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domingo, 2 de março de 2025

POEMA: DÉCIMAS - GREGÓRIO DE MATOS - COM GABARITO

 Poema: Décimas

             Gregório de Matos

Quita, como vos achais

com esta troca tão rica?

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcFjIfoG1lQ6pQxThGJt9Ad1oz969I-UIyFDPIuqyklF3sDFt93-WYXMaJATA0cH2-J-0RwTLBsd0iExlKFsVXWj_WfSG8r3poq11xJ969xQVZ5j7KAIUaidsxx_iOVVfdG7zy2N6tlp1cZFbby_Vi-FRvfHuy9Yb-HbHJCjPRUQFI9ZdK_Y-SausmpP8/s320/troca-de-servicos.jpg


eu vos troco por Anica,

vós por Nico me deixais:

vós de mim não vos queixais,

eu, Quita, de vós me queixo,

e pondo a cousa em seu eixo,

a mim com razão me tem,

pois me deixais por ninguém,

e eu por Arnica vos deixo.

 

Vós por um Dom Patarata

trocais um Doutor em Leis,

e eu troco, como sabeis,

uma por outra Mulata:

vós fostes comigo ingrata

com a grosseira ingratidão,

eu não fui ingrato não,

e quem troca odre por odre,

um deles há de ser podre,

e eu sou na troca odre são.

 

Eu com Anica querida

me remexo como posso,

vós co Patarata vosso

estarei bem remexida:

nesta desigual partida

leve o diabo o enganado,

porque eu acho no trocado,

que me vim a melhorar

mas na Moça por soldar,

que vós no Moço soldado.

 

Se bem vos não vai na troca

Pela antiga benquerença,

Eu sou de tão boa avença,

Que farei logo a destroca:

Porém se Amor vos provoca

A dar-me outros novos zelos,

Hemos de lançar os pelos

Ao ar por seguridade,

E eu sei, que a vossa amizade

Há de custar-me os cabelos.

Op. Cit. Vol. VII, p. 1572.

Fonte: Português – Novas Palavras – Ensino Médio – Emília Amaral; Mauro Ferreira; Ricardo Leite; Severino Antônio – Vol. Único – FTD – São Paulo – 2ª edição. 2003. p. 92.

Entendendo o poema:

01 – Qual é o tema central do poema "Décimas"?

      O tema central do poema é a troca de parceiros amorosos, com foco na comparação entre as trocas feitas pela personagem Quita e pelo eu lírico. O poema aborda a dinâmica dos relacionamentos, a insatisfação e a busca por novas experiências amorosas.

02 – Qual é a forma poética utilizada por Gregório de Matos nesse poema?

      A forma poética utilizada é a décima, uma estrofe de dez versos octossílabos, com rimas ricas e consoantes. Essa forma poética era comum na época e permitia ao poeta expressar suas ideias de forma concisa e musical.

03 – Quem são as personagens mencionadas no poema e qual é o papel de cada uma?

      As personagens mencionadas são Quita, Nico, Anica, Dom Patarata e o "Moço soldado". Quita e o eu lírico são os protagonistas da troca de parceiros. Nico é o novo parceiro de Quita, enquanto Anica é a escolhida pelo eu lírico. Dom Patarata é mencionado como um dos pretendentes de Quita, e o "Moço soldado" representa a possibilidade de um novo relacionamento para ela.

04 – Qual é o tom predominante no poema "Décimas"?

      O tom predominante no poema é satírico e irônico. Gregório de Matos utiliza a comparação entre as trocas de parceiros para criticar os costumes da sociedade da época, ridicularizando a superficialidade dos relacionamentos e a busca por status social.

05 – O que o eu lírico quer dizer ao afirmar que sua troca foi "melhorada"?

      Ao afirmar que sua troca foi "melhorada", o eu lírico expressa sua satisfação com a nova parceira, Anica. Ele demonstra que encontrou mais prazer e felicidade no novo relacionamento do que no anterior, enquanto, Quita parece ter feito uma troca menos vantajosa.

06 – Qual é o significado da expressão "odre são" utilizada no poema?

      A expressão "odre são" é uma metáfora para o próprio eu lírico, que se considera um "odre" (recipiente) em bom estado, ao contrário do "odre podre" que seria seu antigo parceiro. Essa comparação enfatiza a ideia de que ele fez uma troca mais vantajosa do que, Quita.

07 – Qual é a importância do poema "Décimas" para a obra de Gregório de Matos?

      O poema "Décimas" é importante por representar a faceta satírica da obra de Gregório de Matos, que ficou conhecido por sua poesia crítica e irreverente. Além disso, o poema demonstra sua habilidade em utilizar formas poéticas populares, como a décima, para expressar suas ideias e críticas à sociedade de forma criativa e original.

