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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

POEMA: COLEIRINHO (FRAGMENTO) - LUÍS GAMA - COM GABARITO

 Poema: Coleirinho (fragmento)

             Luís Gama

Canta, canta Coleirinho,
Canta, canta, o mal quebranta;
Canta, afoga mágoa tanta
Nessa voz de dor partida;
Chora, escravo, na gaiola
Terna esposa, o teu filhinho,
Que, sem pai, no agreste ninho
Lá ficou sem ti, sem vida.

[...]

GMA, Luís. In: FARIA, Antônio A. M. de; PINTO, Rosalvo G. (Org.). Poemas brasileiros sobre trabalhadores. Belo Horizonte: Fale/UFMG, 2011. p. 59.

Fonte: Linguagens e suas tecnologias – Volume I – 1° ano – SEDUC – Thelma de Carvalho Guimarães – p. 33-4.

Entendendo o poema:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Coleirinho: espécie de pássaro que habita grande parte do território brasileiro.

·        Quebranta: vence, domina.

02 – O poema é construído com base em uma comparação entre duas imagens. Como se dá essa comparação?

      O poema compara a situação dos escravos no Brasil à de um pássaro preso na gaiola.

03 – Dentro da comparação que você descreveu, o que o “agreste ninho” a que o poema se refere poderia representar?

      A África, onde o escravo foi capturado.

04 – Qual vogal se repete do primeiro ao terceiro versos? E qual se repete do quarto verso em diante?

      Do primeiro ao terceiro versos se repete a vogal a. Do quarto verso em diante, repete-se a vogal i. Como, porém, essas vogais são muito comuns no português, podemos considerar que a única repetição estilisticamente marcada é a da vogal i.

05 – Podemos relacionar essas diferentes assonâncias (repetições de sons vocálicos) à mudança na temática dos dois grupos de versos e nas emoções que se pretende expressar em cada um deles. Explique essa afirmação.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Do primeiro ao terceiro versos, o eu lírico fala do canto do pássaro / homem e da capacidade que o canto tem de amenizar suas mágoas. Do quarto verso em diante, o eu lírico passa a falar das perdas que esse homem sofreu e das dores que isso lhe causou. Portanto, podemos dizer que, nos primeiros versos, a vogal a ressalta a amplidão e a pureza do canto, ao passo que, do quarto verso em diante, o i marca a agonia e a solidão do cativo.