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sexta-feira, 28 de março de 2025

CONTO: A VIDA EM OBLIVION - (FRAGMENTO) - MONTEIRO LOBATO - COM GABARITO

 Conto: A VIDA EM OBLIVION – Fragmento

            Monteiro Lobato

        A cidadezinha onde moro lembra soldado que fraqueasse na marcha e, não podendo acompanhar o batalhão, à beira do caminho se deixasse ficar, exausto e só. Com os olhos saudosos pousados na nuvem de poeira erguida além.

        Desviou-se dela a civilização. O telégrafo não a põe à fala com o resto do mundo, nem as estradas de ferro se lembram de uni-la à rede por intermédio de humilde ramalzinho.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzfrjYV1K_Q-LefnkC963BvHZAQdeWZua8hulzWg9K-zDyb1mLOgN89bZi5SSkVdTCf13j-sZeaEOttr1Af2jU4H0KsIM_GYJVNXfTjI2Pe5I-LnrkdBEB3PUdJq6h80NTY2BToPfXBbZs3nB_oVzkedjnNkQD5u-LGEqKXTUTVZFQjFLCu_b90NCKcL4/s1600/OBLIVION.jpg


        O mundo esqueceu Oblivion, que já foi rica e lépida, como os homens esquecem a atriz famosa logo que se lhe desbota a mocidade. E sua vida de vovó entrevada, sem netos, sem esperanças, é humilde e quieta como a do urupê escondido no sombrio dos grotões.

        Trazem-lhe os jornais o rumor do mundo, e Oblivion comenta-o com discreto parecer. Mas como os jornais vêm apenas para meia dúzia de pessoas, formam estas a aristocracia mental da cidade. São “Os Que Sabem”. Lembra o primado dos Dez de Veneza, esta sabedoria dos Seis de Oblivion.

        Atraídos pelas terras novas, de feracidade sedutora, abandonaram-na seus filhos; só permaneceram os de vontade anemiada, débeis, faquirianos. “Mesmeiros”, que todos os dias dizem as mesmas coisas, dormem o mesmo sono, sonham os mesmos sonhos, comem as mesmas comidas, comentam os mesmos assuntos, esperam o mesmo correio, gabam a passada prosperidade, lamuriam do presente e pitam – pitam longos cigarrões de palha, matadores do tempo.

        [...].

LOBATO, Monteiro. Cidades mortas. 12. ed. São Paulo, Brasiliense, 1965. p. 9-10.

Fonte: Português. Série novo ensino médio. Volume único. Faraco & Moura – 1ª edição – 4ª impressão. Editora Ática – 2000. São Paulo. p. 293.

Entendendo o conto:

01 – Como o narrador descreve a cidade de Oblivion?

      O narrador compara Oblivion a um soldado exausto, deixado para trás pela civilização, isolado e esquecido pelo mundo.

02 – Quais as características da vida em Oblivion?

      A vida em Oblivion é descrita como quieta, humilde e estagnada, comparada à de um "urupê escondido no sombrio dos grotões". Os habitantes vivem em uma rotina monótona, repetindo os mesmos hábitos e conversas.

03 – Quem são "Os Que Sabem" em Oblivion?

      "Os Que Sabem" são um pequeno grupo de pessoas que têm acesso aos jornais e, portanto, ao "rumor do mundo". Eles formam a aristocracia intelectual da cidade.

04 – Por que os jovens deixaram Oblivion?

      Os jovens foram atraídos pelas "terras novas, de feracidade sedutora", buscando prosperidade e oportunidades em outros lugares.

05 – Quem permaneceu em Oblivion?

      Permaneceram em Oblivion aqueles com "vontade anemiada, débeis, faquirianos", ou seja, pessoas sem ambição ou energia para buscar uma vida melhor.

06 – Qual a principal atividade dos habitantes de Oblivion?

      Os habitantes de Oblivion passam o tempo fumando longos cigarrões de palha, "matadores do tempo", enquanto lamentam o passado e esperam o correio.

07 – Qual o tema central do conto?

      O conto aborda o tema do isolamento, da estagnação e da decadência de uma cidade que foi esquecida pelo progresso e pela civilização, retratando a vida de seus habitantes presos a um ciclo de mesmice e nostalgia.

 

quinta-feira, 6 de março de 2025

CONTO: A CHAVE DO TAMANHO - CAP. II - FRAGMENTO - MONTEIRO LOBATO - COM GABARITO

 Conto: A chave do tamanho – Cap. II – Fragmento

           Monteiro Lobato

        [...]

