sexta-feira, 30 de novembro de 2018

FILME(ATIVIDADES): O MENINO DO PIJAMA LISTRADO - MARK HERMAN - COM SINOPSE E QUESTÕES GABARITADAS

Filme(ATIIVDADES): O MENINO DO PIJAMA LISTRADO


Data de lançamento 12 de dezembro de 2008 (1h 30min)
Criador(es): Mark Herman
Gênero Drama
Nacionalidades EUAReino Unido

SINOPSE E DETALHES
        Alemanha, Segunda Guerra Mundial. O menino Bruno (Asa Butterfield), de 8 anos, é filho de um oficial nazista (David Tewlis) que assume um cargo importante em um campo de concentração. Sem saber realmente o que seu pai faz, ele deixa Berlim e se muda com ele e a mãe (Vera Farmiga) para uma área isolada, onde não há muito o que fazer para uma criança com a idade dele. Os problemas começam quando ele decide explorar o local e acaba conhecendo Shmuel (Jack Scanlon), um garoto de idade parecida, que vive usando um pijama listrado e está sempre do outro lado de uma cerca eletrificada. A amizade cresce entre os dois e Bruno passa, cada vez mais, a visitá-lo, tornando essa relação mais perigosa do que eles imaginam.

Entendendo o filme:
01 – No começo do livro, o personagem principal teve que se mudar do lugar que morava para um lugar meio estranho para ele. De que lugar pra qual lugar ele se mudou?
      Eles mudam de Berlim para Haja-Vista.

02 – Por que o personagem teve que raspar o cabelo?
      Depois de ter se mudado, ele e sua irmã pegaram piolho.

03 – Durante a permanência do personagem em sua nova casa, ele fez uma grande amizade. Qual o nome de seu grande amigo?
      Chamava-se Shmuel.

04 – Qual o nome do personagem principal do livro?
      Era Bruno.

05 – O que Bruno gostava realmente de fazer na antiga casa, e depois lembrou, que já fazia muito tempo que não realizava?
      Ele gostava de explorar.

06 – Complete a frase: "O ponto que virou uma mancha que virou um vulto que virou uma pessoa que virou um menino."

07 – Qual o nome da irmã de Bruno?
      Ela chamava-se Gretel.

08 – Qual era o povo que ficava do outro lado da cerca?
      Eram os Judeus.

09 – Quando Bruno se machucou no balanço, um empregado da casa que o acudiu. Ele revelou a Bruno que tinha tido outra profissão. Qual era?
      Ele era médico.

10 – Qual era a roupa que o povo judeu usava?
a)   Conjunto jeans.
b)   Roupa amarela.
c)   Pijama listrado.
d)   Roupa listrada de roxo.
e)   Vestidos de malha.


POEMA PARA SÉRIES INICIAIS: CORDA - CARLOS URBIM E LAURA CASTILHOS - COM GABARITO


Poema: Corda


Virada pro alto,
Se torna um arco.
Quando está por baixo,
Tem forma de barco.
Esticada em tira,
É cobra caipira.
Sinuosa fita,
Minhoca aflita.
É preciso saltar:
O corpo aguenta,
De uma cinquenta.
E que tal tentar,
De um até cem?
Passar de um cento,
Exige talento...
Carlos Urbim e Laura Castilhos. Saco de brinquedos. Porto Alegre: Projeto, 2010.
Entendendo o poema:
01 – De acordo com o texto. Qual é a brincadeira que utiliza a corda?
      É a brincadeira de pular corda.

02 – Você gosta de pular corda?
      Resposta pessoal do aluno.

03 – O que uma criança aprende com essa brincadeira?
      Aprende o equilíbrio, coordenação motora e sociabilização. Pode-se trabalhar com direita e esquerda.

04 – Quando a corda está por baixo, o que parece?
      Parece com a forma de barco.

05 – Com o que a corda parece, quando está esticada?
      Com uma cobra caipira.




