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domingo, 1 de maio de 2022

MÚSICA(ATIVIDADES): FILHOS DE GANDHI - GILBERTO GIL - COM GABARITO

 Música(Atividades): Filhos de Gandhi

         Gilberto Gil

Omolu, Ogum, Oxum, Oxumaré
Todo o pessoal
Manda descer pra ver
Filhos de Gandhi

Iansã, Iemanjá, chama Xangô
Oxossi também
Manda descer pra ver
Filhos de Gandhi

Mercador, Cavaleiro de Bagdá
Oh, Filhos de Obá
Manda descer pra ver
Filhos de Gandhi

Senhor do Bonfim, faz um favor pra mim
Chama o pessoal
Manda descer pra ver
Filhos de Gandhi

Oh, meu pai do céu, na terra é carnaval
Chama o pessoal
Manda descer pra ver
Filhos de Gandhi.

GIL, Gilberto. In: Todas as letras. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 146.

Fonte: Livro – Língua Portuguesa – Heloísa Harue Takazaki – ensino médio – Coleção Vitória-Régia – Volume único – IBEP. 2004, p. 77.

Entendendo a música:

01 – O que significa respeito pela pluralidade religiosa de um povo? Troque ideias com o professor e colegas a partir da letras da canção presente.

      O respeito pela pluralidade é entender que a convivência em sociedade pressupõe posturas e atitudes não discriminatórias e/ou preconceituosas.

02 – Em muitas regiões do Brasil é interessante observar um sincretismo religioso, ou seja, há uma identificação entre santos do catolicismo com entidades do candomblé. Converse sobre isso com o professor.

      Na letra de “Filhos de Gandhi”, Gilberto Gil evoca o Senhor do Bonfim, no sincretismo religioso representa Oxalá, o orixá que governa a Terra.

03 – Como você observou, no Brasil, a religiosidade é muito forte e se manifesta das mais diversas formas. É comum que as crenças religiosas entrem em conflito com conhecimentos científicos? Comente.

      Sim, A ciência toma como base a investigação, a pesquisa, a experimentação; enquanto que a religião tem, como base, a fé.

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domingo, 1 de agosto de 2021

MÚSICA(ATIVIDADES): A RAÇA HUMANA - GILBERTO GIL - COM GABARITO

 MÚSICA(ATIVIDADES): A RAÇA HUMANA

                                                     Gilberto Gil

A raça humana é

Uma semana

Do trabalho de Deus

 

A raça humana é a ferida acesa

Uma beleza, uma podridão

O fogo eterno e a morte

A morte e a ressurreição

 

A raça humana é

Uma semana

Do trabalho de Deus

 

A raça humana é o cristal de lágrima

Da lavra da solidão

Da mina, cujo mapa

Traz na palma da mão

 

A raça humana é

Uma semana

Do trabalho de Deus

 

A raça humana risca, rabisca, pinta

A tinta, a lápis, carvão ou giz

O rosto da saudade

Que traz do Gênesis

Dessa semana santa

Entre parênteses

Desse divino oásis

Da grande apoteose

Da perfeição divina

Na Grande Síntese

 

A raça humana é

Uma semana

Do trabalho de Deus

 

(Todas as letras. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

p. 261. © Gege Edições Musicais – Brasil e América do Sul/

Preta Music – Resto do mundo.

Fonte: Livro- Português: Linguagem, 2/ William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 11.ed – São Paulo: Saraiva, 2016.p.280-281.

 

Entendendo a canção

1. A letra da canção se propõe a refletir sobre um dos temas mais inquietantes de toda a história da humanidade: a raça humana e suas origens.

a) Que palavras ou expressões do texto comprovam a busca das origens?

Entre outras, “Uma semana/Do trabalho de Deus” e “Gênesis.

b) A abordagem do tema é, portanto, científica ou mítica.

Mítica.

