Mostrando postagens com marcador NOEL ROSA. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador NOEL ROSA. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

BIOGRAFIA: NOEL ROSA - CLÓVIS BULCÃO E MÁRCIA BULCÃO - COM GABARITO

Biografia: Noel Rosa
                Clóvis Bulcão e Márcia Bulcão


        VILA ISABEL

        A Vila Isabel mais parecia uma cidade independente. [...] Seus moradores não cansavam de cantar a riqueza da natureza: de suas ruas floridas, de seu arvoredo cheio de frutas e das águas limpas e frescas de seus rios. Todos iam no samba do chapéu de palha. Quem ali nascia sempre dizia: meu senhor, modéstia à parte, eu sou da vila.
        A avenida principal de Vila Isabel era – e ainda é – conhecida como Boulevard 28 de setembro. Atravessando a avenida do início ao fim, pequenas e pacatas ruas escondiam os melhores segredos de seus moradores. Suas esquinas abrigavam pessoas de todo tipo, reunidas em animadas rodas musicais. Era gente levada, que nem sequer vacilava em abraçar o samba.
        Moravam na Vila Isabel, em um chalé, que, aliás, havia sido presente do amigo e maestro Leopoldo Miguez, dona Martha e seu Neca. Esse chalé, situado na rua Theodoro Silva, paralela ao Boulevard, tinha duas salas, três quartos, dois banheiros e uma cozinha. O quintal era cobreto pelas sombras de goiabeiras, abacateiros e pitangueiras, e terminava no barranco do morro vizinho.
        O jovem casal, apesar de trabalhar muito – ela era professora e ele, dono de uma camisaria –, sempre tinha tempo para se divertir com os amigos ao som de boa música. Aos domingos, a casa se transformava: seu Neca tocava violão; dona Martha, bandolim; a irmã dela, violino, e a mãe, piano. E muitas vezes ainda contavam com a presença do músico Catulo da Paixão Cearense.
        Foi num desses domingos festivos que Dona Martha anunciou a todos os presentes:
        -- Eu vou ser mãe! No fim do ano a criança nasce!
        Quando dezembro chegou, a barriga de Dona Martha estava enorme. Logo o neném nasceria. Em todo o mundo, as pessoas estavam encantadas com a presença do cometa Halley. Ele iluminava tanto o céu que o sol nascia triste na Vila. Foi numa dessas claras noites, o orvalho já vinha caindo, que a jovem mãe percebeu que a hora do parto chegara. Seu Neca não perdeu tempo e mandou chamar o Dr. Zé Rodrigues.
        -- É menino! – gritou o médico.
        Dona Martha e seu Neca ficaram radiantes, mas não sabiam ainda que nome dar ao garoto.
        -- Manuel, como o pai – sugeriu Dona Martha.
        -- Ora, Martha, sejamos mais originais. Estamos perto do Natal e acabamos de ganhar um lindo presente, o melhor de todos! – argumentou seu Neca.
        -- Qual a sugestão?
        Seu Neca pensou um pouco e disse:
        -- Como logo vamos celebrar o dia 25 de dezembro, podemos chama-lo de Natal!
        -- Natal?
        -- Sim, Natal, mas não em português.
        -- Em que língua então? – quis saber a mãe.
        -- Em francês: Noel. Noel de Medeiros Rosa.
        -- Hum, muito chique e diferente! Então o nosso primeiro filho vai se chamar Noel!
        -- Noel Rosa! – confirmou o pai.

