Mostrando postagens com marcador REPORTAGEM. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador REPORTAGEM. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

REPORTAGEM: 100 ANOS DE JAPÃO NO BRASIL - O QUE APRENDEMOS COM OS JAPONESES? FRAGMENTO -CAMILA MITYE - COM GABARITO

 Reportagem: 100 anos de Japão no Brasil – O que aprendemos com os japoneses? – Fragmento

        Você gosta de amendoim japonês? E de Miojo? Adora uma salada temperada com Shoyu ou um pastel quentinho da feira? Aprendeu matemática com o método Kumon e pratica Judô? Então você é só mais um dos milhares de brasileiros que já se acostumaram com muitas das pequenas coisas que os japoneses trouxeram para nossas vidas.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJfGrTdUyQT5pXlsMFQxVgnDPvCUSEd1Om2CpzyXInzA0jgrfvNGRjIH1GpIEfbK9bmMd3ic8G8OBP2JmCqnjKzxJ_xgVPl-5UDJFxwTwnr4gwcD4j8CrGWzXncXp1aiV_umOoL5jAomVZQDAAC-C_tMxFBDwgnDGBhAkWDvm8G39SIoKMnuFTdHUqMbY/s320/amendoim-japones.jpg


        Desde que chegaram por aqui, em 1908, os japoneses se espalharam pelo país. Apesar de muitas famílias se aglomerarem em colônias (como em São Paulo e no Paraná), depois de 100 anos de imigração, há famílias japonesas vivendo do norte ao sul do país. Aos poucos eles foram se misturando aos brasileiros e, assim, formaram famílias nipo-brasileiras, que nos presentearam com milhares de nikkeis (cidadãos brasileiros com descendência japonesa).

        Durante essa centena de anos, os japoneses nos ensinaram a conviver com seus costumes. Palavras como shiatsu, tatame, karatê, karaokê e muitas outras foram incorporadas ao vocabulário brasileiro, mesmo que muitos nem saibam que a origem delas seja japonesa.

        Mais do que simplesmente adicionar novas palavras, os japoneses acrescentaram novos sabores na culinária brasileira, o que fez com que palavras como caqui, cabochá e tofu entrassem definitivamente nos dicionários, cardápios e cadernos de receita por aqui. Isso porque foram eles, os imigrantes, que trouxeram para o Brasil o caqui doce (por aqui só existia uma versão adstringente da fruta, do tipo que “amarra a boca”), a abóbora do tipo cabochá (aquela que usamos para fazer doces) e a maçã Fuji (o nome entrega né? Chegou aqui em 1971). A mexerica poncã é quase uma fruta “nikkei”: é o resultado do enxerto de um tipo de tangerina japonesa em um limoeiro do Brasil.

        Maçã Fuji: Fruta comum no Brasil que traz o Japão no nome.

        Além destas, o pepino do tipo Aodai e o rabanete foram outros alimentos que aprendemos a comer com o pessoal do Japão. Eles começaram a vender os legumes, como rabanetes e pepinos, que plantavam em seus quintais para consumo próprio. O broto de feijão, muito utilizado no Brasil em saladas, também é de origem nipônica, conhecido como “moyashi”.

        Uma curiosidade que muitos nem imaginam é que a plantação da soja no Brasil foi disseminada pelos imigrantes japoneses. Antes da chegada deles, ela era plantada em pequena escala na Bahia. Hoje é um dos grandes trunfos do agronegócio brasileiro, graças aos japoneses.

        Na praia dos temperos e iguarias, os japoneses nos ensinaram a gostar de pimenta-do-reino (trazida por um chefe de embarcação que aportou aqui em 1933), a raiz forte (a pasta verde utilizada para degustar com peixe cru) e o Aji-no-moto (o tempero que realça o sabor dos alimentos é tipicamente japonês). Sem esquecer, é claro, do shoyu, o molho de soja japonês indispensável nas mesas brasileiras.

        O molho Shoyu é feito à base de soja.

        Mas não foram só frutas e saladas que aprendemos a comer com os japoneses. Com eles aprendemos a gostar de alimentos desidratados que com água fervente e três minutos estão prontos e saborosos (nada mais prático), aprendemos também a comer com dois pauzinhos (os “hashis”, que acabam muitas vezes nos cabelos das brasileiras) e a tomar chá verde (para emagrecer, principalmente). Outra bebida japonesa que tem lugar cativo na adega dos brasileiros é o saquê, resultado incrível de um processo de fermentação do arroz.

        Sem contar os próprios pratos tipicamente japoneses que experimentamos e adotamos como sushi, sashimi, yakisoba, temakisushi e sukiyaki.

        Não podemos negar que, em cem anos, os japoneses conseguiram colocar sua marca no Brasil. Até nome de cidade de origem japonesa existe: a cidade de Assaí, no Paraná, foi praticamente fundada pelos imigrantes que a batizaram com a versão “aportuguesada” de “asahi”, que, em japonês, quer dizer “sol nascente”.

        A garça "tsuru": Origamis são ensinados até em escolas no Brasil.

        Então, não importa se você nunca tomou banho em um ofurô, se nunca fez um origami de papel ou se não tem uma tatuagem “kanji”. O que importa é que, em 100 anos, os japoneses que vieram para o Brasil conseguiram ensinar um pouco de sua cultura para os brasileiros e, com isso, nos mostraram uma grande lição: eles nunca deixaram de ser japoneses, mesmo estando tão distantes de seu país.

