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sexta-feira, 1 de setembro de 2017

SIMULADO - SIMBOLISMO - COM GABARITO


EXERCÍCIOS E TESTES DE VESTIBULARES – SIMBOLISMO        

1 – (VUNESP-SP) Dos trechos poéticos abaixo, apenas um contém o conjunto das seguintes características: estilo simbolista, imagens tendentes a eludir a realidade sensível, várias aliterações, várias sinestesias, repetições visando à musicalidade da composição literária. Assinale-o:

               
               a)Eu não busco saber o inevitável
   Das espirais da tua vão matéria.
   Não quero cogitar da paz funérea
   Que envolve todo o ser inconsolável.
     b)E o teu perfil oscila, treme, ondula,
         Pelos abismos eternais circula...
         Circula e vai gemendo e vai gemendo
         E suspirando outro suspiro horrendo.
         E a sombra rubra que te vai seguindo
         Também parece ir soluçando e rindo
         Ir soluçando, de um soluço cavo
         Que dos venenos traz o torvo avo.
      c)Envelheces de tédio, de cansaço,
         De ilusões e de cismas e de penas,
         Como envelhece no celeste espaço
         O turbilhão das estrelas serenas.
         O amor os corações fez interdito
         Ao teu magoado coração cativo
         E apagou-te os sublimes infinitos
         Do seu clarão fecundar e vivo.
   
 d)Oh! vós que não dormis e que nas noites tristes,
     Falais à Natureza – esta Esfinge embusteira,
     Revolvendo este abismo eternamente mudo;
     Dizei-me se isto tudo, acaso não sentistes,
     A rir como Voltaire, a rir como caveira,
     A rir de vós, a rir de mim, a rir de tudo? ...
  e)Não procureis qualquer nexo naquilo
     Que os poetas pronunciam acordados,
     Pois eles vivem no âmbito intranquilo
     Em que se agitam seres ignorados.

2 – (MACK-SP):
               “Nomear um objeto é suprimir três quartos do prazer do poema, que é feito da felicidade em adivinhar pouco a pouco; sugeri-lo, eis o sonho... deve haver sempre enigma em poesia, e é o objetivo da Literatura – e não há outro – evocar os objetos”.
O trecho acima resume parte da ideologia de importante movimento literário. Assinale a alternativa em que se encontra o nome do mesmo.
a – Simbolismo.
b – Romantismo.
c – Barroco.
d – Parnasianismo.
e – Modernismo.


3 – (FATEC-SP):
    E sons soturnos, suspiradas mágoas,
mágoas amargas e melancolias,
   No sussurro monótono das águas,
   Noturnamente, entre ramagens frias.

  Vozes veladas, veludosas vozes,
   Volúpias dos violões, vozes veladas,
   Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.

a)Indique o recurso literário evidente no trecho de Violões que choram, poema de Cruz e Souza, e:
O recurso literário evidente é a aliteração.
b)Explique o efeito obtido pelo autor através deste recurso.
O efeito obtido é a sugestão musical (som do violão).

4 – (CEFET-MG):
                 Do imenso mar maravilhoso, amargos
                 Marulhos murmurem compungentes,
                 Cânticos virgens de emoções latentes
                 Do sol nos mornos, mórbidos letargos...

A estrofe acima apresenta características de um poeta:
a – Romântico.
b – Barroco.
c – Modernista.
d – Simbolista.
e – Parnasiano.

5 – (PUC-RS) A teoria da correspondência entre o material e o espiritual, a teoria de que a imaginação é a faculdade essencial do poeta, porque lhe permite recriar a realidade segundo nova perspectiva, a afirmação de que “as imagens não são um ornamento poético, mas uma revelação da realidade profunda das cousas”, são traços da estética:
a – Romântica.
b – Parnasiana.
c – Simbolista.
d – Impressionista.
e – Modernista.


6 – (PUC-RS):

        O ser que é ser e que jamais vacila
    Nas guerras imortais entra sem susto
     Leva consigo este brasão augusto
  Do grande amor, da grande fé tranquila.

      Os abismos carnais da triste argila
      Ele o vence sem ânsias e sem custo
      Fica sereno, num sorriso justo,   
      Enquanto tudo em derreter oscila.







Fugindo do mundo material, a poesia simbolista de Cruz e Souza, como ilustram as duas estrofes, busca a:
a – Utopia.
b – Transcendência.
c – Amargura.
d – Humildade.
e – Saudade.

