domingo, 29 de dezembro de 2024

ARTIGO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA: ROBÔ BRASILEIRO TEM SUCESSO EM PREVER MORTES POR DOENÇAS RESPIRATÓRIAS - (FRAGMENTO) - P.WATANABE - COM GABARITO

 Artigo de divulgação científica: Robô brasileiro tem sucesso em prever mortes por doenças respiratórias – Fragmento

        Com inteligência artificial, pesquisadores da USP analisaram dados de pessoas de São Paulo com 60 anos ou mais

        Imagine prever com exatidão como e quando uma pessoa irá morrer. Uma realidade tão determinista parece um tanto distante —se é que é possível —, mas pesquisadores da USP conseguiram, com uso de machine learning (aprendizado de máquina), um elevado nível de predição de mortes por doenças respiratórias.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3dbOKy5rs5KGPmVOtr_0HCyDH8y_ItdK8po0Hzto2LgJd1IRQfz3Y_a1EpvR6WQOTv-nVqoHARGP4by679_TcGuJxEjUDf0FxfCBmJ2iA6-IjRFrpFoBEbM39beyEeECCbMv0kWb7u8gCrq3AaUtbTX0V-SQxhEciSjvTPlzTTEqtiprkx8MPeAnQTXk/s320/ROBO.jpg


        A partir de inteligência artificial, os cientistas conseguiram identificar até 88% de mortes por problemas respiratórias. Dentro do grupo de pessoas estudadas, os pesquisadores também fizeram uma classificação do menor ao maior risco para mortes por essas doenças. No conjunto com maior risco (25% da amostra), estavam 100% das mortes respiratórias.

        [...]

        A essa altura, você já deve, em algum momento dos últimos anos, ter ouvido falar em machine learning. A ideia é, de modo bem resumido e geral, alimentar um programa com um determinado volume de informações como forma de treinamento. O objetivo, nessa fase, é que a aplicação consiga perceber padrões nesses dados — que talvez escapem aos olhos humanos.

        Em seguida, outro conjunto de dados é apresentado ao programa para que ele tente identificar padrões — e apresente respostas que nós, humanos, não conseguimos dar.

        Pesquisadores da USP fizeram exatamente isso com dados de paulistanos com 60 anos ou mais coletados nas últimas duas décadas.

        Os cientistas do Labdaps (Laboratório de Big Data e Análise Preditiva em Saúde) da faculdade de saúde pública da USP usaram a base de dados da pesquisa Sabe (Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento), da mesma faculdade, focada em pessoas da cidade de São Paulo com 60 anos ou mais.

        Na pesquisa do Labdaps publicada esta semana na revista Age and Ageing, foram observadas as causas de mortes das pessoas nos cinco anos posteriores às entrevistas feitas pela Sabe, que teve início em 2000, com coletas de dados em anos posteriores. Para o estudo com algorítmos de machine learning, os cientistas usaram os dados coletados em 2006 e 2010 pela Sabe, o que totalizou 1.767 pessoas.

        A Sabe, porém, não foi feita para apontar mortalidade. Por isso, os pesquisadores tiveram que cruzar essas informações com os dados de mortes do município de São Paulo.

        Com o cruzamento feito, o algoritmo de machine learning foi alimentado, para treinamento, com 70% do banco de dados. Os outros 30% foram usados para o teste de predição.

        Segundo os autores, trata-se de um dos estudos mais amplos já feitos com predição de morte em populações grandes. "O que existe na literatura é aplicação de machine learning para identificação de risco em populações específicas. Por exemplo, em pessoas que já apresentam problemas cardíacos, em pessoas que já têm diagnóstico de câncer", afirma Carla Nascimento, doutoranda em saúde pública pela USP, pesquisadora do Labdaps e uma das autores do estudo.

        [...]

        "Abre um leque de possibilidades de iniciar medidas preventivas ao ponto de conseguir evitar que a morte ocorra", diz Alexandre Chiavegatto Filho, diretor do Labdaps. "Não é algo 'você vai morrer e não tem o que fazer em relação a isso'. O grande interesse de saber é evitar que isso aconteça."

        [...]

        O diretor do Labdaps imagina que, quando estiverem amplamente disponíveis, mecanismos do tipo serão bem recebidos pela comunidade médica. Ele compara a situação com o aplicativo Waze, que apresenta opções de rota de acordo com inúmeros dados coletados aos quais o condutor não necessariamente teria acesso fácil.

        "É impressionante a quantidade de decisões difíceis e complexas que os médicos tomam ao longo do seu dia", diz Chiavegatto Filho. "O médico passa muito tempo coletando informações de pacientes e recebe de volta informações dispersas. Nada que unifique essa informação toda e ajude a tomar uma decisão. É isso que a inteligência artificial está trazendo."

WATANABE, P. “Robô brasileiro tem sucesso em prever mortes por doenças respiratórias.” Folha de São Paulo. 7 maio 2021. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2021/05/robo-brasileiro-tem-sucesso-em-prever-mortes-por-doencas-respiratorias.shtml. Acesso em: 2 jun. 2021.

Fonte: Maxi: Séries Finais. Caderno 2. Língua Portuguesa – 6º ano. 1.ed. São Paulo: Somos Sistemas de Ensino, 2021. Ensino Fundamental 2. p. 53-54.

Entendendo o artigo:

01 – Qual a principal descoberta da pesquisa realizada pela USP?

      A pesquisa conseguiu prever com alta precisão (até 88%) as mortes por doenças respiratórias em uma população idosa, utilizando técnicas de machine learning.

02 – Como os pesquisadores conseguiram essa alta taxa de precisão nas previsões?

      Os pesquisadores utilizaram um grande volume de dados de saúde de uma população idosa, alimentando um algoritmo de machine learning para identificar padrões e relações entre as variáveis, permitindo assim realizar previsões mais precisas.

03 – Qual o objetivo principal dessa pesquisa?

      O objetivo principal é desenvolver ferramentas que permitam identificar indivíduos com maior risco de morte por doenças respiratórias, a fim de implementar medidas preventivas e melhorar a qualidade de vida dessa população.

04 – Quais os benefícios dessa pesquisa para a área da saúde?

      Essa pesquisa abre caminho para o desenvolvimento de ferramentas de apoio à decisão médica, permitindo identificar precocemente pacientes de risco e implementar tratamentos personalizados, o que pode levar à redução da mortalidade por doenças respiratórias.

05 – Quais os dados utilizados na pesquisa?

      Os pesquisadores utilizaram dados da pesquisa Sabe (Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento), que coletou informações de saúde de pessoas com 60 anos ou mais na cidade de São Paulo.

06 – Como o machine learning foi utilizado nessa pesquisa?

      O machine learning foi utilizado para identificar padrões nos dados de saúde da população estudada, permitindo prever a ocorrência de mortes por doenças respiratórias. O algoritmo foi treinado com uma parte dos dados e testado com outra parte, para avaliar sua precisão.

07 – Quais as implicações futuras dessa pesquisa?

      Essa pesquisa demonstra o potencial da inteligência artificial para transformar a área da saúde, permitindo a criação de ferramentas mais precisas e personalizadas para a prevenção e tratamento de doenças. No futuro, essa tecnologia pode ser aplicada a outras doenças e populações, melhorando a qualidade de vida e a expectativa de vida das pessoas.

 

 

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