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sábado, 5 de novembro de 2022

ARTIGO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA: VÍRUS GIGANTES? O QUE É ISSO?! - COM GABARITO

 Artigo de divulgação científica: VÍRUS GIGANTES? O QUE É ISSO?!

        Alguém aí já ouviu falar em vírus gigantes? Será que eles causam uma supergripe? Será que são do tamanho de um inseto e estão voando por aí? Calma! Os chamados vírus gigantes não são tão grandes a ponto de podermos vê-los a olho nu. Eles são enormes se comparados a outros vírus. Mas há outras curiosidades em torno deles. Vamos conhecê-los?

Tupanvírus: considerado um vírus gigante. Imagem Centro de Microscopia da UFMG

        Os vírus gigantes são diferentes de tudo o que já era conhecido na biologia. Para entender um pouco sobre eles, é preciso conhecer mais sobre vírus em geral. Vamos lá?

        De uma forma geral, os vírus têm dentro deles um código que guarda todas as suas informações, chamado código genético. Esse código fica protegido por uma capa chamada capsídeo. Os vírus gigantes apresentam os maiores códigos genéticos entre todos os vírus conhecidos até hoje. Logo, têm também os maiores capsídeos.


Representação do Mimivírus. A imagem da esquerda mostra o capsídeo por dentro, com o código genético (DNA) enroladinho dentro do núcleo. Imagem Wikipédia

        O começo da história

        Você deve estar se perguntando por que é que os vírus gigantes são assunto agora? Será que eles são uma forma de vida nova? Não, não são. Os vírus gigantes devem existir há muito tempo. A questão é que, há cerca de 200 anos, quando os primeiros vírus foram descobertos, os cientistas estavam filtrando algumas soluções e apenas os pequenos vírus (que são a grande maioria) passavam pelos poros dos filtros. Os gigantes, por não passarem, ficaram “escondidos” dos cientistas.

        Só em 2003, um grupo de cientistas, liderados pelo francês Didier Raoult, observando no microscópio, se deparou com algo maior, do tamanho das bactérias. Mas, se fosse bactéria, não sobreviveria em contato com antibióticos – e o “algo maior” sobreviveu.  Se fosse bactéria, poderia se dividir – e o “algo maior” não se dividia. Se fosse bactéria, teria ainda outras características que o “algo maior” não tinha.

        Continuando a investigação

        O que os cientistas viram no microscópio era algo que, definitivamente, não poderia ser considerado uma bactéria. Aliás nem poderia ser considerado algo vivo. O que poderia ser então? Os cientistas tiveram uma grande ideia: colocaram aquilo que viram no microscópio junto com ameba, um ser vivo que costuma hospedar bem bactérias, fungos e… vírus!

        Aí, veio a surpresa! Os cientistas observaram que as amebas em contato com aquilo que observaram no microscópio morriam. E foi assim que descobriram estar diante de um vírus diferente, um vírus muito maior do que conheciam até então, um vírus… gigante!

        O primeiro vírus gigante recebeu o nome de Acanthamoeba polyphaga Mimivirus (APMV). Essa descoberta entusiasmou outros cientistas, que começaram a pesquisar novos vírus gigantes por todo o planeta. E novos vírus gigantes foram sendo descobertos nos mais diferentes ambientes, como hospitais, água, solos profundos de oceanos, lagos de água salgada e até na gelada Antártica.

      Famílias de vírus gigantes

        Os vírus gigantes foram divididos em oito famílias. Eles são, em média, cinco a dez vezes maiores que os vírus comuns. A família Mimiviridae, a mais estudada até hoje, foi a primeira a ser criada a partir da descoberta do APMV, e inclui os vírus “brasileiros” Sambavírus e Tupanvírus, que foram nomeados assim para homenagear a cultura do Brasil.

        Já os integrantes da família Marseillevirus foram encontrados seis anos após o APMV, em 2009. Embora também tenham sido descobertos na França e serem grandes na comparação com os vírus comuns, são menores que o APMV. Em 2016, um vírus gigante encontrado no Brasil foi incluído nessa família, o Brazilian marseillevirus.

        Há famílias de vírus gigantes em que os integrantes têm formato ovóide, outros têm formato de rolha e outros têm formatos que lembram um personagem famoso de videogame, o Pacman (também conhecido como “come-come”).

 


Ao alto, o Tupanvírus (no detalhe, a gente vê como ele é por dentro). 

Acima, o Sambavírus.
Imagens Centro de Microscopia da UFMG

        Vírus brasileiros

        O Tupanvírus e o Sambavírus, descobertos no Brasil, são recobertos quase por completo por estruturas que lembram fios de cabelo, as fibrilas. O Sambavírus é muito similar ao APMV, o primeiro vírus gigante a ser descoberto. Já o Tupanvírus têm uma cauda cilíndrica, que ainda não se sabe para que serve, e é completamente diferente de todos os outros gigantes descritos até então.

        E sempre há mais novidades!

        Por falar em novidades, há uma recente e incrível curiosidade sobre essa família: existem vírus que “infectam” os mimivírus chamados virófagos! Eles também são cerca de dez vezes menores que os vírus gigantes e podem causar defeitos na sua replicação. Ainda não sabemos muitos sobre eles, mas pode apostar que com a continuidade das pesquisas muitas outras informações incríveis virão!

        Vírus contaminando vírus

        Sabia que há vírus que infectam os vírus gigantes da família Mimivírus? Conhecidos como virófagos, eles são dez vezes menores que os vírus gigantes e podem causar defeitos na sua replicação. Ainda não se sabe muito sobre eles, mas os pesquisadores estão atentos para trazer novidades!