        A VIDA DE MENINO
        Como muitos meninos, Noel cresceu saboreando todas as delícias da Vil Isabel. [...]
        Além de brincar muito na rua, Noel adorava ir ao cinema, como qualquer outra criança. Se não estava de pés descalços, suado e sem fôlego, estava arrumadinho e cheiroso, prontinho para ingressar num dos dois cinemas que existiam na Vila: o Smart, mais antigo, e o moderno Cine Boulevard. Noel preferia os filmes americanos e era encantado pelas histórias de ação do Tarzan.
        Um belo dia, quando voltava de uma sessão de cinema, Noel entrou na sala de sua casa e se viu frente a frente com o piano. Nesse momento, o espírito aventureiro se associou à paixão musical. E ele, proibido que era de tocar no caro instrumento, não resistiu. Aproximou-se, levantou a tampa, que guardava o teclado, e suavemente começou a dedilhar. Uma tecla, duas, três... a música foi entrando em sua mente e, sobretudo, em sua alma.
        -- Nooeel, larga do piano! – gritou Dona Martha.
        Ele até tentou obedecer às ordens de sua mãe, mas a vontade de fazer música era mais forte.
        -- Noel, se você quer aprender a tocar, eu te ensino bandolim. Você quer?
        -- Não, ou melhor, sim, eu quero, um dia...
        Na verdade, não era esse o instrumento que o menino gostaria de tocar. Não demorou muito para pedir ao pai:
        -- Já que não posso tocar piano eu prefiro aprender violão, o único instrumento que é a voz do próprio coração!
        Dona Martha e seu Neca foram aos poucos percebendo que o filho era mais um membro da família apaixonado pela música.

                                                                Clóvis Bulcão e Márcia Bulcão. Noel, o menino da Vila. Rio de Janeiro: Escrita Fina, 2010. p. 7-12.
Fonte: Livro - Para Viver Juntos - Português - 6º ano - Ensino Fundamental- Anos Finais - Edições SM - p.224-7.

Entendendo a biografia:

01 – A biografia que você leu começa com uma descrição do bairro Vila Isabel.
a)   Como a Vila Isabel é vista por seus moradores? Justifique com uma frase do texto.
É avaliada positivamente, como um local de natureza preservada, com animação e pessoas reunidas em rodas de samba. “Quem ali nascia sempre dizia: meu senhor, modéstia à parte, eu sou da Vila”.

b)   Por que é importante, na biografia, saber sobre a vida na Vila Isabel?
Porque foi o lugar onde Noel Rosa nasceu e cresceu, o que possibilita conhecer as condições de vida e as características culturais da época do biografado.

c)   Qual é a relação entre as características da Vila Isabel e Noel Rosa?
A Vila Isabel é caracterizada como um lugar onde havia intensa presença da música, principalmente o samba. Noel Rosa cresceu nesse ambiente e se tornou músico, fortalecendo sua identidade com a Vila Isabel.

02 – Quais fatos apontam a presença da música na vida da criança Noel Rosa?
      A música no bairro; a casa onde morava foi presente de um maestro; aos domingos, na casa de Noel, aconteciam encontros musicais; as visitas de músicos, como Catulo da Paixão Cearense.

03 – Leia este texto sobre Catulo da Paixão Cearense, citado na biografia.
        “Catulo da Paixão Cearense nasceu em São Luís do Maranhão, em 8 de outubro de 1863. Foi poeta, músico e compositor. Uma de suas canções mais conhecidas é Luar do Sertão, considerada um clássico da música popular brasileira e regravada inúmeras vezes, por diversos intérpretes. Em maio de 1946, aos 83 anos, faleceu no Rio de Janeiro”.

a)   O que há em comum entre Catulo da Paixão /cearense e Noel Rosa?
Ambos foram compositores e músicos reconhecidos, ligados à música popular brasileira.

b)   Qual ideia é reforçada à família de Noel Rosa ao citar a frequência de Catulo da Paixão Cearense à casa de seu Neca e dona Martha?
A de que os pais de Noel eram próximos à música.

04 – Na primeira parte do texto, é narrado o nascimento da criança. Nela, é apresentado ao leitor o porquê de uma escolha feita pelos pais de Noel. Que escolha é essa? Por que esse tipo de informação é importante em um texto que narra uma trajetória de vida?
      A escolha do nome Noel. Essa informação mostra a situação em que o compositor nasceu, promovendo maior compreensão de sua história.

05 – Quando Noel tenta tocar piano, é repreendido pela mãe, mas continua a tentar. O que é revelado sobre o menino nesse trecho?
      A paixão de Noel Rosa pela música, que se revelou desde criança.