        Ficou algum tempo deitada de costas, os braços estendidos, sem pensar em coisa nenhuma. Primeiro descansar; depois o resto. Ergueu os olhos para as chaves da parede. Não viu na parede chave nenhuma. "Que história é esta? Será que as chaves se evaporaram?" Firmando a vista, verificou que não. As chaves lá estavam, mas em ponto muitíssimo mais alto. A parede crescera tremendamente. Parecia não ter fim. Tudo aumentara dum modo prodigioso. E no chão viu uma coisa nova, que não existia antes; um pedestal atapetado de papel amarelo.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjg5eMnLWZW-zuxTquhhuaBFRCcq9gmf0Zi24Lhe1AAVCyzmSBs4fJJ3CxCeWfb_yMYkEYtej9OhkJ664qCQ1ETKvgRDvH1zYnPvIL2uYKLCizvES_E1ziyJOYg-GVF2Cm2YuvXeIg92Ro_gCKLRjLGifvRQGIEeBQGRuKx9mwpDXlgLrruIloF2TNrvOQ/s320/a-chave-do-tamanho-edicao-de-luxo.jpg


        Emília achava-se deitada justamente sobre esse pedestal. Depois, olhando para o seu corpinho, verificou que estava nua.

        — Que história é esta? Eu, nua que nem minhoca, em cima deste pedestal amarelo cheio de riscos pretos, ao lado duma montanha de pano — e as chaves lá em cima — e tudo enormíssimo... Será que estou sonhando?

        Pôs-se a pensar com toda a força. Examinou o tapete do pedestal. Percebeu que os riscos eram letras e teve de ficar de pé para lê-las uma por uma. A primeira era um F; a segunda, um O; a terceira um S. Chegando à última, viu que formava a palavra FÓSFOROS. Em seguida vinha um D e um E, formando a palavra DE. E as últimas letras formavam a palavra SEGURANÇA. Tudo reunido dava a expressão FÓSFOROS DE SEGURANÇA.

        — Será possível? — exclamou Emília consigo mesma. — Será que estou em cima da maior caixa de fósforos que jamais houve no mundo? Mas se é assim, então cada pau de fósforo deve ser uma verdadeira vigota de pinho — e como a caixa estivesse aberta, espiou. Não viu lá dentro vigota nenhuma, sim uma espécie de areia grossa, da cor exata do superpó do Visconde.

        Nesse momento um raio de luz iluminou-lhe o cérebro.

        — Hum! Já sei. Isto é a caixa de fósforos que eu trouxe e está do tamanho que sempre foi. Eu é que diminuí. Fiquei pequeníssima; e, como estou pequeníssima, todas as coisas me parecem tremendamente grandes. Aconteceu-me o que às vezes acontecia a Alice no País das Maravilhas. Ora ficava enorme a ponto de não caber em casas, ora ficava do tamanho dum mosquito. Eu fiquei pequenininha. Por quê?

        [...]

Monteiro Lobato. A chave do tamanho. São Paulo: Círculo do Livro, 1989.

Fonte: Português – Novas Palavras – Ensino Médio – Emília Amaral; Mauro Ferreira; Ricardo Leite; Severino Antônio – Vol. Único – FTD – São Paulo – 2ª edição. 2003. p. 541.

Entendendo o conto:

01 – Qual a primeira estranheza que Emília percebe ao acordar?

      Ao acordar, Emília percebe que as chaves que estavam na parede estão muito mais altas do que antes, como se a parede tivesse crescido.

02 – Que descoberta Emília faz sobre o local onde está deitada?

      Emília descobre que está deitada sobre um pedestal atapetado de papel amarelo, que na verdade é uma caixa de fósforos gigante.

03 – Qual a palavra que Emília forma ao ler as letras no pedestal?

      Emília forma a expressão "Fósforos de Segurança".

04 – Qual a conclusão que Emília chega sobre o tamanho das coisas ao seu redor?

      Emília conclui que não foram as coisas que aumentaram de tamanho, mas sim ela que diminuiu, ficando pequeníssima.

05 – A que personagem de outra obra famosa Emília se compara?

      Emília se compara a Alice, do livro "Alice no País das Maravilhas", que também vivenciava mudanças de tamanho.

06 – Como Emília se sente ao perceber que está nua?

      Emília se sente confusa e intrigada, questionando a situação inusitada em que se encontra.

07 – O que a leva a desvendar o mistério da caixa de fósforos gigante?

      A curiosidade e a observação atenta das letras no pedestal levam Emília a desvendar o mistério da caixa de fósforos gigante.

