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sexta-feira, 28 de março de 2025

ROMANCE: A ESCRAVA ISAURA - CAP. 9 - FRAGMENTO - BERNARDO GUIMARÃES - COM GABARITO

 Romance: A escrava Isaura cap. 9 – Fragmento

                 Bernardo Guimarães

        [...]; que necessidade tenho eu de pedir aquilo que de direito me pertence? Lembra-te, escrava ingrata e rebelde, que em corpo e alma me pertences, a mim só e a mais ninguém. És propriedade minha; um vaso, que tenho entre as minhas mãos e que posso usar dele ou despedaçá-lo a meu sabor,

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        -- Pode despedaçá-lo, meu senhor; bem o sei; mas, por piedade, não queira usar dele para fins impuros e vergonhosos. A escrava também tem coração, e não é dado ao senhor querer governar os seus afetos.

        -- Afetos!... quem fala aqui em afetos?! Podes acaso dispor deles?...

        -- Não, por certo, meu senhor; o coração é livre; ninguém pode escravizá-lo, nem o próprio dono.

        -- Todo o teu ser é escravo; teu coração obedecerá, e se não cedes de bom grado, tenho por mim o direito e a força... mas para quê? para te possuir não vale a pena empregar esses meios extremos. Os instintos do teu coração são rasteiros e abjetos como a tua condição; para te satisfazer far-te-ei mulher do mais vil, do mais hediondo de meus negros.

        -- Ah! senhor! bem sei de quanto é capaz. Foi assim que seu pai fez morrer de desgosto e maus-tratos a minha pobre mãe; já vejo que me é destinada a mesma sorte. Mas fique certo de que não me faltarão nem os meios nem a coragem para ficar para sempre livre do senhor e do mundo.

        -- Oh! – exclamou Leôncio com satânico sorriso, – já chegaste a tão subido grau de exaltação e romantismo!... isto em uma escrava não deixa de ser curioso. Eis o proveito que se tira de dar educação a tais criaturas! Bem mostras que és uma escrava, que vives de tocar piano e ler romances. Ainda bem que me preveniste; eu saberei gelar a ebulição desse cérebro escaldado. Escrava rebelde e insensata, não terás mãos nem pés para pôr em prática teus sinistros intentos. Olá, André, – bradou ele e apitou com força no cabo do seu chicote.

        [...]

        Neste momento chega André trazendo o tronco e as algemas, que deposita sobre um banco, e retira-se imediatamente.

        Ao ver aqueles bárbaros e aviltantes instrumentos de suplício turvaram-se os olhos a Isaura, o coração se lhe enregelou de pavor, as pernas lhe desfaleceram, caiu de joelhos e debruçando-se sobre o tamborete, em que fiava, desatou uma torrente de lágrimas.

        -- Alma de minha sinhá velha! – exclamou com voz entrecortada de soluços – valei-me nestes apuros; valei-me lá do céu, onde estais, como me valíeis cá na Terra.

        -- Isaura, – disse Leôncio com voz áspera apontando para os instrumentos de suplício, – eis ali o que te espera, se persistes em teu louco emperramento. Nada mais tenho a dizer-te; deixo-te livre ainda, e fica-te o resto do dia para refletires. Tens de escolher entre o meu amor e o meu ódio. Qualquer dos dois, tu bem sabes, são violentos e poderosos. Adeus!...

        [...]

GUIMARÃES, Bernardo. A escrava Isaura. 20. ed. São Paulo, Ática, 1994. p. 54-56. (Série Bom Livro).

Fonte: Português. Série novo ensino médio. Volume único. Faraco & Moura – 1ª edição – 4ª impressão. Editora Ática – 2000. São Paulo. p. 205-206.

Entendendo o romance:

01 – Qual a reivindicação de Leôncio sobre Isaura?

      Leôncio reivindica que Isaura pertence a ele de corpo e alma, sendo sua propriedade e estando sob seu total domínio.

02 – Como Isaura responde à reivindicação de Leôncio?

