quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

FÁBULA: O LEÃO E O JAVALI - ROSANE PAMPLONA - COM GABARITO

 Fábula: O leão e o javali

         Um leão e um javali encontraram-se à beira de uma fonte. Os dois queriam ser o primeiro a beber, então, as duas feras começaram a discutir.

         A discussão virou uma briga feia, com chifradas e patadas. No calor da disputa, olharam para cima e viram corvos e outras aves de rapina que sobrevoavam o local. Os combatentes redobraram suas forças, achando que estavam atraindo a admiração de sua plateia, já estavam quase se matando, quando um corvo pousou perto deles. Os dois inimigos fizeram uma trégua para perguntar se estavam gostando de apreciar a luta.

         - Mas é claro – respondeu o corvo. – Eu e meus companheiros não vemos a hora de saber quem será o primeiro a morrer. Afinal, nosso alimento depende disso.

         O leão e o javali entreolharam-se. E acharam melhor pôr um fim à briga, compreendendo que mais valia ceder a vez a servir de comida aos carniceiros.

                          Rosane Pamplona. Moral da história. Fábulas de Esopo. São Paulo: Elementar, 2013, p. 53.

Fonte: Encontros língua portuguesa, 4º ano:componente curricular língua portuguesa:ensino fundamental, anos iniciais/Isabella Pessoa de Melo Carpaneda, Angiolina Domanico Bragança – 1 ed. São Paulo: FTD, 2018, p.298-9.

Entendendo o texto

01. Que ensinamento essa fábula transmite?

A fábula transmite o ensinamento de que não vale a pena se envolver em disputas desnecessárias, pois as consequências podem ser graves.

02. De que maneira você acha que pode evitar disputas e desentendimentos no seu dia a dia?

Resposta pessoal.

A – Os combatentes redobraram suas forças, achando que estavam atraindo a admiração de sua plateia.

          B - - Mas é claro – respondeu o corvo. – Eu e meus companheiros não vemos a hora de saber quem será o primeiro a morrer. Afinal, nosso alimento depende disso.

 Copie os pronomes possessivos e escreva a que eles se referem.

A – Suas: forças dos combatentes (leão e javali)./ Sua: plateia dos combatentes (leão e javali).

B – Meus: companheiros do corvo./ Nosso: alimento do corvo e dos companheiros.

03. No trecho B aparece a palavra disso. Ela foi usada para se referir a:

a)   algo que já foi contado na fábula.

b)   algo que ainda não foi contado na fábula.

·        Escreva a que se refere a palavra disso na fábula.

     Refere-se que os corvos e outras aves de rapina se alimentam de animais mortos. Por isso, devem inferir que a palavra disso refere à morte dos animais para que essas aves se alimentem e sobrevivam.

 

 

 

REPORTAGEM(FRAG): DE OUTROS JEITOS - CARLA CARUSO - COM GABARITO

 Reportagem: De outros jeitos

                        Carla Caruso

        O mundo e as sensações são percebidos pelos deficientes visuais por meio dos outros sentidos, que ficam bem desenvolvidos. Eles podem se comunicar normalmente e conviver com seus familiares e amigos.

        As crianças que não enxergam aprendem o alfabeto Braille para poder ler e estudar nos livros escritos nesse código [...]. Como qualquer pessoa, um deficiente visual tem a necessidade de estímulos, de estar atento e curioso ao mundo que o rodeia. Claro que seu aprendizado acontece por meio dos outros sentidos. Uma criança bem pequena que tem a visão normal aprende muitas coisas apenas pela observação e pela imitação, como a abertura de uma torneira, por exemplo. A criança observa e percebe todo o mecanismo da abertura de uma torneira feito por uma pessoa. Depois tentará imitar o que viu até conseguir fazer o mesmo. Uma criança pequena com deficiência visual não vê, porém ouve o barulho e pode colocar a mão. Ela pode demorar mais para compreender o mecanismo de torneira. É outro tempo de aprendizagem. E assim acontece com muitas coisas do dia a dia.