CONTO: ENCONTRO DE EXTREMOS - MARCELO R.L.OLIVEIRA - COM GABARITO

Conto: ENCONTRO DE EXTREMOS


       Foi uma viagem e tanto. Mercúrio percorreu rapidamente os quase cinco bilhões de quilômetros que o separam de Plutão. Isso sem olhar para trás, a uma velocidade de cento e oitenta mil quilômetros por hora (eu disse “cento e oitenta mil quilômetros por hora!”), e sem parar, nem para um xixizinho. Foram mais de mil dias de viagem incrível através do Sistema Solar. Ele levava na mala o que ainda era um mistério para os planetas – documentos secretíssimos falando de coisas estranhas e perigosas que estavam acontecendo no planeta Terra.
        Assim que entrou na órbita de Plutão, Mercúrio olhou para trás. Lá longe está o Sol. Já não lhe parecida aquele gigante em chamas que o impressionava. Mesmo assim, era a estrela mais brilhante que ele podia ver daquele ponto do Universo.
        Você já deve ter percebido que esta é uma história de planetas. Para eles, as coisas se passam de maneira um pouco diferente do que para nós. Por exemplo: quando eu disse que a viagem de Mercúrio até Plutão foi rápida, quis dizer que foi rápida para um planeta. Mais de mil dias é um tempo grande para a gente, mas é pequeno para os planetas, pois eles podem viver bilhões de anos.
        Outra coisa diferente nesta história é que o que é mistério para os personagens (os planetas) pode não ser mistério para nós. É possível que você saiba quais as coisas estranhas e perigosas que se passam na Terra. Entretanto, pode ser que não se lembre. Nesse caso, este livro há de refrescar sua memória.
        Mas voltemos a Mercúrio. Como você deve ter aprendido, trata-se do planeta mais próximo do Sol. Por isso, os gases flamejantes quase encostam nele. Lá, a temperatura é tão alta durante o dia que, se houvesse chumbo em sua superfície, derreteria, formando rios e mares metálicos. Mas, para ser sincero, até que Mercúrio gosta desse calorzinho. Ainda mais que, à noite, a temperatura cai para – 170º C e ele se congela.
        Nosso herói estava muito longe de casa. Fazia frio e a temperatura, próxima de zero absoluto (que é frio mais de todos os frios), era insuportável. Para Mercúrio, significava resfriado na certa. Acontece que o seu cargo de mensageiro dos planetas o obriga a cumprir as mais perigosas missões, e não seria um simples resfriado que o impediria de cumprir mais essa.
        Além do mais, resfriado não é novidade. Por causa de seus dias muito compridos e da atmosfera muito rarefeita, que não espalha bem o calor, os dias de Mercúrio são quentíssimos, e as noites, friíssimas. Por isso, mesmo quando descansa em sua órbita, ele vive às voltas com febre, calafrios, nariz escorrendo etc. Coisas que quem já teve gripe sabe como são: a gente quer brincar, nadar ou tomar um sorvete e não pode. No caso de Mercúrio é ainda pior, porque ele tem alergia a poeira cósmica, o que sempre vira bronquite. Aí, só com inalação de vento solar.
        -- Ô de casa! A-a-atchim! – Pronto, estava resfriado. ― Ô de casa! ― repetiu.
        Nada.
        “Por onde anda Plutão?”, perguntou-se.
        Já que Plutão não estava, até pensou em dar uma olhada além das fronteiras do Sistema Solar. A curiosidade era grande. Mas não se atreveu porque lembrou do que tinha acontecido a Netuno. Se um planeta poderoso como Netuno fora tão terrivelmente afetado, o que aconteceria a ele, o pobre mensageiro dos planetas?
        De repente, tudo escureceu. Alguém ou alguma coisa passou em frente ao Sol provocando um eclipse total. Mercúrio entrou em pânico. Tinha que fugir rapidamente. Mas para onde? Não via nada. Súbito, um bafo gelado em seus ouvidos arrepiou-lhe todos os meridianos.
        -- Ei, rapaz... Aonde vai com tanta pressa... Cuidado... Vê se olha por onde anda...
        Mercúrio se virou e notou um fraco mas ameaçador brilho esbranquiçado se aproximando. Era Plutão que sorria horrivelmente, mostrando dentes pontiagudos de metano congelado. O mensageiro tremeu nas bases.  (...)
Marcelo R. L. Oliveira, Reunião dos Planetas.
Editora Companhia das Letrinhas, 2006.
Entendendo o conto:
01 – Qual a temática do texto?
      O texto fala dos planetas e seus movimentos.