Juliana Cortines, Gabriel Nunes, Juliana Oliveira e Victória Trindade Departamento de Virologia, Instituto de Microbiologia Paulo de Góes, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

CORTINES, J. et al. Vírus gigantes? O que é isso?! Ciência Hoje das Crianças, nov. 2019. Disponível em: http://chc.org.br/artigo/Virus-gigantes-o-que-e-isso/. Acesso em: 12 mar. 2020.

Fonte: Língua Portuguesa – Se liga nas linguagens – Área do conhecimento: Linguagens e suas Tecnologias – Ensino Médio – 1ª edição – São Paulo, 2020 – Moderna – p. 89-92.

Entendendo o artigo de divulgação científica:

01 – A evolução dos estudos permitiu aos cientistas identificar e classificar parte dos vírus gigantes. Por que esse processo não foi iniciado ainda no século XIX, quando os vírus foram descobertos?

      O procedimento para separação de vírus, no século XIX, envolvia a passagem por um filtro cujos poros retinham os vírus maiores. Assim, eles não eram encontrados.

02 – Já no século XXI, os cientistas identificaram um elemento desconhecido e levantaram a hipótese de ser uma bactéria.

a)   Quais características os levaram a descartar essa hipótese?

O artigo cita a sobrevivência do elemento ao contato com antibióticos e a impossibilidade de se dividir e afirma existirem, ainda, outras características.

b)   O processo para esse descarte revela procedimentos típicos da ciência. Com base no exemplo, explique esse processo.

Os cientistas fizeram testes apoiando-se no conhecimento que já tinham. A reação da ameba ao novo elemento se mostrou compatível com o que acontecia quando estava junto de vírus.

03 – O radical de origem grega fag(o)- significa “comer”. Com base nele, explique o nome virófago.

      O virófago é o vírus que pode infectar e causar defeitos na replicação dos vírus gigantes da família Mimivírus. O radical fag(o)- traduz a ideia de algo que destrói, corrói.

04 – Todo texto pressupõe uma relação de seu produtor com o leitor, mas, em alguns, essa relação é enfatizada. Retome o artigo “Vírus gigantes? O que é isso?!” para observar esse aspecto.

a)   Quais estratégias evidenciam, no título e na linha fina, que o texto se dirige a crianças?

O título e a linha fina incluem perguntas que estimulam a curiosidade; empregam um tom exagerado, que sugere que o assunto é surpreendente; recorrem a hipóteses que supostamente correspondem às de uma criança.

b)   Em relação ao leitor, qual é o propósito das frases “Vamos conhece-los?” e “Vamos lá?”?

As frases são convites para o leitor continuar a leitura.

c)   Releia a parte “E sempre há mais novidades!”. Que efeito se busca com o emprego das frases exclamativas? Que outro recurso foi usado com o mesmo propósito?

As frases exclamativas sugerem que o assunto é muito interessante, o que também ocorre com o emprego do termo incrível (“incrível curiosidade” e “informações incríveis”).

05 – O artigo contém ilustrações.

a)   Qual é a função da representação do Mimivírus?

Os dados apresentados no texto verbal não são simples, por isso a representação tem um valor didático; ela ajuda o leitor a entender a estrutura interna dos vírus.

b)   Na sua opinião, as fotografias incluídas no artigo são fundamentais para a compreensão do texto? Por quê?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Elas contribuem para a compreensão da estrutura externa dos vírus e, assim, facilitam a compreensão do conteúdo, mas que é possível compreendê-lo sem elas.

 

ARTIGO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA: MICRORGANISMOS: NOSSAS FÁBRICAS MICROSCÓPICAS - COM GABARITO

 Artigo de divulgação científica: MICRORGANISMOS: NOSSAS FÁBRICAS MICROSCÓPICAS

9 DE JUNHO DE 2018 COMCIENCIA

Danielle Biscaro Pedrolli e Patrick Neves Squizato

          Biologistas sintéticos já vislumbram, inclusive, a construção de microfábricas completamente sintéticas, ou seja, formadas por moléculas de DNA sintéticas contendo um código sintético responsável por dirigir a síntese de proteínas sintéticas.

        Apesar de não os vermos, os microrganismos estão em todos os ambientes: quentes, frios, expostos, protegidos, terrestres, aquáticos, extremos e amenos. Eles habitam nossas casas, nossos alimentos e até nossos corpos. São trilhões (4 x 1013) de bactérias habitando nosso corpo. Contando apenas estas, temos cerca de 30% mais células de bactérias em nosso corpo do que nossas próprias células (Sender et al., 2016). Mas o que chamamos de microrganismos ainda inclui os fungos (popularmente conhecidos como mofo ou bolor), as leveduras (como as do fermento biológico do pão), e os vírus. Do ponto de vista biológico, somos menos humanos do que aparentamos.

        Nossos vizinhos e hóspedes microscópicos, apesar de invisíveis, não passam despercebidos. Alguns deles são velhos conhecidos por causarem gripes, micoses, diarreia, tuberculose. Apesar do grande incômodo, apenas uma pequena fração desses seres microscópios são agentes causadores de doenças. A grande maioria nos auxilia em tarefas corpóreas essenciais, como digerir os alimentos que consumimos e nos defender de patógenos. Outros são responsáveis pelas valiosas tarefas de decompor matéria orgânica e promover o crescimento de plantas. Utilizamos os microrganismos há mais de seis mil anos para preparar leites fermentados, iogurtes, queijos, cervejas, vinhos e pães. E na vida moderna, consumimos desde etanol combustível a medicamentos produzidos por microrganismos. Podemos dizer, portanto, que os microrganismos são nossas fábricas microscópicas ou microfábricas.