7 – (PUC-SP):
                Mãos que os lírios invejam; mãos eleitas
                Para aliviar de Cristo os sofrimentos
                Cujas veias azuis parecem feitas
                Da mesma essência astral dos óleos bentos.
O vocabulário litúrgico, a religiosidade, a musicalidade da estrofe acima vinculam-na ao:
a – Romantismo.
b – Parnasianismo.
c – Simbolismo.
d – Impressionismo.
e – Modernismo.

8 – (FATEC-SP) O Simbolismo tem mais correlação com a música que com a pintura ou arquitetura. Por quê?
     Porque os interesses simbolistas estão muito mais ligados à sensibilidade que à concretude.

9 – (PUC-RS):
                 Ninguém anda com Deus mais do que eu ando,
                 Ninguém segue os seus passos como eu sigo,
                 Não bendigo a ninguém e nem maldigo:
                 Tudo é morte num peito miserando.

                 Vejo o sol, vejo a luz e todo bando
                 Das estrelas no olímpico jazigo.
                 A misteriosa mão de Deus o trigo
                 Que ela plantou aos poucos vai ceifando.

Um dos temas marcantes da poesia simbolista de Alphonsus Guimaraens é a ... profunda e pessoal, como ilustram as estrofes citadas.
a – Delicadeza.
b – Melancolia.
c – Religiosidade.
d – Ternura.
e – Evasão.

10 – (MACK-SP) O estilo literário que mais procurou aproximar a poesia da música foi:
a – Romantismo.
b – Simbolismo.
c – Parnasianismo.
d – Realismo.
e – Arcadismo.

11 – (USF-SP):
                   A Música da Morte, a nebulosa,
                   Estranha, imensa música sombria,
                   Passa a tremer pela minh’alma e fria
                   Gela, fica a tremer, maravilhosa...

Os versos acima são característicos da época:
a – Barroca, por seu sentimento religioso.
b – Romântica, pelo acentuado subjetivismo e pela presença da morte.
c – Parnasiana, por sua preocupação formal e pela descrição objetiva.
d – Simbolista, por seus recursos expressivos que sugerem mistério e fluidez.
e – Pré-modernista, pelo reflexo dos conhecimentos científicos na poesia.


12 – (MACK-SP) Assinale a alternativa onde há um texto que não pode ser encaixado no Simbolismo brasileiro:

a – Indefiníveis músicas supremas,
      Harmonias da Cor e do Perfume...
      Horas do Ocaso, trêmulas, extremas,
      Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume...
b – Mas essa dor da vida devora
      A ânsia de glória, o dolorido afã...
      A dor no peito emudecera ao menos
      Se eu morresse amanhã.
c – Harmonias que pungem, que laceram,
      Dedos nervosos e ágeis que percorrem
      Cordas e um mundo de dolências geram,
      Gemidos, prantos, que no espaço morrem...
d – Vê como a Dor te transcendentaliza!
      Mas no fundo da Dor crê nobremente,
      Transfigura o teu ser na força crente
      Que tudo forma belo e diviniza.
e – Sinto-as agora, ao luar, descendo juntas,
      Grandes, magoadas, pálidas, tateantes,
      Cerrando os olhos das visões defuntas...
      Brumosas mãos que vêm brancas, distantes,
      Fechar ao mesmo tempo tantas bocas...

13 – (PUCCAMP-SP) São características da poesia de Cruz e Sousa:
a – Crença de que o espírito pode apreender a realidade das coisas, traçando firmemente seus contornos; versos livres; musicalidade a serviço do espiritualismo.
b – Abandono das visões ideais sobre o amor, por uma descrição mais direta do corpo e dos desejos; anti-romantismo; busca das “correspondências” entre os seres.
c – Cuidado formal, através do verso bem ritmado, do vocabulário raro r preciso, dos efeitos plásticos e sonoros capazes de impressionar os sentidos; objetividade na descrição do mundo.
d – Repúdio ao sentimentalismo; adoção dos temas divulgados pela ciência e pela filosofia naturalista; apego ao soneto
e – Crença de que o poema representa uma tentativa de aproximação da realidade oculta das coisas, que a sugerem sem esgotá-la; busca de ritmos musicais e insinuantes; vocabulário litúrgico, para acentuar o mistério.