02 – Quem é o autor do texto? De onde foi tirado o texto?
      Marcelo R. L. Oliveira. Foi tirado “Reunião dos Planetas”.

03 – Como é o narrador dessa história?
(  ) O narrador observa o que acontece com o planeta Mercúrio sem participar da história.
(X) O narrador é um dos personagens da história.

04 – Portanto, qual o tipo de narrador dessa história?
      É narrador-personagem.

05 – “Você já deve ter percebido que esta é uma história de planetas. Para eles, as coisas se passam de maneira um pouco diferente do que para nós.” A quem o narrador se dirige neste trecho?
      Dirige-se ao leitor.

06 – “Foi uma viagem e tanto. Mercúrio percorreu rapidamente os quase cinco bilhões de quilômetros que o separam de Plutão. Isso sem olhar para trás, a uma velocidade de cento e oitenta mil quilômetros por hora.” O motivo da viagem foi:
(X) levar documentos secretos relatando coisas estranhas sobre a Terra.
(   ) encontrar Plutão, planeta distante do Sol e trocar informações sobre as temperaturas que vivenciavam..
(   ) fugir dos raios flamejantes do Sol, estava buscando temperaturas mais calmas para viver.
(   ) dar uma olhada

07 – Na sua opinião, quais seriam as coisas estranhas e misteriosas que se passam na Terra? Argumente.
      Resposta pessoal do aluno.

08 – Qual a possível consequência de passar por temperaturas frias, segundo o texto?
      De ficar doente. Pegar um resfriado.

09 – Quem fez a pergunta: “Por onde anda Plutão?”
      Foi o Mercúrio.

10 – De repente escureceu tudo, o Mercúrio entrou em pânico, e pensava, pra onde iria se esconder. Por que isso aconteceu?
     Porque Plutão estava chegando e ficou na frente do sol.

11 – Quantos parágrafos tem o texto?
      Possui 14 parágrafos.

12 – Quando o Mercúrio fica resfriado (bronquite), qual o tratamento que ele faz?
      O tratamento é com inalação de vento solar.






CRÔNICA: ESTRANHAS GENTILEZAS - IVAN ÂNGELO - COM GABARITO


Crônica: Estranhas gentilezas

   Caminhões baixam os faróis, mulheres sorriem. Muito suspeito
                                                                       Ivan Ângelo

        Estão acontecendo coisas estranhas. Sabe-se que as pessoas nas grandes cidades não têm o hábito da gentileza. Não é por ruindade, é falta de tempo. Gastam a paciência nos ônibus, no trânsito, nas filas, nos mercados, nas salas de espera, nos embates familiares, e depois economizam com a gente.
        Comigo dá-se o contrário, é o que estou notando de uns dias para cá. Tratam-me com inquietante delicadeza. Já captava aqui e ali sinais suspeitos, imprecisos, ventinho de asas de borboleta, quase nada. A impressão de que há algo estranho tomou corpo mesmo foi na semana passada. Um vizinho que já fora meu amigo telefonou-me desfazendo o engano que nos afastava, intriga de pessoa que nem conheço e que afinal resolvera esclarecer tudo. Difícil reconstruir a amizade, mas a inimizade morria ali.
        Como disse, eu vinha desconfiando tenuemente de algumas amabilidades. O episódio do vizinho fez surgir em meu espírito a hipótese de uma trama, que já mobilizava até pessoas distantes. E as próximas?
        Tenho reparado. As próximas telefonam amáveis, sem motivo. Durante o telefonema fico aguardando o assunto que estaria embrulhado nos enfeites da conversa, e ele não sai. Um número inesperado de pessoas me cumprimenta na rua, com acenos de cabeça. Mulheres, antes esquivas, sorriem transitáveis nas ruas dos Jardins. Num restaurante caro da Rua Amauri, o maître, com uma piscadela, fura a demorada fila de executivos à espera e me arruma rapidinho uma mesa para dois. Um homem de pasta que parecia impaciente à minha frente me cede o último lugar no elevador. O jornaleiro larga sua banca na Avenida Sumaré e vem ao prédio avisar-me que o jornal chegou. Os vizinhos de cima silenciam após as 10 da noite.
        Caminhões baixam a luz dos faróis quando cruzam comigo na Via Anhanguera. Motoristas, mesmo mulheres, cedem-me a preferência nas esquinas. Vendedores de bugigangas nos faróis de trânsito passam direto pelo meu carro, sem me olhar. Até crianças me cumprimentam cúmplices: oi, tio.
        Que está acontecendo? Quem e por que está querendo me convencer de que as pessoas são um doce? Penso: não são gentilezas, são homenagens aos meus cabelos brancos, por eu ter aguentado tanto, como se fosse um atleta de maratona, daqueles retardatários que são mais aplaudidos na chegada que os vencedores.
        A última manobra: botaram um pintassilgo a cantar para mim na árvore em frente à janela do meu apartamento de 2º andar.
        Que significa isso? Que querem comigo? Que complô é esse? Que vão pedir em troca de tanta gentileza?
        Aguardo, meio apreensivo, meio feliz.
        Interrompo a crônica nesse ponto, saio para ir ao banco, desço pelas escadas porque alguém segura o elevador lá em cima, o segurança do banco faz-me esvaziar os bolsos antes de entrar pela porta giratória, enfrento a fila do caixa, não aceitam cheques de outra pessoa para pagar contas, saio xingando do banco, atravesso a avenida arriscando a vida entre bólidos, um caminhão respinga-me a água suja de uma poça, entro no apartamento, sento-me ao computador e ponho-me de novo a sonhar.