MITYE, Camila. "100 anos de Japão no Brasil: O que aprendemos com os japoneses?"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/japao/100-anos-japao-no-brasil-que-aprendemos-com-os-japoneses.htm. Acesso em 10 jul. 2012. (Fragmento adaptado).

Fonte: Coleção Desafio Língua Portuguesa – 5° ano – Anos Iniciais do Ensino Fundamental – Roberta Vaiano – 1ª edição – São Paulo, 2021 – Moderna – p. MP163-165.

Entendendo a reportagem:

01 – Quando os japoneses chegaram ao Brasil?

a)   Eles chegaram em 1920.

b)   Eles chegaram em 1975.

c)   Eles chegaram em 1908.

02 – Onde se instalaram muitas das famílias japonesas quando chegaram ao Brasil?

a)   No norte do país.

b)   Em São Paulo e no Paraná.

c)   No sul do país.

03 – Atualmente há famílias de origem japonesa vivendo em todo o país:

a)   Porque elas estão concentradas apenas em alguns estados do Brasil.

b)   Porque elas estão vivendo de norte a sul do país.

c)   Porque elas têm muitas colônias espalhadas por todo o Brasil.

04 – No texto, há o nome de uma cidade de origem japonesa.

a)   Qual é o nome dessa cidade e onde ela se localiza no Brasil?

Assaí, localizada no estado do Paraná.

b)   O que quer dizer o nome dessa cidade em japonês?

Esse nome significa, em japonês, “Sol nascente”.

05 – Por que o texto diz que os japoneses que moram no Brasil nunca deixaram de ser japoneses?

      Porque, mesmo distantes de seu país de origem, incorporaram seus costumes à nova vida no Brasil, como vocabulário, frutas e legumes, pratos típicos da culinária japonesa e aspectos de sua cultura, como origamis e lutas marciais.

06 – Leia, no quadro, algumas palavras retiradas do texto que são de origem japonesa e que foram incorporadas ao vocabulário dos brasileiros.

Origami – caratê – sashimi – sushi – cabochá – caraoquê – ofurô – tatame.

·        Agora, indique quais são nomes de alimentos ou de pratos culinários.

      Cabochá, sashimi e sushi.

07 – Leia o trecho:

        “[...] O que importa é que, em 100 anos, os japoneses que vieram para o Brasil conseguiram ensinar um pouco de sua cultura para os brasileiros e, com isso, nos mostraram uma grande lição: eles nunca deixaram de ser japoneses, mesmo estando tão distantes de seu país.

a)   Entre as palavras destacadas no trecho, há quatro verbos, um substantivo próprio e dois substantivos comuns. Copie e identifique quais são eles.

Verbos: vieram, conseguiram, mostraram, deixaram; substantivos comuns: japoneses, país; substantivo próprio: Brasil.

b)   Quem mora no Japão é japonês ou japonesa. E quem mora em Portugal, na França ou na Inglaterra? Responda observando a terminação.

Português, portuguesa; francês, francesa; inglês, inglesa.

 

 

 

domingo, 31 de dezembro de 2023

REPORTAGEM: ALTER DO CHÃO, NO PARÁ, [...] , A DEPENDER DA ÉPOCA - DENISE DE ALMEIDA - COM GABARITO

 Reportagem: Alter do Chão, no Pará, tem apenas duas estações no ano e pode oferecer praia ou floresta alagada, a depender da época

Por Denise de Almeida – 04/01/2021 10h00. Atualizado há 2 anos

        No oeste do Pará, a vila balneária de Alter do Chão tem atraído visitantes nacionais e estrangeiros com águas cristalinas, areia branquinha e o verde da Amazônia ao redor. A vila, que ganhou até o apelido de Caribe Amazônico, pode ser destino de praia ou de floresta alagada, dependendo da época do ano em que você a visita.

        Alter do Chão não fica no litoral apesar de ser mais conhecido por suas praias que se formam no rio Tapajós apenas em alguns meses do ano. A vila, distrito de Santarém, virou um dos principais destinos turísticos paraenses.

        Mas, se você chegar a Alter do Chão na época da cheia, a vila vai ter outra cara e a principal atração será a floresta alagada.

        Para entender a mudança tão drástica na paisagem, vale lembrar que Alter do Chão está próxima da Linha do Equador, que divide o planeta nos Hemisférios Norte e Sul. Por ali não há primavera nem outono. Existem apenas duas estações: o inverno amazônico e o verão amazônico.

        [...]

        Praias no verão amazônico

        É no verão, o período mais seco, que o rio recua e surgem praias de areia clara e água esverdeada e transparente. Mas fica o lembrete: o verão amazônico não coincide com o do verão do resto do Brasil. Esse período de seca começa em junho por ali, mas é entre agosto e novembro que o turista encontra as praias em seu melhor momento.

        [...]

        Em dezembro já começam as chuvas, mas, dependendo do ano, as praias resistem, com faixas de areia mais estreitas, até o começo de março.


Ilha do Amor, na seca e na cheia — Foto: Secretaria de Turismo do Pará

        A principal atração de Alter do Chão é a Ilha do Amor. Apesar do nome, o lugar na verdade é um banco de areia que fica bem em frente à vila, entre o Lago Verde e o Rio Tapajós.