14 – (UEL-PR) Assinale a alternativa que contém apenas características da estética simbolista:
a – Temática social; hermetismo; valorização dos tons fortes; materialismo; antítese.
b – Temática intimista; ocultismo; valorização dos tons fortes; espiritualidade; sinestesia.
c – Temática intimista; hermetismo; valorização do branco e da transparência; espiritualidade; sinestesia.
d – Temática bucólica; hermetismo; valorização do branco e da transparência; espiritualidade; antítese.
e – Temática bucólica; ocultismo; valorização das tonalidades verdes; materialismo; sinestesia.


15 – (UFV-MG):
                   Eternas, imortais origens vivas 
                   Da luz, do Aroma, segredantes vozes
                  Do mar e luares de contemplativas
                  Vagas visões volúpicas, velozes...

                  Aladas alegrias sugestivas
                  De asa radiante e branda de albornozes,
                  Tribos gloriosas, fúlgidas, altivas,
                  De condores e de águias e albatrozes...

                  Espiritualizai nos Astros loucos,
                  Do sol entre os clarões imorredouros
                 Toda esta dor que na minh’alma clama...

                   Quero vê-la subir, ficar cantando
                   Nas chamas das Estrelas, dardejando
                   Nas luminosas sensações da chama.
                                                                                   Cruz e Sousa.
Das alternativas que se seguem, apenas uma não corresponde à leitura interpretativa do poema. Assinale-a:
a – Visão objetiva da realidade, em que a técnica sobrepõe-se à imaginação.
b – Preferência por uma luminosidade que torna os elementos nebulosos e imprecisos.
c – Valorização da sinestesia, acentuando a correspondência entre imagens acústicas, visuais e olfativas.
d – Sublimação, através dos astros, de toda a dor que a alma clama.
e – Predomínio da sugestão e uso de símbolos para a representação do mundo.

16 – (PUC-RS) Uma obra simbolista expressa o culto ao vago, o poder sugestivo da palavra e o lirismo nebuloso e transcendente. A alternativa que exemplifica tal afirmação é:
a – Ai, palavras, ai, palavras,
      Que estranha potência a vossa!
      Ai, palavras, ai, palavras,
      Sois de vento, ides no vento,
      No vento que não retorna,
      E, em tão rápida existência,
      Tudo se forma e transforma!
b – Busca palavras límpidas e castas
       Nova e raras, de clarões ruidosos,
       Dentre as ondas mais pródigas, mais vastas
       Dos sentimentos mais maravilhosos.
c – Eu fiz um poema belo e alto
      Como o girassol de Van Gogh
      Como um copo d chope sobre o mármore
      De um bar
      Que o raio de sol atravessa.
d – Minha mãe, manda comprar um quilo de papel almaço na venda
      Quero fazer uma poesia
      Diz a Amélia para preparar um refresco bem gelado
      E me trazer muito devagarinho.
      Não corram, fechem todas as portas a chave
      Quero fazer uma poesia.
e – Oh! Bendito o que semeia
      Livros, livros à mão cheia...
      E manda o povo pensar!
      O livro caindo n’alma
      É germe – que faz a palma,
      É chuva – que faz o mar.


(VUNESP-SP) As questões de números 17 e 18 se baseiam num fragmento do poema-canção Trilhos urbanos, do artista Caetano Veloso, e numa passagem de Viagens na minha terra, do simbolista Antônio Nobre (1967 – 1900), escritor que retoma princípios estéticos do Romantismo Português, sendo precursor da modernidade.


        TRILHOS URBANOS



                               O melhor o tempo esconde
                               Longe, muito longe,
                               Mas bem dentro aqui,
                               Quando o bonde dava a volta ali.
                               No cais de Araújo Pinho,
                               Tamarindeirinho,
                               Nunca me esqueci
                               Onde o Imperador fez xixi.

                               Cana doce, Santo Amaro,
                               O gosto muito raro
                               Trago em mim por ti,
                               E uma estrela sempre a luzir.
                               Bonde da Trilhos Urbanos
                               Vão passando os anos
                               E eu não te perdi:
                               Meu trabalho é te traduzir...
                                                             Caetano Veloso. Cinema transcendental.
                                                                                 LP 6349 436, Polygram, 1979.
                             