06 – Releia o terceiro parágrafo da parte “A vida de menino” e responda.
a)   Nesse parágrafo, quais palavras fazem referência a Noel Rosa?
Ele, sua, se.

b)   Qual a importância do uso desses termos no trecho lido?
Evitar a repetição do nome Noel e possibilitar a coesão textual.

c)   Esses termos referem-se a qual pessoa do discurso?
À terceira pessoa do singular.

07 – Sobre a data de nascimento de Noel Rosa, responda.
a)   Por meio de qual informação podemos inferir o ano em que ele nasceu?
A de que ele nasceu no mesmo ano da passagem do cometa Halley.

b)   Ao utilizar essa referência, que efeito de sentido é construído no texto?
Ao associar o ano de nascimento de Noel à aparição do cometa Halley, é construído um efeito mágico, de encantamento, ajudando o leitor a perceber como esse fato é especial.

08 – Releia o segundo parágrafo da parte “A vida de menino” e responda.
a)   Que informações temos da Vila Isabel nesse trecho?
Que lá havia dois cinemas: o Smart, mais antigo, e o moderno Cine Boulevard.

b)   O que o trecho mostra sobre as preferências do menino?
Que ele gostava de cinema e que preferia os filmes americanos de ação, como as histórias de Tarzan.

c)   Tendo os biógrafos vivido em época diferente de Noel Rosa, como foi possível obter tais informações?
Provavelmente, os biógrafos tiveram de conversar com pessoas e realizar pesquisas em jornais, revistas e documentos diversos para ter essas informações.

09 – Ao longo do texto há alguns diálogos. Releia um deles.
        “-- Nooeel, larga do piano! – gritou Dona Martha.
        Ele até tentou obedecer às ordens de sua mãe, mas a vontade de fazer música era mais forte.
        -- Noel, se você quer aprender a tocar, eu te ensino bandolim. Você quer?”

a)   Qual palavra desse trecho se aproxima da oralidade?
A palavra Nooeel.

b)   Que efeito é construído por meio desse registro linguístico?
É possível imaginar a fala da mãe chamando a atenção do menino.

c)   O que as falas de Dona Martha revelam sobre a personalidade dela?
Que ela era uma mãe rígida, mas ao mesmo tempo amorosa e compreensiva.

d)   No texto, as falas são apresentadas com travessões. Como elas seriam se fossem contadas pelo narrador?
Possibilidade de resposta: Dona Martha gritou para Noel parar de tocar o piano e disse ao filho que se ele quisesse poderia ensiná-lo a tocar bandolim.

e)   Para qual público a biografia Noel, o menino da Vila está direcionada?
Para o público infanto-juvenil.

f)    Qual é a relação entre o modo como as falas foram apresentadas e o público-alvo dessa biografia? Justifique sua resposta.
O uso de travessões pode favorecer a leitura de crianças e jovens, pois apresenta os fatos de forma mais direta e expressiva, podendo tornar a leitura mais atraente a esse perfil de leitor.




terça-feira, 10 de abril de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): NÃO TEM TRADUÇÃO - NOEL ROSA - COM GABARITO

MÚSICA(ATIVIDADES): Não Tem Tradução - Noel Rosa

                                                       CHICO BUARQUE
O cinema falado é o grande culpado da transformação
Dessa gente que sente que um barracão prende mais que o xadrez
Lá no morro, se eu fizer uma falseta
A Risoleta desiste logo do francês e do Inglês.

A gíria que o nosso morro criou
Bem cedo a cidade aceitou e usou
Mais tarde o malandro deixou de sambar, dando pinote
Na gafieira dançar o Fox - Trote.

Essa gente hoje em dia que tem a mania da exibição
Não entende que o samba não tem tradução no idioma francês
Tudo aquilo que o malandro pronuncia
Com voz macia é brasileiro, já passou de português.

Amor lá no morro é amor pra chuchu
As rimas do samba não são I love you
E esse negócio de alô, alô boy e alô Johnny
Só pode ser conversa de telefone.