 

 

POEMA: AOS VÍCIOS - (FRAGMENTO) - GREGÓRIO DE MATOS - COM GABARITO

 Poema: Aos vícios – Fragmento

              Gregório de Matos 

Eu sou aquele que os passados anos 

Cantei na minha lira maldizente 

Torpezas do Brasil, vícios e enganos. 

[...]

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVLom877M237KiKcZVVDe-OJHOQQNyZUtojyAGpBAZ_Nr7aNAx4jeSmMA7lmjnhyAfyELF7-RBtsRamGfDRSHYUOpjwT0sV3fB6RLuCXe0EdYm681f1i5OFXdXhbWa-rMUBJKJZFgXNuhoauT65ao-1JAzy6kbG8tzpzeUHS8XaSeq-la05HihNWFXqc4/s1600/SILENCIO.jpg


De que pode servir calar quem cala? 

Nunca se há de falar o que se sente?! 

Sempre se há de sentir o que se fala. 

 

Qual homem pode haver tão paciente, 

Que, vendo o triste estado da Bahia, 

Não chore, não suspire e não lamente? 

[...]

Se souberas falar, também falaras, 

Também satirizaras, se souberas, 

E se foras poeta, poetizaras. 

 

A ignorância dos homens destas eras 

Sisudos faz ser uns, outros prudentes, 

Que a mudez canoniza bestas feras. 

 

Há bons, por não poder ser insolentes, 

Outros há comedidos de medrosos, 

Não mordem outros não — por não ter dentes. 

 

Quantos há que os telhados têm vidrosos, 

e deixam de atirar sua pedrada, 

De sua mesma telha receosos? 

 

Uma só natureza nos foi dada; 

Não criou Deus os naturais diversos; 

Um só Adão criou, e esse de nada. 

 

Todos somos ruins, todos perversos, 

Só os distingue o vício e a virtude, 

De que uns são comensais, outros adversos. 

 

Quem maior a tiver, do que eu ter pude, 

Esse só me censure, esse me note 

Calem-se os mais, chitom, e haja saúde. 

MATOS, Gregório de. Aos vícios. Op. Cit. Vol. II, p. 468.

Fonte: Português – Novas Palavras – Ensino Médio – Emília Amaral; Mauro Ferreira; Ricardo Leite; Severino Antônio – Vol. Único – FTD – São Paulo – 2ª edição. 2003. p. 91.

Entendendo o poema:

01 – Qual é o tom geral do poema e qual o principal tema abordado?

      O tom do poema é de crítica e indignação. O principal tema abordado é a hipocrisia e os vícios da sociedade da Bahia na época de Gregório de Matos, com destaque para a corrupção e a omissão.

02 – Qual é a intenção do poeta ao escrever esses versos?

      A intenção do poeta é denunciar os vícios e a hipocrisia da sociedade, expondo as mazelas e contradições presentes na Bahia de seu tempo. Ele busca provocar reflexão e incitar a mudança através de sua poesia satírica.

03 – Que tipo de linguagem Gregório de Matos utiliza no poema?

      O poeta utiliza uma linguagem satírica, com ironia e sarcasmo, para criticar os vícios da sociedade. Ele também emprega expressões fortes e de tom acusatório para enfatizar a gravidade dos problemas que denuncia.

04 – Quem são os alvos da crítica de Gregório de Matos no poema?

      Os alvos da crítica são diversos, incluindo os poderosos, os corruptos, os hipócritas e a sociedade como um todo, que se omite diante dos problemas. O poeta não poupa ninguém em sua sátira.

05 – Qual é o significado da afirmação "Todos somos ruins, todos perversos"?

      Essa afirmação expressa a visão pessimista do poeta sobre a natureza humana, corrompida pelos vícios e pela hipocrisia. Ele não faz distinção entre as pessoas, afirmando que todos são passíveis de cometer erros e atos perversos.

06 – O que o poeta quer dizer com "Quem maior a tiver, do que eu ter pude, / Esse só me censure"?

      Com essa afirmação, o poeta desafia aqueles que se consideram justos e virtuosos a criticá-lo, caso tenham uma conduta moral superior à sua. Ele se coloca como alguém que reconhece seus próprios vícios, mas que não se cala diante dos vícios alheios.

07 – Qual a importância do poema "Aos Vícios" para a literatura brasileira?

      O poema "Aos Vícios" é importante por ser um retrato crítico da sociedade colonial brasileira, expondo seus problemas e contradições. Além disso, a poesia de Gregório de Matos é marcante por sua irreverência, sarcasmo e linguagem expressiva, características que o consagraram como um dos maiores poetas do Barroco no Brasil.