 


terça-feira, 31 de dezembro de 2024

CONTO: SERÕES DE DONA BENTA - CAP. XVI - NA IMENSIDÃO DO ESPAÇO - (FRAGMENTO) - MONTEIRO LOBATO -COM GABARITO

 Conto: Serões de dona Benta cap. XVI – Na imensidão do espaço – Fragmento

        [...] Dona Benta saiu com os meninos para ver as estrelas. E a conversa recaiu sobre a astronomia.

        — Se os grandes conquistadores ou os insolentes ditadores de hoje — começou a boa senhora, tivessem tempo de contemplar e meditar este céu estrelado, fatalmente abaixariam a crista do orgulho e se recolheriam às suas respectivas insignificâncias.

        [...]

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDG8ika88uYuCZzCLadXa5_YJhAMtP74Xm07bZcF2KPwUnSwLCYwqZcPoWMCv3tqsHrb-RDl7WcaN8No7-t1b2LBEO_ExXA2i8-h1F547KT56yNl_ll1bN1GGTEUyFhZY7CEk4akzEKe746aho8RGASaX4_6HGoRIWijFLpZfrnqRiwSnXBHS1DB3kIKg/s320/SEROES.jpg


        Os começos da astronomia estão no velho Egito, na velha Babilônia, entre os caldeus e outros povos da Antiguidade. Muitos séculos antes de Cristo já eles tinham ideias certas sobre os planetas Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno, como também já haviam batizado as constelações mais importantes. Mas os sábios da Grécia foram os primeiros a dar forma científica a esses conhecimentos. Os gregos eram eminentemente poéticos, de modo que reduziam todos os fenômenos da natureza a mitos lindos. As constelações não escaparam à "mistificação."

        Existem no céu duas estrelas de primeira grandeza, chamadas Betelgeuse e Rigel, que fazem parte da constelação da Grande Ursa, lá perto da estrela Polar. Os gregos as explicavam por meio de um mito. Júpiter, o deus dos deuses, e também um grande pândego, apaixonara-se por Calisto, uma bela ninfa. Mas Júpiter era marido de Juno, deusa ciumenta como qualquer mulher de hoje — e Juno deliberou dar cabo de Calisto. Percebendo as más intenções da esposa e querendo defender Calisto, Júpiter transformou-a em ursa.

        — Ah! — exclamou Emília — então o negócio de virar uma coisa noutra, que as fadas tanto gostam, é invenção velha —de Júpiter ...

        — Sim, Júpiter virou Calisto em ursa: mas Juno veio a saber e encarregou Diana, a caçadora, de matá-la em uma de suas caçadas. Vai Júpiter e descobre a combinação (porque os deuses eram danados para adivinhar o pensamento uns dos outros) e virou a ursa em estrela. Nasceu assim a Grande Ursa.

        — E a Pequena Ursa?

        — Um filhinho de Calisto, de nome Arcas, ficou sendo a, Pequena Ursa, ao lado de sua mãe. Mas Juno percebeu a tramoia e, furiosíssima, foi ter com Oceano, o rei dos mares, ao qual pediu que nunca deixasse as duas Ursas "deitarem-se" no oceano, como fazem as outras estrelas que não ficam no rumo do polo. Por esse motivo ficaram as duas coitadinhas perpetuamente grudadas no céu, sem poderem nunca regalar-se com os banhos de mar que refrescam suas companheiras.

        — Então os gregos, tão inteligentes, acreditavam que as estrelas se deitam no mar?

        — Poeticamente era assim. Como a terra está sempre girando, as estrelas dão a impressão de desaparecerem no oceano para reaparecerem na noite seguinte — como quem todas as noites vai para a cama. Juno condenou as Ursas a não repousarem nunca...

        — Interessante o mito, vovó. Um dia precisamos estudar a tal mitologia grega. Pelo que sei dela, é das coisas mais lindas que os poetas inventaram.

        — Os mitos não foram inventados pelos poetas e sim pelo povo; os poetas apenas lhes deram forma literária. Os gregos batizaram as principais estrelas e constelações. Por isso há tantas trazendo nomes de deuses e heróis gregos. Mas os gregos não podiam ir longe no estudo do céu por falta de instrumentos. O telescópio só foi inventado há uns 300 anos, e o espetroscópio é dos nossos dias.

        [...].

LOBATO, Monteiro. Serões de dona Benta. Rio de Janeiro: Brasiliense, 1997. Disponível em: http://icesp.br/baixe-20-obras-de-monteiro-lobato. Acesso em: 8 jun. 2021.