        Apesar de consumirmos bebidas e alimentos fermentados há milhares de anos e possuirmos mais células microbianas do que células humanas em nosso corpo, o mundo microbiano só foi descoberto em 1665, por Robert Hooke. E a partir de 1880, as pesquisas de um outro Robert, o Koch, nos permitiram isolar e estudar individualmente as diferentes espécies de microrganismos. Mas a primeira revolução das microfábricas começou em 1942, quando a penicilina produzida por um fungo foi usada para curar uma pessoa com infecção bacteriana severa. Os trabalhos de Alexander Fleming, Ernst Chain, Howard Florey e Norman Heatley, entre 1928 e 1942, permitiram a produção e purificação massiva de penicilina em escala industrial. O feito alcançado é surpreendente até para os parâmetros atuais: aumento de 50 mil vezes na produção de penicilina em relação às primeiras tentativas realizadas por Fleming. Fato curioso nessa história foi que um dos pontos chave para o desenvolvimento do processo produtivo ocorreu quando a assistente do laboratório, incumbida de comprar frutas emboloradas no mercado local em Peoria (Illinois, Estados Unidos), voltou ao laboratório com um melão recoberto por um belo mofo dourado. Por acaso, esse bolor dourado acabou sendo o fungo Penicillium chrysogeum, capaz de produzir 200 vezes mais penicilina do que a espécie descrita por Fleming (Markel, 2013).

        A partir daí, iniciaram-se as buscas por novos microrganismos e novas capacidades. Enzimas para processamento de sucos, ração animal e papel, uma gama de antibióticos, goma xantana, enzimas para tratamento de tecidos e limpeza de roupas, citrato, lactato, aminoácidos, vitaminas… muitos produtos de origem microbiana foram descobertos e passaram a ser produzidos em escala industrial.

        Mas a gama de produtos naturalmente produzidos por microrganismos é limitada, e a busca intensiva por moléculas novas ou mais eficientes, e processos mais viáveis industrialmente, muitas vezes não resultou em sucesso. Esse problema começou a ser solucionado nos anos 1970, quando adquirimos a capacidade de modificar geneticamente os microrganismos. Bactérias geneticamente modificadas são usadas desde 1982 para produzir a insulina usada no tratamento de pessoas portadoras de diabetes. Antes disso, a insulina era extraída e purificada a partir do pâncreas de animais, principalmente porcos. Mas o tratamento com insulina animal frequentemente causava reações alérgicas. Além disso, o processo de extração apresentava baixo rendimento.

        O DNA de uma célula funciona como um conjunto de softwares (os genes se enquadram aqui) dentro de um hardware chamado célula. Isso significa que as funções executadas pela célula estão codificadas no DNA. Para converter a informação codificada em função, a célula usa uma linguagem de programação universal, ou seja, células de espécies diferentes possuem softwares diferentes, mas a linguagem de programação usada é a mesma. Assim, modificar geneticamente um microrganismo significa dar a ele a informação necessária para realizar uma tarefa nova ou excluir a informação necessária para a realização de uma tarefa indesejada. Pode-se, por exemplo, excluir do DNA a informação sobre como sintetizar uma toxina, eliminando-se assim a capacidade do microrganismo em produzir essa toxina. Ou pode-se inserir no DNA a informação necessária para a síntese de uma substância, a insulina por exemplo, conferindo-se assim ao microrganismo a capacidade para a produção da insulina. Essa substância passa então a ser diferenciada da molécula produzida naturalmente pelo termo “recombinante”. E assim se faz um microrganismo geneticamente modificado por engenharia genética. Com a engenharia genética, veio a segunda revolução das microfábricas, que nos converteu de prospectadores a construtores. Vacinas recombinantes, enzimas recombinantes, hormônios recombinantes… nossas microfábricas foram ampliadas em variedade de produtos e eficiência de produção.

        A engenharia genética nos permitiu copiar capacidades de um organismo e transferi-las a outro, ou eliminar capacidades indesejadas, o que só é possível pelo fato dos organismos usarem todos a mesma “linguagem de programação”. Mas, mesmo assim, as capacidades naturalmente disponíveis para serem copiadas são limitadas. Era necessária uma nova revolução, a terceira revolução, que chegou no início dos anos 2000, com o desenvolvimento e barateamento da síntese de DNA, nos convertendo de construtores a projetistas. Assim, a manipulação genética deixou de ser limitada pela existência de moldes que podiam ser copiados e passou a permitir também a criação de novas capacidades para as microfábricas (e para qualquer outro organismo). A capacidade de projetar e construir sistemas biológicos abriu terreno para o surgimento de uma abordagem nova dentro das ciências da vida, a biologia sintética.

        Em essência, a biologia sintética visa à concepção de fábricas biológicas, microscópicas ou macroscópicas (por exemplo uma planta), de uma forma racional e sistemática. A biologia sintética propõe, portanto, a criação de células feitas de matéria biológica com funções não naturais, dentro de uma proposta de integração entre a biologia e a engenharia, para tornar o processo de desenvolvimento mais confiável, eficiente e previsível. Resgatando a analogia com a computação, seria como desenvolver softwares novos para comandar os hardwares existentes.

