crucial dos pais é impor regras saudáveis de consumo e limitar a compra de artigos que considerem prejudiciais às crianças. Ela argumenta que a resolução do Conanda tenta substituir esse papel fundamental dos pais.

06 – Como a resolução afeta os artistas e produtores de conteúdo infantil?

      A resolução afeta diretamente os músicos, artistas, cartunistas e escritores que criam para o universo infantil. Ao considerar abusivo o uso de suas criações em embalagens e produtos infantis, a resolução ameaça o modelo de comercialização direta ou indireta (por meio do licenciamento) que permite a sobrevivência dessas obras. A autora ressalta que, embora a resolução abra exceção para campanhas de utilidade pública, essas criações não "brotam de fonte natural", mas são produzidas para serem comercializadas.

07 – Qual é a proposta final da autora para lidar com a questão da publicidade infantil?

      A proposta final da autora é ouvir a sociedade e debater o tema sem radicalismos, buscando um consenso sobre o que é, no fim das contas, o melhor para a criança. Ela acredita que, embora a intenção de coibir abusos seja legítima, a resolução atual está "apagando algumas das luzes do universo infantil" ao proibir elementos que fazem parte da imaginação das crianças.

 

 

domingo, 27 de julho de 2025

ARTIGO DE OPINIÃO: O SIENITO E A SOMBRA AMBIENTAL EM PEDRA LAVRADA - ROSSANA DIAS COSTA - COM GABARITO

 Artigo de opinião: O Sienito e a Sombra Ambiental em Pedra Lavrada

          Rossana Dias Costa

        No Brasil, a cada dia tornou-se comum a ocorrência de problemas ambientais de várias ordens. Na cidade de Pedra Lavrada, no interior da Paraíba, ultimamente não tem sido diferente. No momento, a maior preocupação dos habitantes é com relação à empresa mineradora “Elizabeth”, que há quase uma década vem explorando as riquezas minerais do município, principalmente o sienito, matéria-prima utilizada na fabricação da cerâmica e da porcelana.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiisVf0UMo6KPX9Vba9XaOIpUqkkm7xboGBuaiWOLpcTvxefFuysNMexmExEM2bdCO1HALzypIiclAfZvshNWXPuRzPCJXlKwjJlClrGwNwUJlrna04a2Hym2DFnLSMLoOzw5e7r7K7Dgh3wkbSvGEO5qQ38MBR7GJM9YDlauVjgob_C67Z1jZ89jjbYAk/s320/i208.jpg


        No período de implantação dessa mineradora aqui na cidade, governantes e empreendedores afirmavam que a empresa só traria desenvolvimento para o município, benefícios para a população, oportunidade de empregos para muitos jovens, aumentando assim a renda das famílias e, consequentemente, trazendo lucros para os cofres públicos.

        Entretanto, podemos afirmar que não tivemos apenas benefícios, as consequências desastrosas logo começaram a surgir com mais rapidez e intensidade do que se esperava. A instalação da fábrica para a extração das pedras brutas resultou numa série de problemas ao meio ambiente, como desmatamento de uma enorme área de vegetação nativa, fuga de animais e aves silvestres, poluição de açudes, do solo e do ar.

        Com o passar do tempo, essa trágica situação se agravou cada vez mais. Hoje, as casas do centro da cidade e as que ficam nas proximidades dessa fábrica encontram-se com a estrutura comprometida, devido aos abalos provocados pelas enormes explosões para a retirada das pedras. Isso sem falar na poeira que é lançada sobre a cidade, além dos produtos químicos provenientes do material explosivo.

        Um outro problema resultante desse empreendimento são as péssimas condições das estradas que servem de acesso para o transporte do material. Devido ao peso transportado pelas carretas, as estradas, que já não tinham manutenção, só pioraram. Embora a população se sinta prejudicada, ela se cala, pois as várias denúncias feitas à justiça não foram atendidas, e a empresa continua agindo da mesma forma.

        É certo que outras empresas mineradoras já se instalaram antes no nosso município, mas nenhuma delas com o porte da Elizabeth. Por isso não danificavam tanto o meio ambiente como a atual vem fazendo. A medida que ela vai se expandindo para outros pontos do município, vão também aumentando os problemas locais.

        Para essa empresa não continuar causando tantos impactos ambientais, os moradores esperam que ela invista em projetos ambientais, sociais e culturais, além de disponibilizar meios reparadores para as famílias prejudicadas e oferecer melhores condições de saúde e de segurança aos seus trabalhadores. Não é certo que a população se prejudique tanto para que uma grande empresa se beneficie, enriquecendo cada vez mais.

        Ao meu ver, não há necessidade de uma empresa destruir tanto nossas riquezas naturais, além da nossa história. Se não agirmos enquanto é tempo, a Serra dos Albinos e o Picoto, nossos patrimônios naturais mais belos, serão destruídos.

        Por outro lado, sei que a nossa população precisa de uma renda fixa e nosso município de desenvolvimento, mas é necessário, e urgente, a execução de projetos que visem à valorização de bens culturais, sociais e ambientais, equilibrando, assim, desenvolvimento e natureza.