           

          VIAGENS NA MINHA TERRA
                   Às vezes, passo horas inteiras
                   Olhos fitos nestas braseiras,
                   Sonhando o tempo que lá vai;
                   E jornadeio em fantasia
                   Essas jornadas que eu fazia
                Ao velho Douro, mais meu Pai.

                  Que pitoresca era a jornada!
                  Logo, ao subir da madrugada,
                  Prontos os dois para partir:
          Adeus! Adeus! É curta a ausência,
                  Adeus! – rodava a diligência
                  Com campainhas a tinir!


                  E, dia e noite, aurora a aurora,
                  Por essa doida terra fora,
                  Cheia de Cor, de Luz, de Som,
                  Habituado à minha alcova
                  Em tudo eu via coisa nova,
                  Que bom era, meu Deus! que bom!

                  Moinhos ao vento! Eiras! Solares!
                  Antepassados! Rios! Luares!
                  Tudo isso eu guardo, aqui ficou:
                  Ó paisagem etérea e doce,
                  Depois do Ventre que me trouxe,
                  A ti devo eu tudo que sou!

                                  Só, 1892. In: NOBRE, Antônio. Poeta – Nossos clássicos.
                                                                      Rio de Janeiro, Agir, 1959. p. 45-46.

17 – Os textos em pauta atualizam um tema muito frequente no Romantismo, e recorrente a literatura de todos os tempos. Levando-se em consideração que se trata de poemas autobiográficos, releia com atenção os versos de Caetano Veloso e Antônio Nobre e, a seguir:
a – Responda qual é a temática dominante em ambos os textos;
A temática dominante em ambos é a da saudade dos tempos da infância.

b – Explique a significação conotativa do signo “traduzir”, em Trilhos urbanos.
O verbo traduzir conota “interpretar”, “dar significância”.

18 – O estilo simbolista, do qual Antônio Nobre é um dos principais representantes na literatura portuguesa, costuma extrair efeitos poéticos através da utilização de recursos gráficos: emprego de iniciais maiúsculas em substantivos comuns, palavras grafadas com letras em itálico e negrito. Esses procedimentos – acreditavam os simbolistas – ajudariam a enriquecer o sentido simbólico das palavras no contexto. Tendo em vista este comentário:
a – Interprete a significação do substantivo “Ventre” (grafado com inicial maiúscula), na última estrofe de Viagens na minha terra;
“Ventre” representa a figura materna.

b – Responda se é possível estabelecer uma relação de identidade simbólica entre o advérbio aqui (em itálico), no poema de Antônio Nobre, e “aqui”, na primeira estrofe de Trilhos urbanos.
SIM. Em ambos, o advérbio indica “dentro do peito”.

As questões de números 19 e 20 tomam por base um texto do poeta simbolista brasileiro Alphonsus de Guimaraens (1870 – 1921).
                    Eras a sombra do poente
                    Eras a sombra do poente
                    Em calmarias bem calmas;
                    E no ermo agreste, silente,
                    Palmeira cheia de palmas.
                   
                    Eras a canção de outrora,
                    Por entre nuvens de prece;
                    Palidez que ao longe cora
                    E beijo que aos lábios desce.

                     Eras a harmonia esparsa
                     Em violas e violoncelos:
                     E como um vôo de garça
                     Em solitários castelos.
 
                     Eras tudo, tudo quanto
                     De suave esperança existe;
                     Manto dos pobres e manto
                     Com que as chagas me cobriste.

                     Eras o Cordeiro, a Pomba,
                     A crença que o amor renova...
                     És agora a cruz que tomba
                     À beira da tua cova.
                                                 Pastoral aos crentes do amor e da morte, 1923.
                                              In: Guimaraens, A. de. Poesias – I. Rio de Janeiro.
                                                                                       Org. Simões, 1955. p. 284.


19 – O texto em pauta, de Alphonsus de Guimaraens, apresenta nítidas características do Simbolismo literário brasileiro. Releia-o com atenção e, a seguir:
a – Aponte duas características tipicamente simbolistas do poema;
Uma característica é a preferência pela hora crepuscular; outra é a referência à música.
b – Com base em elementos do texto, comprove sua resposta.
“A sombra do poeta”; “a harmonia esparsa. Em violas e violoncelos”.