Fonte: Maxi: Séries Finais. Caderno 1. Língua Portuguesa – 7º ano. 1.ed. São Paulo: Somos Sistemas de Ensino, 2021. Ensino Fundamental 2. p. 03-04.

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

Mistificação: explicação irracional, sobrenatural, para coisas naturais.

Ninfa: entidade feminina que habitava fontes, rios, bosques e prados.

Pândego: sujeito dado à bebedeira, inconsequente.

Diana: Deusa romana da caça. (equivalente a Ártemis, deusa grega da caça).

Foi ter: expressão que tem sentido de “foi encontrar com alguém para conversas”.

Polo: extremo do planeta (Polo Norte ou Polo Sul).

02 – Qual foi a primeira civilização a dar forma científica aos conhecimentos astronômicos, segundo o texto?

a) Egito.

b) Babilônia.

c) Grécia.

d) Caldeus.

03 – Por que Juno transformou Calisto e seu filho em ursos?

a) Por inveja da beleza de Calisto.

b) Por raiva de Júpiter.

c) Porque queria protegê-los de Diana.

d) Porque desejava puni-los por um erro cometido.

04 – Qual o motivo da punição imposta por Juno às Ursas?

a) Porque elas se recusaram a servir aos deuses.

b) Para impedir que elas se banhassem no mar.

c) Por terem traído a confiança de Diana.

d) Porque elas representavam uma ameaça ao poder de Júpiter.

05 – Qual a principal diferença entre a explicação mitológica e a científica para os fenômenos celestes?

a) A mitologia busca explicações racionais, enquanto a ciência utiliza mitos.

b) A mitologia baseia-se em histórias e crenças, enquanto a ciência busca evidências empíricas.

c) A mitologia é mais precisa, enquanto a ciência é mais poética.

d) Não há diferença, ambas buscam explicar o universo.

06 – Qual o papel dos poetas na criação dos mitos gregos?

a) Os poetas inventaram os mitos.

b) Os poetas apenas registraram os mitos criados pelo povo.

c) Os poetas transformaram os mitos em leis.

d) Os poetas utilizaram os mitos para criticar os deuses.

domingo, 8 de dezembro de 2024

FÁBULA: A CORRIDA DE SAPINHOS - MONTEIRO LOBATO - COM GABARITO

 Fábula: A corrida de sapinhos

              Monteiro Lobato

 

Era uma vez uma corrida de sapinhos.

Eles tinham que subir uma grande ladeira e, do lado havia uma grande multidão, muita gente que vibrava com eles.

Começou a competição.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCsqICEbwmebptYluFtwi796bYDbzPyp-VbP5msVmmWKKW8n9SWCJ-Ij0g1RxRriB4bjxAVW-SUHmHXsqtu-B74E21xSkq_F1-JUZzM4Oc4dN52NYCDf1-CmruObHUTx9AIORjRVPEmxiTJjo1WoT1vqCR4yO-kjpXIIFudyr0FhtuvqT9u412PhkSpVs/s320/a-corrida-dos-sapos-1170x720.jpg


A multidão dizia:

– Não vão conseguir! Não vão conseguir!

Os sapinhos iam desistindo um a um, menos um deles que continuava subindo. E a multidão a aclamar:

– Não vão conseguir! Não vão conseguir!

E os sapinhos iam desistindo, menos um, que subia tranquilo, sem esforço.

No final da competição, todos os sapinhos desistiram, menos aquele.

Todos queriam saber o que aconteceu, e quando foram perguntar ao sapinho como ele conseguiu chegar até o fim, descobriram que ele era SURDO!

Moral: Quando queremos fazer alguma coisa que precise de coragem não devemos escutar as pessoas que falam que você não vai conseguir. Seja surdo aos apelos negativos.

In: http://byblosfera.blogspot.com.br/2015/01/a-corrida-de-sapinhos-fabulas-de.html

Entendendo o texto

01-Marque (V) para efeitos de sentidos pertinentes ao texto-discurso e (F) para efeitos de sentidos não pertinentes:

a-(  F ) percebe-se o discurso de que devemos ouvir sempre a opinião dos outros

b-(  V ) percebe-se o discurso de que não devemos dar atenção às opiniões negativas

c-( V ) percebe-se o discurso de que os vencedores ignoram os apelos negativos

d-( V ) percebe-se o discurso do pessimismo das multidões perante os obstáculos

e-( F ) percebe-se o discurso de que é preciso enfrentar os obstáculos temendo as dificuldades

f-( V ) percebe-se o discurso de que os fracos desistem fácil dos obstáculos da vida

g-( V ) percebe-se o discurso de que a negatividade é inimiga do sucesso

02-No trecho “E a multidão a aclamar...”, o sentido da palavra grifada é:

a- reclamar;

b- assustar;

c- falar;

d- dirigir gritos.