[...]

Fonte da imagem -https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXDB6RMIw_QfBM11gPJRgJL_1AB1N-9dra2ZwyNOSRfWeewiXVL8L3PjtGRGi7utwsL_kT6tTI-eqlZRz0N2Wvimg0O28fjz4TVwjmUF6kBd8zEovmU7jAE1lL0nac_qNAbXZC9mlfCUizR0lPEoYLiFSiM8XmRAl13JMaZmn1BYmBr2Q_EGUFFxxF/s728/braillecapa_eupercebo.jpg

 Carla Caruso. Almanaque dos sentidos. São Paulo: Moderna, 2009. p. 19.

Fonte: Encontros língua portuguesa, 4º ano:componente curricular língua portuguesa:ensino fundamental, anos iniciais/Isabella Pessoa de Melo Carpaneda, Angiolina Domanico Bragança – 1 ed. São Paulo: FTD, 2018, p.182-3.

Entendendo o texto

01.  Quem geralmente lê reportagem?

Pessoas interessadas em se informar sobre determinado assunto.

02. Onde é comum encontrar reportagens publicadas?

Em jornais, revistas, rádio, televisão, internet.

03. A seguir são apresentadas algumas características comuns das reportagens.

Assinale com X apenas aquelas que estão presentes na reportagem

a)   Apresenta gráficos.

b)   Apresenta foto.

c)   O jornalista não revela seu ponto de vista sobre o tema.

d)   As informações sobre o tema ou acontecimento são detalhadas.

e)   Há depoimento de especialista no assunto.

f)     Há depoimento de outras pessoas não especializadas.

 

 

 

 

 

REPORTAGEM: MENINA QUE SOFREU BULLYING POR USAR ÓCULOS RECEBE APOIO NA INTERNET - CAROL OLIVEIRA - COM GABARITO

 Reportagem: Menina que sofreu bullying por usar óculos recebe apoio na internet

        Há dois anos, a americana Alexis Hansen, 7, começou a usar óculos. Pouco tempo depois, seus colegas da escola começaram a inventar apelidos e a caçoar de sua aparência.

          A situação levou Alexis e a mãe, Sierra Winters, a postarem  uma foto da menina no Facebook. Na imagem, Lexie – como é chamada -, segura um cartaz com a mensagem: “Eu sofri bullying por usar óculos. Compartilhe se você é contra o bullying”.

   A foto viralizou na internet e atingiu mais de 4 milhões de compartilhamentos[...].

         No post, milhares de pessoas mandaram mensagens de apoio à menina, como “Óculos são lindos, e você também é!”, e “Não deixe as pessoas te colocarem para baixo”. Muitas crianças e adultos postaram suas próprias fotos usando óculos.

         “Eu percebi que outras pessoas usam óculos também, e fiquei feliz”, disse Lexie à Folha por telefone.

          A garota estuda na mesma escola desde o jardim de infância e conta que, depois de ler as mensagens das pessoas, se sentiu mais forte para enfrentar o bullying. O próprio colégio tomou iniciativas para combater o problema. “Agora isso não acontece mais. A direção pediu para as crianças pararem de fazer bullying”, conta.

          O problema de visão de Lexie não é dos mais graves, e por isso ela não precisa usar óculos o tempo todo. Segundo a mãe, a filha costumava esconder os óculos para não ter de usá-los.

[...]

          Segundo o Departamento de Saúde norte-americano, 83% das meninas e 79% dos meninos do país afirmam que já sofreram bullying, seja pessoalmente ou pela internet.

[...]

 Carol Oliveira. Menina que sofreu bullying por usar óculos recebe apoio na internet. Folha de S.Paulo.

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folhinha/2016/03/1744601-menina-que-sofreu-bullying-por-usar-oculos-recebe-apoio-na-internet.shtml.Acesso em: 12 abr.2017.

