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domingo, 5 de novembro de 2023

PEÇA TEATRAL: O RAPTO DAS CEBOLINHAS - MARIA CLARA MACHADO - COM GABARITO

 Peça Teatral: O Rapto das Cebolinhas

Maria Clara Machado

Um ato em três cenas sem intervalo

 

 Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzQzNiDazU2NrKWkbPnUmSw39mQwBaV3JHnnlTVWsfQy9SKBGaxoK6ci9IDHZX10Pah01SSoyJg8X5eTW5DOCwo88jhh5HoYC4BJfU1zF7CUWAaXJ0Bb1SsNDC9RdMpcZsgwMYerTdolArTTThtNALwCgjapPb9ZpngprHWfAzL9sael_RYPpHxh73WWc/s1600/cebolinhas.jpg

        Personagens: Vovó Felícia – Maneco – Lúcia – Gaspar – o cão – Florípedes – a gata – Simeão – o burro – Camaleão Alface – Médico.

        Cenário Único – O cenário representa a horta da VOVÓ FELÍCIA.  São vistos três pezinhos de planta.  Girassóis. À frente da horta, uma cerca bem baixinha. Um espantalho. Uma árvore. Um banco na frente da árvore. Uma casa de cachorro no proscênio à direita.

        Primeira Cena  

        Vovó Felícia – (entra olhando o céu) Ah que bela noite! Que sono! (bate o relógio) Nossa já são 3 horas! É hora de dormir! Todos já se recolheram, agora sou eu (boceja). Boa noite queridas cebolinhas! (fala para o público) Estas cebolinhas são preciosas! Quem as possuir é feliz para toda vida. Elas podem trazer para cada um, maravilhosos sentimentos como a CORAGEM (amarelo), a ALEGRIA (azul), o RESPEITO (verde) e o AMOR (vermelho). (A medida que fala mostra cada uma das cebolinhas de cor diferente que podem também ter o nome dos sentimentos escrito). Ah!!! (boceja) Fiquem ai direitinho minhas cebolinhas!!! Até amanhã (sai).

        (É madrugada. Vê-se passar pela cena uma figura envolta numa capa preta, com um grande chapéu. (Os passos devem ser acompanhados do barulho de lixa raspando, reco-reco e pente de arame num tambor.) Olha para todos os lados, penetra pela porteira da cerca, olha de novo para todos os lados, procura no chão, descobre o que queria, faz o gesto de arrancar, cobre o que arrancou com a capa e, pulando a cerca, desaparece de cena, sempre escondendo o rosto. Pausa. Começa a clarear, ouvem-se o galo cantar e passarinhos. A VOVÓ FELÍCIA entra cantando alegremente, carregando regador.  Entra na horta, para e grita.

        VOVÓ FELÍCIA: Roubaram! Socorro! Socorro! Roubaram o pé de cebolinha da VOVÓ FELÍCIA Felício. Roubaram! (“Pausa”.) Quem terá sido? Quem teve coragem de roubar o pé da mais preciosa cebolinha que existe no Brasil? Onde está o Gaspar? (“À parte”.) Gaspar é o vigia da horta. (“Chamando”.) Gaspar! Gaspar!...

        “Ouve-se um latido, e em seguida aparece Gaspar, um enorme cachorrão”.

        VOVÓ FELÍCIA: Gaspar, quem roubou o meu pé de cebolinha?

        GASPAR: (“que não fala, mas late com expressão humana, dando as inflexões necessárias”) Uau... uau... (“Corre até os últimos pés de cebolinha e cheira-os ruidosamente”.)

        VOVÓ FELÍCIA: Foi você quem comeu a minha cebolinha? “Gaspar late que não”.

        VOVÓ FELÍCIA: Palavra de cachorro? “Gaspar late que sim”.

        VOVÓ FELÍCIA: (“à parte”) Estou na dúvida se cachorro tem ou não tem palavra. (“Para Gaspar”.) Então quem foi?

        GASPAR: (“meio apavorado”) Uau... uau... (“Indica a direita com o focinho”.)

        VOVÓ FELÍCIA: Foi Florípedes?

        GASPAR: Uau... uau... (“Diz que não”.)

        VOVÓ FELÍCIA: Foi Simeão?

        GASPAR: Au... au... (“Diz que não”.)

        VOVÓ FELÍCIA: Gaspar, vá correndo chamar Florípedes e Simeão. Quero todo mundo aqui.

        “Sai Gaspar”.

        VOVÓ FELÍCIA: Ah! Preciso descobrir o ladrão. Quem teria a coragem de fazer uma coisa destas? (“Chamando”.) Lúcia, Maneco! Onde estão os meus netos? Maneco, anda cá, seu maroto. Lúcia, acorda, menina. O avô foi roubado!