Entendendo a canção:
01 – Que crítica está presente na letra desta canção?
      Traz uma crítica à “onda de estrangeirismo” que assolava a sociedade brasileira.

02. Do que trata a música?

      A música "Não Tem Tradução" de Noel Rosa aborda a influência do cinema falado e dos estrangeirismos na transformação da cultura das pessoas, especialmente aqueles que vivem nos morros. O eu lírico critica a preferência por palavras estrangeiras em detrimento do samba e da cultura brasileira.

03. Qual é o posicionamento do eu lírico, quanto aos estrangeirismos em “Não tem tradução”?

          O eu lírico expressa uma posição crítica em relação aos estranhamentos na música. Ele sugere que o cinema falado é responsável pela transformação da cultura, levando as pessoas a valorizarem mais palavras estrangeiras do que a riqueza do samba e da cultura brasileira.

04. Esta canção é atual? Justifique as suas respostas, retirando elementos do texto.

            A canção não é atual, pois foi composta por Noel Rosa em 1933. O texto menciona o cinema falado como uma influência, o que remete a um período em que o cinema sonoro estava se popularizando.

05. Transcreva as palavras de origem estrangeira encontradas na  Música Não tem Tradução. Composição Noel Rosa, descrevendo os significados.

                  a) Palavras de origem estrangeira na música:

                  Barracão (português, mas usado no contexto da música)

                 Fox-Trote (do inglês, referindo-se a uma dança)

                 Risoleta (possivelmente do francês, nome próprio)

                 Malandro (originado do espanhol/italiano, mas usado no contexto brasileiro).

06. Há uma defesa do eu lírico em relação ao samba. Qual é? Justifique, retirando elementos que comprovem a resposta.

    O eu lírico defende o samba como algo intrinsecamente brasileiro, destacando que as rimas do samba não são em inglês ("I love you"). Ele critica a preferência por palavras estrangeiras em detrimento do samba, afirmando que o samba não tem tradução no idioma francês.

07. Na Música Não tem Tradução. Composição Noel Rosa., há gírias na canção? Se sim, transcreva-as inserindo os significados que elas possuem.

         Sim, há gírias na música. No trecho mencionado, "dar pinote" significa agir de maneira evasiva ou enganosa, e "na gafieira" refere-se a um tipo de dança de salão.

     08.  Leia o trecho em destaque e responda às questões a seguir: “[...] Amor lá no morro é amor pra chuchu As rimas do samba não são I love you E esse negócio de alô, alô boy e alô Johnny Só pode ser conversa de telefone [...]”       (Noel Rosa, Não Tem Tradução, 1933).

          O trecho destaca a ideia de que o amor no morro é abundante ("amor lá no morro é amor pra chuchu"), mas as rimas do samba não são como as expressões românticas estrangeiras, como "eu te amo". O eu lírico também ironiza o uso de aplicações telefônicas como "alô boy" e "alô Johnny", evidenciando que são inapropriados ou artificiais.

 09. Noel Rosa possuía fortes tendências em relação às críticas sociais e políticas ao compor suas canções. Os versos de “Não Tem Tradução” não fugiram à regra. Releia a composição, discuta com seus colegas e responda:

a)  Qual era a preocupação existente na época, que Noel Rosa deixa transparecer em meio aos versos?

 A preocupação existente na época, refletida nos versos de Noel Rosa, está relacionada à influência do cinema falado e dos estranhamentos na transformação da cultura brasileira. Há uma crítica à preferência por palavras estrangeiras em detrimento do samba e da cultura brasileira moderna.

b)  Transcreva os elementos do texto que justifiquem a sua resposta.

 Os elementos do texto que justificam a resposta incluem a menção ao cinema falada como "o grande culpado da transformação", a crítica ao uso de palavras estrangeiras em vez do samba, e a ironia em relação aos cumprimentos telefônicos estrangeiros como "alô boy" e "alô Johnny". Esses elementos indicam a preocupação de Noel Rosa com a preservação da cultura brasileira diante da influência estrangeira.

 10 – O eu lírico defende o samba alegando o quê?