 2. Observando a estrutura sintática das estrofes, notamos que quase todas elas são semelhantes.

Veja a 1ª estrofe, que também é o refrão:

“A raça humana é

Uma semana

Do trabalho de Deus”

a)   Identifique a função sintática dos termos a raça humana e uma semana do trabalho de Deus.

A raça humana: sujeito; uma semana do trabalho de Deus: predicativo do sujeito.

 

b)   Classifique o predicado dessa oração.

         Predicado nominal

c)   Que outras estrofes apresentam uma estrutura sintática semelhante?

          2ª, 3ª, 4ª, 5ª e 7ª

d)   Qual é a única estrofe que apresenta uma estrutura sintática completamente diferente?

          6ª estrofe

3. Ao conceituar a raça humana, o eu lírico faz uso de uma linguagem figurada, metafórica, como neste verso: “A raça humana é a ferida acesa”.

a) Qual é a função sintática do termo a ferida acesa?

    predicativo do sujeito

b) Que outras metáforas são empregadas na 2ª estrofe com a mesma função sintática?

“Uma beleza, uma podridão”, “O fogo eterno e a morte”, “A morte e a ressurreição”.

c) Sobre a metáfora ferida acesa, Gil comenta: “Eu adorava essa expressão do Caetano Veloso, ‘ferida acesa’ [da canção ‘Luz do Sol’: ‘Marcha o homem sobre o chão / Leva no coração uma ferida acesa’], e resolvi transpô-la, traduzi-la para o contexto de ‘A raça humana’, ‘Ferida acesa’: como se o pus fosse luz...”. Explique as associações que Gil faz entre ferida acesa, pus e luz.

Se é ferida, então tem pus, parte da podridão e da morte. Mas, se está acesa, então tem luz, vida.

4. Observe este trecho da canção: “A raça humana risca, rabisca, pinta / A tinta, a lápis, carvão ou giz / O rosto da saudade”.

a) Qual é a predicação dos verbos riscar, rabiscar e pintar?

São verbos transitivos diretos.

b) Logo, que tipo de predicado essas orações possuem?

Predicados verbais.

5. Como conclusão de estudo, compare estes dois trechos quanto ao sentido e ao tipo de predicado:

I. “A raça humana é

Uma semana

Do trabalho de Deus”

II. “A raça humana risca, rabisca, pinta

A tinta, a lápis, carvão ou giz

O rosto da saudade

Que traz do Gênesis”

Em seguida, indique os itens que traduzem afirmações apropriadas sobre o texto:

a) São empregadas duas estruturas sintáticas distintas, com diferentes finalidades: o predicado nominal é empregado quando se quer conceituar a raça humana: “A raça humana é [...]”; o predicado verbal, com verbos transitivos, quando se quer dizer o que a raça humana faz.

b) Os verbos de ligação facilitam a construção das metáforas, que desempenham a função sintática de predicativo do sujeito, o núcleo do predicado verbal.

c) Tanto nas estrofes em que predomina o predicado nominal (o que o homem é) quanto naquela em que predomina o predicado verbal (o que o homem faz), tudo lembra o Gênesis, o que comprova a abordagem mítica do tema.

d) A “Grande Síntese” a que faz referência o texto é a raça humana.

e) A “semana santa” a que faz referência o texto é a semana da criação do mundo.

domingo, 20 de dezembro de 2020

MÚSICA(ATIVIDADES): ANDAR COM FÉ - GILBERTO GIL - COM GABARITO

 MÚSICA(Atividades): Andar com fé

                                                    Gilberto Gil/Caetano Veloso

Andá com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá
Andá com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá
Andá com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá
Andá com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá

Que a fé 'tá na mulher
A fé 'tá na cobra coral
Oh oh
Num pedaço de pão

A fé 'tá na maré
Na lâmina de um punhal
Oh oh
Na luz, na escuridão
Andá com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá olêlê
Andá com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá
Olálá

Andá com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá
Oh menina
Andá com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá

A fé 'tá na manhã
A fé 'tá no anoitecer
Oh oh
No calor do verão

A fé 'tá viva e sã
A fé também 'tá prá morrer
Oh oh
Triste na solidão

Andá com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá
Oh menina
Andá com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá

Andá com fé eu vou
Que a fé não…


Entendendo a canção

1 – As palavras abreviadas e expressões populares utilizadas na letra da canção provocam efeito de:

a)   formalidade.

b)   comicidade.

c)   descrença.

d)   informalidade.