        [...]

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDoeEwBVgKImIn8PY-ydSxSQnQx0QcEEtuH80AfX0tfuRQUr_ejXnug5MrtNH1ebG2rlitgnaBbSqSFPPF0_yHz_2ORyL00Wim8qokM35WxYeGP2Cgd3pzNBsUNfVlCzGm0H0riF-zHzL5AVDJc9tmDa9rD2WSCGuLeMyubj1q9b6NA1d3peccV0OKa7c/s320/praia.png

        Nos meses mais secos dá para chegar andando à chamada ilha, cruzando as águas a pé. No resto do ano é preciso recorrer a barquinhos chamados de catraias, que fazem a travessia em poucos minutos.

        Floresta alagada

        No chamado inverno amazônico, que começa em dezembro e dura até maio, os passeios são todos de barco.

        Cruzando as águas do Lago Verde, as embarcações levam visitantes para conhecer a Floresta Encantada do Caranazal. É como fazer uma trilha pela mata, mas de dentro do barco. É uma espécie de labirinto que dá o efeito de encantamento do nome.

        Desse jeito, dá para ver de perto árvores que passam seis meses do ano parcialmente debaixo d’água. É a oportunidade de admirar de outro ângulo a diversidade de plantas e animais da Amazônia.

        A Floresta Nacional do Tapajós, também chamada de Flona, é outra atração imperdível. O melhor jeito de chegar ali é de barco, seja no inverno ou no verão. Por lá, há visitas a comunidades ribeirinhas e tribos indígenas, além de trilhas pela mata, observando fauna e flora.

        [...]

        Pertinho de Alter dá para presenciar o encontro das águas dos rios Tapajós e Amazonas, que acontece na orla de Santarém. Os dois rios correm paralelos por alguns quilômetros, sem se misturar, até que as águas mais escuras do rio Amazonas dominam o Tapajós.

        Origens da cidade

        Habitada originalmente pelos índios Boraris, a região de Alter do Chão viu os primeiros portugueses chegarem ali há quase 400 anos, em 1626. Pouco mais de cem anos depois, em 1758, os europeus batizaram o lugar em homenagem a uma vila no interior de Portugal, também chamada Alter do Chão.

        Nos séculos 17 e 18, jesuítas organizaram algumas missões religiosas para catequizar o povo indígena que ali vivia. Até o século 18, os índios eram a maior parte da população em Alter do Chão.

        [...]

Disponível em: https://g1.globo.com/turismo-e-viagem/descubra-o-brasil/noticia/2021/01/04/alter-do-chao-no-para-tem-apenas-duas-estacoes-no-ano-e-pode-oferecer-praia-ou-floresta-alagada-a-depender-da-epoca.ghtml. Acesso em: 12 abr. 2021.

Fonte: Coleção Desafio Língua Portuguesa – 5° ano – Anos Iniciais do Ensino Fundamental – Roberta Vaiano – 1ª edição – São Paulo, 2021 – Moderna – p. MP230-234.

Entendendo a reportagem:

01 – Qual é o assunto da reportagem?

      A vila balneária de Alter do Chão, que fica no oeste do estado do Pará.

1.           Quem a escreveu e quando foi publicado?

A reportagem é de autoria de Denise de Almeida e foi publicada em 4/1/2021.

02 – Em sua opinião, o que levou a jornalista a escrever essa reportagem?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: A intensão da jornalista foi divulgar um destino turístico com apenas duas estações no ano, além de orientar e dar dicas ao turista a respeito de Alter do Chão.

03 – Releia os três primeiros parágrafos do texto.

1.           Alter do Chão tem atraído apenas visitantes brasileiros?

Não. Além dos brasileiros, Alter do Chão tem atraído turistas estrangeiros.

2.           Quais atrativos de Alter do Chão têm chamado a atenção dos visitantes?

As águas cristalinas, a areia branca, a vegetação da Amazônia e o fato de oferecer paisagens que mudam conforme a época do ano (praia ou floresta alagada).

3.           Na época das chuvas, o turista pode ir às praias em Alter do Chão? Por quê?

É provável que não, porque no período das cheias a vila se transforma em uma floresta alagada.

04 – O que as fotografias mostram na reportagem?

      Mostram a principal atração de Alter do Chão (a Ilha do Amor) nos dois períodos: na seca ou na cheia.

4.           Qual é a principal função delas no texto?

Complementar o texto, informando o leitor e instigando a curiosidade dele.

05 – O texto apresenta título e vários subtítulos.

1.           Qual é o título do texto?

Alter do Chão, no Pará, tem apenas duas estações no ano e pode oferecer praia ou floresta alagada, a depender da época.

2.           O título deixa claro do que a reportagem vai tratar? Por quê?

Sim, pois a reportagem apresenta peculiaridades sobre Alter do Chão.

3.           Quais são os subtítulos?

Praias no verão amazônico, Floresta alagada, Origens da cidade.

4.           Qual foi a provável finalidade de introduzir subtítulos no texto?

Provavelmente, organizar o texto e facilitar sua leitura.

06 – Após a leitura do texto, você ficou motivado a conhecer Alter do Chão? Converse com o professor e os colegas: quais estratégias, na reportagem, foram mais eficientes para convencê-lo a conhecer o local? Por que foi convencido por essas estratégias?

