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quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

POEMA TIRADO DE UMA NOTÍCIA DE JORNAL - MANUEL BANDEIRA - COM GABARITO

 Poema tirado de uma notícia de jornal

                                 Manuel Bandeira

João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia

num barracão sem número.

Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro

Bebeu

Cantou

Dançou

Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.

BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira: poesias reunidas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1980. 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxvAPh3KUOK8sInV4bQrJPPTx24kzJGTkxVeiXEok9-N7Io6ja_I2wVPYtBq7p3skWWJmDyuL2No3CDU0KoehnVMQLtuJyd_PAoHMuNwMdp-t3Uur688lq4iHzsw7gJqEStY-P1swAntjK_9gPskt6Ff4rDkcQHuW6nKX07fKAs2ZBqMpFgYqF_dw27y0/s320/JORNAL.jpg


Entendendo o texto 

01. Considerando a linguagem conotativa e denotativa, pode-se afirmar sobre o poema que:

a.   Os Verbos “Bebeu”, “Cantou” e “Dançou” estão no sentido conotativo, linguagem características de poemas.

     b. O texto é predominantemente conotativo, pois se refere à vida difícil da classe trabalhadora que mora na favela.

     c. A Denotação no texto ocorre pelo uso figurativo das palavras como em “morro da Babilônia”.

     d. O poema utiliza a Conotação e a denotação para narrar um noticia de jornal.

      e. O último verso está na linguagem denotativa, pois as palavras estão sendo usadas em seu sentido literal.

02. Quem é o protagonista do poema?

      a) João da Babilônia.

      b) João Gostoso.

      c) Rodrigo de Freitas.

      d) O dono do bar Vinte de Novembro.

03. Em que local o personagem João Gostoso morava?

      a) Lagoa Rodrigo de Freitas.

      b) Bar Vinte de Novembro.

      c) No morro da Babilônia.

      d) No barracão sem número.

04. Quando o personagem João Gostoso se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas?

       a) Pela manhã.

       b) À tarde.

       c) À noite.

       d) Não é especificado no poema.

05. Quais são os verbos de ação presentes no poema?

      a) Bebeu, morreu, atirou.

      b) Morava, chegou, dançou.

      c) Cantou, afogado, bebeu.

      d) Morreu, chegou, atirou.

06. Qual é o espaço (local) onde João Gostoso se atirou e morreu afogado?

      a) Morro da Babilônia.

      b) Bar Vinte de Novembro.

      c) Lagoa Rodrigo de Freitas.

      d) Barracão sem número.

 

 

 

domingo, 21 de junho de 2020

POEMA: CONSOADA - MANUEL BANDEIRA - COM GABARITO

Poema: Consoada

              Manuel Bandeira

Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
— Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,


A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.

                                          Manuel Bandeira.

Glossário:

- Coroável: amável, afetuosa.

- Consoada: refeição noturna.

- Iniludível: à qual não se pode iludir, enganar.

- Sortilégios: encantamentos, magias.

Entendendo o poema:

01 – Quem é “A indesejada das gentes”? Que outros termos são usados no poema para também referir-se a ela?

      É a morte. São usados os termos “iniludível” e “noite”.

02 – Como pode ser entendido, no poema, o verso “O meu dia foi bom, pode a noite descer”?

      Esse verso pode ser entendido como A minha vida foi boa, pode a morte chegar.

03 – Que nome se dá a figura de linguagem que consiste na suavização da linguagem, evitando-se o emprego de palavras ou expressões ofensivas ou desagradáveis?

      Eufemismo.

04 – Nestes versos, o poeta revela:

a)   Sua convivência familiar com a morte em razão da tuberculose que o acompanhou desde a juventude.

b)   Seu desencanto diante da vida que não pôde viver normalmente por causa da doença.

c)   Seu sentimento de religiosidade e fé diante da vida e da morte.

d)   Seu inconformismo diante do destino que a vida lhe reservou.

e)   Sua tranquilidade diante da morte por haver cumprido seu papel na vida.

05 – Que outros eufemismos podem ser usados para amenizar a referência à morte?

      Algumas possibilidades: “descansar”; “fechar os olhos”; “partir”; “ir embora”.

 

06 – Para o poeta a palavra Indesejada se refere à:

a)   Amada.

b)   Visita.

c)   Monte.

d)   Noite.

07 – Por que o poeta cumprimenta a Indesejada das gentes, chamando-a de?

a)   Porque ela é fácil de se enganar.

b)   Porque não poupa ninguém.

c)   Porque aparece toda noite.

d)   Porque é amiga do poeta.

08 – Com relação à estrutura, o poema pode ser dividido em duas partes:

I – A primeira, que mostra incerteza do poeta, expressa pelos advérbios de negação e dúvida, e a segunda, que apresenta certeza expressa pelo tom afirmativo dos verbos.