 2 – Antítese é a figura da linguagem em que ideias contrárias são colocadas lado a lado. Na letra da canção, há antítese em:

a)   “Triste na solidão/Andá com fé eu vou.”

b)   “A fé tá na maré/Na lâmina de um punhal.”

c)   “A fé tá viva e sã/A fé também tá pra morrer.”

d)   “Que a fé não costuma faiá/Que a fé tá na mulher.”

 

3 – De que se trata a canção?

      Ela aponta para o horizonte na busca da ressignificação do eu.

 4 – A primeira estrofe o eu lírico entoa-se o mantra “Andá com fé eu vou/que a fé não costuma faiá/Andá com fé eu vou/que a fé não costuma faiá”, e assim repete-se até o próximo verso, intercalando-se.

   Com que sentido o eu lírico usa do artifício da repetição?

    Ele puxa o sentido da reza, oração, vozes incessantes evocando, chamando, para a materialização do pedido. Vá com fé, gana, graça, acredite.

 5 – Por que o eu lírico usa a expressão “Faiá”?

       Ele personifica o pedido da pessoa humilde, desprovida de bens, a fé e a certeza da oração, por ser quem é, do jeito que é.

 6 – No verso: “Na luz, na escuridão”. Que sentido tem na canção referente a fé?

      Que em todas as situações a fé não o abandona, na alternância contínua de momentos.

7 – Após analisar a letra da canção responda: a temática é positiva ou negativa. Em seguida, explique por quê?

       Positiva. Porque a fé é algo tão pessoal, tem vários significados, distintos a cada pessoa, um artifício para o caminho parecer menos amargo, para dar sentido, o farol distante que nos guia, uma doce ilusão, a verde esperança... Contudo, andá com fé meu povo... entoa este canto, a fé não costuma faiá.


8 – Que tipo de linguagem há nessa canção?

       Apresenta uma linguagem sociocultural marcado pelo regionalismo.

9 – Que mensagem traz essa canção em tempos atuais, diante da Pandemia?

     Neste momento independente de religiões, através da prece tentamos ouvir a serena voz e o som do silêncio que nem sempre tão claro e de fácil compreensão; em tempos sombrios, de mudanças, crises e de certa desesperança, o remédio é andar com fé, pois esta não costuma falhar, jamais.





quarta-feira, 15 de julho de 2020

MÚSICA(ATIVIDADES): MARGINÁLIA II - GILBERTO GIL - COM GABARITO

Música(Atividades): Marginália II

                Gilberto Gil

Eu, brasileiro, confesso

Minha culpa, meu pecado

Meu sonho desesperado

Meu bem guardado segredo

Minha aflição

 

Eu, brasileiro, confesso

Minha culpa, meu degredo

Pão seco de cada dia

Tropical melancolia

Negra solidão

 

Aqui é o fim do mundo

Aqui é o fim do mundo

Aqui é o fim do mundo

 

Aqui, o Terceiro Mundo

Pede a bênção e vai dormir

Entre cascatas, palmeiras

Araçás e bananeiras

Ao canto da juriti

 

Aqui, meu pânico e glória

Aqui, meu laço e cadeia

Conheço bem minha história

Começa na lua cheia

E termina antes do fim

 

Aqui é o fim do mundo

Aqui é o fim do mundo

Aqui é o fim do mundo

 

Minha terra tem palmeiras

Onde sopra o vento forte

Da fome, do medo e muito

Principalmente da morte

Olelê, lalá

 

A bomba explode lá fora

E agora, o que vou temer?