        “Entram Lúcia e Maneco, aflitos”.

        MANECO: Você chamou, vovó?

        LÚCIA: O que é que aconteceu, você está tão nervosa!

        VOVÓ FELÍCIA: Vocês não podem imaginar o que aconteceu? Olhem lá dentro. (“Aponta para dentro da cerca. Os dois meninos entram no cercado”.)

        MANECO: Oh!

        LÚCIA: Que horror! Pobre vovó! (“Para a plateia”.) Arrancaram o pé de cebolinha. (“Para a vovó.) Quem foi?

        MANECO: Quem foi o ladrão, hem, vovó?

        VOVÓ FELÍCIA: Não sei ainda. Temos que descobrir. Ainda ficaram 3 pés. Os últimos. (“Chorando”.) Ai, meu Deus! Estou tão triste que nem posso pensar direito. Dois anos criando essas cebolinhas, e agora...

        LÚCIA: Fique mais calmo, vovó. Não se amole tanto. Mandaremos vir outras mudas iguais e elas vão crescer que nem capim.

        VOVÓ FELÍCIA: (“indignada”) Lúcia, minha neta, não torne a dizer esse absurdo. Você sabe muito bem que estas cebolinhas são diferentes. Quem toma chá dessas cebolinhas tem coragem, respeito, alegria e amor! E estas são as últimas que existem no Brasil...

        MANECO: (“interrompendo”) Fale mais baixo, vovó. Você quer que outros ladrões apareçam para roubar as 3 que sobraram?

        VOVÓ FELÍCIA: É mesmo, meu filho. Todo o cuidado agora é pouco. Irei até a cidade contratar um detetive para descobrir o ladrão. Prestem bem atenção no pessoal daqui. Todo mundo é suspeito. Vou me vestir e já volto. (“Sai”.)

        MANECO: Pobre vovó. Quem teria sido o ladrão?

        “Ouve-se um miado, um relincho e um latido, e em seguida entram os bichos”.

        MANECO: Aí vêm os bichos. Florípedes, venha cá.

        “Ela se aproxima de Maneco, dengosa”.

        MANECO: Foi você quem roubou as cebolinhas da vovó?

        “Florípedes, assustada, vai até o canteiro, olha, mia, volta para junto de Simeão e, miando com convicção, faz que não, ofendida, como dizendo: "Isso é pergunta que se faça”?".

        MANECO: Simeão, venha cá.

        “Simeão se aproxima com medo”.

        MANECO: Foi você quem roubou as cebolinhas da vovó?

        SIMEÃO: (“com receio”) Hiiiiii. (“Faz que não”.)

        MANECO: Mas vocês dormem aqui fora. Devem ter visto alguma coisa durante a noite.

        “A gatinha e o burro dão miados e relinchos significativos de que viram alguma coisa, sim”.

        MANECO: Então viram o ladrão? (“Miam e relincham que sim”.) Como era ele? (“Os dois se olham um pouco, e depois passam pela cena imitando o andar do ladrão”.) Que andar mais esquisito. E você, Gaspar, não viu nada? Não vigiou a horta durante a noite, como era o seu dever? (“Gaspar abaixa a cabeça”.)

        LÚCIA: Vamos, Gaspar, explique-se. É para o seu próprio bem. Onde é que você passou a noite?

        “Gaspar indica que passou a noite na sua casinha. Entra na casa”.

        MANECO: E não viu nada? Ninguém entrar?

        GASPAR: Uau... uau... uau... (“Faz que não, e mostra que estava dormindo”.)

        MANECO: Como assim? Dormindo! É assim que você toma conta da horta? É assim que você é amigo da vovó? (“Para a plateia”.)

        “Gaspar, aflitíssimo, dá latidos de tristeza”.

        LÚCIA: (“indignada”) Não ofende o Gaspar, Maneco; quem sabe não deram remédio para ele dormir?

        “Gaspar, ao ouvir isso, anima-se e dá saltos significando que sim”.

        MANECO: (“intrigado”) Será possível? Então o caso está se tornando mais grave. Muito mais grave.

        LÚCIA: (“ao ouvido de Maneco”) Florípedes e Simeão viram tudo.

        MANECO: (“dirigindo-se para os dois”) Florípedes e Simeão, respondam: o ladrão era alto ou baixo? (“Os dois olham-se espantados, pensam um pouco; e depois, ao mesmo tempo, Florípedes sobe no banco e faz um gesto, indicando que o ladrão era muito alto, miando prolongado, e Simeão se abaixa relinchando, indicando que o ladrão era muito baixo”.) Que negócio é este? Cada um viu diferente? (“Os dois se olham, percebem a contradição e desmancham rapidamente o gesto. Florípedes desce do banco”.)