II – A primeira, que revela segurança e certeza quanto ao futuro, e a segunda, que apresenta dúvida e descontrole emocional.

III – A primeira, que mostra coragem e segurança para enfrentar o desconhecido, e a segunda, que revela a felicidade de um dia de trabalho.

IV – A primeira, que mostra o poeta despreparado para o que lhe espera, e a segunda, que revela sua ousadia e destemor diante da vida.

O item que melhor caracteriza essa divisão é:

a)   I.

b)   II.

c)   III.

d)   IV.

09 – Que outros eufemismos podem ser usados para amenizar a referência à morte?

      Algumas possibilidades: “descansar”; “fechar os olhos”; “partir”; “ir embora”.

 


POEMA: GESSO - MANUEL BANDEIRA - COM GABARITO

Poema: GESSO

              Manuel Bandeira

Esta minha estatuazinha de gesso, quando nova
— O gesso muito branco, as linhas muito puras —
Mal sugeria imagem de vida
(embora a figura chorasse).
Há muitos anos tenho-a comigo.
O tempo envelheceu-a, carcomeu-a, manchou-a de pátina
[ amarelo-suja.
Os meus olhos de tanto a olharem,
Impregnaram-na da minha humanidade irônica de tísico.
Um dia mão estúpida
Inadvertidamente a derrubou e partiu.
Então ajoelhei com raiva, recolhi aqueles tristes fragmentos,
[ recompus a figurinha que chorava.
E o tempo sobre as feridas escureceu ainda mais o sujo
[ mordente de pátina…

Hoje esse gessozinho comercial
É tocante e vive, e me fez agora refletir
Que só é verdadeiramente vivo o que já sofreu.

Manuel Bandeira.

Entendendo o poema:

01 – A ação do tempo sobre a estátua de gesso é vista pelo poeta como:

a)   O que acabou por torna-la mais vivaz e expressiva, pelo menos até que um acidente a fizesse perder essa vivacidade.

b)   Responsável por danos que levaram uma obra de arte a perder sua pureza e vivacidade originais.

c)   Um elemento que, juntamente com os danos causados por um acidente, dá vida e singularidade ao que era inexpressivo e vulgar.

d)   O causador irremediável do envelhecimento das coisas e da consequente desvalorização dos objetos pessoais mais valiosos.

e)   Capaz de transformar um simples objeto comercial em uma obra de arte que parece ter sido criada por um escultor genial.

02 – “Mal sugeria imagem de vida

        (Embora a figura chorasse)”

        É CORRETO afirmar que a frase entre parênteses tem sentido:

a)   Adversativo.

b)   Concessivo.

c)   Conclusivo.

d)   Condicional.

e)   Temporal.

03 – “Um dia mão estúpida
         Inadvertidamente a derrubou e partiu.
         Então ajoelhei com raiva, recolhi aqueles tristes fragmentos,
         [ recompus a figurinha que chorava.
         E o tempo sobre as feridas escureceu ainda mais o sujo
         [ mordente de pátina…”

         Sobre os versos acima transcritos é INCORRETO afirmar:

a)   Mão estúpida pode ser alusão do poeta a si próprio e carregaria assim algum matiz da raiva que o teria acometido quando derrubou a estátua.

b)   Inadvertidamente tem o sentido de “De modo descuidado”, indicado o caráter acidental do episódio.

c)   Em recompus a figurinha que chorava, o poeta se vale de uma ambiguidade para sugerir o sofrimento da estátua com a queda.

d)   Com a alusão às feridas causadas à estátua, o poeta se refere aos sinais visíveis da junção dos pedaços dela depois de reconstituída.

e)   Com a expressão o sujo mordente da pátina, o poeta alude a transformação da estátua de sofredora em causadora de sofrimento.

 

 


quinta-feira, 6 de julho de 2017

POEMAS DE MANUEL BANDEIRA (LIBERTINAGEM) COM GABARITO

POEMAS DE MANUEL BANDEIRA COM INTERPRETAÇÃO

1. (FUVEST) Leia o poema de Manuel Bandeira e responda.

Não sei dançar

Uns tomam éter, outros cocaína.
Eu já tomei tristeza, hoje tomo alegria.
   Tenho todos os motivos menos um de ser triste.
   Mas o cálculo das probabilidades é uma pilhéria...

  Sim, já perdi pai, mãe, irmãos.
  Perdi a saúde também.
  É por isso que sinto como ninguém o ritmo do jazz-band.

   Uns tomam éter, outros cocaína.
   Eu tomo alegria!
   Eis aí por que vim assistir a este baile de terça-feira gorda.