20 – A reiteração é um procedimento que, aplicado a diferentes níveis do discurso, permite ao poeta obter efeitos de musicalidade e ênfase semântica. Para tanto, o escritor pode reiterar fonemas (aliterações, assonâncias, rimas), vocábulos, versos, estrofes, ou, pelo processo denominado “Paralelismo”, retomar as mesmas estruturas sintáticas de frases, repetindo alguns elementos e fazendo variar outros. Tendo em vista estas observações:
a – Identifique no poema de Alphonsus um desses procedimentos.
O uso do verbo ser, na segunda pessoa do singular do pretérito imperfeito do indicativo, consiste em reiteração – trata-se da anáfora.
b – Servindo-se de uma passagem do texto, demonstre o processo de reiteração que você identificou no item a.
“Eras a sombra do poente”; “Eras a canção de outrora”.

                    

            




        

         

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

SIMBOLISMO/PARNASIANISMO/MODERNISMO - QUESTÕES COM GABARITO

QUESTÕES DE VESTIBULARES -

SIMBOLISMO/PARNASIANISMO/
MODERNISMO 

01 – (UEL-PR) Assinale a alternativa que contém apenas características da estética simbolista.
   a)   Temática social; hermetismo; valorização dos tons fortes; materialismo; antítese.
   b)   Temática intimista; ocultismo; valorização dos tons fortes; espiritualidade; sinestesia.
c)     Temática intimista; hermetismo; valorização do branco e da transparência; espiritualidade; sinestesia.
d)    Temática bucólica; hermetismo; valorização do branco e da transparência; espiritualidade; antítese.
e)     Temática bucólica; ocultismo; valorização das tonalidades verdes; materialismo; sinestesia.

02 – (MACK-SP):
          Nomear um objeto é suprimir três quartos do poema, que é feito da felicidade em adivinhar pouco a pouco; sugeri-lo, eis o sonho... deve haver enigma em poesia, e é o objetivo da Literatura – e não há outro – evocar os objetos.
        O trecho acima resume parte da ideologia de importante movimento literário. Assinale a alternativa em que se encontra o nome do mesmo.
a)     Simbolismo.
b)    Romantismo.
c)     Barroco
d)    Parnasianismo.
e)     Modernismo.

03 – (PUC-RS):
      Noiva de Satanás, Arte maldita,
      Mago Fruto letal e proibido,
      Sonâmbulo do além, do Indefinido
      Das profundas paixões, Dor Infinita.
           A linguagem do poema situa-o no:
a)     Romantismo.
b)    Parnasianismo.
c)     Impressionismo.
d)    Simbolismo.
e)     Modernismo.


04 – (ENC-SP):
                        CAMINHO
        Tenho sonhos cruéis; n’alma doente
        Sinto um vago receio prematuro.
        Vou a medo na aresta do futuro,
        Embebido em saudades do presente...
        Saudades desta dor que em vão procuro
        Do peito afugentar bem rudemente,
        Devendo, ao desmaiar sobre o poente,
        Cobrir-me o coração dum véu escuro! ...
        Porque a dor, esta falta d’harmonia,
        Toda a luz desgrenhada que alumia
        As almas doidamente, o céu d’agora,
        Sem ela, o coração é quase nada:
        Um sol onde expirasse a madrugada,
        Porque é só madrugada quando chora.
        (...)
              Camilo Pessanha, no contexto geral de sua obra, trata do sentimento de dor.

 Com base nisso, considere as seguintes afirmações a respeito do soneto acima:
I – O sentimento de dor, metaforizado pelo sol, é rejeitado pelo sol, é rejeitado pelo poeta porque lhe provoca sonos cruéis.
II – O sentimento de dor, metaforizado pela madrugada, ainda enquanto sofrimento, é essencial ao coração humano.
III – A dor, metaforizada pelo sol, é rejeitada pelo poeta porque falta a ela um pouco de harmonia.
IV – O poeta experimenta um sentimento ambivalente em relação à dor.
Interpreta corretamente o soneto o que se afirma apenas em:
a)     I.
b)    II.
c)     I e IV.
d)    II e III.
e)     II e IV.

05 – (CESESP) “O ___________ está para o Parnasianismo, assim como a ______________ está para Simbolismo”.
A alternativa que não preenche as lacunas é:
a)     Verso de ouro – dimensão mística.
b)    Artesanato da palavra – liturgia.
c)     Culto da forma – musicalidade.
d)    Lirismo exacerbado – realidade chã.
e)     Perfeccionismo métrico – flexibilidade.