 

 

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

POEMA: DISCRETA E FORMOSÍSSIMA MARIA - GREGÓRIA DE MATOS - COM GABARITO

 Poema: Discreta e formosíssima Maria

             Gregório de Matos

Discreta, e formosíssima Maria,

Enquanto estamos vendo a qualquer hora

Em tuas faces a rosada Aurora,

Em teus olhos, e boca o Sol, e o dia:

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPbw9dNAVXtWjZeoICdSXn4q9WGSr3kwkBZ2-79Sk9x5GOtdRYRR1BPSz5LDUAXonKiT_eskM_rRPF4C4f3Lr-9FfnWqy7d382FYU-08jgNowlFwz1HRfM9Lu-yunNH4rmbFk8cz-bDhVhPsA_P8nonVNDZ9VmxTFdUdQeqR2eGzaENXI1TX0Ve-GIyXg/s1600/MARIA.jpg


 

Enquanto com gentil descortesia

O ar, que fresco Adônis te namora,

Te espalha a rica trança voadora,

Quando vem passear-te pela fria:

 

Goza, goza da flor da mocidade,

Que o tempo trota a toda ligeireza,

E imprime em toda a flor sua pisada.

 

Oh, não aguardes, que a madura idade

Te converta em flor, essa beleza

Em terra, em cinza, em pó, em sobra, em nada.

MATOS, Gregório de. Obra poética. Vol. I. 2. ed. Rio de Janeiro: Record, 1990, p. 507.

Fonte: livro Português: Língua e Cultura – Carlos Alberto Faraco – vol. único – Ensino Médio – 1ª edição – Base Editora – Curitiba, 2003. p. 449.

Entendendo o poema:

01 – Qual é o tema central do poema?

      O tema central do poema é a brevidade da beleza e da juventude, e a necessidade de aproveitar o tempo presente antes que a velhice e a morte cheguem.

02 – Como a beleza de Maria é descrita no poema?

      A beleza de Maria é descrita de forma exuberante, utilizando metáforas que a comparam à aurora, ao sol e ao dia. Seus olhos e boca são associados ao brilho solar, e seu cabelo é descrito como uma "rica trança voadora" que encanta o ar.

03 – Qual é o conselho dado à Maria no poema?

      O conselho dado à Maria é que ela aproveite a "flor da mocidade", ou seja, que desfrute de sua beleza e juventude enquanto ainda as possui, pois o tempo passa rapidamente e a beleza é efêmera.

04 – Que imagens são usadas para representar a passagem do tempo e a inevitabilidade da velhice e da morte?

      A passagem do tempo é representada pela imagem do tempo que "trota a toda ligeireza", e a inevitabilidade da velhice e da morte é expressa através da descrição da beleza que se transforma em "terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada".

05 – Qual é a mensagem principal do poema?

      A mensagem principal do poema é que a beleza e a juventude são passageiras, e que a vida deve ser aproveitada ao máximo antes que chegue o fim. O poema nos convida a refletir sobre a brevidade da existência e a importância de valorizar cada momento.

 

SONETO: AO CASAMENTO DE PEDRO ÁLVARES DA NEIVA - GERGÓRIO DE MATOS - COM GABARITO

 Soneto: Ao casamento de Pedro Álvares da Neiva

               Gregório de Matos

Sete anos a nobreza da Bahia

Servia a uma pastora Indiana, e bela,

Porém servia a Índia, e não a ela,

Que a Índia só por prêmio pretendia.

 

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfh40318Aql52yaY88X8lVZFrhNyQT1YrV-kNzKPaQmMlFxk6l-IU4Sfy1HirkmBI8YBK1w6GgtmiknqU8jkMS__1ch-JD_RDnWlDSOO9pP-DjePGkJ63SnhaGQAZ5YLVaSw6pPL5LoOzMugONWHZ6eFjNJ95QHIETOIxShJ25dEEQG7xcsv6Lull2u3U/s1600/ISABEL.jpg

Mil dias na esperança de um só dia

Passava, contentando-se com vê-la,

Mas frei Tomás usando de cautela,

deu-lhe o vilão, quitou-lhe a fidalguia.

 

Vendo o Brasil, que por tão sujos modos

Se lhe usurpara a sua Dona Elvira,

Quase a golpes de um maço e de uma goiva:

 

Logo, se arrependeram de amar todos,

E qualquer mais amara, se não vira

Para tão limpo amor tão suja noiva.

MATOS, Gregório de. Obra poética. vol. 1. 2. ed. Rio de Janeiro: Record, 1990, p. 678.

Fonte: livro Português: Língua e Cultura – Carlos Alberto Faraco – vol. único – Ensino Médio – 1ª edição – Base Editora – Curitiba, 2003. p. 449-450.

Entendendo o soneto:

01 – Qual é o tema central do soneto?

