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terça-feira, 10 de dezembro de 2024

CONTO: JANELA SOBRE HERANÇA - EDUARDO GALEANO - COM GABARITO

 CONTO: Janela sobre herança

                Eduardo Galeano

          Pola Bonilla modelava barros e crianças. Ela era ceramista de mão-cheia e mestre-escola, nos campos de Maldonado; e, nos verões, oferecia aos turistas suas esculturas e chocolate com churros.

          Pola adotou um negrinho nascido na pobreza, dos muitos que chegam ao mundo sem ter com que, e criou-o como se fosse um filho.

          Quando ela morreu, ele já era homem crescido e com ofício. Então, os parentes de Pola disseram a ele:

          - Entre na casa e pode levar o que quiser.

          E ele saiu com uma fotografia dela debaixo do braço e se perdeu nos caminhos.

 

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgm9eHzwubkBagoGZRMkjZGRI5pIe6K1ZYA0irmXMtehYnHNCRtE_E40OvbAq-8QZkZZyXwtdrd4v0aoxKR1cAec3PB6NOcZjll9P2Q1GO8t0j7UlnhLYvfVI7uM7GkU1FfBygx7mpGkl-b_kTjCNXLLh1kq037PGcMk-agx3bdAbZJb_wl6VIvFB82eik/s1600/CERAMISTA.jpg

(Galeano Eduardo. As palavras andantes. Porto Alegre: L&PM,1994.p.170.)

 

Entendendo o texto

01- Marque (V) para efeitos de sentidos pertinentes ao texto-discurso e (F) para os efeitos de sentidos não pertinentes:

     a-( V ) Percebe-se o discurso de valorização e legitimação da prática social da adoção;

     b-(  F ) Percebe-se o discurso de que as características físicas devem ser consideradas, no instante da adoção;

    c-( V ) Percebe-se o discurso de valorização do desapego aos bens materiais;

    d-( V ) Percebe-se o discurso de desvalorização da herança tal qual existe, em nossa cultura;

     e-( F ) Percebe-se o discurso de valorização da herança tal qual existe, em nossa cultura;

     f-( F ) Percebe-se o discurso de que a maioria das crianças a serem adotadas são negras

     g-(  F  ) Percebe-se o discurso da gratidão pelo bem recebido;

02- O título “Janela sobre herança”, usado para nomear o texto-discurso, sugere:

     a- um jeito diferenciado de ver a herança, em nossa cultura;

     b- uma maneira de convencer as pessoas a não deixarem herança aos seus/suas;

     c- uma forma humorística de encarar a herança.

03- No enunciado Quando ela morreu, ele já era homem crescido e com ofício ...”, a conjunção sublinhada indica circunstância de:

     a- comparação;

     b- causa;

     c- consequência;

     d-tempo.

04- No enunciado ”Entre na casa e pode levar o que quiser”, a conjunção sublinhada  estabelece relação de:

       a- adversidade;

       b- alternância;

       c- adição;

       d- conclusão.

05- No enunciado  “Ele já era homem crescido e com ofício. Então, os parentes de Pola disseram a ele...”, a conjunção sublinhada  estabelece relação de:

       a- adversidade;

       b- conclusão;

       c- adição;

       d- alternância.

06-No enunciado ”Ela era ceramista de mão-cheia e mestre- escola, nos campos de Maldonado...”, a expressão sublinhada indica circunstância de:

      a- tempo;

      b- lugar;

      c- dúvida;

      d- intensidade.

07- No enunciado ”E, nos verões, oferecia aos turistas suas esculturas e chocolate com churros.”, a expressão grifada indica circunstância de:

      a- tempo;

      b- lugar;

      c- dúvida;

      d- intensidade.

08-Em: “E, nos verões, oferecia aos turistas suas esculturas e chocolate com churros.”, o verbo grifado tem o mesmo sentido que o enunciado em:

      a- dava aos;

      b- vendia aos;

      c- colocava-se à disposição dos;

      d- presenteava.

09- Em: “Pola Bonilla modelava crianças”, o verbo grifado tem o mesmo sentido que o enunciado em:

       a- fazia o molde delas;

       b- enfeitava-as;

      c-   instruía-as/educava-as;                                

       d- criticava-as.

10- Em: “Pola Bonilla modelava barros”, o verbo grifado tem o mesmo sentido que o enunciado em:

       a- fazia o molde deles;

       b- enfeitava-os;

       c- instruía-os/educava-os;

       d- criticava-os.

11-No argumento ”Quando ela morreu, ele já era homem crescido e com ofício...”, a expressão grifada sugere que ele era:

       a- jovem e com profissão definida;  

       b- belo e sem profissão indefinida;

       c- adulto e profissional definido;

       d- adolescente e profissional indefinido.

12- No enunciado ”Ela era ceramista de mão-cheia...”, a palavra destacada significa:

       a- razoável;

       b- ruim;

      c- excelente;

      d- mais ou menos

13- No enunciado “Dos muitos que chegam ao mundo, sem ter com que...”, a expressão destacada significa:

       a- em boa condição socioeconômica;

       b- em condição socioeconômica razoável;

       c- em condição socioeconômica excelente;

       d- em péssima condição socioeconômica.

14-Produza um texto-discurso sobre qual a herança principal que pretende dos seus pais.

A Herança Intangível

Ao refletir sobre a herança que desejo receber de meus pais, percebo que os bens materiais, por mais valiosos que sejam, ocupam um lugar secundário. A verdadeira riqueza que busco está nos valores, ensinamentos e exemplos que me foram transmitidos ao longo da vida.