                                                  Veja São Paulo, 2 de junho de 1999.
Entendendo a crônica:
01 – No 1º parágrafo do texto, após expressar sua estranheza diante de acontecimentos, o narrador expressa uma certeza, parte de uma premissa, para pensar sobre os acontecimentos. Transcreva o trecho que contém essa premissa.
      Gastam a paciência nos ônibus, no trânsito, nas filas, nos mercados, nas salas de espera, nos embates familiares, e depois economizam com a gente.

02 – Que expressões são usadas no texto para construir a ideia de que a gentileza e a delicadeza não eram normais, comuns?
      Tratam-me com inquietante delicadeza.

03 – Segundo o texto, indique uma das causas da falta de gentileza das pessoas das grandes cidades.
      Falta de tempo.

04 – No 2º parágrafo, o narrador faz uso de uma metáfora, uma expressão usada por semelhança com “quase nada, algo difícil de se notar, quase imperceptível”. Transcreva essa expressão.
      “Ventinho de asas de borboleta.”

05 – Como ficou a relação do narrador com o vizinho? (2º parágrafo).
      Difícil reconstruir a amizade, mas a inimizade morria ali.

06 – O que significa dizer que um assunto estaria “embrulhado nos enfeites da conversa”? (4º parágrafo)
      A pessoa fica aguardando pelo assunto que iria ouvir, do que se trataria.

07 – Cite duas gentilezas contadas pelo narrador.
·        Um homem de pasta que parecia impaciente à minha frente me cede o último lugar no elevador.
·        Os vizinhos de cima silenciam após as 10 da noite.

08 – Por que o narrador se sentia “meio apreensivo, meio feliz”? (9º parágrafo)
      Porque ele não sabia o que estava acontecendo por trás de tanta gentileza.

09 – O que se esclarece no desfecho da crônica? (Último parágrafo).
      Que ao sair do apartamento, as coisas voltam a ser como sempre. Tudo o que pensou não passou de um sonho.