03-Qual a tese central defendida no texto-discurso?

a- deve-se dar ouvido à opinião dos outros;

b- deve-se ser persistente nos objetivos;

c- não se deve dar ouvidos às opiniões negativas dos outros;

d- deve-se desencorajar os que lutam.

04-Qual a finalidade dessa fábula?

a- informar;

b- provocar humor;

c- transmitir ensinamento;

d- criticar.

05-Qual personagem funciona como portavoz do discurso do pessimismo?

a- a multidão;

b- os sapinhos que desistiram;

c- o sapinho surdo.

06-Extraia da fábula um discurso direto que representa apelos negativos.

"Não vão conseguir! Não vão conseguir!"

07-No texto-discurso, qual expressão simboliza obstáculos?

a- corrida;

b- competição;

c- grande ladeira;

d- ser surdo.

08-No trecho “Eles tinham que subir uma grande ladeira e, do lado havia uma grande multidão, muita gente que vibrava com eles.”, os adjetivos grifados caracterizam respectivamente quais palavras?

a- ladeira e lado;

b- ladeira e gente;

c- subir e multidão;

d- ladeira e multidão.

09-No argumento “Os sapinhos iam desistindo um a um, menos um deles que continuava subindo.”, a preposição grifada pode ser substituída sem prejuízo do sentido por:

a- exceto;

b- no mínimo;

c- como;

d- mas.

10-NO argumento Seja surdo aos apelos negativos”, a quem se dirige a ordem dada através do verbo grifado?

a- ao leitor;

b- aos sapinhos;

c- ao autor;

d- ao sapinho surdo.

11-A quem se referem as palavras sublinhadas no texto-discurso?

As palavras sublinhadas "eles" e "deles" se referem aos sapinhos que participam da corrida.

12-O texto-discurso apresenta-se na forma:

a- expositivo-argumentativa;

b- de relato;

c- narrativa;

d- descritiva.

13-Extraia do texto-discurso uma fala do narrador da fábula.

Uma possível fala do narrador seria: "Era uma vez uma corrida de sapinhos, onde a persistência de um único participante faria uma grande diferença."

14-No trecho Os sapinhos iam desistindo um a um, menos um deles que continuava subindo.”, os verbos grifados estão no tempo:

a- futuro;

b- presente;

c- passado perfeito;

d- passado imperfeito com duração.

15-REDAÇÃO. Opine. Você acha correto se deixar levar pelas opiniões negativas dos outros?

Redação: Você acha correto se deixar levar pelas opiniões negativas dos outros?

Opinião: Não, não é correto se deixar levar pelas opiniões negativas dos outros. A fábula "A Corrida dos Sapinhos" ilustra perfeitamente os perigos de se basear na opinião alheia para tomar decisões sobre nossa vida. Ao ignorar os comentários negativos, o sapinho surdo conseguiu alcançar seu objetivo, demonstrando que a persistência e a autoconfiança são qualidades essenciais para o sucesso.

Justificativa: Ao darmos ouvidos às críticas negativas, podemos nos sentir desmotivados, inseguros e, consequentemente, limitamos nosso potencial. É importante lembrar que cada indivíduo possui uma perspectiva única e que nem sempre as opiniões alheias são construtivas ou verdadeiras. Ao invés de nos deixarmos abater por comentários negativos, devemos filtrar as críticas, focar em nossos objetivos e buscar o apoio de pessoas que acreditam em nós.

Em resumo: A opinião dos outros pode ser um fator de influência, mas não deve ser determinante para nossas escolhas. Ao cultivar a autoestima e a persistência, podemos superar qualquer obstáculo e alcançar nossos sonhos.

domingo, 9 de junho de 2024

FÁBULA: O RATINHO, O GATO E O GALO - MONTEIRO LOBATO - COM GABARITO

 Fábula: O ratinho, o gato e o galo

             Monteiro Lobato

        Certa manhã, um ratinho saiu do buraco pela primeira vez. Queria conhecer o mundo e travar relações com tanta coisa bonita de que falavam seus amigos. Admirou a luz do sol, o verdor das árvores, a correnteza dos ribeirões, a habitação dos homens. E acabou penetrando no quintal duma casa da roça. 