  Sobre os versos transcritos, assinale a alternativa incorreta:
  (A) A melancolia do eu-lírico é apenas aparente: interiormente ele se    identifica com a atmosfera festiva do carnaval, como se percebe no tom   exclamativo de "Eu tomo alegria!"
   (B) A perda dos familiares e da saúde são aspectos autobiográficos do autor presentes no texto.
   (C) A alegria do carnaval é meio de evasão para eu-lírico, que procura alienar-se de seu sofrimento.
   (D) O último verso transcrito associa-se ao título do poema, pois o eu-lírico não participa, de fato, do baile de carnaval.
   (E) O eu-lírico revela, em tom bem-humorado e descompromissado, ser uma pessoa exageradamente sensível.

   2. (FUVEST) Em Libertinagem, Manuel Bandeira manifesta profunda simpatia pelos marginalizados, que, por razões históricas ou condição econômica, representam os desvalidos. Assinale a alternativa em que o poema indicado não serve de exemplo para essa afirmação:
(A) “ Irene no céu”.
(B) “Camelôs”.
(C) “ Mangue”.
(D) “Profundamente”.
(E) “Poema retirado de uma notícia de Jornal”.



3. (FUVEST) Macumba de Pai Zusé

Na macumba do Encantado
Nego véio pai de santo fez mandinga
No palacete de Botafogo
Sangue de branca virou água
Foram vê estava morta!
(Libertinagem, Manuel Bandeira)

É correto afirmar que, neste poema de Manuel Bandeira,
(A) emprega-se a modalidade do poema-piada, típica da década de 20, com o fim de satirizar os costumes populares.
(B) usam-se os recursos sonoros (ritmo e metro regulares, redondilha menor) para representar a cultura branca, e os recursos visuais (imagens, cores), para caracterizar a religião afro-brasileira.
(C) mesclam-se duas variedades linguísticas: uma que se aproxima da língua escrita culta e outra que mimetiza uma modalidade da língua oral, popular.
(D) manifesta-se a contradição entre dois tipos de práticas religiosas, representadas pelas oposições negro x branco, macumba x pai de santo, nego véio x Encantado.
(E) expressa-se a tendência modernista de encarar a cultura popular como manifestação do atraso nacional, a ser superado pela modernização.



4. (FUVEST) Teresa

A primeira vez que vi Teresa
Achei que ela tinha pernas estúpidas
Achei também que a cara parecia uma perna

Quando vi Teresa de novo
Achei que os olhos eram muito mais velhos que o resto do corpo



(Os olhos nasceram e ficaram dez anos esperando que
[o resto do corpo nascesse)

Da terceira vez não vi mais nada
Os céus se misturaram com a terra
E o espírito de Deus voltou a se mover sobre a face das águas.

 (Libertinagem, Manuel Bandeira)

Em relação às imagens que compõem a figura feminina, no texto de Bandeira, só não se pode afirmar que:
(A) acentuam realisticamente os aspectos grotescos da mulher.
(B) destacam o estranhamento sentido pelo eu-lírico diante de uma visão surpreendente.
(C) constituem deliberado deboche das imagens consagradas pela literatura tradicional.
(D) dessacralizam o ideal de amor arrebatador.
(E) podem ser atribuídas à postura iconoclasta dos modernistas de 22.

5. (POLI) Leia, abaixo, um poema de Manuel Bandeira. 



Poema tirado de uma notícia de jornal


João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão [sem número.
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.

A respeito do poema e da proposta poética que o autor assume em Libertinagem não podemos afirmar:
(A) O poema assume apenas a proposta de libertação da forma poética, em versos livres e brancos.
(B) A partir do título notamos uma proposta de redimensionar o assunto da poesia, uma vez que o cotidiano pode assumir uma dimensão poética, na medida em que é reinventado em linguagem e ritmo.
(C) O segundo verso do poema, iniciado pela construção uma noite, sugere que o que João Gostoso viveu naquela noite, Bebeu/ Cantou/ Dançou, foi uma exceção em sua rotina.
(D) Podemos entender que o tamanho do primeiro e do último versos do poema exprimem um grande número de dificuldades vividas pelo personagem e contrastam com os versos curtos Bebeu/ Cantou/ Dançou que apontam os momentos de alívio como raros na vida dele.
(E) A omissão do número do barracão em que João Gostoso morava confere a ele um caráter de personagem tipo, isto é, representa várias pessoas que vivem em mesma situação.