Fonte: Encontros língua portuguesa, 4º ano:componente curricular língua portuguesa:ensino fundamental, anos iniciais/Isabella Pessoa de Melo Carpaneda, Angiolina Domanico Bragança – 1 ed. São Paulo: FTD, 2018, p.193-5.

Entendendo o texto

 01. Com base na reportagem, defina com suas palavras o que é bullying.

Bullying é toda forma de agressão ou intimidação verbal ou não, feita com o objetivo de machucar, física e/ou moralmente outra pessoa.

02. O que levou Alexia Hansen a fazer uma postagem na internet?

Foi o fato de ela estar sendo vítima de bullying por usar óculos. 

03. A postagem na internet teve um efeito positivo para Alexis? Explique.

Sim, pois a postagem teve enorme repercussão e a menina recebeu grande apoio das pessoas e percebeu que usar óculos é comum, o que a deixou mais feliz, forte e confiante.

04. Marque a alternativa adequada.

a)   o bullying só ocorre na adolescência.

b)   o bullying pode ocorrer em qualquer idade. 

05. Escreva V para as alternativas verdadeiras e F para as falsas.

( F ) A repórter do jornal Folha de S.Paulo teve contato pessoal com Alexis Hansen.

( V ) O depoimento de Alexis Hansen foi dado à repórter do jornal Folha de S.Paulo por telefone.

( V ) A escola tomou providência para que Alexis deixasse de sofrer agressões dos colegas.

06. Releia um trecho da reportagem e responda.

A foto viralizou na internet e atingiu mais de 4 milhões de compartilhamentos. [...]

a)   Nesse trecho aparecem duas palavras muito usadas nas redes sociais. Quais são elas?

Viralizar e compartilhamentos.

b)   O que essas palavras significam?

Viralização – é um termo que surgiu com o crescimento do número de usuários das redes sociais e blogs. A palavra é utilizada para designar conteúdos que acabam ganhando repercussão na web.

Compartilhar  na internet significa reproduzir o conteúdo de alguém e passá-lo adiante, para que mais pessoas tomem conhecimento de algo.

 

 

 

 

 

 

domingo, 18 de dezembro de 2022

CONTO: PEDRO MALASARTES E O PÁSSARO LAPÃO - PARTE 2 - GLAUTER BARROS - COM GABARITO

 CONTO: PEDRO MALASARTES E O PÁSSARO LAPÃO

               Glauter Barros

PARTE 2

           Finalmente, o valentão surgiu. Foi chegando, chegando, chegando... e vendo o caipira agachado ali no meio da estrada, perguntou:

          - Ó Pedro Malasartes! O que é que tu tá fazendo aí, home de Deus?

          - Ih, seu coroné, o sinhó num vai nem acredita no que me aconteceu. Estava passeando por estas bandas, quando de repente avistei um pássaro lapão!

           O coronel, curioso como ele só, quis logo saber:

            - Pássaro lapão? Que diacho é isso, Pedro Malasartes?

            - Ué, o sinhô nunca ouviu falar do pássaro lapão? É uma ave muito rara, seu coroné! Ele tem o canto mais bonito do mundo; muito mais bonito que o canto daquele tal do uirapuru. As suas penas têm as cores do arco-íris e são tão suaves quanto a brisa da manhã. Mas são poucas as pessoas que conseguem pegar um pássaro lapão. Ele é muito arisco! Esse aqui estava distraído e eu ó... consegui prendê ele aqui embaixo do meu chapéu. Ele vale uma fortuna, seu coroné, uma fortuna! Vou ganhar muito dinheiro com ele.

           Pedro Malasartes ia falando e inventando cada vez mais maravilhas sobre o pássaro lapão. E o coronel só ia enchendo os olhos de cifras imaginando o quanto poderia ganhar com aquela raridade.

          Após ouvir todas as “explicações” de Malasartes sobre o animal, o coronel sugeriu, mas daquele modo mandão que todo mundo ali da região já conhecia:

         - Malasartes, vamos fazer um combinado: vamos nós dois ganhar muito dinheiro com essa preciosidade. Nós vamos exibir esse pássaro lapão na feira. As pessoas que quiserem ver vão ter de pagar ingresso. E é aí que a gente vai faturar uma boa soma. Tome aqui esse dinheiro e vá agorinha mesmo lá no armazém comprar uma gaiola para esse pássaro, enquanto isso eu fico tomando conta do bichinho.