      O tema central do soneto é o casamento de Pedro Álvares da Neiva com uma mulher considerada "suja" e de baixa classe social, o que causa espanto e indignação na nobreza da Bahia.

02 – Quem é a "pastora Indiana" mencionada no soneto?

      A "pastora Indiana" é a noiva de Pedro Álvares da Neiva. Ela é descrita como bela, mas de origem indígena e, portanto, considerada inferior socialmente pela nobreza da Bahia.

03 – Qual é a crítica presente no soneto?

      A crítica presente no soneto é dirigida à nobreza da Bahia, que se escandaliza com o casamento de Pedro Álvares da Neiva com uma mulher de origem indígena e de baixa classe social. Gregório de Matos questiona os critérios da nobreza, que valoriza mais a posição social do que o amor e a virtude.

04 – O que significa a expressão "deu-lhe o vilão, quitou-lhe a fidalguia"?

      Essa expressão se refere ao fato de que Pedro Álvares da Neiva, ao se casar com a "pastora Indiana", perdeu sua posição social e passou a ser considerado um "vilão" pela nobreza da Bahia.

05 – Qual é o tom geral do soneto?

      O tom geral do soneto é irônico e satírico. Gregório de Matos utiliza a linguagem para criticar a hipocrisia e o preconceito da nobreza da Bahia, que se julga superior às outras classes sociais.

 

 

 

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

SONETO: NÃO VI EM MINHA VIDA A FORMOSURA - GREGÓRIO DE MATOS - COM GABARITO

 Soneto: Não vi em minha vida a formosura

Não vi em minha vida a formosura,
Ouvia falar nela cada dia,
E ouvida me incitava, e me movia
A querer ver tão bela arquitetura.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh87jTaCmutoLYt0UicF8B8FdaxWK41LELP6asygUxESvI1J-IfkkTtl954yzXpXo-TNbwElKs0I-qMLDzo-gImBmzI1MsfNC7Fp8ffVBbx1u7xiEthO0VaoxQjnpVTwp4BIKxs1Kk19oOJOpjx60VRHUqpLyCYX_hwlROr7GmHBbm_3rUKxtz_x9WNkiM/s320/MULHER.jpg



Ontem a vi por minha desventura
Na cara, no bom ar, na galhardia
De uma Mulher, que em Anjo se mentia,
De um Sol, que se trajava em criatura.

Me matem (disse então vendo abrasar-me)
Se esta a cousa não é, que encarecer-me.
Saiba o mundo, e tanto exagerar-me.

Olhos meus (disse então por defender-me)
Se a beleza hei de ver para matar-me,
Antes, olhos, cegueis, do que eu perder-me.

Gregório de Matos. Poemas escolhidos (seleção, introdução e notas José Miguel Wisnik). São Paulo: Cultrix, 1981, p. 201.

Fonte: Linguagem em Movimento – língua Portuguesa Ensino Médio – vol. 1 – 1ª edição – FTD. São Paulo – 2010. Izeti F. Torralvo/Carlos A. C. Minchillo. p. 170.

Entendendo o soneto:

01 – Qual a principal emoção transmitida pelo eu lírico ao longo do poema?

      O eu lírico demonstra uma intensa ambivalência em relação à beleza feminina. Inicialmente, a curiosidade e o desejo o impulsionam a querer ver a mulher descrita. No entanto, ao finalmente vê-la, ele é tomado por um sentimento de desilusão e sofrimento, expresso em versos como "Me matem (disse então vendo abrasar-me)". A emoção predominante é a de um conflito entre desejo e sofrimento, entre a expectativa e a realidade.

02 – Que figura de linguagem é predominante no soneto e qual seu efeito?

      A figura de linguagem predominante é a antítese, que consiste em contrapor ideias opostas. Exemplos como "Anjo se mentia" e "Sol, que se trajava em criatura" evidenciam essa característica. O efeito da antítese é intensificar o contraste entre a imagem idealizada da mulher e a realidade, realçando a desilusão do eu lírico.

03 – Qual a relação entre a beleza física e a alma da mulher, de acordo com o poema?

      O poema sugere uma dicotomia entre a beleza física e a alma da mulher. A beleza exterior é comparada a uma "arquitetura", algo belo e perfeito à vista, mas que esconde uma interioridade que não corresponde àquela imagem idealizada. A mulher é descrita como um "Anjo" que "se mentia", indicando uma falsidade ou superficialidade por trás da beleza.

04 – Qual o significado dos versos finais "Se a beleza hei de ver para matar-me, / Antes, olhos, cegueis, do que eu perder-me"?