      Resposta pessoal do aluno.

07 – Alter do Chão não fica no litoral do estado do Pará, mas tem praias.

1.           Explique como isso é possível.

Resposta pessoal do aluno.

2.           Com o professor, consulte um atlas e localize Alter do Chão.

Resposta pessoal do aluno.

REPORTAGEM: INSETOS CORREM RISCO DE SUMIR DO PLANETA - JORNAL JOCA - COM GABARITO

 Reportagem: Insetos correm risco de sumir do planeta, diz estudo

        Quase metade (40%) da população de insetos corre o risco de sumir do planeta nas próximas décadas por causa da perda de seu hábitat, do aquecimento global, da agricultura e dos agrotóxicos usados nesse processo. A conclusão é de uma pesquisa feita com base em 73 estudos dos últimos 13 anos sobre o assunto. O relatório será publicado na edição de abril da revista Biological Conservation.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1QJdNIR0yIfj5NjUA4us2HfAtWZfArFmi2oIXHCfleF0y5PBgTHBD0bVylkdP7Eb-YvtKJ9aH2b_IImWwPv8K8PpTLQyDbKoPvAs0WqlVtZNH2PYHYZ3ol8bcWcW4r3noRzwItYX_Xi6HY6UhEEpLHNjEKh6ieatNam2Oo4mo-mxj2Li-mvRWYcwQXe8/s1600/INSETOS.jpg 

        Como o volume de insetos diminui 2,5% a cada ano, daqui a cem anos muitos deles podem desaparecer da Terra, calculam pesquisadores das universidades de Sydney e Queensland, na Austrália, e da Academia de Ciências Agrônomas, na China.

        Apesar de o risco de extinção atingir todos os animais, o processo com os insetos está ocorrendo oito vezes mais rápido e é duas vezes mais abrangente do que entre vertebrados como mamíferos, répteis e pássaros.

        Abelhas, libélulas, borboletas, mariposas e besouros estão entre os mais ameaçados por, entre outros fatores, serem os mais atingidos pelas causas do processo de extinção. Por outro lado, o número de baratas e moscas deve aumentar. Mais adaptáveis, essas espécies devem ocupar o espaço deixado por outros insetos.

        Os números se baseiam em dados da Europa e dos Estados Unidos, mas, como a agricultura intensiva (que tenta tirar o máximo de proveito da terra, reduzindo seus nutrientes) e as mudanças climáticas estão presentes em todo o mundo, eles refletem um cenário mundial, argumentam os cientistas.

        Para os pesquisadores, uma das medidas que podem ser tomadas para frear o processo de extinção dos insetos é substituir pesticidas (produtos químicos que matam pragas, incluindo insetos) e fertilizantes sintéticos (que aumentam a produtividade da terra de forma artificial) por produtos menos prejudiciais ao meio ambiente.

        Por que os insetos são importantes?

        Eles controlam pragas, alimentam-se de animais e plantas mortas (ajudando na sua decomposição), melhoram a qualidade do solo, espalham sementes de plantas por meio da polinização e servem de comida para outros animais. Aves e peixes que se alimentam de insetos também podem ser prejudicados pelo declínio deles.

                          Disponível em: https://www.jornaljoca.com.br/insetos-correm-risco-de-sumir-do-planeta-diz-estudo/. Acesso em: 18 jun. 2021.

Fonte: Coleção Desafio Língua Portuguesa – 5° ano – Anos Iniciais do Ensino Fundamental – Roberta Vaiano – 1ª edição – São Paulo, 2021 – Moderna – p. MP103-MP105.

Entendendo a reportagem:  

01 – Em quanto tempo os cientistas calculam que muitos dos insetos podem desaparecer da Terra?

a)   100 anos.

b)   13 anos.

c)   73 anos.

02 – Dos insetos atingidos pelo processo de extinção, quais se encontram entre os mais ameaçados?

a)   Abelhas, libélulas, baratas, mariposas e moscas.

b)   Abelhas, borboletas, baratas e abelhas.

c)   Abelhas, libélulas, borboletas, mariposas e besouros.

03 – Qual é a função dos fertilizantes sintéticos?

a)   Matar pragas, incluindo insetos.

b)   Aumentar a produtividade da terra de forma artificial.

c)   Parar o processo de extinção dos insetos e de outros animais.

04 – Quais são os insetos que devem aumentar em quantidade nos próximos anos? Justifique sua resposta com uma frase retirada do texto.

      As baratas e as moscas. “Mais adaptáveis, essas espécies devem ocupar o espaço deixado por outros insetos.”

05 – Quais as espécies de animais podem ser prejudicadas com a diminuição no número de insetos? Por que elas seriam afetadas?

      As aves e os peixes, porque se alimentam de insetos.

06 – Releia o trecho observando as palavras destacadas.

        “Quase metade (40%) da população de insetos corre o risco de sumir do planeta nas próximas décadas por causa da perda de seu hábitat, do aquecimento global, da agricultura e dos agrotóxicos usados nesse processo.” Substitua essas palavras destacadas por seu sinônimo abaixo.

·        Aplicados – Meio ambiente – perigo.