        — Sim, senhor! É interessante isto! 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2t5faCLLMfRudmUhkyhZIHAAbc3Y81Ks32jeO3YZ3QGBOmXaFAPlkf27Sn3BGV9oHAW2lCGC1_kPPj5SI8NU7rP86X7pjrqdxHgt2zOLFGTTDuGbtyGYd3n8BI-XXfLOYU_wt2bppxloiu9rPC9D-ZtcsUmlp2CWPj4FBiZYQtVDK4JLdMV_Ne0Qa6CM/s320/GALO.jpg 


        Examinou tudo minuciosamente, farejou a tulha de milho e a estrebaria. Em seguida, notou no terreiro um certo animal de belo pelo, que dormia sossegado ao sol. Aproximou-se dele e farejou-o, sem receio nenhum. Nisto, aparece um galo, que bate as asas e canta. O ratinho, por um triz, não morreu de susto.                

        Arrepiou-se todo e disparou como um raio para a toca. Lá contou à  mamãe as aventuras do passeio. 

        — Observei muita coisa interessante — disse ele. — Mas nada me impressionou tanto como dois animais que vi no terreiro. Um de pelo   macio e ar bondoso, seduziu-me logo. Devia ser um desses bons amigos da nossa gente, e lamentei que estivesse a dormir impedindo-me de cumprimentá-lo. O outro… Ai, que ainda me bate o coração! O outro era um bicho feroz, de penas amarelas, bico pontudo, crista vermelha e aspecto ameaçador. Bateu as asas barulhentamente, abriu o bico e soltou um có-ri-có-có tamanho, que quase caí de costas. Fugi. Fugi com quantas pernas tinha, percebendo que devia ser o famoso gato, que tamanha destruição faz no nosso povo. 

        A mamãe rata assustou-se e disse: 

        — Como te enganas, meu filho! O bicho de pelo macio e ar bondoso é que é o terrível gato. O outro, barulhento e espaventado, de olhar feroz e crista rubra, filhinho, é o galo, uma ave que nunca nos fez mal. As aparências enganam. Aproveita, pois, a lição e fica sabendo que:

        Moral da história: Quem vê cara não vê coração

Monteiro Lobato. “O ratinho, o gato e o galo”. In: BRASIL. Contos tradicionais, fábulas, lendas e mitos. Brasília: MEC, 2000, p. 97. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me001614.pdf. Acesso em: 8 fev. 2021.

Fonte: Maxi: Séries Finais. Caderno 2. Língua Portuguesa – 6º ano. 1.ed. São Paulo: Somos Sistemas de Ensino, 2021. Ensino Fundamental 2. p. 27-28.

Entendendo a fábula:

01 – De acordo com a fábula, qual o significado das palavras abaixo:

·        Estrebaria: local onde ficam os cavalos.

·        Minuciosamente: feito de modo minucioso, com muito cuidado e atenção.

·        Ribeirões: plural de ribeirão, curso de água menor que um rio.

·        Tulha: monte de grãos.

02 – Qual era o desejo do ratinho?

      O ratinho desejava conhecer o mundo e estabelecer relações com muitas coisas bonitas.

03 – Onde o ratinho encontrou o galo e o gato?

      No quintal de uma casa na roça.

04 – De que forma o gato é descrito pelo ratinho?

      O gato é descrito como um animal de belo pelo macio e ar bondoso.

05 – Essa descrição apresenta características positivas ou negativas do gato?

      A descrição apresenta características positivas do gato.

06 – De que forma o galo é descrito pelo ratinho?

      O galo é descrito como um bicho feroz, de bico pontudo e aspecto ameaçador.

07 – Essa descrição apresenta características positivas ou negativas do galo?

      A descrição apresenta características negativas do galo.

08 – O ratinho estava correto em relação às suas observações sobre o gato e o galo?

      Não, pois o ratinho pensou que o galo fosse o animal que ameaçava os ratos, e não o gato.

09 – Qual foi a lição ensinada pela mamãe rata?

      A mamãe rata ensinou que as aparências enganam, pois quem vê cara não vê coração.

 

domingo, 31 de dezembro de 2023

CONTO: A VIAGEM PELO JARDIM - (FRAGMENTO) - MONTEIRO LOBATO - COM GABARITO

 Conto: A VIAGEM PELO JARDIM – Fragmento

            Monteiro Lobato

        O mede-palmos vinha descendo pela haste dum ramo de hortênsia. Era dos peludinhos. Emília, ansiosa por se ver no chão, teve uma ideia. 