        Um dos marcos dessa nova era das microfábricas foi a construção de um microrganismo capaz de produzir o ácido artemisínico, que é usado na síntese de uma potente droga antimalárica, a artemisinina. A obtenção da artemisinina natural ocorre a partir de extratos da planta artemísia em um processo de baixo rendimento incapaz de suprir a demanda pelo medicamento (Paddon e Keasling, 2014).

        Cientistas ainda mais ambiciosos criaram microrganismos capazes de diagnosticar doenças, produzir matérias-primas em substituição a derivados do petróleo, produzir novos biocombustíveis, produzir células-combustível microbianas que geram eletricidade a partir de bactérias geneticamente modificadas, produzir bio-borracha, bio-acrílico, e até processar informação através de portas lógicas como as usadas em circuitos eletrônicos (ver “Current uses of synthetic biology for renewable chemicals, pharmaceuticals, and biofuels”). Alguns vão além, propondo uso das microfábricas diretamente dentro do corpo, ou seja, ao invés de produzir um fármaco industrialmente e depois administrá-lo ao paciente, a microfábrica poderia ser diretamente administrada à pessoa. Uma vez dentro do organismo humano, a microfábrica iniciaria sua produção do medicamento, liberando-se, em seguida, diretamente ao paciente.

        Biologistas sintéticos já vislumbram, inclusive, a construção de microfábricas completamente sintéticas, ou seja, formadas por moléculas de DNA sintéticas contendo um código sintético responsável por dirigir a síntese de proteínas sintéticas. A primeira etapa desse processo já foi concluída quando microrganismos naturais tiveram seus cromossomos substituídos por versões sintéticas da molécula. O cromossomo sintético foi capaz de instruir a célula a desempenhar todas as suas funções básicas corretamente (Hutchison et al., 2016). Um passo mais complexo será o desenvolvimento de uma linguagem sintética para a célula. O desenvolvimento de células sintéticas, potencialmente, criará um isolamento dos microrganismos geneticamente modificados em relação aos naturais, impedindo qualquer tipo de disseminação de DNA modificado entre a microbiota natural.

        As microfábricas são opções atrativas para substituir tanto o modelo de produção baseado na extração de compostos vegetais quanto na química industrial. Dentre as vantagens estão um processo produtivo livre da sazonalidade do cultivo vegetal, uma produtividade que pode ser manipulada para aumentar o rendimento do processo, a utilização de matérias-primas renováveis, podendo até ser adaptado para uso de resíduos agroindustriais, não gerar resíduos tóxicos ou poluentes, ter potencial para produção de moléculas complexas e não demandar condições extremas como alta temperatura e/ou pressão. E talvez o aspecto mais intrigante de todos, são as únicas fábricas que se reproduzem autonomamente.

        Mas nem tudo são flores. O tema levanta importantes questões sobre regulação e segurança em relação ao uso massivo de organismos geneticamente modificados. Essas questões são especialmente relevantes quando se trata de microrganismos, pois estes podem ser extremante eficientes em se espalhar e colonizar ambientes por possuírem alta capacidade de adaptação, e ainda possuem a capacidade de transferir moléculas de DNA não só às células filhas, mas também aos microrganismos vizinhos. Por esse motivo, cientistas têm trabalhado na construção de sistemas de contenção biológica, capazes de induzir a morte das microfábricas e a destruição de seus DNAs sempre que necessário.

        Além disso, ainda existem questões sociais e éticas que devem ser abordadas antes que as microfábricas sejam massivamente empregadas, principalmente em ambientes não controlados.

Danielle Biscaro Pedrolli é professora do Departamento de Bioprocessos e Biotecnologia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, na Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Araraquara.

Patrick Neves Squizato é aluno de graduação em engenharia de bioprocessos e biotecnologia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, na Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Araraquara.

Referências

“Current uses of synthetic biology for renewable chemicals, pharmaceuticals, and biofuels”. Biotechnology Industry Organization, 2013. Disponível em: https://www.bio.org/sites/default/files/files/2013-03-03-Synthetic-Biology-Products.pdf
Hutchison, C.A.; Chuang, R.Y; Noskov, V.N.; et al. “Design and synthesis of a minimal bacterial genome”. Science, vol. 351, n. 6280, aad6253 (p. 0-12), 2016.
Markel, H. “The real story behind penicillin”. PBS NewsHour, 2013. Disponível em: https://www.pbs.org/newshour/health/the-real-story-behind-the-worlds-first-antibiotic
Paddon, C.J.; Keasling, J.D. “Semi-synthetic artemisinin: a model for the use of synthetic biology in pharmaceutical development”. Nature Reviews Microbiology, vol. 12, p. 355–367, 2014.
Sender, R.; Fuchs, S.; Milo, R. “Are we really vastly outnumbered? Revisiting the ratio of bacterial to host cells in humans”. Cell, vol. 164, p. 337-340, 2016.

PEDROLLI, D. B.; SQUIZATO, P. N. Microrganismos: Nossas Fábricas Microscópicas. ComCiência, jun. 2018. Dossiês. Disponível em: http://www.comciencia.br/microrganismos-nossas-fabricas-microscopicas/. Acesso em: 3 mar. 2020.

Fonte: Língua Portuguesa – Se liga nas linguagens – Área do conhecimento: Linguagens e suas Tecnologias – Ensino Médio – 1ª edição – São Paulo, 2020 – Moderna – p. 85-88.

Entendendo o artigo de divulgação científica:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Vislumbram: preveem, imaginam.