      Risco: perigo; Hábitat: meio ambiente; usados: aplicados

segunda-feira, 13 de novembro de 2023

REPORTAGEM:AS VIÚVAS DO SERTÃO - LEONARDO SAKAMOTO - COM GABARITO

 Reportagem: As viúvas do sertão

                      Leonardo Sakamoto – 01/06/99

        Visita, em maio de 1998, às cidades que convivem com o drama das “viúvas de marido vivo”. O jequitinhonha expulsa homens, deixando mulheres sozinhas contra a realidade do nordeste de Minas.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzaKE6CLQaQNPgN8Js5w4ldq0Y_9ntA0rbFLYvM7HMcpiWb64q_kukveXF1inrTir3RJwxS4EKDWMv_YtzTAB32eiVJmYRwIvr5-VoSZ1_MCPp_6h7SrTkhOW1ayEt5IRPT3MxUm3ykgtNygQ-v9rxUkY_4rygwG_csOz5ZR-20t1qDUl3-c7voJiP_c8/s320/BONECAS.jpg


        Rosto sulcado pelo tempo, como os leitos dos rios fantasmas que assombram a região. Pele e corpo ressecados, feito a terra, outrora fértil que hoje se desfaz em areia levada pelo vento. Olhar profundo e vazio, o mesmo vazio a que está acostumado o prato do sertanejo. A baixa estatura quase não deixa sombra. Também, pudera! O sol a pino fica a caçoar de sua cabeça e, se não ofusca diretamente, cintila em todo o chão até onde a vista alcança. Resta proteger a moleira, então em um passe de mágica balde d’água vira cartola. E assim como surgiu, lenta e pacientemente, desaparece por entre galhos retorcidos, vacas magras e ossudas, morros brancos e poeira da estrada.

        Aos 72 anos, Maria José é uma mulher de sorte. Afinal de contas, apesar de caminhar mais de 10 quilômetros em busca de água, sabe que não é sozinha. Maria José possui um companheiro que estará lá quando ela voltar, brigando com a terra na luta pelo sustento.

        Infelizmente, ela é a exceção, não a regra. O chão, há vários meses, não vê chuva que dê para o cultivo. A seca que atinge todo o Nordeste expulsou maridos, pais e filhos do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Para sobreviver foram obrigados a migrar, principalmente para o interior do Estado de São Paulo, servindo como mão-de-obra barata às usinas no corte da cana-de-açúcar.

        Como os homens passam a maior parte do tempo trabalhando fora, as “viúvas de marido vivo” – como são chamadas a contragosto suas esposas – acabam se tornando a duras penas chefes de família. Esse fenômeno ocorre com mais frequência na região do médio Jequitinhonha – compreendendo cidades como Araçuaí, Itinga, Coronel Murta, Chapada do Norte e Virgem da Lapa, além de uma série de povoados e vilarejos sertão adentro.

        Cidades como Itinga apresentam, de acordo com o censo 1996 do IBGE, 70% de sua população dispersa pela área rural. São empregados de grandes fazendas ou pequenos proprietários de terra em seus sítios de alguns alqueires.

        Quando chove, é possível arrumar um emprego na lavoura ou plantar a sua própria roça. Isso, quando acontece, é próximo ao mês de dezembro. Contudo, com a estiagem, a terra não consegue segurar o trabalhador no campo. E a busca na cidade é quase inútil. Não há vagas, nem no pequeno comércio local, nem na prefeitura – que muitas vezes já dedica mais verba do que é permitido por lei à folha de pagamentos dos funcionários.

        A solução aparece na forma dos ônibus mandados pela indústria canavieira paulista ou matogrossense. Em cidades como Sertãozinho, Bauru e Ribeirão Preto estão espalhadas as gentes do Jequitinhonha. E o processo de vai-e-vém não é recente, como a seca também não é. Tanto que, não raro, as pessoas rompem a corda desse iô-iô humano e acabam ficando no sul.

        “Tenho três filhos em São Paulo. Um foi há pouco tempo. E esse sei que volta. Agora, dois deles já estão morando lá com família e tudo”, conta Joaquim, que ganha a vida apanhando lenha e vendendo às padarias e fornos de barro. Com nove filhos no currículo e muito trabalho nas roças, ele e Geralda, sua mulher, moram em uma casa do Mutirão.

        De passagem

        Construído com a ajuda da prefeitura, em parceria com as associações religiosas e de moradores, esse conjunto de 20 casas coloridas à beira da BR-367 tem uma história peculiar. De acordo com Helena, da Associação das Mulheres do Bairro Porto Alegre (AMBAPA), em Itinga, o Mutirão foi erguido para abrigar as viúvas que ficavam sozinhas no campo enquanto seus maridos migravam.

        Hoje, boa parte dos homens está de volta – mas por pouco tempo. Emanuel está de passagem. Espera o pouco dinheiro que conseguiu juntar acabar para poder retomar o seu rumo em direção sul. Reclama que, apesar da carteira assinada, não consegue obter o salário desemprego. “As usinas não dão os papéis de que eu preciso. E o governo disse que sem os papéis nada feito.” Os papéis a que ele se refere é a rescisão do contrato de trabalho. Muitas empresas não emitem toda a documentação, burlando assim o fisco e pagando menos impostos. O que, é óbvio, afunda ainda mais o cortador de cana na lama, ou melhor, na areia seca do sertão.