FÁBULA: A ANDORINHA E AS OUTRAS AVES - ESOPO - COM QUESTÕES GABARITADAS

Fábula: A Andorinha e as outras Aves
              Esopo

        Estavam os homens a semear linho, e, ao vê-los, disse a Andorinha aos outros pássaros:
        — Para nosso mal fazem os homens esta seara, que desta semente nascerá linho, e dele farão redes e laços para nos prenderem. Melhor será destruirmos a linhaça e a erva que dali nascer, para estarmos seguras.
        As outras Aves riram-se muito deste conselho e não quiseram segui-lo. Vendo isto, a Andorinha fez as pazes com os homens e foi viver em suas casas. Algum tempo depois, os homens fizeram redes e instrumentos de caça, com os quais apanharam e prenderam todas as outras aves, poupando apenas a Andorinha.
        Moral da história: A Andorinha representa o homem prudente, que fica livre de dificuldades se consegue antecipá-las. Os que querem viver a seu gosto, sem ouvirem conselhos nem preverem o mal que está para vir, são caçados e castigados devido à sua ignorância.
                                                                      Fábula ESOPO.
Entendendo a fábula:
01 – Quais são os personagens do texto?
      A Andorinha, outras aves e os homens.

02 – A Andorinha e as outras aves, sendo aves e são consideradas personagens do texto porque:
a)   O texto fala das características deles.
b)   Na história, elas agem, falam e raciocinam como se fossem pessoas.
c)   Antigamente as aves falavam.

03 – Os homens estavam semeando linho, com que intenção?
      De fazerem redes e instrumentos de caça, para apanharem e prenderem as aves.

04 – Que conselho a Andorinha deu as outras aves?
      Que os homens estavam semeando linho e que deviam destruir a linhaça e a erva que dali nascer, para estarem seguras.

05 – Que atitude teve as outras aves?
      Riram-se muito deste conselho e não quiseram segui-lo.

06 – Explique, com suas palavras, a moral da história.
      Resposta pessoal do aluno.
07 - O primeiro trecho revela que a Andorinha apresenta esse comportamento é aquele em que ela
      a. conversa com os outros pássaros sobre o que os homens farão.
      b. acompanha os homens até as suas casas e passa a viver com eles.
      c. deixa de ser capturada pelas redes e instrumentos de caças feitas.
      d. ri com as demais aves do conselho que ela mesmo havia dado.
      e. decide morar com os homens para sobreviver ao ataque.
08 - Qual era o medo da Andorinha?
        Que os homens estavam semeando linho e dele iam fazer redes e laços para prender os pássaros.

09 - Que reação tiveram os outros pássaros depois de ouvir o conselho da Andorinha?
        Riram-se muito deste conselho e não quiseram seguí-lo.

POEMA: CORDEL ADOLESCENTE, Ó XENTE! SYLVIA ORTHOF - COM GABARITO

POEMA: CORDEL ADOLESCENTE, Ó XENTE!
                 SYLVIA ORTHOF



Cordel adolescente ó xente!
 Sou mocinha nordestina,
 meu nome é Doralice,
 tenho treze anos de idade,
 conto e reconto o que disse,
 pois me chamo Doralice,
 sou quem vende meu cordel
 nas feiras lindas do longe
 onde a poesia esconde
 nas sombras do meu chapéu!

 Eu falo tudo rimado
 no adoçado da palavra
 do Nordeste feiticeiro,
  no meu jeito brasileiro,
 aqui vim dizer e digo
 que escrevo muito livro
 que penduro num cordel,
 todo fato acontecido eu
coloco no papel!

 Vim pra feira, noutro dia,
 armei a minha poesia
 num cordel de horizonte.
 Quem passasse no defronte
 daquilo que eu vendia,
 parava e me escutava,
 pois sou mocinha falante,
 declamava o que escrevia!

 Contei de uma garota
 que me amava um cangaceiro,
 era um tal cabra da peste
 uma valentão do Nordeste
 que montava a ventania,
 trazia susto e coragem
 por cada canto que ia!
 Virge Maria!

 O nome da tal mocinha?
 não digo... é um segredo,
 escrevo o que não devo,
 invento, pois tenho medo
 de contar que a tal menina
 era... toda fantasia!

 Era moça que esconde
 a tristeza na alegria,
morava no perto-longe
 daquilo que nunca digo,
 o seu nome era antigo,
 era... talvez... Bertulina...

 Quem sabe da tal menina?
 Um dia de azul e noite,
 pernoite de cavalgada,
 na sombra, muito assustada,
Bertulina viu o moço que,
 ao longe, galopava.

 Ai, xente!
 Um luar se balançava
 num cordel adolescente!
 O vento corria tanto,
espanto: não alcançava
 a ligeireza perfeita
 que o galope desenhava!