          Pedro Malasartes, percebendo que seus planos estavam dando certo, respondeu ao coronel:

          - Ah, num sei não! Eu não tô acreditando que o sinhô vai cuidar desse pássaro como ele merece. Além do mais, esse dinheirinho aí é pouco demais. Um pássaro raro como esse carece de uma gaiola muito bonita, imponente, folheada a ouro.

           - Mas, Pedro, que gaiola imponente que nada! Isso é só um pássaro.

           - Já falei pru sinhô que esse pássaro lapão é muito sensível, não pode ficar preso em qualquer lugar, senão ele para de cantar, as penas murcham e caem. Aí ele acaba morrendo de tristeza.

           Depois de muita argumentação de um lado e de outro, o coronel, já bem nervoso e contrariado, aceitou o que Malasartes pediu:

            - Tá bão, tá bão, Pedro! Então leve todo esse dinheiro que eu tenho aqui e vá lá comprar essa tal gaiola imponente. Não se preocupe que eu vou saber cuidar muito bem desse pássaro cheio de salamaleques... Vá logo!

            Mais do que depressa, Pedro Malasartes desapareceu com o dinheiro, correu em direção à casa do velho Piaçava, que, sabendo do ocorrido, pôde comprar meia dúzia de novas cabras. A quantia que o coronel entregou ao Malasartes era mais do que suficiente para cobrir esse prejuízo. E o espertalhão ainda ficou com um bom “troco”!

         Enquanto isso, lá naquela estradinha, o coronel aguardava a chegada da encomenda. Esperando, esperando, esperando... e sonhando de olhos abertos com os lucros que iria ter. Com o tempo passando, a paciência já esgotada, suando em bicas por causa do forte sol do meio-dia em sua moleira, ele decidiu:

         - Quer saber de uma coisa? Eu vou é ganhar dinheiro sozinho. Deixa o Pedro pra lá! Eu mesmo levo essa raridade lá pra feira!

         Então, o coronel levantou rapidamente o chapéu, enfiou a mão naquela “coisa” e...

          Bem, o que se sabe é que naquele momento, naquela cidadezinha do sertão, todos ouviram o grito do coronel:

          - Pedro Malasartes...EU TE MATO!!!

          Todos, menos o Pedro Malasartes, que a essa altura já estava longe, muito longe, aproveitando muito bem o dinheiro do coronel.

Vocabulário

Carece: precisa de.

Cifra: quantia em dinheiro.

Moleira: no texto quer dizer cabeça.

Uirapuru: pássaro da Amazônia, de penas muito coloridas e de canto que impressiona por sua beleza.

 Glauter Barros. Pedro Malasartes e o pássaro lapão. In: Lenice Gomes, Fabiano Moraes (Org).

Histórias de quem conta histórias. São Paulo: Cortez, 2010.p.106-111.

Fonte: Encontros língua portuguesa, 4º ano:componente curricular língua portuguesa:ensino fundamental, anos iniciais/Isabella Pessoa de Melo Carpaneda, Angiolina Domanico Bragança – 1 ed. São Paulo: FTD, 2018, p.237-41..

Entendendo o texto

01. O conto Pedro Malasartes e o pássaro lapão é um conto popular de artimanha é ter um personagem astuto, que usa a esperteza para trapacear, e outro personagem que é enganado pelo primeiro.

Responda:

a)   Quem é o personagem que usa a esperteza para enganar?

               Pedro Malasartes.

         b)   Quem é o personagem enganado? E qual o motivo de enganação?

           O amigo de Pedro Malasartes, Piaçava. Porque o coronel da cidade havia roubado as cabras de Piaçava.

        c)   Qual foi o plano de Pedro Malasartes para a enganação?