        Durante o tempo em que estão fora, os homens mandam o pouco que recebem para a família. Três, cinco, sete têm que se virar às vezes com 80, 120 por mês. Francisca, mãe de dois filhos e com um terceiro no ventre, é uma privilegiada. Não tem que dar de comer a muitos com seus R$ 80,00.

        Mesma sorte não tem Pedro Maroto. Alto, voz de barítono, como um chefe de clã fala com orgulho de sua propriedade – um pequeno sítio próximo ao vilarejo de Teixeirinha. Apesar de não ser uma viúva, pena como tal. A sua aposentadoria e de sua mulher (uns R$ 250,00 no total) é responsável pela sobrevivência de 12 pessoas. Produção quase não há. O córrego que cortava sua terra secou há tempos. O jeito foi improvisar, através da solução mais comum na região: sangrar o leito seco até alcançar água. Contudo, até as cacimbas estão secando. “A gente vai cavando, cavando e cavando, cada vez mais fundo para achar água. Se fizesse um poço, teria água aqui. Mas com que dinheiro?” Se é que se pode chamar de água o caldo amarelo retirado dos buracos no chão. “E eu ainda tenho sorte. Moro em um vale de um rio, dá para cavar cacimbas. Tá vendo o sítio no alto daquela montanha? E eles, como é que ficam? Têm que descer até aqui e pegar água comigo. Caminhar muito.” Se não bastasse, Pedro Maroto ainda divide o parco caldo com os animais da propriedade.

        Apesar da aridez da paisagem é fácil identificar onde estão os leitos secos. É só seguir a estreita linha verde que vai fazendo seu caminhar sinuoso pelos vales. As cidades, por enquanto, não sofrem de falta de água. Em Itinga, o perene córrego Água Fria – que, diga-se de passagem, não é grande coisa – abastece a zona urbana. A pobreza, que se faz presente no campo, também encontra aqui lugar para crescer e se multiplicar. Se a seca bate forte em todo o Jequitinhonha, o desemprego é o problema que mais preocupa os moradores.

        Os efeitos da estabilização econômica do Governo Federal têm gerado uma desestabilidade emocional nos habitantes. Para fugir da realidade da miséria, vários se entregam à bebida. São muitos os casos de alcoolismo e, portanto, não raro as mortes por cirrose hepática. E em se tratando de doenças, o Vale está bem servido. As constantes pressões a que são submetidos os trabalhadores do corte da cana, aliadas às condições insalubres e às longas jornadas, têm provocado o aparecimento de uma doença até então reservada às metrópoles. A hipertensão atacou os maridos de Maria, Rosa, Geralda, Joana e os de um sem número de mulheres, que agora se entopem de medicamentos.

        Riqueza em minérios

        O Vale do Jequitinhonha é uma das regiões mais ricas em minérios em todo o Brasil. Berilo, cassiterita, feldspato, lítio, água-marinha, nióbio, turmalina, ouro, diamante. Cidades com nomes de pedras é que não faltam em todo o Vale: Topázio, Turmalina, Berilo, Carbonita, Pedra Azul, Diamantina.

        E como não poderia deixar de ser, empresas mineradoras também não, como a Arqueana e a Sandspar. A mineração é outro grande empregador da região, mas também uma grande fonte de problemas. De acordo com Joaquim, médico em Itinga, a incidência da silicose em Taquaral é de 15%. A doença, causada pelo pó do interior das minas, literalmente destrói os pulmões. Este é o caso de Roberto – que teve que vir a São Paulo para se tratar de uma insuficiência respiratória que ganhou como recompensa por trabalhar nas minas. Isso sem contar a contaminação do rio por mercúrio – usado para separar o joio do trigo na mineração.

        E não para por aí. De acordo com Josimar, professor em Itinga, a mineração tem sido responsável pelo assoreamento do rio Jequitinhonha. Dragas lavram a terra em busca de minérios, atirando o cascalho no seu leito. Com isso, ele vai se tornando cada vez mais raso e largo – processo semelhante ao que ocorre nos rios Pinheiros e Tietê na cidade de São Paulo que, periodicamente, têm que passar por uma limpeza de suas calhas para que não transbordem. Segundo Josimar, previsões apontam para uma morte do Jequitinhonha em 20 anos se o despejo continuar.

        Porém a pior doença não é causada pelo ar, água ou trabalho e sim pela distância. As mulheres veem seus maridos irem embora e, apesar da tristeza, enchem-se de esperança. A esperança de que eles voltem bem e rápido para os seus braços. Dedicam-se então a criação da prole – grande na maioria das vezes, impossível de ser contada em mão só. Cartas são quase sempre o único meio de comunicação entre o casal por anos a fio.

        E o peito começa a apertar quando o número de páginas vai se escasseando, a frequência diminuindo, quando a saudade escrita já não convence. O coração fica mirradinho, mirradinho. Não são poucos os homens que, longe de casa, arrumam uma outra mulher.

        O marido de Ritinha foi trabalhar em São Paulo. No princípio ela foi junto, acompanhá-lo. Antes unidos nas dificuldades, do que separados. Pouco depois, ele a mandou de volta. Com o passar do tempo descobriu-se que tinha outra. Ficou arrasada. Inconstante, o homem mandou essa outra embora também. Justiça ou coincidência, adoeceu em seguida. Agora, está pedindo para voltar. A princípio Ritinha não queria. Mas, agora, repensa a possibilidade. “É difícil criar os filhos sozinha”, completa sua irmã.