 Era um cabra cangaceiro,
 curtido e sertanejo,
 tinha olhos de lonjuras,
 verduras de olhar miragens,
 chapéu de couro,
facão de abrir caminhos, viagens!

 Tinha estrelas faiscantes
 nos dentes do seu sorriso...
 Ai... Me calo... quase falo!...
 Ó xente... que perco o siso!

 Nos cascos do seu cavalo
 tinha trovão e faísca,
 tinha fogo, tinha brasa,
 fósforo que queima
e risca o escuro e ilumina
 a paixão em Bertulina!

 O moço chegou chegando,
 sorriu sua belezura,
 saltou fora do cavalo
(vontade ninguém segura),
 roubou o beijo da boca
 de Bertulina, a donzela.
 Depois de assaltar o beijo,
 perguntou o nome dela.
 — Eu me chamo Bertulina,
 moço, estou muito assustada,
 sou tão moça, inda menina
, nunca antes fui beijada...

 O senhor me assaltou,
não deu tempo pra mais nada...
 Eu não sei o que que eu faço,
 minha boca está molhada
 como o orvalho da flor...
 Será que seu beijo, ó moço,
 em mim pousou... namorou?
 Será que o gesto louco
 teve um pouco de amor?

 – Não sei se é fato, ou fita,
 não sei se é fita, ou fato,
 o fato é que você me fita,
me fita mesmo, de fato!
 – respondeu o cangaceiro
 em brincadeira e risada,
 pulou sobre o seu cavalo
 e partiu em galopada!

 A lua tremeu nos olhos
 De Bertulina, em lágrimas...

 A mocinha ficou louca
 de gosto de amor partido
 no alto do céu da boca!
Nem sabia que o amor
 podia ser cangaceiro,
 podia assanhar desejos
 roubando o beijo primeiro!

 Porque o primeiro beijo
é coisa muito esperada:
 tem que ser algo de manso,
 remanso, lagoa d’água...

 Tem que ter um certo tempo,
 coragem não revelada,
 um perfume de jasmim,
 um não s’esqueça de mim...

 Quando numa noite quente
 a lua ficou inchada,
 o cavaleiro voltou.
 Bertulina espiava de
 dentro de uma paixão.

 O moço viu Bertulina
e quis roubar outro beijo.
 Foi aí que a mocinha
 falou assim pro rapaz:
 Antes de querer meu beijo,
 por favor, moço,
me diga se o beijo é verdadeiro,
 ou se é ousadia,
 assalto de cangaceiro! [...]

 Eu me chamo Doralice
 Bertulina do sertão.
 Comigo só tem poesia
 se rimar no coração.

 Aprendi uma verdade
e verdade não se esquece:
 tudo aquilo que se aceita...
 pois é, a gente merece!

Sylvia Orthof. Cordel adolescente, ó xente! By herdeiros de Sylvia Orthof.
São Paulo, Quinteto Editorial, 1996.
Entendendo o texto:
01 – O cordel, uma narrativa em versos, é um tipo de texto elaborado para ser declamado ou cantado.
a)   O texto que você leu se inicia com uma apresentação. Quem se apresenta ao leitor/ouvinte? Qual o seu nome e o que faz?
Doralice, vende cordel nas feiras.

b)   Qual é a estratégia empregada pela cordelista para atrair a atenção das pessoas para o seu cordel?
Falar tudo rimando.

c)   Qual é o tema do cordel?
Adolescência.

02 – Na 4ª estrofe, a narradora começa a contar a história da garota que amava um cangaceiro.
a)   Que aspectos do cangaceiro são ressaltados nessa estrofe?
Um cabra da peste, valentão do Nordeste.

b)   Que expressão tipicamente nordestina é usada para qualificar o cangaceiro?
Cabra da peste.

c)   Transcreva a expressão da linguagem oral empregada pela narradora. Que significado ela adquire no contexto?
Virge Maria! Ela serve para fazer um par de rimas e para mostrar que a narradora estava impressionada com o cangaceiro.