6. (FUVEST) ORAÇÃO A TERESINHA DO MENINO JESUS

Perdi o jeito de sofrer.
Ora essa.
Não sinto mais aquele gosto cabotino da tristeza.
Quero alegria! Me dá alegria,
Santa Teresa!
Santa Teresa não, Teresinha…
Teresinha... Teresinha…
Teresinha do Menino Jesus.
(…) (Manuel Bandeira, Libertinagem)

Sobre este trecho do poema, só NÃO é correto afirmar o que está em:

(A) Ao preferir Teresinha a Santa Teresa, o eu-lírico manifesta um desejo de maior intimidade com o sagrado, traduzida, por exemplo, no diminutivo e na omissão da palavra “Santa”.
(B) O feitio de oração que caracteriza estes versos não é caso único em Libertinagem nem é raro na poesia de Bandeira.
(C) Embora com feitio de oração, estes versos utilizam principalmente a variedade coloquial da linguagem.
(D) Em “do Menino Jesus”, qualificativo de Teresinha, pode-se reconhecer um eco da predileção de Bandeira pelo tema da infância, recorrente em Libertinagem e no conjunto de sua poesia.
(E) Apesar de seu feitio de oração, estes versos manifestam intenção desrespeitosa e mesmo sacrílega em relação à religião estabelecida.

7. (FUVEST) PROFUNDAMENTE



Quando ontem adormeci
Na noite de São João
Havia alegria e rumor
Estrondos de bombas luzes de Bengala
Vozes cantigas e risos
Ao pé das fogueiras acesas.
No meio da noite despertei
Náo ouvi mais vozes nem risos
(...)
Onde estavam os que há pouco
Dançavam
Cantavam
E riam
Ao pé das fogueiras acesas?

— Estavam todos dormindo
Estavam todos deitados
Dormindo
Profundamente

Quando eu tinha seis anos
Não pude ver o fim da festa de São João
Porque adormeci

Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo
Minha avó
Meu avô
Totânio Rodrigues
Tomásia
Rosa
Onde estão todos eles?

— Estão todos dormindo
Estão todos deitados
Dormindo
Profundamente. (Manuel Bandeira, Libertinagem.)

No conhecido poema de Bandeira, aqui parcialmente reproduzido, a experiência do afastamento da festa de São João:
(A) é de ordem subjetiva e ocorre, primordialmente, no plano do sonho e da imaginação.
(B) reflete, em chave saudosista, o tradicionalismo que caracterizou a geração modernista de 1922.
(C) se dá predominantemente no plano do tempo e encaminha uma reflexão sobre a transitoriedade das coisas humanas.
(D) assume feição abstrata, na medida em que evita assimilar os dados da percepção sensível, registrados pela visão e pela audição.
(E) é figurada poeticamente segundo o princípio estético que prevê a separação nítida de prosa e poesia.



8. (FUVEST) Leia os versos de Poética, de Manuel Bandeira:

Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e
[manifestações de apreço ao Sr. diretor
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o cunho
[vernáculo de um vocábulo

Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barabarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
(...)

Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare

— Não quero saber do lirismo que não é libertação.

Nos versos transcritos de Poética, de Manuel Bandeira, pode-se identificar a:
I. afirmação de um novo conceito estético, que propõe a rejeição de todos os métodos tradicionais de composição poética.
II. condenação da linguagem acadêmica, erudita, beletrista, valorizada pelo Parnasianismo.
III. proposição de substituição de fórmulas poéticas tradicionais por formas livres, espontâneas que garantam harmonia e comedimento de expressão.
IV. recusa à dissociação entre a espontaneidade do sentimento e da expressão lingüística.

Está correto o que se afirma em:
(A) I e II.
(B) II e III.
(C) I e IV.
(D) II e IV.
(E) III e IV.




9. (PUC-SP) Pensão Familiar

Jardim da pensãozinha burguesa.
Gatos espapaçados ao sol.
A tiririca sitia os canteiros chatos.
O sol acaba de crestar as boninas que murcharam.
Os girassóis
amarelo!
resistem.
E as dálias, rechonchudas, plebéias, dominicais.
Um gatinho faz pipi.
Com gestos de garçom de restaurante — Palace
Encobre cuidadosamente a mijadinha.
Sai vibrando com elegância a patinha direita:
— É a única criatura fina na pensãozinha burguesa.

O poema acima é de Manuel Bandeira e integra a obra Libertinagem. Do ponto de vista de sua construção, NÃO se pode afirmar que:
(A) é enfaticamente descritivo na primeira parte e caracteriza o cenário natural, valendo-se, principalmente de frases nominais.
(B) sugere atmosfera afetuosa e terna caracterizada pelo uso expressivo do diminutivo.
(C) opera o procedimento narrativo de tal forma a conciliá-lo com o descritivo, sem, no entanto, reduzi-lo a um mero pano de fundo.
(D) carece de exploração visual e perde poeticidade em deslizes semânticos e sintáticos.
(E) ilumina e colore o poema e a página, que se contaminam pela força invasora do amarelo.

10. Poética ressalta e propõe:
(A)a liberdade de expressão;
(B)a construção poética por meio da sintaxe normativa;
(C)a vida versus a morte;
(D)a descrição do cotidiano;
(E)as reminiscências da infância.