            O plano de Pedro Malasartes foi: comer muito, tomar laxante para soltar o intestino, fazer cocô, cobrir com seu chapéu e inventar para o coronel que debaixo do chapéu havia um pássaro raro e valioso, que os faria ganhar muito dinheiro.

         d)   O plano de Pedro Malasartes deu certo? Por quê?

         Sim, pois Malasartes conseguiu dinheiro para que o amigo Piaçava comprasse outras cabras e, além disso, conseguiu pregar uma peça no coronel.

02. Releia o trecho: e copie abaixo a palavra que foi repetida.

   Trecho A     Enquanto isso, lá naquela estradinha, o coronel aguardava a chegada da encomenda. Esperando, esperando, esperando... e sonhando de olhos abertos com os lucros que iria ter.

a)   Copie abaixo a palavra que foi repetida.

Esperando, esperando, esperando...

b)   Qual a intenção dessa repetição?

A repetição tem o objetivo de evidenciar a longa espera do coronel pela volta de Malasartes com a gaiola.

·        Nesse trecho, as reticências (...) foram usadas para ressaltar  a ideia de que a espera foi longa.

               Agora releia outro trecho do conto e responda.

              Trecho B    Então, o coronel levantou rapidamente o chapéu, enfiou a mão naquela “coisa” e...

·        Nessa frase, as reticências foram usadas com a mesma finalidade que no trecho A? Justifique.

No trecho B, as reticências não foram usadas com a mesma intenção que no trecho A, pois foram empregadas com o objetivo de evidenciar uma interrupção na história para que o leitor imaginasse o final da cena, causando ainda mais humor ao desfecho do plano de Pedro Malasartes.

03. Copie do texto a parte em que Pedro Malasartes descreve o pássaro lapão.

É uma ave muito rara, seu coroné! Ele tem o canto mais bonito do mundo; muito mais bonito que o canto daquele tal do uirapuru. As suas penas têm as cores do arco-íris e são tão suaves quanto a brisa da manhã. Mas são poucas as pessoas que conseguem pegar um pássaro lapão. Ele é muito arisco.

 

04. Escreva com que intenção Malasartes descreveu o pássaro com tantos detalhes.

A intenção de Malasartes era dar mais veracidade à história que ele inventou, fazer o coronel acreditar que se tratava de uma ave muito valiosa e, assim, deixa-lo curioso e entusiasmado.

 

CONTO: PEDRO MALASARTES E O PÁSSARO LAPÃO - PARTE 1 - GLAUTER BARROS - COM GABARITO

 CONTO: PEDRO MALASARTES E O PÁSSARO LAPÃO

               Glauter Barros

PARTE 1

        Conta a história que, lá pelas bandas do interior desse Brasilzão, havia uma cidadezinha bem no meio do sertão. Seus moradores viviam das plantações e de cuidar das galinhas, porcos, cabras e outros animais de criação.

         Existia, nessa cidade, um coronel, que se achava muito poderoso, porque era homem de muitas posses, o mais rico daquela região.

          Um dia, esse valentão, coronel mandão, muito curioso e apropriador de coisas indébitas, resolveu roubar seis cabras do velho Piaçava. O velho, pobre, muito fraco, não podia fazer nada, porque, assim como os outros habitantes, tinha medo do tal coronel. Triste pelo prejuízo, a única coisa que o pobre Piaçava fez foi contar o ocorrido a seu compadre, o Pedro Malasartes. Pedro, que não gostava de injustiças, comprou a briga e prometeu que daria uma solução para o fato.

         Finda a visita, Piaçava retornou para sua casa, esperançoso e confiante na esperteza do seu compadre.

         Pedro Malasartes ficou matutando, matutando, matutando... Quando as ideias clarearam ele foi para a cozinha e começou a preparar um enorme caldeirão de feijoada, com muitas carnes e temperos variados. Depois, sentou-se diante de um imenso prato e comeu até não poder mais, dando cabo de todo o caldeirão da suculenta iguaria. Foi então para a sua rede descansar.