·        Patógenos: agentes causadores de doença.

·        Microbianas: de micróbios.

·        Gama: série.

·        Goma xantana: tipo de açúcar produzido por fermentação pela bactéria Xanthomonas campestres.

·        Citrato: designação genética dos sais do ácido cítrico.

·        Lactato: sal do ácido láctico.

·        Toxina: substância tóxica capaz de provocar a formação de anticorpos ou antitoxinas.

·        Insulina: hormônio secretado pelo pâncreas responsável pelo metabolismo dos carboidratos no sangue.

·        Prospectadores: pesquisadores; investigadores.

·        Antimalárica: que combate ou previne a malária.

·        Fármaco: produto farmacêutico; substância química usada como remédio.

·        Microbiota: grupo de microrganismos que vive em determinado ambiente.

·        Sazonalidade: qualidade do que é sazonal, que varia conforme a estação/época do ano.

02 – A qual área da Ciência está relacionado esse artigo?

      À Biologia.

03 – O artigo de divulgação científica é um texto destinado a um público amplo, que tem interesse em um assunto, mas não é especializado. Você achou fácil entender esse artigo? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno.

04 – Em quais passagens você nota que o texto não se destina a um cientista?

      Na introdução, por exemplo, há uma explicação sobre a presença de vírus no ambiente e no próprio corpo humano, que seria dispensável na interlocução com um cientista.

05 – Ao longo do texto, foram citados vários estudos. O que isso nos diz sobre a forma como se faz ciência?

      Os estudos científicos ocorrem por complementação, e não isolados. O trabalho de um cientista é aproveitado por outros, que desenvolvem novas linhas de pesquisa.

06 – Veja, agora, as referências. Qual conhecimento parece ser importante na formação de um cientista?

      O conhecimento da língua inglesa, já que muitos artigos são escritos nessa língua.

07 – O artigo foi assinado por duas pessoas. Que relação existe entre elas? Como deve ter sido a produção do texto?

      Provavelmente Patrick é aluno de Danielle ou realiza alguma pesquisa sob sua orientação. O artigo deve ter sido escrito por ele com a supervisão dela. 

08 – Por que é importante que o leitor conheça a função social dos autores de um artigo de divulgação científica?

      Essa informação contribui para a credibilidade do artigo. O fato de ter sido escrito por um estudante da área junto de uma professora universitária especializada indica que as informações muito provavelmente estão corretas e embasadas em estudos confiáveis.

domingo, 7 de agosto de 2022

ARTIGO DE DIVULGAÇÃO: AFINAL, PARA QUE SERVEM OS ARTIGOS? ANTÔNIO SUÁREZ ABREU - COM GABARITO

 Artigo de divulgação: Afinal, para que servem os artigos?

                                Antônio Suárez Abreu

        Como eles gerenciam o compartilhamento ou não das referências em um texto falado ou escrito.

        O ser humano é a única espécie do planeta que, por possuir uma linguagem articulada, é capaz de referenciar em ausência, ou seja, comunicar-se com seus semelhantes sobre o que não está presente nem no espaço nem no tempo da sua fala. Imagine que alguém diga a um amigo algo como: No mês passado, eu comprei um relógio em Miami. Ao dizer isso, ele faz referência a um tempo anterior, o mês passado, e a dois elementos que não tão no cenário da enunciação: um relógio e a cidade de Miami.

        Há algumas pequenas lavras que ajudam a gerenciar essas referências de maneira mais específica: os artigos. Quando o falante diz comprei um relógio, apesar de ter certeza de que seu interlocutor sabe o que é um relógio, manifesta, por meio do artigo indefinido um, que o conhecimento prévio sobre ele não está sendo compartilhado. Mas quando diz: No mês passado, eu comprei o relógio em Miami, o artigo definido o sinaliza que seu interlocutor compartilha previamente com ele essa referência, provavelmente por lhe ter falado antes sobre o relógio. Os artigos (definido e indefinido) têm, portanto, a missão de gerenciar o compartilhamento prévio ou não das referências em um texto falado ou escrito.

        O artigo definido (o, a, os, as) indica que a referência de um substantivo é compartilhada previamente. Isso pode acontecer de três maneiras:

        O substantivo nomeia alguma coisa que está presente no próprio ambiente da fala. É o caso em que alguém aponta um relógio na parede e diz: O relógio está atrasado. [...]

        O substantivo nomeia alguma coisa que, embora não esteja presente no ambiente da fala, tem sua referência compartilhada previamente por ambos, como no caso do relógio comprado em Miami, mencionado antes. Mas pode contemplar, também, situações em que uma referência é compartilhada apenas pelo conhecimento de mundo comum aos interlocutores. Quando alguém diz: O sol vai aparecer amanhã, põe o artigo definido antes de sol, porque sabe que seu interlocutor tem conhecimento prévio sobre o que seja o sol.

        O substantivo nomeia alguma coisa cuja referência acaba de ser posta em uma frase anterior, como em: Comprei ontem um computador. O computador tem tela de LCD.

        [...]

        O artigo indefinido (um, uma, uns, umas) indica que o substantivo marcado por ele vai ser retomado mais à frente, como acontece, por exemplo, no início dos contos de fada: Era uma vez uma princesa num reino distante... Isso cria a expectativa de que os substantivos marcados pelos indefinidos serão retomados a seguir, como em: A princesa ia fazer 18 anos e o reino estava em festa. [...].