      Isaura reconhece que Leôncio tem poder sobre seu corpo, mas apela para sua piedade, pedindo que ele não a use para fins impuros e afirmando que seu coração é livre.

03 – Qual a reação de Leôncio à afirmação de Isaura sobre a liberdade do coração?

      Leôncio ignora a afirmação de Isaura, insistindo que todo o ser dela é escravo e que seu coração deve obedecer às suas vontades.

04 – Qual a ameaça de Leôncio para Isaura caso ela não ceda às suas vontades?

      Leôncio ameaça Isaura dizendo que a fará esposa do mais vil de seus escravos para humilhá-la.

05 – Como Isaura reage às ameaças de Leôncio?

      Isaura expressa que conhece a crueldade de Leôncio, comparando-o ao pai dele, e afirma que preferirá a morte à submissão.

06 – Qual a reação de Leôncio ao ouvir as palavras de Isaura?

      Leôncio zomba de Isaura, chamando-a de romântica e rebelde, e ameaça usar punições físicas para controlá-la.

07 – Qual o ultimato de Leôncio para Isaura?

      Leôncio dá a Isaura o resto do dia para escolher entre seu amor e seu ódio, afirmando que ambos são violentos e poderosos.

 

domingo, 29 de dezembro de 2024

CONTO: A DANÇA DOS OSSOS CAP. III - (FRAGMENTO) - BERNARDO GUIMARÃES - COM GABARITO

 Conto: A dança dos ossos cap. III – Fragmento

            Bernardo Guimarães

        [...]

        -- Eu te conto um caso que me aconteceu.

        Eu ia viajando sozinho — por onde não importa — de noite, por um caminho estreito, em cerradão fechado, e vejo ir, andando a alguma distância diante de mim, qualquer coisa, que na escuridão não pude distinguir. Aperto um pouco o passo para reconhecer o que era, e vi clara e perfeitamente dois pretos carregando um defunto dentro de uma rede.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjN-XFLdVaphCl9E5oBILewR3HJAAmlhKDcBpjxhfjfjGMSuGQp5CeWIOtgy_YUBA2b4PZwlFxVI77tLNxy2JkV3wbfJSORuRQm0NkToJ6WlNVeSvdHKBdh93ycJ8u2yBBVc-GQsBclsNVHPdQ17MQHxfGM2JFBUYhGDYZOcxYUcJtTqwOllz0n_nQwaPM/s320/DAN%C3%87A.jpg


        Bem poderia ser também qualquer criatura viva, que estivesse doente ou mesmo em perfeita saúde; mas, nessas ocasiões, a imaginação, não sei por quê, não nos representa senão defuntos. Uma aparição daquelas, em lugar tão ermo e longe de povoação, não deixou de me causar terror.

        Contudo o caso não era extraordinário; carregar um cadáver em rede, para ir sepultá-lo em algum cemitério vizinho, é coisa que se vê muito nesses sertões, ainda que àquelas horas o negócio não deixasse de tornar bastante suspeito.

        Piquei o cavalo para passar adiante daquela sinistra visão que me estava incomodando o espirito, mas os condutores da rede também apressaram o passo, e se conservavam sempre na mesma distância.

        Pus o cavalo a trote; os pretos começaram também a correr com a rede. O negócio ia-se tornando mais feio. Retardei o passo para deixá-los adiantarem-se: também foram indo mais devagar. Parei; também pararam. De novo marchei para eles; também se puseram a caminho.

        Assim andei por mais de meia hora, cada vez mais aterrado, tendo sempre diante dos olhos aquela sinistra aparição que parecia apostada em não me querer deixar, até que, exasperado, gritei-lhes que me deixassem passar ou ficar atrás, que eu não estava disposto a fazer-lhes companhia. Nada de resposta!... o meu terror subiu de ponto, e confesso que estive por um nada a dar de rédea para trás a bom fugir.