         Passadas algumas horas daquele farto jantar, levantou-se e bebeu um vidro inteirinho de laxante. E se recolheu...

         No dia seguinte, faltando 15 minutos para o meio-dia, estava lá Pedro Malasartes, para dar sequência a seus planos, no meio da estrada, bem no meio do caminho onde todos os dias naquela mesma hora o coronel passava, Pedro estava inquieto, andando com passos miudinhos de um lado para o outro, contorcendo-se e prendendo as pernas. Lá dentro de sua barriga parecia que tinha um formigueiro de tanta mexeção! Chegou um momento em que Pedro não aguentou mais. Imediatamente arriou as calças e, ali mesmo onde estava, resolveu obrar, como diziam os antigos.

           Depois, rapidamente colocou o seu velho chapéu de palha por cima daquela “bela produção”. Ficou segurando o chapéu pelas abas e observando para ver se o coronel aparecia lá na distante curva da estrada.

            [...]

Vocabulário

Finda: que chegou ao fim; encerrada, terminada.

Iguaria: comida apetitosa.

Indébitas: indevidas.

Laxante: remédio que induz à evacuação de fezes.

Glauter Barros. Pedro Malasartes e o pássaro lapão. In: Lenice Gomes, Fabiano Moraes (Org).Histórias de quem conta histórias. São Paulo: Cortez, 2010.p.104-106.

Fonte: Encontros língua portuguesa, 4º ano:componente curricular língua portuguesa:ensino fundamental, anos iniciais/Isabella Pessoa de Melo Carpaneda, Angiolina Domanico Bragança – 1 ed. São Paulo: FTD, 2018, p.234-.6.

Entendendo o texto

01. No conto lido, o narrador somente narra os fatos ou participa da história?

O narrador observa e conta o que acontece na cena.

02. Marque a alternativa correta.

O narrador desse conto é

( X ) narrador-observador

(    ) narrador-personagem

03. Releia o trecho a seguir. Depois, escreva o que estava acontecendo com Pedro Malasartes nesse momento da história.

       [...] Pedro estava inquieto, andando com passos miudinhos de um lado para o outro, contorcendo-se e prendendo as pernas. Lá dentro sua barriga parecia que tinha um formigueiro de tanta mexeção! [...]

Pedro estava com muita vontade de ir ao banheiro.

04. Releia um trecho do conto, observando a expressão em destaque.

       [...] Depois, rapidamente colocou o seu velho chapéu de palha por cima daquela “bela produção” [...]

- Marque a alternativa adequada.

Essa expressão foi escrita entre aspas para passar ideia de:

a)   Alegria.

b)   Ironia.

c)   Tristeza.

d)   Veracidade.

 

 

 

quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

CONTO(TRECHO): O PRÍNCIPE SAPO - CLÁUDIO FRAGATA - COM GABARITO

 CONTO(TRECHO): O PRÍNCIPE SAPO

                Recontado por Cláudio Fragata, especialmente para esta obra.

           [...]

          A princesa, cheia de nojo, pegou o sapo pela ponta dos dedos e pôs sobre a mesa.

          - Agora – disse ele -, puxe o seu prato dourado para mais perto de mim e vamos comer juntos!

          Ela puxou o prato, mas não conseguiu dar uma garfada sequer. Depois de encher a pança, o sapo pediu:

        - Leve-me agora ao seu quarto. Quero dormir em seus lençóis de seda!

         A princesa achou que o sapo estava passando dos limites, mas o rei mandou que ela fizesse o que o bicho pedia.

          Segurando o sapo com uma careta de nojo, ela o levou até o quarto e colocou-o sobre os lençóis macios e foi lavar as mãos com muita espuma. Quando a princesa deitou em sua caminha macia, o sapo veio e disse:

         - Agora eu quero um beijinho seu!

         Muito contrariada, a princesa deu uma bitoca no sapo. Mas logo se arrependeu, pegou o sapo e atirou-o contra a parede.

         [...]