        -- E se eu montasse nele e ficasse bem agarrada aos pelos? Os mede-palmos não mordem.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiA4xKEhgaknNRo6yw65iHKDVQIlHM0PnHIEY3yxn9RENQ52WnxKJOyE44itpy5Lv-auNqCPKJH6thV1OCSRqh5ZyjyZq1WZZkkNpaeJGyLITKUe8gDUqXQqzlr-8jMRkRybY4SkVGuniDz_BRqEqRh86Ka_U3Cb8KSQfww2HiaoOSA5TF5TUBd-NVUGr8/s320/a-lagartamedepalmo.jpg

        Emília aproximou-se e zás! Cavalgou-o. O mede-palmos deteve-se estranhando aquilo; ergueu a cabecinha e ficou uns instantes a virá-la dum lado para o outro. Por fim começou a descer.

        -- Primeira descoberta! – gritou Emília. – A escada-rolante viva! [ ...]

        Ao chegar ao chão, debaixo da moita de hortênsia, estranhou o escuro. Como se visse de cima da flor, onde a luz era intensa, custou-lhe acostumar os olhinhos a tanta sombra.

        Que frescura ali! Até demais. É úmido. Se ficasse muito tempo naquela sombra, apanharia um resfriado. A primeira coisa que a impressionou foi a aspereza do chão. Era irregularíssimo! 

        -- Como há pedras no mundo! – exclamou, tropicando e machucando os delicados pezinhos. – Isso que nós chamávamos terra ou chão, não é terra nada, é pedra, pedra e mais pedra. A crosta do planeta é uma pedreira sem fim. Hum! Por isso é que os bichinhos do meu tamanho usam tantos pés. Cada inseto tem seis. [...] Agora compreendo o motivo – é que só com dois pés não poderiam caminhar pelas infinitas pedreiras destes chãos. [...]

MONTEIRO LOBATO – A chave do tamanho. São Paulo: Globo, 2016. (Fragmento).

Fonte: Coleção Desafio Língua Portuguesa – 5° ano – Anos Iniciais do Ensino Fundamental – Roberta Vaiano – 1ª edição – São Paulo, 2021 – Moderna – p. MP100.

Entendendo o conto:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Mede-palmo: espécie de lagarta. 

·        Tropicando: tropeçando.

02 – O que Emília descobre ao cavalgar o mede-palmos?

      Emília descobre uma espécie de "escada-rolante viva", usando o mede-palmos para descer até o chão.

03 – Como Emília descreve a sensação ao chegar ao chão?

      Ao chegar ao chão, Emília estranha a escuridão e a umidade. Ela menciona que é como se estivesse acostumando seus olhos à sombra depois de estar em um lugar muito iluminado.

04 – Qual foi a primeira impressão de Emília sobre o chão?

      Emília ficou surpresa com a aspereza do chão, percebendo que não era terra como ela conhecia, mas sim pedras irregulares. Ela tropeça e machuca os pés, constatando que a crosta do planeta é como uma pedreira sem fim.

05 – O que Emília compreende sobre os insetos ao observar o chão?

      Emília compreende o motivo de os insetos terem vários pés, percebendo que eles usam muitos pés para caminhar pelas infinitas pedreiras do chão. Ela entende que, com apenas dois pés, seria impossível para seres do tamanho dela caminhar nesse ambiente.

06 – Por que Emília menciona que os insetos têm vários pés?

      Emília menciona isso ao notar a quantidade de pedras no chão e compreender que a superfície é tão irregular que seria difícil caminhar com apenas dois pés. Ela conclui que os insetos têm muitos pés para se locomoverem nesse tipo de terreno.

 

 

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

TEXTO: NO LABIRINTO DE CRETA - MONTEIRO LOBATO - COM GABARITO

 TEXTO: NO LABIRINTO DE CRETA

               Monteiro Lobato

         Foram despertar na Ilha de Creta, onde logo descobriram o labirinto. Era um palácio imenso, com mil corredores dispostos de tal maneira que quem entrasse, nunca mais conseguiria sair – e acabaria devorado pelo monstro. O Minotauro só comia carne humana.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1Fss-6vCuBqkwOF3hJFJmvfFSGsDDpyX3gCADP7qfhs_EhxWzXdnzgTjoAExM-Af-pHP2bOD2jPYipDFxP5Zd3HwEJbaRbfCDQ2_H9aspRC-CEoTUy7vUjY_36TSMR32JhFQi54sE_rht3wzrXtbuYYrrXnFzy74Vm81zMglkA7SgvAXFpY_zxQjC7Zo/w181-h126/LABIRINTO.jpg


 Diante do labirinto, os três “pica-paus” pararam para refletir.

         — Quem entra, não sai mais e acaba no papo do monstro – disse Pedrinho - Mas nós sabemos o jeito de entrar e sair: é irmos desenrolando um fio de linha. Ah, se eu tivesse trazido um carretel...