Antônio Suárez Abreu é linguista, professor livre-docente da USP e titular da Unesp, autor de O design da escrita e de Gramática mínima para o domínio da língua padrão (Ateliê Editorial).

             ABREU, Antônio Suárez. Carta na escola. São Paulo: Editora Confiança, maio 2011, ed. 56, p. 55.

               Fonte: Livro Língua Portuguesa – Trilhas e Tramas – Volume 1 – Leya – São Paulo – 2ª edição – 2016. p. 258-260.

Entendendo o artigo de divulgação:

01 – Você conhece a classe gramatical composta pelos artigos?

      Resposta pessoal do aluno.

02 – Que função os artigos exercem em um texto?

      Resposta pessoal do aluno.

03 – Registre no caderno as afirmações corretas em relação ao artigo de divulgação científica “Afinal, para que servem os artigos?”.

a)    Expõe conceitos, apresenta explicações e as ilustra com exemplos.

b)    Remete a atividades de ensino e de aprendizagem.

c)     Emprega linguagem técnica, objetiva, impessoal.

d)    Emprega diferentes estratégias de persuasão do leitor.

e)    Usa uma frase interrogativa no título para atrair o leitor.

04 – Os artigos de divulgação científica, como o que você leu, têm o objetivo de expor e de explicar conceitos de determinadas áreas do conhecimento. Para isso, o autor costuma recorrer ao recurso da paráfrase, que consiste em explicar de outra forma, com outras palavras, um conceito apresentado anteriormente. Essa estratégia tem o objetivo de esclarecer melhor as ideias do texto. De que outra forma o autor explica a afirmação a seguir?

        “O ser humano [...] é capaz de referenciar em ausência [...].”

      “[...] ou seja, [o ser humano é capaz de] comunicar-se com seus semelhantes sobre o que não está presente nem no espaço nem no tempo da sua fala”.

05 – A repetição de determinadas palavras é outro recurso empregado em textos que têm o objetivo de expor ou divulgar conhecimentos. Explique a repetição das palavras substantivo, artigo, definido, indefinido no artigo de divulgação científica lido.

      Essas palavras referem-se aos conceitos expostos no artigo de divulgação científica. Sua repetição indica que foram retomadas várias vezes pelo autor e mostra a importância delas na construção do texto, já que é fundamental que o leitor as compreenda.

06 – A que se refere a palavra eles, destacada no subtítulo do texto: “Como eles gerenciam o compartilhamento ou não das referências em um texto falado ou escrito”.

      Refere-se à classe gramatical “artigos” (eles: os artigos), citada no título.

07 – Com base no que você aprendeu com a leitura do texto, explique o uso do artigo definido no título “Afinal, para que servem os artigos?”.

      O autor considera que o público-alvo da revista, composto de professores, estudantes e interessados no assunto – a Língua Portuguesa –, compartilha com ele o conceito de artigo, pelo conhecimento de mundo que têm.

08 – Explique o uso dos artigos definido e indefinido no trecho a seguir:

        “O ser humano é a única espécie do planeta que, por possuir uma linguagem articulada, é capaz de referenciar em ausência [...]”.

      Em “O ser humano é a única espécie do planeta”, usa-se o artigo definido por se tratar de conceitos conhecidos por todos. Em “uma linguagem articulada”, usa-se o artigo indefinido para se referir a um dos tipos de linguagem.

      

 

 

sexta-feira, 27 de maio de 2022

ARTIGO CIENTÍFICO: CÉREBRO "CONGELADO" - DÉBORA MISMETTI - COM GABARITO

 Artigo Científico: Cérebro “Congelado”

        Pesquisa monitorou voluntários bebendo água gelada

        Um grupo de pesquisadores da Escola de Medicina de Harvard, EUA, realizou um estudo para investigar por que bebidas geladas causam dor de cabeça. O interesse dos cientistas se deve a uma possível relação com uma dor muito mais séria: a enxaqueca.

1.   A pesquisa

        Treze pessoas tomaram água gelada com um canudo, levando o líquido diretamente ao céu da boca. Quando sentiam dor de cabeça, levantavam a mão e, quando a dor parava, também.

2.   Monitoramento

        Os cientistas acompanharam a circulação de sangue na cabeça dos voluntários por meio de um exame parecido com um ultrassom no crânio.

3.   De onde vem a dor

        A água gelada causava um aumento no fluxo de sangue no cérebro por meio da artéria cerebral anterior, que passa na região dos olhos, bem no meio do cérebro. Esse fluxo maior aumentava a largura da artéria e causava a dor.

4.   Por que isso acontece

        O processo parece ser uma autodefesa do cérebro contra o frio: o fluxo maior de sangue mantém o cérebro quente. Quando a temperatura aumenta de novo, a artéria se contrai e a dor passa.

 Débora Mismetti. Estudo mostra por que bebidas geladas causam dor de cabeça. Folha de S. Paulo, 24 abr. 2012. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1080593-estudo-mostra-por-que-bebidas-geladas-causam-dor-de-cabeça.shtml. Acesso em: 15 dez. 2017.

Fonte: livro – Língua portuguesa – Buriti mais português – 4° ano – ensino fundamental – Anos iniciais – 1ª edição, São Paulo, 2017. Moderna. p. 118-121.

Entendendo o artigo científico:

01 – Você já ouviu a expressão céu da boca?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: É a terminologia popular para abóbada palatina.

02 – Qual é o título do texto? E o subtítulo?

      Título: Cérebro “congelado”; Subtítulo: Pesquisa monitorou voluntários bebendo água gelada.