        Sozinha com Deus

        E as novidades não ficam apenas em uma nova cama. Às vezes se estendem também para uma nova casa, novos filhos. Enfim, uma nova vida. Eliane passou por poucas e boas para ficar com o homem que amava. Com a família de seu marido a detestando, casaram-se. Como via de regra, ele foi obrigado a trabalhar no corte da cana no Mato Grosso. Veio a primeira filha e ele estava longe. No começo, ficava um tempão fora, mas voltava. Um dia foi e não voltou. Passaram-se meses, anos. No começo as cartas chegavam. Depois foram desaparecendo. O dinheiro idem. Eliane passava dificuldades, mas aguentava na esperança de rever o marido.

        De repente reapareceu. Fez um filho e sumiu de novo. Ela, cansada arranjou um companheiro. Pouco depois começou a frequentar a igreja evangélica. E então fizeram-na escolher: ou seu companheiro ou Deus, pois ela, uma mulher casada nos laços sagrados do matrimônio, não poderia viver em pecado com seu esposo ainda vivo. Ficou sozinha com Deus.

        O marido reapareceu mais uma vez e disse que desta vez seria para sempre. Eliane não quis – afinal de contas não era nenhuma palhaça –, mas devido a insistência da filha, voltou. Um tempo depois ele confessou que formou família em São Paulo, com outra filha e tudo. Ela enraiveceu, mas como, segundo ele, tudo tinha acabado, perdoou. As coisas apertaram e ele voltou às usinas de cana.

        Então Ritinha soube da notícia que o marido havia morrido de ataque cardíaco. Hoje, trabalhando como empregada, não sabe mais o que fazer para sustentar os quatro filhos, além das constantes crises de depressão da mais velha. Pensão, nem pensar. Provavelmente a outra família de seu marido é que a está recebendo do governo. Eliane tentou entrar na Justiça, mas não conseguiu. Faltam documentos que estavam com ele e “magicamente” desapareceram.

        A seca destrói a vida de todos. Contudo a natureza não pode ser a única a sentar no banco dos réus. Os governos têm uma grande parcela de culpa nessa história. Ao contrário de outras regiões do país em que se espera grandes projetos de transposição de águas para viabilizar a agricultura, no Vale seria necessário menos do que se imagina. O rio Jequitinhonha tem água em abundância, o local possui uma das melhores terras para o plantio de frutas no Brasil. A solução estaria em um programa decente de irrigação. Tanto é que nas pequenas áreas que possuem água para o plantio, florescem mangas, canas, melancias, uvas, amendoins, verduras, legumes. Verdadeiros oásis no meio do sertão.

        É paradoxal: como famílias inteiras passam fome, como esse Vale pode ser pobre se sua terra é tão fértil? Ou mais, se uma artéria a céu aberto rasga a região? É absurdo pensar que Maria José tenha que andar tanto em busca de água se não muito longe de sua casa o Jequi corre em direção ao mar. Projetos até existem, mas faltam dinheiro e boa vontade política.

        E a ajuda nunca vem. Por que, afinal de contas, olhar para o Vale do Jequitinhonha? Apesar da grande extensão territorial os votos não são tantos assim. É mais negócio concentrar esforços para agradar eleitores do Triângulo Mineiro, região da Grande Belo Horizonte ou Sul de Minas. A relação custo-benefício é mais vantajosa.

        E maridos, pais e filhos continuarão sendo retirados à força de suas terras para trabalhos insalubres. Esposas, filhas e irmãs continuarão a amargar a solidão da seca. Ao invés de fazer com que o trabalhador permaneça nas suas origens, gerando emprego, fazemos com que ele acabe vindo às grandes cidades do Sul e ser mais um nos bolsões de pobreza que salpicam as capitais.

        O futuro é incerto. Marias, Geraldas, Ritinhas, Elianes, Helenas, Rosas, Emílias, Joanas são várias e na verdade são uma ao mesmo tempo. Não precisam de sobrenome. Você as encontra ao longo de todo o Vale. As histórias são as mesmas, o sofrimento igual, as incertezas idem. Certo mesmo é o rio, que continuará a correr embalando a fome e a seca em suas águas num ciclo interminável na direção do mar.

Mulheres do mundo, uni-vos!

Baixinha, tranqüila, de fala calma e sossegada. Assim é Emília, coordenadora da Associação das Mulheres de Itinga (AMAI) que por onde passa é saudada. Na verdade, abordada. Emília ajuda a promover a distribuição das cestas básicas que chegam à cidade por intermédio do governo e de doações destinadas à seca. “As cestas não vem em número suficiente e é impossível servir a todos. Uma vez temos que ir à zona rural, outra, distribuir à cidade. Sabemos que passam fome mas não dá para fazer muito”. Enquanto fala em frente aos mantimentos, desaparece em meio à multidão que a cerca. “Esse trabalho assistencialista não é o ideal. O certo seria um jeito de dar emprego a essa gente”.

Se ainda não encontrou a saída para os seus problemas, Itinga já deu um grande passo na mobilização de suas mulheres. As duas associações possuem padarias, oficinas de costura, aulas de alfabetização e supletivo, fabriquetas de absorventes e fraldas descartáveis. Além das hortas comunitárias, divididas igualmente entre as famílias, com irrigação artificial. “Por enquanto tudo isso é insuficiente para garantir o sustento, mas todos estão vendo que é possível melhorar a situação”, completa Emília.