      Os versos finais expressam o desejo do eu lírico de não ter visto a mulher, pois a beleza dela o levou à sofrimento. Ele prefere a cegueira à dor de amar e perder. Essa atitude revela a fragilidade do eu lírico diante da intensidade do sentimento amoroso e a impossibilidade de conciliar o desejo com a realidade.

05 – Qual a visão de mundo sobre a beleza feminina que o poema transmite?

      O poema transmite uma visão complexa e ambivalente sobre a beleza feminina. Por um lado, a beleza é exaltada como algo capaz de incitar o desejo e a admiração. Por outro lado, ela é apresentada como uma ilusão, uma máscara que esconde a verdadeira natureza humana. A beleza se torna, assim, uma fonte de sofrimento e desilusão para o eu lírico.

 

 

 

SONETO: OFENDI-VOS, MEU DEUS, BEM É VERDADE - GREGÓRIO DE MATOS - COM GABARITO

 Soneto: Ofendi-vos, Meu Deus, bem é verdade

 

Ofendi-vos, Meu Deus, bem é verdade,

É verdade, meu Deus, que hei delinquido,

Delinquido vos tenho e ofendido,

Ofendido vos tem minha maldade,

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizz9ZFVj0ZTtYuB6jH2dO-28CfB972ex8bOvFqzmOIwvqjBX5XIglX8saX_rGvXX_xuqexmbNSR8Q0hTTmtk9xwhGY1-aTP3-WSK4xGBJnwN9PXSpXO4VWtjcRJ2snOyq5wEkMgr7Mai1EXJA8lMon3ooGyCTZutAgs6bc1LkmYoUZGIYxmoY9TxpYfKY/s320/DEUS.jpg



Maldade, que encaminha a vaidade,

Vaidade, que todo me há vencido,

Vencido quero ver-me e arrependido,

Arrependido a tanta enormidade,


Arrependido estou de coração,

De coração vos busco, dai-me os braços,

Abraços, que me rendem vossa luz


Luz, que claro me mostra a salvação,

A salvação, pretendo em tais abraços,

Misericórdia, amor, Jesus, Jesus."

Gregório de Matos. Poemas escolhidos (seleção, introdução e notas José Miguel Wisnik). São Paulo: Cotrix, 1981, p. 299.

Fonte: Linguagem em Movimento – língua Portuguesa Ensino Médio – vol. 1 – 1ª edição – FTD. São Paulo – 2010. Izeti F. Torralvo/Carlos A. C. Minchillo. p. 177.

Entendendo o soneto:

01 – Qual a principal temática abordada no soneto?

      A temática principal do soneto é a confissão de pecados e a busca pela salvação divina. O eu lírico reconhece seus erros e busca o perdão de Deus, expressando arrependimento e desejo de redenção.

02 – Que sentimentos são expressos pelo eu lírico ao longo do poema?

      O eu lírico demonstra sentimentos de culpa, arrependimento, humildade e esperança. A culpa é evidente na confissão dos pecados, o arrependimento se manifesta no desejo de mudança, a humildade é percebida na súplica por perdão e a esperança reside na crença na misericórdia divina.

03 – Qual a importância da repetição na construção do poema?

      A repetição de palavras e expressões como "verdade", "ofendido" e "arrependido" reforça a intensidade dos sentimentos do eu lírico e a gravidade dos pecados cometidos. Além disso, a repetição contribui para a criação de um ritmo cadenciado e musical, intensificando o efeito emotivo do poema.

04 – Qual a relação entre o eu lírico e Deus no poema?

      A relação entre o eu lírico e Deus é marcada pela dependência e pela busca por perdão. O eu lírico reconhece sua pequenez diante da grandeza divina e suplica por misericórdia. Essa relação expressa a fé profunda do poeta na capacidade de Deus de perdoar e salvar.

05 – Qual o papel da luz e dos braços na construção da imagem poética?

      A luz simboliza a salvação e a iluminação espiritual. Ao buscar os braços de Deus, o eu lírico almeja a luz divina que o guiará para o caminho da redenção. Os braços de Deus representam o acolhimento, o conforto e a proteção divina, oferecendo ao pecador a possibilidade de renascimento espiritual.

 

 

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

POEMA: JUÍZO ANATÔMICO DA BAHIA - GREGÓRIO DE MATOS - COM GABARITO

 Poema: Juízo anatômico da Bahia

        Juízo anatómico dos achaques que padece o corpo da República, em todos os seus membros, e inteira definição do que em todos os tempos é a Bahia.

Que falta nesta cidade?............... Verdade.
Que mais por sua desonra?......... Honra.
Falta mais que se lhe ponha?....... Vergonha.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaf9HLpKuoFev17Fkr1gtobnbDHBQRXLwd07NBlsaGCo6cGg2Bf16hyaGJu8MzrBLOa7OrBUXi7r-bgxKIHxdb-QyZO3tIo9Pn6_y_7DrTOx2WR1uiNRC23UVLUrKlnbqR_VWHKGdT_rvS-TzLwhyphenhyphenas3uGY9NSps4qWe0_lF52xm6lcnBpYLrvGyPECDw/s320/pelourinho.jpg


O Demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
Numa cidade, onde falta
Verdade, honra e vergonha.