03 – Em que momento o leitor fica sabendo que o texto é o relato de uma pesquisa?

      Ao ler o subtítulo.

04 – Por que a palavra “congelado” aparece entre aspas no título do texto?

      O autor usa esse adjetivo para fazer uma alusão ao motivo da dor de cabeça, que, segundo o estudo, ocorre por causa da ingestão de bebidas geladas.

05 – Quem é a autora do artigo sobre o estudo feito por pesquisadores?

      Débora Mismetti.

06 – O que o artigo informa?

      Informa que a ingestão de bebida gelada pode causar dor de cabeça.

07 – Para quem o artigo foi escrito: para especialistas ou para o público em geral?

      Para o público em geral, não especializado.

08 – Para que servem as ilustrações?

      Para ajudar o leitor a entender o que está sendo exposto.

09 – Embora a linguagem usada seja simples, é comum a presença de termos científicos. Copie do texto palavras ou expressões próprias da linguagem científica.

      Ultrassom, crânio, artéria cerebral.

 

sábado, 29 de maio de 2021

ARTIGO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA: SAÚDE DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA ERA DIGITAL - COM GABARITO

 Artigo de divulgação científica: Saúde de Crianças e Adolescentes na Era Digital

      Há benefícios e malefícios que têm acompanhado a tecnologia digital. São de fundamental importância o bom senso e a informação adequada que os pediatras devem enfatizar para as famílias, crianças e adolescentes sobre este assunto.

        As tecnologias da informação e comunicação estão transformando o mundo à nossa volta e os comportamentos e relacionamentos de todas as pessoas. Buscar informações e adquirir novos conhecimentos são tarefas quase instantâneas, no clicar do teclado ou no deslizar dos dedos num telefone celular. Crianças e adolescentes fazem parte da geração digital e usam os dispositivos, aplicativos, videogames e a Internet cada vez mais em idades precoces e em todos os lugares. Alguns dos pais, também nativos digitais, não percebem as mudanças ou problemas que vão surgindo, como se tudo já fosse parte da rotina familiar.

        Os benefícios e prejuízos dessas tecnologias permanecem sendo foco de atenção de todos os profissionais que lidam com as questões da saúde durante a infância e a adolescência e demandam novas legislações a respeito. No Brasil, a Constituição Federal (1988) no artigo 5º inciso X, assegura proteção à privacidade e, no artigo 227º, a proteção integral da criança e do adolescente como prioridade absoluta de acordo com a Convenção dos Direitos da Criança aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas (1989). O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei 8069 de 1990, em seus artigos 240 e 241 descreve como crime a produção de fotos, imagens ou transmissão de conteúdo com cenas de sexo explícito ou pornografia e foram alterados pela Lei 10.764 de 2003 para incluir a ilicitude da conduta no âmbito da Internet e tornar as penas mais graves. O artigo 73º do ECA prevê ainda, que a inobservância às normas de prevenção aos direitos da criança importará em responsabilidade da pessoa física ou jurídica, nos termos da Lei.

        [...]

        Estudos científicos comprovam que a tecnologia influencia comportamentos através do mundo digital, modificando hábitos desde a infância, que podem causar prejuízos e danos à saúde. O uso precoce e de longa duração de jogos online, redes sociais ou diversos aplicativos com filmes e vídeos na Internet pode causar dificuldades de socialização e conexão com outras pessoas e dificuldades escolares; a dependência ou o uso problemático e interativo das mídias causa problemas mentais, aumento da ansiedade, violência, cyberbullying, transtornos de sono e alimentação, sedentarismo, problemas auditivos por uso de headphones, problemas visuais, problemas posturais e lesões de esforço repetitivo (LER); problemas que envolvem a sexualidade, como maior vulnerabilidade ao grooming e sexting, incluindo pornografia, acesso facilitado às redes de pedofilia e exploração sexual online; compra e uso de drogas, pensamentos ou gestos de autoagressão e suicídio; além das “brincadeiras” ou “desafios” online que podem ocasionar consequências graves e até o coma por anóxia cerebral ou morte. [...]

SAÚDE de crianças e adolescentes na era digital. Sociedade Brasileira de Pediatria, Manual de orientação. Departamento de Adolescência, n. 1, out. 2016. Disponível em: https://bit.ly/2x3acfk. Acesso em: 29 set. 2018.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 8º ano – Ensino Fundamental – IBEP 5ª edição – São Paulo, 2018, p. 181-3.

Entendendo o artigo:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Anóxia: ausência de oxigênio.

·        Sexting: envio, compartilhamento e postagem de mensagens de cunho sexual.

·        Gromming: Aliciamento sexual pela internet, por meio de táticas de sedução e manipulação. 

   Cyberbullyng: que consiste na divulgação de imagens, mensagens e comentários de tom depreciativo, como piadas, brincadeiras e ofensas na internet.

02 – Releia o primeiro parágrafo do artigo de divulgação científica e responda:

a)   Em sua opinião, quais seriam os benefícios proporcionados pela tecnologia digital? Comente.

Resposta pessoal do aluno.

b)   E quais seriam os malefícios da tecnologia digital? Comente.

Resposta pessoal do aluno.

c)   Por que a Sociedade Brasileira de Pediatria divulgou esses dados de pesquisa? Eles estão enfatizando os benefícios ou malefícios da exposição à internet? Explique.