03 – Ao referir-se à mocinha da história, na 5ª e 6ª estrofes, a narradora não a identifica claramente. Por que ela utiliza esta estratégia?
      Para despertar curiosidade no leitor e falar que a tal menina era pura fantasia.

04 – A primeira vez que Bertulina viu o cangaceiro, algo aconteceu.
a)   Que imagem representa o despertar do amor em Bertulina?
Um dia de azul e noite.

b)   Que verso expressa a emoção incontida desse momento?
“Um luar se balançava num cordel adolescente.”

c)   Que efeito de sentido é decorrente dessa escolha?
Mostra que a história de Bertulina estava em um cordel tipicamente pendurado em um varal, “balançando”.

05 – O cangaceiro é caracterizado na 9ª estrofe.
a)   Que versos mostram o seu jeito de ser?
“Tinha olhos de lonjuras, verduras de olhar miragens, chapéu de couro, facão de abrir caminhos, viagens!”

b)   O que esse trecho revela sobre as características do cangaceiro?
Ele era um homem desbravador, que viajava muito.

06 – A 11ª estrofe narra o momento em que explode a paixão de Bertulina.
a)     Que substantivos empregados nessa estrofe podem ser associados às sensações vividas por Bertulina?
“Trovão”, “faísca”, “fogo”, “brasa”, “fósforo”.

b)     Que sentido os substantivos empregados nessa estrofe atribuem ao momento narrado e consequentemente ao sentimento de Betulina?
Uma “explosão”, ou uma “fogueira” de sentimentos em Bertulina.

07 – Na 13ª estrofe, Bertulina, após o beijo, afirma estar assustada.
a)   Qual a preocupação dela em relação ao beijo?
Se o beijo foi por amor.

b)   Na fala de Bertulina, o que as reticências podem revelar?
Pode significar que ela está assustada e ofegante com o beijo e pode representar que ela pode estar sendo beijada novamente.

08 – Doralice e Bertulina são a mesma pessoa.
a)   Que pistas, no texto, podem levá-lo a concluir isso?
Ela coloca características de si mesmo em Bertulina além de na 21ª estrofe revelar seu nome completo: Doralice Bertulina do Sertão.

b)   Com que objetivo a narradora pode ter usado essa estratégia na sua história.
Mostrar que se pode contar histórias de si mesmo trocando as personagens e colocando uma inventada, não revelando que foi o autor, no caso, que vivenciou essa experiência relatada.


TEXTO: AS ATIVIDADES DO HOMEM KAYAPÓ - COM QUESTÕES GABARITADAS

Texto: As atividades do homem Kayapó


        O homem Kayapó passa boa parte de seus dias na floresta, caçando e pescando. Ao alvorecer, ele se embrenha pela mata para caçar, em geral, sozinho.
        Um homem não retorna jamais de mãos vazias. Mesmo quando não traz consigo a caça, ele ainda deve colher algumas plantas medicinais, fibras ou frutas silvestres para fabricar objetos utilitários ou decorativos. Quando chega à aldeia, o caçador bem-sucedido oferece sua presa à esposa ou, se for solteiro, à mãe ou à irmã. E oferece uma parte aos outros.
        Pesca-se o ano todo, mas é sobretudo no início da estação seca, quando o nível da água é o mais baixo, que os peixes são capturados em grande quantidade. Na sociedade Kayapó, a pesca não constitui uma atividade tão produtiva como a caça.
                            Elaborado com base no texto “Atividades Masculinas”. Disponível em:
                              http://pib.socioambiental.org/pt/povo/kayapo/184 . Acesso em: dez. 2013.

Entendendo o texto:
01 – Onde moram esses indígenas?
      Na floresta.

02 – Além da caça, quais são as atividades do homem Kayapó?
      Pesca, colheita de plantas medicinais, fibras ou frutas silvestres.

03 – Escreva uma frase com as palavras abaixo.
·        Caça: Um dia é da caça outro do caçador.
·        Pesca: Hoje, a pesca foi muito boa.

04 – Qual é o nome dos índios?
      Eles chamam-se Kayapó.

05 – A quem os homens entregam os produtos colhidos?
      As mulheres para o preparo.

06 – Qual é a melhor época para a pesca?
      É a estação da seca.