A herança que mais almejo é a de caráter, a força interior que me permite enfrentar os desafios da vida com resiliência e integridade. A capacidade de amar, de perdoar, de ser solidário são tesouros que transcendem qualquer bem material.

Gostaria de herdar a curiosidade intelectual que me impulsiona a buscar conhecimento e a paixão pela vida que me faz apreciar cada momento. A humildade, a empatia e a capacidade de aprender com os erros são outras qualidades que considero essenciais.

Acredito que a maior herança que meus pais podem me deixar é o legado de uma família unida e amorosa, onde os valores éticos e morais são cultivados. Um lar onde posso encontrar apoio, conforto e inspiração para construir meu próprio caminho.

 

domingo, 6 de janeiro de 2019

CRÔNICA: CELEBRAÇÃO DA FANTASIA - EDUARDO GALEANO - COM GABARITO

CRÔNICA: Celebração da fantasia
                                Eduardo Galeano

 
        Foi na entrada da aldeia de Ollantaytambo, perto de Cuzco. Eu tinha-me livrado de um grupo de turistas e estava sozinho, olhando de longe as ruínas de pedra, quando um menino do lugar, esquelético, esfarrapado, se aproximou para me pedir que lhe desse como presente uma caneta. Eu não podia dar a caneta que tinha, porque estava a usá-la para fazer sei lá que anotações, mas ofereci-me para desenhar um porquinho na sua mão.
        Subitamente, correu a notícia. E de repente vi-me cercado por um enxame de meninos que exigiam, aos berros, que eu desenhasse nas suas mãozinhas, rachadas de sujidade e de frio, pele de couro queimado: havia os que queriam um condor e uma serpente, outros preferiam periquitos ou corujas, e não faltava quem pedisse um fantasma ou um dragão.
        E então, no meio daquele alvoroço, um desamparadozinho que não chegava a mais de um metro do chão, mostrou-me um relógio desenhado com tinta negra no seu pulso:
        — Quem me mandou o relógio foi um tio meu, que mora em Lima — disse ele.
        — E funciona bem? — perguntei.
        — Atrasa um pouco — reconheceu.

                                             Eduardo Galeano, O livro dos abraços.
Entendendo o texto:

01 – Na sua opinião, o título do texto é adequado? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno.

02 – Leia estes pares de orações:
I – Eu tinha me soltado de um grupo de turistas e estava sozinho.
II – Eu não podia dar a caneta porque estava usando-a.
III – Os meninos pediram que eu desenhasse em suas mãos.

a)   Do modo como estão dispostas, as orações de cada pares estão relacionadas por alguma palavra?
Não.

b)   Volte ao texto e identifique a palavra que liga as orações.
E, porque, que.

c)   No texto, a relação entre as orações de cada pares é explicitada por meio da palavra que as liga?
Sim.

03 – No texto, em qual pares de orações da questão anterior a palavra que liga uma oração à outra:
a)   Introduz a causa ou a explicação relativa ao que se afirmou antes?
No pares II.

b)   Estabelece uma relação de adição?
No pares I.

c)   Introduz uma oração que serve de objeto direto do verbo?
No pares III.




domingo, 30 de dezembro de 2018

CRÔNICA: REGRAS - EDUARDO GALEANO - COM GABARITO

CRÔNICA: Regras
                    Eduardo Galeano

        Chema brincava com a bola, a bola brincava com Chema, a bola era um mundo de cores e o mundo voava, livre e louco, flutuava no ar, rebotava onde queria, quicava para cá, para lá, de pulo em pulo; mas a mãe chegou e mandou parar.
        Maya López pegou a bola e guardou-a debaixo de sete chaves. Disse que Chema era um perigo para os móveis, para a casa, para o bairro e para a Cidade do México, e obrigou-o a calçar sapatos, sentar-se como se deve e a fazer o dever de casa.
        -- Regras são regras – disse ela.
        Chema ergueu a cabeça:
        -- Eu também tenho as minhas regras - disse. E disse que, na sua opinião, uma boa mãe deveria obedecer às regras do filho:
        -- Me deixar brincar enquanto eu quiser, e andar descalço, e não ir na escola nem nada parecido. E mudar de casa todo dia. E não me obrigar a dormir cedo.
        E olhando para o teto, como quem não quer nada, acrescentou:
        -- E você tem de ser minha noiva.
                                              Bocas do Tempo. Eduardo Galeano.
Porto Alegre: L&PM, 2010. p. 59.
Entendendo o texto:
01 – No texto, a mãe, para levar o filho a comportar-se como ela quer, afirma: “– Regras são regras”. Que estratégia o garoto adota par escapar às determinações da mãe?
      Ele contrapõe outras regras, estabelecidas por ele próprio, às regras defendidas pela mãe.

02 – Classifique o predicado destas orações:
a)   “A bola era um mundo de cores”. Predicado nominal.

b)   “O mundo voava, livre e louco”. Predicado verbo-nominal.

c)   “Chema era um perigo par os móveis.” Predicado nominal.

d)   “Regras são regras.” Predicado nominal.

e)   “Eu também tenho as minhas regras.” Predicado verbal.

f)    “Você tem de ser minha noiva.” Predicado nominal.

03 – No trecho: “– Me deixar brincar enquanto eu quiser, e andar descalço”:
a)   A quem se refere o termo descalço? Que função sintática ele desempenha?
Refere-se ao próprio menino. A função sintática de descalço é predicado do sujeito.

b)   Qual é a predicação do verbo andar?
Verbo intransitivo.

c)   Como se classifica o predicado da oração “e andar descalço”?
Predicado verbo-nominal.