        Mas negócios urgentes me chamavam para diante: revesti-me de um pouco de coragem que ainda me restava, cravei as esporas no cavalo e investi para o sinistro vulto a todo galope. Em poucos instantes o alcancei de perto e vi... adivinhem o que era?... nem que deem volta ao miolo um ano inteiro, não são capazes de atinar com o que era. Pois era uma vaca!...

        — Uma vaca!... como!...

        — Sim, senhores, uma vaca malhada, que tinha a barriga toda branca — era a rede, — e os quartos traseiros e dianteiros inteiramente pretos; era os dois negros que a carregavam. Pilhada por mim naquela caminho estreito, sem poder desviar nem para uma banda nem para outra, porque o mato era um cerradão tapado o pobre animal ia fugindo diante de mim, se eu parava, também parava, porque não tinha necessidade de viajar; se eu apertava o passo lá ia ela também para diante, fugindo de mim. Entretanto se eu não fosse reconhecer de perto o que era aquilo, ainda hoje havia de jurar que tinha visto naquela noite dois pretos carregando um defunto em uma rede, tão completa era a ilusão. E depois se quisesse indagar mais do negócio, como era natural, sabendo que nenhum cadáver se tinha enterrado em toda aquela redondeza, havia de ficar acreditando de duas uma: ou que aquilo era coisa do outro mundo, ou, o que era mais natural, que algum assassinato horrível e misterioso tinha sido cometido por aquelas criaturas. [...]

GUIMARÃESS, Bernardo. A dança dos ossos. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ua000038.pdf. Acesso em: 31 jan. 2022.

Fonte: Língua Portuguesa. Linguagens – Séries finais, caderno 1. 8º ano – Larissa G. Paris & Maria C. Pina – 1ª ed. 2ª impressão – FGV – MAXI – São Paulo, 2023. p. 43-44.

Entendendo o conto:

01 – Qual a principal sensação do narrador ao encontrar a "coisa" no caminho?

a) Curiosidade.

b) Terror.

c) Alegria.

d) Indiferença.

02 – O que o narrador imagina que a "coisa" seja inicialmente?

a) Dois viajantes.

b) Dois animais.

c) Dois ladrões.

d) Dois homens carregando um defunto.

03 – Por que a imaginação do narrador o leva a pensar em um defunto?

a) Por causa do local ermo e da hora da noite.

b) Porque ele já havia tido experiências sobrenaturais antes.

c) Porque ele tinha medo de ser assaltado.

d) Porque ele era uma pessoa muito supersticiosa.

04 – Qual a reação dos "carregadores" da rede quando o narrador tenta ultrapassá-los?

a) Aceleram o passo.

b) Param e o atacam.

c) Desaparecem misteriosamente.

d) Mantêm a mesma velocidade.

05 – O que o narrador descobre que a "coisa" realmente era?

a) Uma carroça.

b) Uma vaca.

c) Um grupo de pessoas.

d) Um monstro.

06 – Qual a lição que o narrador aprende com essa experiência?

a) Que não se deve viajar sozinho à noite.

b) Que a imaginação pode nos pregar peças.

c) Que é importante ter fé em Deus.

d) Que os animais são perigosos.

07 – Qual o gênero literário ao qual pertence o conto "A Dança dos Ossos"?

a) Romance histórico.

b) Crônica.

c) Conto de terror.

d) Fábula.

 

segunda-feira, 17 de abril de 2017

A ESCRAVA ISAURA - BERNARDO GUIMARÃES - (FRAGMENTO) COM GABARITO

          TEXTO LITERÁRIO    -   A ESCRAVA ISAURA
                                                               Bernardo Guimarães