        Resta-nos, portanto, esperar que as autoridades ajam, encontrando de fato soluções que preservem nossa história, e nossos bens naturais, uma vez que a população deseja, sim, o desenvolvimento do município, mas também melhor qualidade de vida.

Rossana Dias Costa. Disponível em: https://www.escrevendoofuturo.org.br/imagens/stories/publico/noticias/20101201opiniao.pdf. Acesso em: 5 jan. 2015.

Fonte: Universos – Língua Portuguesa – Ensino fundamental – Anos finais – 6º ano – Camila Sequetto Pereira; Fernanda Pinheiro Barros; Luciana Mariz. Edições SM. São Paulo. 3ª edição, 2015. p. 85-86.

Entendendo o artigo:

01 – Qual é o principal problema ambiental que a cidade de Pedra Lavrada enfrenta, de acordo com o artigo?

      O principal problema ambiental que a cidade de Pedra Lavrada enfrenta, segundo o artigo, é o impacto da empresa mineradora "Elizabeth", que vem explorando as riquezas minerais do município há quase uma década, resultando em diversos problemas ambientais.

02 – Que mineral é extraído pela mineradora Elizabeth e qual sua principal utilização?

      A mineradora Elizabeth extrai principalmente sienito, que é uma matéria-prima utilizada na fabricação de cerâmica e porcelana.

03 – Quais foram as promessas iniciais feitas pelos governantes e empreendedores na época da implantação da mineradora?

      Na época da implantação da mineradora, governantes e empreendedores afirmaram que a empresa traria desenvolvimento para o município, benefícios para a população, oportunidade de empregos para muitos jovens, aumento da renda das famílias e lucros para os cofres públicos.

04 – Quais são as consequências negativas concretas da atuação da mineradora Elizabeth que o artigo menciona?

      As consequências negativas mencionadas incluem desmatamento de uma enorme área de vegetação nativa, fuga de animais e aves silvestres, poluição de açudes, do solo e do ar. Além disso, as casas do centro da cidade e das proximidades da fábrica têm a estrutura comprometida devido aos abalos das explosões, há poeira e produtos químicos lançados sobre a cidade, e as estradas de acesso para o transporte do material estão em péssimas condições.

05 – Por que a população de Pedra Lavrada se cala diante dos problemas, apesar de se sentir prejudicada?

      A população se cala porque as várias denúncias feitas à justiça não foram atendidas, e a empresa continua agindo da mesma forma, o que gera um sentimento de impotência.

06 – O que os moradores de Pedra Lavrada esperam da empresa Elizabeth para mitigar os impactos ambientais?

      Os moradores esperam que a empresa invista em projetos ambientais, sociais e culturais, além de disponibilizar meios reparadores para as famílias prejudicadas e oferecer melhores condições de saúde e segurança aos seus trabalhadores.

07 – Quais são os dois patrimônios naturais de Pedra Lavrada que o autor teme que sejam destruídos pela expansão da mineradora?

      O autor teme que a Serra dos Albinos e o Picoto, que são os patrimônios naturais mais belos do município, sejam destruídos pela expansão da mineradora.

 

ARTIGO DE OPINIÃO: O PROBLEMA QUE OFUSCA O BRILHO - THAIRINY CRISTIANE RIBEIRO - COM GABARITO

 Artigo de opinião: O problema que ofusca o brilho

           Thairiny Cristiane Ribeiro

        Localizada no interior do Estado de São Paulo, Limeira já foi muito conhecida por ser a capital da laranja e por abrigar a primeira fazenda que recebeu imigrantes como trabalhadores no final do século XIX. Com o passar dos anos, os setores que sustentam a economia de Limeira mudaram, e hoje a cidade tornou-se a capital da joia folheada.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUTLMQ77R44VEOCmU-1q1UcZc_jrt6Xy2jpTwDKxS_MrfK8N__zF6Q7K2_g7HFu8roFr1tgI4xROp4wL6Gwn4fnTrYqQaZ8QL1S4YoOvWOSGBpqor0JhKBrLXR6R4QRVQYUDxmHk0Dr9m-vLiVCKKjsVjHwwZhdseLXzVk4gDDnHHTE8TgOsKpYmRHg9U/s320/cidade-do-interior-de-sp-e-a-capital-nacional-da-joia-folheada.jpg


        Grande parte da população da cidade trabalha e sustenta suas famílias com a fabricação de bijuterias, que inclui solda, montagem e banho (tratamento químico que dá brilho às peças), com a comodidade de serem montadas em fabriquetas de fundo de quintal e banhadas em grandes ou pequenas empresas, clandestinas ou legalizadas.

        No entanto, uma questão muito discutida aqui é o impacto ambiental causado principalmente por empresas não regularizadas, geralmente situadas em bairros da periferia da cidade. Por não terem condições básicas de funcionamento e pela ganância dos proprietários que só visam ao lucro e não tratam seus resíduos químicos, despejam tais substâncias, provenientes do processo produtivo dos folheados, diretamente no esgoto de Limeira. Como consequência disso, as águas fluviais da cidade apresentam grande quantidade de metais pesados, como cromo, níquel, cobre e chumbo – um risco para a saúde e o bem-estar dos cidadãos, que, em contato com esses metais, podem ser acometidos de problemas gastrintestinais, anemia, danos no sistema nervoso central, disfunção renal, entre outros.