Quem a pôs neste necrócio?.......... Negócio.
Quem causa tal perdição?.............. Ambição
E no meio desta loucura?............... Usura.

Notável desaventura
De um povo néscio, e sandeu,
Que não sabe, o que perdeu
Negócio, ambição, usura.

Quais são seus doces objectos?.......... Pretos.
Tem outros bens mais maciços?.......... Mestiços.
Quais destes lhe são mais gratos?....... Mulatos.

Dou ao Demo os insensatos,
Dou ao Demo o povo asnal,
Que estima por cabedal
Pretos, mestiços, mulatos.

Quem faz os círios mesquinhos?........... Meirinhos.
Quem faz as farinhas tardas?................ Guardas.
Quem as tem nos aposentos?............... Sargentos.

Os círios lá vêm aos centos,
E a terra fica esfaimando,
Porque os vão atravessando
Meirinhos, guardas, sargentos.

E que justiça a resguarda?.................... Bastarda.
É grátis distribuída?............................... Vendida.
Que tem, que a todos assusta?............. Injusta.

Valha-nos Deus, o que custa.
O que El-Rei nos dá de graça,

Que anda a justiça na praça
Bastarda, vendida, injusta.

Gregório de Matos http://www.bib.virt.futuro.usp.br/

Fonte: Português – José De Nicola – Ensino médio – Volume 1 – 1ª edição, São Paulo, 2009. Editora Scipione. p. 363-364.

Entendendo o poema:

01 – Qual a principal crítica feita por Gregório de Matos à Bahia em seu poema?

      Gregório de Matos faz uma crítica ferrenha à sociedade baiana de sua época, denunciando a corrupção, a falta de valores morais e a desigualdade social. O poeta utiliza uma linguagem irônica e contundente para expor os vícios e mazelas daquela sociedade.

02 – Quais os principais vícios e mazelas da sociedade baiana denunciados no poema?

      O poema denuncia uma série de vícios e mazelas, como a falta de verdade, honra e vergonha, a corrupção, a ambição, a usura, a exploração da mão de obra escrava, a injustiça e a desigualdade social. Gregório de Matos pinta um quadro sombrio da sociedade baiana, marcada pela decadência moral e pela busca desenfreada por poder e riqueza.

03 – Qual a função das repetições e enumerações no poema?

      As repetições e enumerações servem para reforçar a ideia de que os vícios e mazelas denunciados são generalizados e arraigados na sociedade baiana. Ao enumerar os diversos problemas, o poeta cria um efeito de acumulação que intensifica a crítica e torna a denúncia mais contundente.

04 – Qual o papel da ironia na construção do poema?

      A ironia é um recurso fundamental na construção do poema. Ao utilizar um tom irônico, Gregório de Matos subverte as expectativas do leitor, revelando a hipocrisia e a falsidade da sociedade que critica. A ironia torna a crítica mais incisiva e eficaz, permitindo que o poeta expresse sua indignação sem ser explícito.

05 – Qual a relação entre o título do poema e seu conteúdo?

      O título "Juízo anatômico da Bahia" já antecipa a intenção do poeta de fazer uma análise profunda e crítica da sociedade baiana. A palavra "anatômico" sugere uma dissecação dos males que acometem a cidade, revelando seus órgãos doentes e suas funções corrompidas.

06 – Como o poeta retrata a figura do povo baiano?

      O poeta retrata o povo baiano de forma ambivalente. Por um lado, ele denuncia a ignorância e a passividade do povo, que se deixa explorar e corromper. Por outro lado, ele expressa compaixão pelos sofrimentos causados pela injustiça e pela desigualdade social.

07 – Qual a importância histórica do poema "Juízo anatômico da Bahia"?

      O poema "Juízo anatômico da Bahia" é considerado um dos mais importantes da poesia brasileira, pois representa uma denúncia contundente dos problemas sociais e políticos da época. A obra de Gregório de Matos serve como um testemunho histórico da realidade colonial brasileira e continua a ser relevante para a compreensão da sociedade brasileira contemporânea.