      Alega que o samba não é possível de tradução.

11 – Que crítica o eu lírico faz ao malandro que antes sambava?
      Ele critica o fato de que o malandro, que antes sambava, agora dança.
      Fox – trote – um ritmo característico dos Estados Unidos.

12 – As canções de Noel Rosa, compositor brasileiro de Vila Izabel, apesar de revelarem uma aguçada preocupação do artista com seu tempo e com as mudanças político-culturais no Brasil, no início dos anos 1920, ainda são modernas. Nesse fragmento do samba “não tem tradução”, por meio do recurso da metalinguagem, o poeta propõe:
           a) Incorporar novos costumes de origem francesa e americana, juntamente com vocábulos estrangeiros.
           b) Respeitar e preservar o português-padrão como forma de fortalecimento do idioma do Brasil.
           c) Valorizar a fala popular brasileira como patrimônio linguístico e forma legítima de identidade nacional.
           d) Mudar os valores sociais vigentes à época, com o advento do novo e quente ritmo da música popular brasileira.
           e) Ironizar a malandragem carioca, aculturada pela invasão de valores étnicos de sociedades mais desenvolvidas.

     13 – Leia os versos da canção e responda.

"O cinema falado
É o grande culpado
Da transformação
Dessa gente que sente
Que um barracão Prende mais que um xadrez. (...)
Amor, lá no morro, é amor pra chuchu,
As rimas do samba não são 'I love you'.
E esse negócio de 'alô, alô, boy','Alô, Johnny',
Só pode ser conversa de telefone.”

                                             Noel Rosa. Cinema falado, 1933.

Os versos acima refletem uma crítica. Eles expressam:
a) a ausência das inovações tecnológicas estrangeiras na difusão da cultura popular brasileira.
b) a influência do jazz norte-americano no ritmo e nas letras do samba.
c) a expansão da dominação cultural norte-americana e a desvalorização da cultura popular nacional.
d) a resistência da arte popular quanto às inovações tecnológicas, especialmente o cinema falado e o rádio.
e) o predomínio da música estrangeira em substituição ao samba autenticamente nacional.

14 – O eu lírico na primeira estrofe já aponta o culpado pela “onda de estrangeirismo.” Quem é?
      O cinema falado de origem estrangeira.

15 – Na composição podem-se destacar três momentos distintos no que se refere ao gênero musical samba: nascimento do samba; momento de popularização em que alcança outras camadas sociais; momentos de desprezo para com o samba, a partir da popularização de valores culturais americanos. Esses três momentos podem ser destacados em que versos?
      “A gíria que o nosso morro criou
       Bem cedo a cidade aceitou e usou
       Mais tarde o malandro deixou de sambar, dando pinote
       Na gafieira dançar o Fox - Trote.”

16 – Nos versos:
       “Lá no morro, se eu fizer uma falseta
        A Risoleta desiste logo do francês e do Inglês.”
A partir destes versos pode-se extrair o quê?
      Uma primeira tentativa do eu lírico em expressar na letra da canção um sentimento de caráter mais defensivo da cultura nacional.

17 – Nos versos:
        “As rimas do samba não são I love you
         E esse negócio de alô, alô boy e alô Johnny
         Só pode ser conversa de telefone.”
Vê-se claramente a referência a elementos de que cultura?
      Cultura americana, que aí são utilizados na canção para dar a noção da importância da cultura nacional, resguardando-a dos ditames da imposição estrangeira.
      O autor se alimenta da cultura externa para de certa maneira combater a invasão desta.

             Análise: A letra do samba de Noel Rosa “Não tem tradução” traz consigo marcas sócio culturais de uma época: o Brasil da década de 30. É analisado na obra o teor crítico em relação à mudança de comportamento e de hábitos dos “brasileiros” da época com relação ao samba. Transformações essas provenientes da entrada de produtos culturais norte-americanos, no caso o cinema falado, visto aqui como o fator responsável por tal mudança. São analisadas na letra, marcas de um ufanismo que prima pela defesa cultural, ante o avanço imperialista cultural norte americano.