          Só depois de casado Leôncio, que antes disso poucas e breves estadas fizera na casa paterna, começou a prestar atenção à extrema beleza e às graças incomparáveis de Isaura. Posto que lhe coubesse em sorte uma linda e excelente mulher, ele não se havia casado por amor, sentimento esse a que seu coração até ali parecia absolutamente estranho. Casara-se por especulação, e como sua mulher era moça e bonita, sentira apenas por ela paixão, que se ceva no gozo dos prazeres sensuais, e com eles se extingue. Estava reservado à infeliz Isaura fazer vibrar profunda e violentamente naquele coração as fibras que ainda não  estavam de todo estragadas pelo atrito da devassidão. Concebeu por ela o mais cego e violento amor, que de dia em dia ia crescendo na razão direta dos sérios e poderosos obstáculos que encontrava, obstáculos a que não estava afeito, e que em vão se esforçava para superar. Mas nem por isso desistia de sua tresloucada empresa, porque em fim de contas, - pensava ele, - Isaura era propriedade sua, e quando nenhum outro meio fosse eficaz, restava-lhe o emprego da violência. Leôncio era um digno herdeiro de todos os maus instintos e da brutal devassidão do comendador (seu pai).
          Pelo caminho, como sua mente andava sempre cheia da imagem de Isaura, Leôncio conversara longamente com seu cunhado a respeito dela, exaltando lhe a beleza, e deixando transluzir com revoltante cinismo as lascivas intenções que abrigava no coração. Esta conversação não agradava muito a Henrique, que às vezes corava de pejo e de indignação por sua irmã, mas não deixou de excitar-lhe viva curiosidade de conhecer uma escrava de tão extraordinária beleza.
          No dia seguinte ao da chegada dos mancebos às oito horas da manhã, Isaura, que acabava de espanejar os móveis e arranjar o salão, achava-se sentada junto a uma janela e entretinha-se a bordar, à espera que seus senhores se levantassem para servir-lhes o café. Leôncio e Henrique não tardaram em aparecer, e parando à porta do salão puseram-se a contemplar Isaura, que sem se aperceber da presença deles continuava a bordar distraidamente.
          --- Então, que te parece? – segredava Leôncio a seu cunhado. – Uma escrava desta ordem não é um tesouro inapreciável? Quem não diria, que é uma andaluza de Cádiz, ou uma napolitana? ...
          --- Não é nada disso; mas é coisa melhor, respondeu Henrique maravilhado; é uma perfeita brasileira.
          --- Qual brasileira! é superior a tudo quanto há. Aqueles encantos e aquelas dezessete primaveras em uma moça livre teriam feito virar o juízo a muita gente boa. Tua irmã pretende, com instância, que eu a liberte, alegando que essa era a vontade de minha defunta mãe; mas nem tão tolo sou eu, que me desfaça assim sem mais nem menos de uma joia tão preciosa. Se minha mãe teve o capricho de cria-la com todo o mimo e de dar-lhe uma primorosa educação, não foi decerto para abandoná-la ao mundo, não achas? ... Também meu pai parece que cedeu às instâncias do pai dela, que é um pobre galego, que por aí anda, e que pretende libertá-la; mas o velho pede por ela tão exorbitante soma, que julgo nada dever recear por esse lado. Vê lá, Henrique, se há nada que pague uma escrava assim? ...
          --- É com efeito encantadora --- replicou o moço, --- se estivesse no serralho do sultão, seria sua odalisca favorita. Mas devo notar-te, Leôncio, --- continuou, cravando no cunhado um olhar cheio de maliciosa penetração, --- como teu amigo e como irmão de tua mulher, que o teres em tua sala e ao lado de minha irmã uma escrava tão linda e tão bem tratada não deixa de ser inconveniente e talvez perigoso para a tranquilidade doméstica...
          --- Bravo! – atalhou Leôncio, galhofando, - para a idade que tens, já estás um moralista de polpa! ... mas não te dê isso cuidado, meu menino; tua irmã não tem dessas veleidades, e é ela mesma quem mais gosta de que Isaura seja vista e admirada por todos. E tem razão; Isaura é como um traste de luxo, que deve estar sempre exposto no salão. Querias que eu mandasse para a cozinha os meus espelhos de Veneza? ...
                                         GUIMARÃES, Bernardo. A escrava Isaura. São Paulo:
                                                                                                Ática, 1998, p. 21-22.