         — Pois eu trouxe três! – gritou Emília triunfalmente - E dos grandes, número 50. Desça a mala, Visconde, abra-a.

        A mala foi descida e aberta. Emília tirou os carretéis e deu um a Pedrinho, outro ao Visconde, ficando com o terceiro.

         Entraram no Labirinto e foram desenrolando o primeiro carretel; quando a linha acabou, desenrolaram o segundo; e quando a linha do segundo acabou, começaram a desenrolar o terceiro. Eram corredores e mais corredores, construídos da maneira mais atrapalhada possível de propósito para que quem entrasse, não pudesse sair. Antes do terceiro carretel chegar ao fim, Emília “sentiu” a aproximação de qualquer coisa.

          Percebo uma catinga no ar – disse ela baixinho, farejando – O monstro deve ter seus aposentos por aqui...

         Uns passos mais e pronto: lá estava o Minotauro, numa espécie de trono, a mastigar lentamente qualquer coisa que havia numa grande cesta.

         — Mas como está gordo! – cochichou Emília - Muito mais que aquele célebre cevado que Dona Benta comprou do Elias Turco. Parece que nem pode erguer-se do trono.

         De fato, o monstro estava gordíssimo, quase obeso, com três papadas caídas; o seu corpanzil afundava dentro do tronco. Que teria acontecido?

         Mesmo assim, era perigoso aproximar-se, de modo que novamente, Emília recorreu ao Visconde.  

       — Vá lá, meu bem, chegue-se ao “gordo” e com muito cuidado peça informações sobre a tia Nastácia.

      — E se ele me devorar?

      — Não há perigo. Nem a Esfinge o devorou, quanto mais o Minotauro. Só as vacas devoram os sabugos.

      — Mas ele é um touro, e os touros também comem sabugos.

     — Menos este, que é antropófago. Vá sem medo.

    O Visconde arriou a maletinha e foi. Instantes depois, voltara.

    — E então? - perguntou Pedrinho.

    — Não fala, não responde. Perguntei por tia Nastácia e ele só me olhou com um olho parado, sempre a mastigar umas coisas que tira daquela cesta – “isto” e mostrou o que havia na cesta.

     Emília arrancou-lhe o “isto” da mão. Era um bolinho. Era um bolinho de tia Nastácia. Que alegria! Aquele bolinho era a prova mais absoluta que tia Nastácia estava lá – e viva! Pedrinho comeu o bolinho inteiro e lamentou que o Visconde só tivesse trazido um.

      — Vamos procurá-la com o resto de linha que ainda temos – disse Emília examinando o carretel - Há de dar.

 [...]

LOBATO, Monteiro. O Minotauro. Editora Brasiliense: São Paulo, 1954. p. 206-209.

O texto que você leu foi escrito por Monteiro Lobato, que criou obras consideradas clássicas da literatura infanto-juvenil brasileira. As aventuras do Sítio do Picapau Amarelo foram adaptadas para várias mídias e formatos, como séries para a televisão, histórias em quadrinhos, jogos etc. Conhecer essa obra de forma crítica é muito importante para compreender o universo fantástico e rico criado pelo autor.

 Após a leitura do texto, responda às questões propostas.

01.  O que o uso de aspas em “pica-paus” indica?

O uso das aspas indica uma referência a Pedrinho, Emília e Visconde (eles são os “pica-paus”, personagens do Sítio criado por Lobato).

02.  No texto, duas palavras estão em negrito: antropófago e cevado. Pesquise o significado delas. Sugere-se orientar os estudantes a pesquisarem o significado das palavras no dicionário (é importante tê-los na sala de aula) físico ou digital.

Antropófago: aquele que se alimenta de carne humana. 9 Cevado: nutrido, saciado.

03.  O que o comportamento da personagem Emília nos permite inferir sobre ela? E a personagem Visconde? Como o texto apresenta a relação dos dois?

Explicar aos estudantes sobre a inferência de informações no texto, fazendo a correlação entre as personagens apresentadas. Emília é precavida, pois leva os carretéis para marcar o caminho a fim de não se perderem na volta do labirinto. O Visconde demonstra submissão, pois segue todas as ordens de Emília.

04.  Como o uso dos carretéis iria ajudar as personagens a saírem do labirinto?

O uso dos carretéis ajudaria a encontrar o caminho de volta do labirinto, fazendo as marcações pelo caminho por onde passavam.

05.  Minotauro é um ser considerado antropófago. Isso se confirma no texto lido?

Sim, porque o Minotauro se alimentava de carne humana.