        LÚCIA: Era gordo ou magro?

        “Novamente os dois ao mesmo tempo indicam, Florípedes que era muito gordo e Simeão que era muito magro; hesitam um pouco e se olham com medo, percebem o erro e, muito sem graça, desmancham o gesto”.

        MANECO: Vocês estavam era sonhando. Ora essa, vocês não servem para nada. Vão-se embora.

        “Florípedes dá miados aflitos procurando chamar a atenção dos meninos para lhes dizer algo”.

        LÚCIA: (“notando Florípedes”) Espera, parece que Florípedes quer dizer alguma coisa.

        “Florípedes diz que sim”.

        MANECO: Vamos, Flor, explique-se.

        “Junto com Lúcia, corre para a gatinha. Os dois meninos a animam exageradamente. Florípedes, vendo-se dona da situação, afasta-se e começa a mímica. Imita o andar do ladrão e depois finge que desmaia, dando miadinhos finos”.

        LÚCIA: Você desmaiou quando viu o ladrão? (“Florípedes diz que sim, e Simeão mostra ao mesmo tempo que correu para socorrê-la”.) Ah, e você correu para socorrê-la quando ela desmaiou? (“Simeão faz que sim, levanta Florípedes e os dois saem correndo”.)

        MANECO: E... depois foram embora correndo?

        “Simeão faz que não, volta sozinho ao meio do palco, tenta mostrar por mímica que quem saiu correndo foi o ladrão”.

        LÚCIA: Ah!... e o ladrão fugiu?

        “Os dois respondem que sim”.

        MANECO: (“ao ouvido de Lúcia”) Ih!... Estou muito desconfiado. (“Para Florípedes e Simeão.) Podem ir agora. (“Florípedes e Simeão saem”.) Mas tratem de abrir bem os olhos e os ouvidos. (“Gaspar sai. Maneco grita na direção em que os bichos saíram”.) Todo mundo aqui é suspeito!  E essa história que os dois contaram não combinava nada. É bom espiar bem esses bichos. Eles são muito sabidos.

        VOZ DE FORA: Ó de casa!

        MANECO: (“para a plateia”) É o vizinho novo, seu Camaleão Alface.

        “Entra Camaleão Alface, de culote, chapéu de explorador e grandes bigodes. Leva nas costas uma mochila de onde tirará os objetos necessários para a ação.

        CAMALEÃO: (“ainda de fora”) Onde está a VOVÓ FELÍCIA? (“Vai entrando muito aflito”.) Onde está a VOVÓ FELÍCIA? Preciso falar com a VOVÓ FELÍCIA.

        LÚCIA: Vovó está se vestindo, seu Camaleão Alface. Ele vai à cidade para...

        CAMALEÃO: O que aconteceu?

        MANECO: Roubaram um dos pés de cebolinha.

        CAMALEÃO: (“correndo para o local do roubo”) Não é possível! Como foi isso?

        MANECO: Não sabemos ainda de nada. Vovó vai à cidade contratar um detetive.

        CAMALEÃO: Detetive?

        VOVÓ FELÍCIA: (“aparece pronto para sair e emenda a fala com a do Camaleão.) ... um detetive para descobrir o raio do ladrão que levou minha cebolinha. (“Pega a mão do Camaleão e começa a sacudi-la vigorosamente enquanto fala”.) Como vai o senhor? Como vai a Associação Protetora das Plantas?

        “Camaleão tenta falar, mas não consegue”.

        VOVÓ FELÍCIA: O senhor continua o presidente? Farei uma comunicação do roubo na próxima reunião. Agora vou à cidade contratar um detetive. (“Sai andando”.)

        CAMALEÃO: Um detetive? (“Corre atrás do VOVÓ FELÍCIA e o detém”.) Um detetive para quê, minha amiga? (“Com ar de grande superioridade”.) Então não sabe que eu sou formado detetive?

        VOVÓ FELÍCIA: O senhor?

        CAMALEÃO: (“andando lentamente no palco e muito convencido”) Passei três anos numa universidade dos Estados Unidos. (“Parado, para a plateia, e com malícia”.) Sou especialista em raptos de verduras, brotinhos, coisinhas tenras e desprotegidas.

        MANECO: Mas o senhor tem diploma, seu Camaleão?

        CAMALEÃO: Aqui está.

        “Puxa ostensivamente da mochila um enorme diploma. Maneco e Lúcia começam a abri-lo. É tão grande o diploma que Maneco precisa trepar no banco e Lúcia se ajoelhar no chão para abri-lo completamente. A VOVÓ FELÍCIA passa os olhos, encantado, pelo documento e o lê em inglês ruim. Enquanto isso, Camaleão, se transforma num detetive tirando da mochila capa com estrela, gravata borboleta e uma enorme lente”.