Oh, yes, nós temos banana

Até pra dar e vender

Olelê, lalá

 

Aqui é o fim do mundo

Aqui é o fim do mundo

Aqui é o fim do mundo

Composição: Gilberto Gil / Torquato Neto.

                              Fonte: Livro – Encontro e Reencontro em Língua Portuguesa – 8ª Série – Marilda Prates – Ed. Moderna, 2005 – p. 107/8.

Entendendo a canção:

01 – Identifique no texto pelo menos duas palavras que possam ser relacionadas à religião católica.

      Confesso, pecado, culpa, bênção.

02 – Qual o significado de degredo?

      Exílio, afastamento voluntário ou compulsório.

03 – Procure no dicionário ou nos livros de História ou de Geografia a definição de Terceiro Mundo.

      Conjunto de nações ou de países que, devido a suas condições sociais, culturais, políticas e econômicas, não pode ser incluído entre os países mais desenvolvidos do mundo.

04 – “Aqui o Terceiro Mundo pede a bênção e vai dormir”.

a)   O que é pedir a bênção?

Pedir auxílio, autorização, permissão, aprovação. No texto, é curvar-se perante as grandes potências.

b)   A quem o Terceiro Mundo poderia estar pedindo a bênção?

O Terceiro Mundo, mais especificamente o Brasil, pede a bênção aos países desenvolvidos.

c)   A expressão “pedir a bênção” no texto tem um significado positivo ou negativo? Por quê?

Negativo, pois refere-se à submissão dos países subdesenvolvidos em relação aos países desenvolvidos.

05 – Os versos que iniciam a Canção do exílio, de Gonçalves Dias, poeta brasileiro do século XIX, foram aproveitados no poema por Torquato Neto. Gonçalves Dias estava estudando em Portugal e, saudosamente comparando-o ao Brasil, escreveu:

“Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá;

As aves que aqui gorjeiam,

Não gorjeiam como lá”.

Torquato Neto, ao escrever Marginália II em plena ditadura militar, via o Brasil de maneira diferente.

a)   Identifique no texto os versos que fazem referência ao poema de Gonçalves Dias.

Versos 27 e 30.

b)   O Brasil de hoje, para você, é mais parecido com a visão de Gonçalves Dias ou de Torquato Neto? Por quê?

Resposta pessoal do aluno.

06 – Marginália podem ser as anotações feitas à margem de um livro. Essa palavra pode também significar conjunto de marginais. Marginal é aquele que, de forma geral, fica à margem.

a)   De acordo com o texto, por que “Aqui é o fim do mundo”?

Para o eu lírico, o Brasil é o fim do mundo, uma vez que aqui há fome, abandono, aflição.

b)   A partir das reflexões feitas até agora, identifique: quem seria a marginália mencionada no título do poema?

A marginália seria o povo brasileiro, à margem do desenvolvimento.

 


quarta-feira, 1 de maio de 2019

MÚSICA(ATIVIDADES): VOU ME EMBORA PRA PASÁRGADA - GILBERTO GIL - COM GABARITO

Música(Atividades): Vou me Embora Pra Pasárgada

                               Gilberto Gil

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcaloide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
- Lá sou amigo do rei -
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
                             In: Manuel Bandeira. Poesia completa e prosa,
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, p. 425.
Entendendo a canção:

01 – Os versos “Vou-me embora pra Pasárgada / Aqui eu não sou feliz” exprimem o desejo do eu lírico de fugir da realidade concreta e adentrar outro tipo de realidade, a sonhada ou idealizada. Esse desejo se associa ao escapismo dos escritores românticos, e a oposição existente no texto entre o aqui e o lá faz lembrar os versos da “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias, veja:
        “Minha terra tem palmeiras,
        Onde canta o Sabiá;
        As aves, que aqui gorjeiam,
        Não gorjeiam como lá.”