Para transmitir às famílias, às crianças e aos adolescentes os benefícios e malefícios do uso da tecnologia digital. A Sociedade Brasileira de Pediatria enfatiza os malefícios da exposição à internet para alertar as pessoas a fim de que eles sejam evitados.

d)   Em sua visão, como os comportamentos e relacionamentos se transformaram com o desenvolvimento das tecnologias de informação?

Resposta pessoal do aluno.

03 – Releia o trecho a seguir:

        “[...] Crianças e adolescentes fazem parte da geração digital e usam os dispositivos, aplicativos, videogames e a Internet cada vez mais em idades precoces e em todos os lugares. Alguns dos pais, também nativos digitais, não percebem as mudanças ou problemas que vão surgindo, como se tudo já fosse parte da rotina familiar.”

a)   O que significa a expressão nativos digitais? Pesquise e explique esse conceito.

De maneira geral, refere-se às pessoas que nasceram e cresceram com as tecnologias digitais do século XXI, com o uso de internet, redes sociais e, mais recentemente, dos aplicativos de smartphones.

b)   Você se encaixa na definição de nativo digital? Explique.

Resposta pessoal do aluno.

c)   E seus familiares e responsáveis, são nativos digitais? Explique.

Resposta pessoal do aluno.

04 – Releia o terceiro parágrafo e responda:

a)   No que consiste a violação do artigo 5° da Constituição em relação ao uso de celular e internet por crianças e adolescentes? Explique.

O artigo 5° tem incisos que tratam sobre o direito à privacidade. Quando a criança e o adolescente estão na internet, sem supervisão dos familiares, eles ficam vulneráveis e desprotegidos, correndo riscos de terem sua privacidade violada.

b)   No art. 227 da Constituição Federal e no ECA. É garantida prioridade absoluta a crianças e adolescentes em quaisquer circunstâncias. Em quais situações o uso de tecnologias digitais pode desproteger crianças e adolescentes?

As crianças podem ficar expostas e conteúdos impróprios e a abordagem de pessoas desconhecidas.

05 – Estudos científicos comprovam a influência da tecnologia no comportamento e hábitos desde a infância.

a)   Quais danos o uso constante e precoce podem causar à saúde das crianças e adolescentes?

O uso precoce e de longa duração de jogos online, redes sociais ou diversos aplicativos com filmes e vídeos na internet pode causar dificuldades de socialização e conexão com outras pessoas e dificuldades escolares; a dependência ou o uso problemático e interativo das mídias causa problemas mentais.

b)   Reproduza o quadro a seguir. Pesquise os termos indicados, tome nota e preencha-o:

·        Desafios on-line: São desafios feitos por influenciadores digitais, que parecem inocentes, mas podem ter consequências graves, com lesões sérias ou ocasionando a morte.

·        Transtornos de alimentação: Caracterizados por comportamentos alimentares desviantes que afetam negativamente a saúde física e mental do indivíduo. O transtorno mais conhecidos é a anorexia, distúrbio alimentar caracterizado por baixo peso corporal, decorrente de uma visão distorcida do próprio corpo.

·        Transtornos de socialização: Mais conhecido como fobia social, esse transtorno é caracterizado por ansiedade e insegurança extrema em situações de socialização com outras pessoas.

·        Transtornos de sono: Dificuldades relacionadas ao sono, com mais de 100 tipos de transtornos identificados. O sono tem quatro fases, e cada uma delas é responsável por uma atividade diferente. Dificuldades em qualquer uma das fases do sono podem trazer prejuízos a curto e longo prazo.

·        Transtornos mentais causados pela exposição à internet: Transtornos mentais distintos ligados diretamente ao uso da tecnologia digital, como: nomophobia (abstinência de celular ou qualquer outro dispositivo móvel), vertigem digital (desorientação e vertigem que algumas pessoas sentem quando interagem com determinados ambientes digitais), dependência química da internet e vício em jogos de video-game ou on-line.

06 – Releia o artigo de divulgação científica, observando os verbos (tempo, modo e pessoa):

a)   Que tempo e modo verbal é usado no texto?

O tempo presente do modo indicativo.

b)   Em que pessoa do discurso os verbos são usados?

São usados na terceira pessoa do singular e do plural.

c)   Que efeitos de sentido são produzidos pelo uso do verbo nesse tempo, modo e pessoa? Explique.

O uso do presente do modo indicativo e da terceira pessoa do discurso produz efeito de impessoalidade da linguagem, atualidade dos dados e objetividade, a fim de dar credibilidade às informações prestadas.

07 – Releia o trecho a seguir:

        Há benefícios e malefícios que têm acompanhado a tecnologia digital. São de fundamental importância o bom senso e a informação adequada que os pediatras devem enfatizar para as famílias, crianças e adolescentes sobre este assunto.”

a)   O que os pediatras devem enfatizar para as famílias, as crianças e os adolescentes sobre tecnologia digital?

O bom senso e a informação adequada.

b)   Qual é o efeito de sentido produzido pelo uso do verbo dever nesse trecho?

O verbo dever produz efeito de obrigatoriedade de conduta aos pediatras.

08 – Identifique a parte do artigo de divulgação científica que introduz outras vozes: 

a)   Transcreva o texto em que há paráfrase de pesquisas.

“Estudos científicos comprovam que a tecnologia influencia comportamentos através do mundo digital, modificando hábitos desde a infância, que podem causar prejuízos e danos à saúde.”

b)   Por que será que não é citada fonte desses dados?

Porque esses estudos não são objeto de discussão no artigo de divulgação científica, mas usados apenas para justificar a problematização apresentada.