Andaluza da Cádiz: mulher que nasceu na cidade de Cádiz, situada na região da Andaluzia, na Espanha.
Ceva: satisfaz, sacia.
Com instância: pedir com urgência, insistentemente.
Devassidão: libertinagem, depravação de costumes.
Lascivo: sensual, relacionado aos prazeres do sexo.
Pejo: pudor, vergonha.
Por especulação: por interesse, visando ao lucro.
Transluzir: mostrar por meio de algo, transparecer.
Galhofar: debochar.
Odalisca: mulher de harém.
Serralho: harém, espaço destinado às mulheres do sultão.
Veleidade: ideia fantasiosa.

1 – Leôncio, o vilão da história, sente-se atraído pela “extrema beleza” e pelas “graças incomparáveis de Isaura”.
a)     Destaque no texto trechos que revelam o caráter de Leôncio por meio de suas intensões a respeito da escravidão.
Respostas possíveis: “Estava reservado à infeliz Isaura fazer vibrar profunda e violentamente naquele coração as fibras que ainda não estavam de todo estragadas pelo atrito da devassidão.”; “[...] deixando transluzir com revoltante cinismo as lascivas intenções, que abrigava no coração.”

b)    Isaura correspondia às “investidas” de Leôncio? Justifique sua resposta com um trecho do texto.
Pode-se inferir que não a partir do seguinte trecho: “Concebeu por ela o mais cego e violento amor, que de dia em dia ia crescendo na razão direta dos sérios e poderosos obstáculos que encontrava, obstáculos a que não estava afeito, e que em vão se esforçava para superar.”

c)     Reforçando a questão moral do caráter de Leôncio, o vilão é casado. O que motivou seu casamento?
Interesses financeiros: “Casara-se por especulação”. É interessante discutir com os alunos que essa prática é criticada pela visão romântica, que defende o amor como motivação do casamento.

d)    O autor faz uma distinção entre amor e paixão. Explique essa distinção.
A paixão está totalmente ligada à atração física, que, de acordo com o texto, “se ceva no gozo dos prazeres sensuais, e com eles se extingue”. Pode-se concluir que, diferente da paixão, o amor é duradouro, relacionado à alma, ao espírito, e não apenas ao seu aspecto carnal. É interessante observar o caráter romântico dessa distinção.

e)     Você concorda com essa distinção? Por que?
Resposta pessoal.

2 – Estabeleça relações entre as atividades realizadas por Isaura e a canção “A mão da limpeza”, de Gilberto Gil.
        Ambos relacionam o trabalho dos afrodescendentes à execução de trabalhos manuais (limpeza, arrumação da casa, servir à mesa).

3 – Releia: “Isaura era propriedade sua, e quando nenhum outro meio fosse eficaz, restava-lhe o emprego da violência”.
a)     Que ideias relacionadas a “propriedade” estão implícitas nos seguintes trechos:
--- “Uma escrava desta ordem não é um tesouro inapreciável”;
--- “Que me desfaça assim sem mais nem menos de uma joia tão preciosa”;
--- “Mas o velho pede por ela tão exorbitante soma”;
--- “Isaura é como um traste de luxo, que deve estar sempre exposto no salão. Querias que eu mandasse para a cozinha os meus espelhos de Veneza? ...”.
É importante observar que, embora as metáforas e as comparações empregadas sejam espécies de elogios aos atributos de Isaura, elas se relacionam com as ideias de objeto, mercadoria (preço): escrava valiosa e cara. Destacam-se as expressões “tesouro inapreciável”, “joia tão preciosa”, “soma exorbitante”, “traste de luxo a ser exposto” e a comparação entre Isaura e os espelhos de Veneza.

b)    O que você pensa a respeito de uma pessoa ser propriedade de alguém? Compartilhe sua opinião dom seus colegas. Ouça com atenção as opiniões deles. Elas são parecidas com a sua? Por que?

Resposta pessoal.