        “Minha terra tem primores,
        Que tais não encontro eu cá;
        Em cismar – sozinho, à noite
        -- Mais prazer encontro eu lá;
        Minha terra tem palmeiras,
        Onde canta o Sabiá.”

a)   A que espaço se refere o cá/lá de cada um?
Para Gonçalves Dias, o cá é Portugal; para Bandeira, é a realidade concreta, no Brasil ou em qualquer outro lugar.

b)   Que semelhanças e diferenças há entre o lá de Gonçalves Dias e o lá de Manuel Bandeira?
Para ambos, o lá representa um mundo de delícias. Contudo, para Gonçalves Dias o lá é o Brasil, a pátria; enquanto para Bandeira não se coloca a questão da pátria, o lá é um mundo imaginário.

02 – Pasárgada é o mundo da liberdade, do permitido, da realização plena dos desejos. Opõe-se diretamente, portanto, ao mundo real, cheio de proibições, de regras, de lógica e de moral.
a)   Em sua lógica particular, o eu lírico afirma: “Lá sou amigo do rei”. Que vantagens há nessa condição?
Essa condição hipoteticamente lhe permitiria estar acima de todas as leis.

b)   Identifique no texto exemplos de transgressão das normas da considerada “boa conduta social”.
Consumo de drogas (alcaloides) e namorar prostitutas.

c)   Os surrealistas consideravam a razão uma verdadeira prisão para a criação artística. Assim, procuravam desenvolver métodos que a driblassem, como o uso de non sense (textos sem nexo) e, assim, alcançar a liberdade total. Identifique, no poema, um exemplo de non sense.
Está na 2ª estrofe: “Joana a Louca de Espanha / Rainha e falsa demente / vem a ser contraparente / Da nora que eu nunca ative.”

03 – Pode-se dizer que esse poema de Manuel Bandeira também é uma espécie de canção de exílio? Por quê?
      Sim. Porque o poeta quer largar tudo e ir para um lugar em que poderá viver melhor. Mas esse “exílio” é interno; o poeta sente-se infeliz e quer ir buscar a felicidade.

04 – É válido afirmar que a Pasárgada de Manuel Bandeira é a expressão de um ideal nacionalista e coletivo como é a terra brasileira na “Canção do exílio” de Gonçalves Dias? Por quê?
      Não. Pois a Pasárgada de Bandeira é um lugar mítico, uma terra de felicidades e prazeres que só existe na imaginação do poeta. O que é saudade da terra natal, em Gonçalves Dias, em Bandeira é saudade de um tempo feliz.

05 – Do ponto de vista da forma, há semelhanças entre os textos? Justifique sua resposta.
      Sim, pois ambos são compostos de redondilhas maiores (versos de sete sílabas poéticas).

06 – Na 3ª estrofe, o poema faz menção a um conjunto de ações comuns na infância. Levando em conta os dados biográficos do autor, explique por que essas ações são supervalorizadas.
      Certas ações simples do cotidiano – andar de bicicleta, tomara banhos de mar, etc. – tornaram-se impossíveis para o poeta, por força da tuberculose. Assim, figuram no mundo imaginário de Pasárgada.

07 – Releia a última estrofe do poema de Bandeira. Nela se percebe que, às vezes, o mundo de prazeres oferecidos por Pasárgada sucumbe.
a)   Identifique os versos em que isso ocorre.
Principalmente estes: “Quando de noite me der / vontade de me matar”.

b)   Com base nos três últimos versos da estrofe, identifique o elemento que se opõe à morte e se configura como saída para ao eu lírico.
É o sexo. É a manifestação de amor e prazer físico do eu lírico.