Fonte: Encontros língua portuguesa, 4º ano: componente curricular língua portuguesa: ensino fundamental, anos iniciais/Isabella Pessoa de Melo Carpaneda, Angiolina Domanico Bragança – 1 ed. São Paulo: FTD, 2018, p.135.

Responda

01. Quem está dialogando nesse trecho do conto?

A princesa e o sapo.

02. Quantos parágrafos tem esse trecho? Como você descobriu?

Resposta pessoal.

Sugestão: Esse trecho tem oito parágrafos, usando como argumento o fato de a linha dos parágrafos começar mais à direita que as outras.

 

CONTO(FRAGMENTO): O PRÍNCIPE SAPO - CLÁUDIO FRAGATA - COM GABARITO

 CONTO(FRAGMENTO): O PRÍNCIPE SAPO

                Recontado por Cláudio Fragata, especialmente para esta obra.

         Era uma vez um rei africano que tinha três filhas. A mais nova era a mais bonita. O sol, a lua e as estrelas perdiam um pouco de brilho diante de sua beleza. Até o leão, rei da floresta, fazia uma reverência quando ela passava com suas pulseiras de prata e sua gargantilha cravejada de pedras preciosas.

          Mas vida de princesa também pode ser chata, com tantos leques e salamaleques e sem nenhum amigo para brincar.

           Quando se sentia só e aborrecida, a princesinha ia até a beira do rio e se distraía com sua bola de ouro, jogando-a para cima e apanhando-a quando descia.

            Um dia, a bola escapou de suas mãos e foi parar no fundo do rio. Ela começou a chorar e disse em voz alta.

            - Eu faria qualquer coisa para ter minha bola de novo!

            Foi então que a princesa ouviu alguém perguntar:

            - O que você faria, minha princesa?

            [...]

Fonte: Encontros língua portuguesa, 4º ano: componente curricular língua portuguesa: ensino fundamental, anos iniciais/Isabella Pessoa de Melo Carpaneda, Angiolina Domanico Bragança – 1 ed. São Paulo: FTD, 2018, p.134.

Entendendo o texto

01. Em sua opinião, que personagem vai aparecer na história?

Resposta pessoal.

Sugestão: Levando em conta o título, conclui que um sapo vai aparecer como personagem da história.

02. O que você acha que vai acontecer entre a princesa e esse personagem?

Resposta pessoal.

 

 

CONTO: ...E O PRÍNCIPE FOI PRO BREJO! SUPPA - COM GABARITO

 CONTO: ... E O PRÍNCIPE FOI PRO BREJO!

                   Suppa

          O príncipe e a princesa se casaram e não foram felizes para sempre...

          Tudo começou quando o príncipe gritou e a princesa fingiu que nem escutou...

           Logo depois, à noite, ele roncou...

           RONC! RONC! RONC! RONC! RONC!

           No dia seguinte, à mesa, ele arrotou.

           BUUUUUURP!

           Certa vez, a princesa colocou seu vestido novo e ele nem notou.

           [...]

           Saiu, nem a beijou, e até um pum ele soltou! [...]

           Foi assim que tudo acabou.

Suppa. ...E o príncipe foi pro brejo! São Paulo: Folia de Letras,2014.

Fonte: Encontros língua portuguesa, 4º ano:componente curricular língua portuguesa:ensino fundamental, anos iniciais/Isabella Pessoa de Melo Carpaneda, Angiolina Domanico Bragança – 1 ed. São Paulo: FTD, 2018, p.132-3.

 Entendendo o texto

01. O título desse conto lembra uma expressão popular. Qual é ela? O que ela significa?

A expressão é “a vaca foi pro brejo”, que significa que algo ou alguma situação ficou muito ruim.

02. Esse príncipe se parece com os dos contos tradicionais? Por quê?

Não, pois os príncipes dos contos de fadas tradicionais são, geralmente, educados, gentis e atenciosos. Nesse conto, o príncipe é retratado como alguém sem educação e que não dá atenção para a princesa.