Itinga era conhecida como a cidade das viúvas, tamanho o número de incidências desse tipo. A prefeitura e a Igreja Católica têm realizado mudanças nas áreas de moradia popular, saneamento básico, saúde e cultura. A participação política dessa cidade mudou radicalmente. Com o segundo mandato consecutivo em vigor, o PT abriu um espaço maior para a discussão dos problemas. Para se ter uma idéia, os orçamentos da prefeitura e da câmara dos vereadores são pintados todos os anos nas fachadas desses prédios.

A eleição de um partido de esquerda tirou do poder as “famílias” que até então mandavam na política da cidade: os Murta, os Gusmão, os Evangelista, entre outros. Atualmente, a cidade vizinha, Araçuaí, também possui um governo do PT.

        Ao longo do rio, a arte brota da seca

        Ao longo da BR-367, no povoado de Pasmado, estendem-se fileiras de vasos, jarros, cumbucas, panelas e outras peças de barro feitos pelas mulheres da região. As “poteiras”, como são chamadas, moldam com as próprias mãos sem a ajuda de tornos. Os homens, dedicam-se à fabricação de artefatos de madeira. Infelizmente até nisso o povo da região é sacrificado: são obrigados a comprar o barro de uma propriedade particular.

        O artesanato em barro e madeira, característico da região, já alcançou renome internacional através de das mãos do artesão Ulisses, em Itinga.

        De acordo com Sebastião Rocha, pesquisador de cultura popular do Vale, o “artesanato local retrata, de um lado, a identidade cultural de sua diversificada população, dividida entre o sonho e a luta, o anseio de dias melhores e o fatalismo histórico da pobreza, da esperança e a submissão, à espera da vinda do Messias e busca armada pelos direitos humanos”.

        As tradições, a cultura e o folclore do vale do Jequitinhonha podem ser vistos no 18° Festival e, que deve acontecer entre os dias 22 a 26 de julho, em Itinga.

Vale do Jequitinhonha, junho de 1999.

Entendendo a reportagem:

01 – Quem é o autor da reportagem e qual é a data de publicação?

      Autor: Leonardo Sakamoto. Data de publicação: 01/06/99

02 – Qual é o tema principal abordado na reportagem?

      O tema principal é a situação das "viúvas de marido vivo" no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, que enfrentam as consequências da seca e da migração dos homens para trabalhar nas usinas de cana-de-açúcar em São Paulo.

03 – Como a seca afeta as comunidades do Vale do Jequitinhonha?

      A seca no Vale do Jequitinhonha expulsa homens das comunidades, que migram em busca de trabalho nas usinas de cana-de-açúcar, deixando as mulheres conhecidas como "viúvas de marido vivo" para lidar com os desafios da falta de chuva e sustento.

04 – Quais são as condições de vida descritas na reportagem para as famílias afetadas pela seca?

      A falta de chuva impede o cultivo, levando à escassez de empregos na agricultura. Muitos homens são obrigados a migrar para o trabalho nas usinas, deixando as mulheres como chefes de família. A falta de empregos nas cidades agrava a situação, levando a condições de pobreza, desemprego e problemas de saúde.

05 – Como as mulheres lidam com a ausência dos homens na região?

      As mulheres enfrentam a solidão devido à migração dos homens em busca de trabalho. Elas muitas vezes se tornam chefes de família e enfrentam dificuldades econômicas, emocionais e sociais, enquanto aguardam o retorno de seus maridos.

06 – Quais são os impactos da mineração na região do Vale do Jequitinhonha?

      A mineração na região é descrita como uma fonte de emprego, mas também é associada a problemas de saúde, como a incidência da silicose causada pelo pó das minas. Além disso, a atividade mineradora contribui para o assoreamento do rio Jequitinhonha.

07 – Como as mulheres tentam melhorar a situação em meio à seca e à migração dos homens?

      As mulheres participam de associações que buscam soluções para os desafios enfrentados, como a criação de projetos de geração de renda, como padarias, oficinas de costura, e hortas comunitárias. Essas iniciativas visam melhorar as condições de vida das comunidades.

08 – Qual é a atuação política destacada na reportagem?

      O Partido dos Trabalhadores (PT) é mencionado como tendo assumido o governo em algumas cidades da região, trazendo mudanças políticas e sociais. A participação política das mulheres é destacada, especialmente em associações que buscam melhorar as condições de vida.

09 – Como a falta de recursos e a falta de vontade política são apontadas como obstáculos para solucionar os problemas na região?

      Projetos de transposição de águas e programas de irrigação são citados como soluções viáveis para enfrentar a seca, mas a falta de recursos financeiros e o foco político em regiões mais populosas tornam essas iniciativas difíceis de serem implementadas.

10 – O que a reportagem destaca sobre a cultura e o artesanato na região do Vale do Jequitinhonha?

      A reportagem menciona a produção de artesanato em barro e madeira, destacando a identidade cultural da região. Também destaca a fama internacional alcançada pelo artesão Ulisses de Itinga. O 18º Festival que acontecerá em Itinga é citado como uma oportunidade de mostrar as tradições, cultura e folclore local.