06 – (ENC-SP):
        Procuro despir-me do que aprendi,
        Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,
        E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos,
        Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras,
        Desembrulhar-me e ser eu, não...
        Mas um animal humano que a natureza produziu.

     No trecho acima, de auto explicação de um poeta cuja marca é o desejo de libertação da carga civilizatória, procurando conscientemente a espontaneidade através do contato direto com a natureza (forma de “redescobrir o mundo”), deixamos um lacuna no verso 5.
Ela deve ser preenchida por:
a)     Fernando Pessoa.
b)    Ricardo Reis.
c)     Alberto Caeiro.
d)    Álvaro de Campos.
e)     Mário de Sá-Carneiro.


07 – (ENC-SP):
       Quando, Lídia, vier o nosso outono
   Com o inverno que há nele reservarmos
       Um pensamento, não para a futura
       Primavera, que é de outrem,
Nem para o estilo, de quem somos mortos,
       Senão para o que fica do que passa,
       O amarelo atual que as folhas vivem
       E as torna diferente.
                                         Ricardo Reis.

        Assinale a alternativa correta sobre o texto acima:

a)     Para as folhas há cores mais atuais e outras mais antiquadas.
b)    Não chegaremos vivos até a primavera.
c)     Cada verão, marcando o início do ano, marca também a esperança de uma nova vida para nós.
d)    Não há como impedir o fatal ciclo solar das estações.
e)     Só a vivência de cada momento presente merece lembrança futura.


08 – (ENC-SP):
    Não a ti, Cristo, odeio ou te não quero.
  Em ti como nos outros creio deuses mais velhos.
      Só te tenho por não mais e nem menos
      Do que eles, mas mais novo apenas.
   Odeio-os sim, e a esses com calma aborreço,
      Que te querem acima dos outros teus iguais deuses.
      Quero-te onde tu ‘stás, nem mais alto
      Nem mais baixo que elas, tu apenas.
      Deus triste, preciso talvez por que nenhum havia
      Como tu, um a mais no panteão e no culto,
      Nada mais, nem mais alto nem mais puro
      Porque para tudo havia deuses, menos tu.
      Cura tu, idólatra exclusivo de Cristo, que a vida
      É múltipla e todos os dias são diferentes dos outros,
      E só sendo múltiplos como eles
      ‘Staremos com verdade e sós.

        Essa postura de Ricardo Reis frente à imagem de Cristo sugere que o poeta:
a)     Aceita Cristo como um Deus a mais, porque, apesar de pagão, considera-o uma divindade superior às da antiguidade greco-latina.
b)    Aceita Cristo apenas como um Deus a mais, em nome de uma visão múltipla da realidade, própria da mentalidade pagã.
c)     Rejeita o Cristianismo, porque abraça os ideais do Paganismo, que supunham a negação da existência de uma divindade triste.
d)    Divide-se entre os princípios pagãos sensualistas e os princípios cristãos espiritualistas, criando com isso uma tensão em sua poesia.
e)     Se sente impedido a aceitar os princípios cristãos, ainda que isto lhe custe a renúncia aos valores do paganismo.


09 – (ENC-SP):
     Frêmito de meu corpo a procurar-te,
     Febre das minhas mãos na tua pele
     Que cheira a âmbar, a baunilha e a mel,
     Doido anseio dos meus braços a abraçar-te,
     Olhos buscando os teus por todas a parte,
     Sede de beijos, amargos de fel,
     Estonteante fome, áspera e cruel,
     Que nada existe que a mitigue e a farte!

        Considere as afirmações a respeito das quadras de Florbela Espanca:

I – O recorrente apelo sensual na poesia de Florbela Espanca indicia seu flagrante modernismo, pelo fato de desafiar as convenções morais da sociedade da época.
II – O principal traço da modernidade em Florbela Espanca mostra-se na audaciosa ruptura das convenções literárias, o que se verifica na revolução sintática e na reinvenção da metáfora.
III – A confissão amorosa de Florbela Espanca, bastante explícita, lembra o erotismo das cantigas de amigo, pelo fato de a mulher expor abertamente os sentimentos ao amante.
        Está correto o que se afirma em:
a)     II e III, apenas.
b)    III, apenas.
c)     I, II e III.
d)    I e II, apenas.
e)     I e III, apenas.