quarta-feira, 10 de abril de 2019

MÚSICA(ATIVIDADES): ESTRELA - GILBERTO GIL - COM QUESTÕES GABARITADAS

Música(Atividades): Estrela

                             Gilberto Gil
Há de surgir
Uma estrela no céu
Cada vez que ocê sorrir
Há de apagar
Uma estrela no céu
Cada vez que ocê chorar

O contrário também
Bem que pode acontecer
De uma estrela brilhar
Quando a lágrima cair
Ou então
De uma estrela cadente se jogar
Só pra ver
A flor do seu sorriso se abrir

Hum!
Deus fará
Absurdos
Contanto que a vida
Seja assim
Sim
Um altar
Onde a gente celebre
Tudo que Ele consentir
                                              Composição: Gilberto Gil

Entendendo a canção:
01 – Qual o gênero textual da canção?
      É uma poesia romântica.

02 – De que se trata a canção?
      A letra diz que Deus faz maravilhas, milagres, e que pode sim uma estrela surgir a cada sorriso, pode uma estrela cadente se jogar para fazer alguém sorrir, tudo na vontade de Deus.

03 – Nos versos: “O contrário também / Bem que pode acontecer”, o que o eu lírico quer dizer?
      Ele está falando da dualidade entre o comportamento da estrela e o comportamento da estrela e o comportamento da pessoa.

04 – Que tipo de linguagem foi escrita esta canção? Por quê?
      Linguagem informal (coloquial). Porque é uma linguagem utilizada no cotidiano em que não exige atenção total da gramática.

05 – Cite versos onde encontramos a linguagem coloquial.
      “Cada vez que ocê sorrir.”
      “Cada vez que ocê chorar.”




domingo, 18 de novembro de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): HAITI - CAETANO VELOSO E GILBERTO GIL- COM GABARITO

Música(Atividades): Haiti
 Caetano Veloso e Gilberto Gil

Quando você for convidado pra subir no adro
Da fundação casa de Jorge Amado
Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos
Dando porrada na nuca de malandros pretos
De ladrões mulatos e outros quase brancos
Tratados como pretos
Só pra mostrar aos outros quase pretos
(E são quase todos pretos)
E aos quase brancos pobres como pretos
Como é que pretos, pobres e mulatos
E quase brancos quase pretos de tão pobres são tratados
E não importa se os olhos do mundo inteiro
Possam estar por um momento voltados para o largo
Onde os escravos eram castigados
E hoje um batuque um batuque
Com a pureza de meninos uniformizados de escola secundária
Em dia de parada
E a grandeza épica de um povo em formação
Nos atrai, nos deslumbra e estimula
Não importa nada:
Nem o traço do sobrado
Nem a lente do fantástico,
Nem o disco de Paul Simon
Ninguém, ninguém é cidadão
Se você for a festa do pelo, e se você não for
Pense no Haiti, reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui
E na TV se você vir um deputado em pânico mal dissimulado
Diante de qualquer, mas qualquer mesmo, qualquer, qualquer
Plano de educação que pareça fácil
Que pareça fácil e rápido
E vá representar uma ameaça de democratização
Do ensino do primeiro grau
E se esse mesmo deputado defender a adoção da pena capital
E o venerável cardeal disser que vê tanto espírito no feto
E nenhum no marginal
E se, ao furar o sinal, o velho sinal vermelho habitual
Notar um homem mijando na esquina da rua sobre um saco
Brilhante de lixo do Leblon
E quando ouvir o silêncio sorridente de São Paulo
Diante da chacina
111 presos indefesos, mas presos são quase todos pretos
Ou quase pretos, ou quase brancos quase pretos de tão pobres
E pobres são como podres e todos sabem como se tratam os pretos
E quando você for dar uma volta no Caribe
E quando for trepar sem camisinha
E apresentar sua participação inteligente no bloqueio a Cuba
Pense no Haiti, reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui.
                              Composição: Caetano Veloso / Gilberto Gil

Entendendo a canção:
01 – De que trata esta canção?
      Ela é uma abordagem sociológica sobre a discriminação racial e social no Brasil contemporâneo.