 

 

POEMA: ARDOR EM FIRME CORAÇÃO NASCIDO - GREGÓRIO DE MATOS - COM GABARITO

 Poema: Ardor em firme coração nascido

             Gregório de Matos

Ardor em firme coração nascido;
Pranto por belos olhos derramado;
Incêndio em mares de água disfarçado;
Rio de neve em fogo convertido:

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5Ylyv58bJYC4haraxhbGnz7glNZP_rF-iwKZ_wuLzAKr4cyWKs_wDCZD7dDMadIYy81nKChoiBzThMqctGnYImR1u2pt7VZgPfSQ-6BUpeRnILddZtQWQGbN9rigbkmhk5UV_my_CHrmAEuBeXlW0FR5pURsf48qUokLg6oPnj6cHx8J6H2qw5N5fYMo/s1600/GREGORIO.jpg


Tu, que em um peito abrasas escondido;
Tu, que em um rosto corres desatado;
Quando fogo, em cristais aprisionado;
Quando cristal, em chamas derretido.

Se és fogo, como passas brandamente,
Se és neve, como queimas com porfia”?
Mas aí, que andou Amor em ti prudente!

Pois para temperar a tirania,
Como quis que aqui fosse a neve ardente,
Permitiu parecesse a chama fria.

MATOS, Gregório de. Poemas escolhidos. (Seleção de José Miguel Wisnik). São Paulo: Cultrix, 1976.

Fonte: Português – José De Nicola – Ensino médio – Volume 1 – 1ª edição, São Paulo, 2009. Editora Scipione. p. 364.

Entendendo o poema:

01 – Qual a principal temática abordada no poema?

      O poema de Gregório de Matos trata do amor como uma força contraditória e complexa, que causa tanto prazer quanto sofrimento. O eu lírico busca compreender a natureza paradoxal do amor, que se manifesta como fogo e gelo ao mesmo tempo.

02 – Quais as principais metáforas utilizadas para representar o amor?

      O amor é representado por diversas metáforas, como "fogo", "neve", "incêndio" e "rio". O fogo simboliza a paixão e o ardor, enquanto a neve representa a frieza e a dor. Essas metáforas contraditórias expressam a dualidade do sentimento amoroso, que é capaz de causar tanto calor quanto frio.

03 – Como o eu lírico se sente diante da complexidade do amor?

      O eu lírico se sente confuso e perplexo diante da complexidade do amor. Ele questiona como o fogo pode ser brando e a neve, ardente. Essa perplexidade revela a dificuldade de compreender e domar um sentimento tão intenso e contraditório.

04 – Qual o papel do amor na vida do eu lírico?

      O amor é a força motriz do poema. Ele domina os pensamentos e sentimentos do eu lírico, causando tanto prazer quanto sofrimento. O amor é apresentado como uma força poderosa e imprevisível, capaz de transformar a vida do indivíduo.

05 – Qual a mensagem principal do poema?

      A mensagem principal do poema é que o amor é uma força ambivalente e paradoxal. Ele pode ser tanto fonte de alegria quanto de sofrimento. O eu lírico nos convida a refletir sobre a complexidade do sentimento amoroso e a aceitar suas contradições. O poema também sugere que o amor é uma força que escapa ao controle humano, e que, por isso, deve ser admirado e respeitado em sua totalidade.

 

 

POEMA: A JESUS CRISTO NOSSO SENHOR - GREGÓRIO DE MATOS GUERRA - COM GABARITO

 Poema: A Jesus Cristo Nosso Senhor

             Gregório de Matos Guerra

Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado,
Da vossa alta clemência me despido;
Antes, quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVS3HfNgBYMoq5j-Z2rjKzNHKpalzCmuAV4fmX3ajyQIh4tdV7pa7RGDleT4t4qZMxXrtIBPxDDkc77Fdi-9jAaKKhL26j9jQv3AZbBl1FsGVZpB20yUsWk-QLOY40nVC0K_qyiirp64KhWbUTrVY4xkqnSXc9TmnWdBzzPnsf3JyRSwf2YhCQ0C5-s4w/s320/jesuscristo-380x249.jpg


Se basta a vos irar tanto pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.

Se uma ovelha perdida já cobrada,
Glória tal e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na Sacra História:

Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,
Cobrai-a; e não queirais, Pastor Divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.

Gregório de Matos. In: AMADO, James (org.). Gregório de Matos – obra poética. Rio de Janeiro: Record, 1992.

Fonte: Português – José De Nicola – Ensino médio – Volume 1 – 1ª edição, São Paulo, 2009. Editora Scipione. p. 362.

Entendendo o poema:

01 – Qual a principal intenção do eu lírico ao escrever este poema?

      O eu lírico busca, principalmente, obter o perdão divino pelos seus pecados. Ele utiliza argumentos lógicos e emotivos para convencer Deus a perdoá-lo, baseando-se na misericórdia divina e na parábola da ovelha perdida.

02 – Qual a relação entre a culpa e o pedido de perdão no poema?