        Entretanto, são essas empresas poluidoras que mais empregam a população humilde da cidade, que por ter poucos recursos de renda e educação aceita trabalhar nessas fábricas, mesmo correndo riscos de contaminação, muitas vezes sem registro em carteira de trabalho e sem direitos básicos como décimo terceiro salário e licença-maternidade.

        Já os proprietários alegam que os custos para o tratamento e regularização da empresa são altos, assim como as exigências para a legalização são absurdas, inviabilizando a produção.

        De acordo com a Associação Limeirense de Joias (Aljoias), o custo para o tratamento de resíduos químicos é viável, até mesmo para as pequenas empresas, e o rigor é necessário para a legalização, já que esse setor expõe as pessoas a alto risco, direta ou indiretamente.

        Do meu ponto de vista, deve-se investir em projetos educacionais de formação profissional para que esses trabalhadores possam competir no mercado de trabalho e exigir seus direitos. Também é necessário fiscalizar com eficácia, punir e até mesmo promover o fechamento dessas empresas que não tratam seus resíduos e, portanto, desobedecem às leis ambientais. Consequentemente, com a regularização e a profissionalização dos trabalhadores desse setor, a economia, a saúde dos cidadãos e a infraestrutura de Limeira melhorarão.

        Todos querem brilhar: ao comprar uma joia folheada, os consumidores querem brilhar; as empresas, ao crescerem, gerarem empregos, aumentarem seus lucros, querem brilhar; o município quer aumentar os índices de desenvolvimento, e, portanto, também quer brilhar. Mas não podemos permitir que as nossas águas percam o brilho, afetando a saúde da população.

        É claro que as medidas citadas não irão solucionar todos os problemas dos limeirenses com relação a essas empresas, mas, pelo menos, a tentativa para resolvê-los vale; afinal de contas, como dizia Karl Marx, sociólogo alemão, de nada valem as ideias sem homens que possam pô-las em prática.

Thairiny Cristiane Ribeiro. Disponível em: https://www.escrevendoofuturo.org.br/images/stories/publico/noticias/20101201opiniao.pdf. Acesso em: 5 jan. 2015.

Fonte: Universos – Língua Portuguesa – Ensino fundamental – Anos finais – 6º ano – Camila Sequetto Pereira; Fernanda Pinheiro Barros; Luciana Mariz. Edições SM. São Paulo. 3ª edição, 2015. p. 75-76.

Entendendo o artigo:

01 – Qual é a principal atividade econômica de Limeira hoje e como ela se relaciona com o passado da cidade?

      Atualmente, Limeira é a capital da joia folheada, com grande parte da população envolvida na fabricação de bijuterias. Antigamente, a cidade era conhecida como a capital da laranja e por ter abrigado a primeira fazenda a receber imigrantes.

02 – Qual é o principal problema ambiental que Limeira enfrenta devido à produção de joias folheadas?

      O principal problema é o impacto ambiental causado pelo descarte inadequado de resíduos químicos (provenientes do tratamento que dá brilho às peças) por empresas não regularizadas, que despejam essas substâncias diretamente no esgoto da cidade.

03 – Quais metais pesados são encontrados em grande quantidade nas águas fluviais de Limeira devido a essa poluição, e quais são os riscos para a saúde dos cidadãos?

      As águas apresentam grande quantidade de metais pesados como cromo, níquel, cobre e chumbo. O contato com esses metais pode causar problemas gastrintestinais, anemia, danos no sistema nervoso central e disfunção renal.

04 – Por que as empresas poluidoras continuam a empregar a população, mesmo com os riscos?

      Essas empresas empregam a população humilde da cidade, que, por ter poucos recursos de renda e educação, aceita trabalhar nelas mesmo correndo riscos de contaminação e, muitas vezes, sem registro em carteira e direitos básicos.

05 – Qual a alegação dos proprietários das empresas não regularizadas para não tratarem os resíduos?

      Os proprietários alegam que os custos para o tratamento e a regularização são muito altos, e as exigências para a legalização são absurdas, tornando a produção inviável.

06 – Qual a posição da Associação Limeirense de Joias (Aljoias) em relação ao custo do tratamento de resíduos e à necessidade de rigor na legalização?

      A Aljoias afirma que o custo para o tratamento de resíduos químicos é viável, mesmo para pequenas empresas, e que o rigor na legalização é necessário, pois o setor expõe as pessoas a alto risco, direta ou indiretamente.

07 – Quais as soluções propostas pela autora do artigo para o problema em Limeira?

      A autora propõe investir em projetos educacionais de formação profissional para os trabalhadores, a fim de que possam competir no mercado de trabalho e exigir seus direitos. Além disso, ela defende a fiscalização eficaz, punição e até o fechamento das empresas que não tratam seus resíduos e desobedecem às leis ambientais.