02 – Por que os compositores optaram por abordar o Haiti?
      Utilizou um lugar distante para parodiar uma realidade de ambos.

03 – Na canção “Haiti”, podemos observar que é retratada uma situação observada pelo eu lírico: “O soldado negro dando porrada no negro malandro”. Em que fundamenta a crítica do eu lírico?
      Fundamenta na opressão e violência por parte da polícia, sofrida por negros que moram em favela, graças ao racismo enraizado na polícia.

04 – Com quem o eu lírico do texto está dialogando?
      Está dialogando com o leitor.

05 – A qual episódio triste da história brasileira o autor está se referindo nos versos: “E quando ouvir o silêncio sorridente de São Paulo diante da chacina / 111 presos indefesos”?
      Ele fala sobre o ocorrido no Carandiru, onde 111 vidas foram dissipadas pela polícia, sem dó e nem piedade. Trazendo para o momento atual, o “111” acaba sendo um número representativo, mas de modo infeliz.

06 – Leia o seguinte trecho da canção com atenção e responda:
      “Mas presos são quase todos pretos
       Ou quase pretos,
       Ou quase brancos quase pretos de tão pobres.”
De acordo com os versos acima: Existe no Brasil um racismo declarado que separa as pessoas pela cor da pele?
      Sim. O mapa da Violência 2015, mostrou que 116 brasileiros morrem todos os dias por arma de fogo, segundo a UNESCO; quanto a cor das vítimas, 28.946 são negros e 10.632 são brancos.

07 – Que marca da oralidade está presente na canção, e qual a intenção do autor ao emprega-las?
      Pra / no lugar de “para”; o eu lírico utiliza para dar maior fluidez na linguagem.

08 – Que sentido tem este verso: “Pense no Haiti”?
      Que de olhos fechados, muitos fingem que não existe algo para se corrigir, vivemos a vida, um dia após o outro, mágoa sobre mágoa. É preciso se erguer perante as mazelas, falar perante o silêncio, agir entre o ócio.

09 – Por que o eu lírico pede “Reze pelo Haiti”?
      Porque o Haiti aqui representa a discriminação racial, e que temos que ter fé na diferença, acreditar na melhoria.

10 – Com base na letra dessa canção, marque a alternativa correta:
a)   Para os compositores, desigualdades e racismo são incompatíveis com a cidadania, e se alguém não pode ser visto como cidadão, ninguém o pode.
b)   A canção relaciona a pobreza ao racismo. Brancos pobres são tratados como pretos, e a grande maioria dos pobres são pretos.
c)   A canção remete à imigração em massa de haitianos para o Brasil causada por um grande terremoto que devastou o Caribe na década de 1990.
d)   A canção menciona o Haiti, aludindo, entre outras coisas, à revolta escrava no processo de independência naquele país e a uma grande campanha humanitária que aconteceu nos anos 1990.
     
11 – Na canção, alude-se a uma cena de violência urbana. De que tipo de violência se trata? Onde ocorre a cena?
      Que a renda foi má distribuída, ou seja, a população sofre com isso.

12 – Segundo a canção, o que acontecia ali no passado?
      Mercado de escravos no adro do pátio.

13 – Por que motivo, segundo o texto, os policiais praticam a violência?
      Praticam a violência por terem preconceito contra os agredidos.

14 – Na letra consta que há um grupo que não sofre a ação violenta da polícia. São “os convidados” da “festa do pelo”, que assistem à cena de espancamento num espaço elevado, ou seja, “no adro da Fundação Casa de Jorge Amado”. Trata-se, portanto, de um grupo de privilegiados. Em vista disso, pode-se afirmar que a desigualdade entre o grupo dos que têm privilégios e o grupo dos que não possuem direitos se restringe a questão racial?
      Hierarquia social, os pobres apanhavam e os ricos assistiam.