      A culpa é apresentada como um paradoxo: quanto mais o eu lírico se sente culpado, mais ele se sente merecedor do perdão divino. Essa relação paradoxal é baseada na crença de que a consciência da própria pecaminosidade aumenta a humildade e a disposição para receber a graça divina.

03 – Como o eu lírico se compara a Deus?

      O eu lírico se compara a Deus através da metáfora da ovelha perdida. Ele se coloca como um pecador arrependido que busca o caminho de volta para o rebanho divino. Essa comparação sublinha a sua pequenez e a necessidade de ser perdoado.

04 – Qual a importância da parábola da ovelha perdida para o poema?

      A parábola da ovelha perdida é fundamental para o poema, pois serve como base para o pedido de perdão do eu lírico. Ao se comparar à ovelha perdida, ele invoca a alegria de Deus ao encontrar um pecador arrependido e busca despertar a mesma compaixão divina.

05 – Qual a principal característica da linguagem utilizada por Gregório de Matos neste poema?

      A linguagem utilizada por Gregório de Matos é marcada pela sobriedade e pela formalidade. O poeta emprega um vocabulário rico e expressivo, além de recursos como a antítese e a alusão bíblica, para construir um discurso persuasivo e elegante. A linguagem reflete a tensão entre a humildade do pecador e a grandeza de Deus.

 

 

POEMA: DESENGANOS DA VIDA HUMANA METAFORICAMENTE - GREGÓRIO DE MATOS - COM GABARITO

 Poema: Desenganos da vida humana metaforicamente

              Gregório de Matos

É vaidade, Fábio, nesta vida,

Rosa, que da manhã lisonjeada,

Púrpuras mil, com ambição dourada,

Airosa rompe, arrasta presumida.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNayJkVdJ0gamk1MYMAqQwzXp1iJKL04xxH28X1c-oEdBzWoINpee9nSmo0VLcCLMPPIOaV9vLtc_fcDx8AiESnV8VhTBmU1G6ituVoi637-E7T65RCoOxNvlcxpPbboxk3b4Zeq9284RxHiACgVAEy3ag12iLmTHqZrcXWMjiMEcsP-3PCWLmYvlr0Ic/s320/DESENCANTOS.jpg


É planta, que de abril favorecida,

Por mares de soberba desatada,

Florida galeota empavesada,

Sulca ufana, navega destemida.


É nau enfim, que em breve ligeireza

Com presunção de Fênix generosa,

Galhardias apresta, alentos preza:


Mas ser planta, ser rosa, nau vistosa

De que importa, se aguarda sem defesa

Penha a nau, ferro a planta, tarde a rosa?

Gregório de Matos Guerra.

Fonte: Português – José De Nicola – Ensino médio – Volume 1 – 1ª edição, São Paulo, 2009. Editora Scipione. p. 358.

Entendendo o poema:

01 – Qual a principal mensagem transmitida pelo poema?

      O poema transmite uma mensagem pessimista sobre a vida e a vaidade humana. Gregório de Matos utiliza metáforas para mostrar que a beleza, a riqueza e o sucesso são passageiros e frágeis, como uma rosa que murcha, uma planta que seca ou um navio que naufraga. A vida é vista como uma ilusão, e a morte, como um destino inevitável.

02 – Quais as metáforas utilizadas pelo poeta para representar a vida humana?

      O poeta utiliza diversas metáforas para representar a vida humana: a rosa, a planta, a nau. A rosa simboliza a beleza e a juventude, que murcham com o tempo. A planta representa o crescimento e a prosperidade, que podem ser destruídos por fatores externos. A nau simboliza a ambição e a busca por sucesso, que podem naufragar diante das adversidades.

03 – Qual o papel da natureza nas metáforas utilizadas pelo poeta?

      A natureza desempenha um papel fundamental nas metáforas utilizadas por Gregório de Matos. Os elementos naturais, como a rosa, a planta e o mar, são utilizados para representar os ciclos da vida e a inevitabilidade da morte. A beleza e a fragilidade da natureza servem como um espelho para a condição humana.

04 – Qual a relação entre a vaidade e a morte no poema?

      A vaidade é apresentada como um dos grandes vilões do poema. A busca por reconhecimento, riqueza e poder leva o homem a esquecer a sua própria mortalidade. A morte, por sua vez, é vista como um destino inevitável que destrói todas as ilusões e vaidades. A oposição entre a vaidade e a morte é um dos eixos centrais do poema.

05 – Qual a importância da repetição da pergunta "De que importa?" no final do poema?

      A repetição da pergunta "De que importa?" reforça a ideia de que todas as conquistas e realizações humanas são passageiras e sem sentido diante da morte. A pergunta serve como um convite à reflexão sobre o verdadeiro valor da vida e a importância de buscar algo mais profundo do que a mera satisfação dos desejos egoístas.