03. Copie as onomatopeias e explique o que cada uma delas significa.

RONC representa o som de ronco e BUUUUUURP representa o som de arroto.

04. A história se passa em apenas um dia? Escreva o trecho que justifica sua resposta.

Não, a história dura mais de um dia: “No dia seguinte, à mesa, ele arrotou”.

05. Copie o trecho do conto que tenha as expressões que mostram a passagem de tempo na história.

...Certa vez...

domingo, 11 de dezembro de 2022

TEXTO: TODOS IGUAIS EM NOSSAS DIFERENÇAS - EDSON GABRIEL GARCIA - COM GABARITO

 TEXTO: TODOS IGUAIS EM NOSSAS DIFERENÇAS

               Edson Gabriel Garcia

        Não há nada mais triste para uma pessoa do que se sentir menosprezada.

         Não há como se sentir igual a todos se os olhos de alguns a veem como diferente e de menos valor, uma pessoa de segunda classe, por ela não estar dentro dos padrões.

         Pessoas discriminadas sentem-se diminuídas, abaladas em sua autoestima. Olham no espelho e pensam: “não sou bonita, mas sou importante, não tenho qualidades, os outros não me reconhecem como alguém de valor”.

          Isso leva a algumas consequências e dolorosas: a pessoa perde a autoconfiança em si mesma; a pessoa se entristece; a pessoa passa a pensar que tem menos valor, menos inteligência, menos capacidade; a pessoa acaba por se incomodar, ser infeliz e acostumar-se ao fracasso.

          Coisas assim não podem acontecer. Cada um, do seu jeito, tem o direito de ser diferente e crescer valorizado em sua diferença.

          Somos todos iguais em nossas diferenças.

 Edson Gabriel Garcia. O jeito de cada um: iguais e diferentes. São Paulo:FTD,2001. p.40.

Fonte: Encontros língua portuguesa, 4º ano:componente curricular língua portuguesa:ensino fundamental, anos iniciais/Isabella Pessoa de Melo Carpaneda, Angiolina Domanico Bragança – 1 ed. São Paulo: FTD, 2018, p.114-9.

Entendendo o texto

 01. Qual é o tema tratado no texto?

Preconceito.

02. Em sua opinião, esse tema está ultrapassado ou continua atual?

Resposta pessoal.

Espera-se que os alunos respondam que o tema continua atual, pois o preconceito ainda é presente no dia a dia. Ele aparece muitas vezes disfarçado de brincadeiras ou está escondido em uma falsa atitude de carinho.

03. Alguma pessoa próxima a você já passou por situação difícil, sendo discriminada em razão de algum preconceito? Conte o que aconteceu e qual foi a reação da pessoa.

Resposta pessoal.

04. Você concorda com a ideia de que Todos somos iguais em nossas diferenças?

Resposta pessoal.

05.  Escreva:

a)   o ponto de vista defendido no texto, ou seja, a opinião do autor do texto sobre o assunto.

O ponto de vista defendido no texto é de que a discriminação e o preconceito são inadmissíveis.

b)   dois argumentos usados para defender esse ponto de vista.

O preconceito não deve acontecer, pois ele causa infelicidade e baixa autoestima nas pessoas.

Além disso, cada um tem o seu jeito de ser e o direito de ser diferente e crescer valorizado em sua diferença.

06. Releia o quarto parágrafo, observando a função da palavra isso.

Essa palavra se refere a:

a)   algo que já foi dito no texto.

b)   algo que ainda será dito no texto.

07. Releia o segundo parágrafo.

     Não há como se sentir igual a todos se os olhos de alguns a veem como diferente e de menos valor, uma pessoa da segunda classe, por ela não estar dentro dos padrões.

·        O que você entendeu por:

a)   pessoa de segunda classe?

Espera-se que os alunos concluam que a expressão refere-se a uma pessoa considerada inferior aos olhos de outra.

b)   estar dentro dos padrões?

Espera-se que associem a expressão a estar dentro do que a sociedade convencional como modelo ideal.