        VOVÓ FELÍCIA: Seu diploma é enorme, seu Camaleão Alface. (“Vai para junto dele”.) O senhor está nomeado meu detetive. Pagarei o que quiser.

        CAMALEÃO: Não cobrarei nada do senhor (“Adulador”.) Só quero a sua amizade. (“Empunha a lente e vai para o canteiro”.) Vejamos primeiro as pistas. (“Consigo mesmo, examinando o local”.) Comecemos pelo... começo. Vamos agir. Todos são suspeitos. (“Examina a avó e, logo depois, as duas crianças, que levam grande susto”.) Todos, ouviram? (“Passeia pelo palco examinando tudo com a lente, e acaba observando a ponta de sua própria bota. Vai subindo com a lente e, quando percebe o que está fazendo, diz”:) Quase todos! (“Para a VOVÓ FELÍCIA”.) Vamos, tenho um plano. (“Para os meninos”.) Que ninguém saia de casa esta noite. Ordem do detetive Camaleão Alface. (“Quase desaparecendo”.) Ninguém!

        “Os meninos examinam o diploma. Camaleão torna a aparecer e tira o diploma dos meninos”.

        CAMALEÃO: Com licença, meninos. (“Para a plateia”.) É o diploma que faz o detetive. (“Sai, solene”.)

        “Lúcia e Maneco saem atrás, Maneco irritado, Lúcia com grande admiração. Voltam logo depois”.

        MANECO: Não gostei nada dele. Achei tudo muito esquisito. Você acha que um detetive anda sempre de diploma, medalha? Ele estava com cara de quem já sabia de tudo. Mas também tenho um plano. Ainda ficaram 3 pés de cebolinhas. O ladrão na certa voltará para roubar o resto.

        LÚCIA: Ué, por que é que ele há de voltar, ora!

        MANECO: (“categoricamente”) Um ladrão volta sempre ao local do crime, Lúcia. (“Baixo”.)

        LÚCIA: É mesmo, Maneco. (“Espantada”.) Então ele é capaz de voltar esta noite. O que é que vamos fazer? Quantos suspeitos você já tem?

        MANECO: (“pensativo”) Florípedes e Simeão podem ser os ladrões. Gaspar também. Seu Camaleão Alface também pode ser o ladrão. Todo mundo pode ser o ladrão.

        LÚCIA: Ah, isso é que não! Não consigo ver o Gaspar roubando cebolinhas. Tão bom que ele é... Nem Florípedes, nem Simeão, nem seu Camaleão Alface... (“Para a plateia”.) Afinal, ele é um grande detetive!

        MANECO: (“implicando”) Você é muito boazinha, Lúcia. Por isso não serve para detetive. Um detetive tem que ser que nem eu: durão!

        LÚCIA: Ah seu bobo! Como é que você pode desconfiar dos pobres bichinhos da vovó (dá-lhe uma corrida e Maneco sai e Lúcia se esconde ao ouvir barulhos, entra Gaspar. Fareja todos os lados, dirige-se para o canteiro, cheira as cebolinhas com grande cuidado e sai. Lúcia observam-no escondidos”.

        LÚCIA: Oh!!!

        (Entra Florípedes puxando Simeão pela mão. Sobe no banco e com pequenos miados e grandes gestos procura convencer Simeão, falando-lhe ao ouvido. Simeão não parece concordar. Por fim, fica irritado e sai para o meio do palco, mostrando claramente que não concorda. Florípedes não desiste e vai atrás dele, puxando-o pelo rabo até o canteiro. Argumenta novamente. Simeão vira-lhe as costas mostrando de novo que não concorda. Florípedes tenta mais uma vez convencê-lo, usando de seus encantos felinos. Mas nada demove Simeão de sua decisão. Afinal, Florípedes, irritada, desiste, e resolve executar seu projeto sozinha. Simeão, apavorado de perdê-la, sai correndo atrás dela”.

        LÚCIA: (“que assistiu a toda a cena escondida) Oh, oh!... (“Sai correndo, chamando”.) Maneco... Maneco... Maneco...

        Segunda Cena

        Escurece bastante. É noite. Entra Maneco envolvido por uma grande capa preta, até o chão, e por um grande chapéu preto. Pé ante pé (exageradamente), com grandes flexões de joelho, olhando para todos os lados, para um momento diante da cebolinha e, fazendo que ouve um barulho (barulho do camaleão), corre e se esconde atrás do espantalho. Logo depois entra Camaleão Alface, vestido da mesma maneira, andando identicamente. Vai até a cebolinha, para um instante, atravessa a cena e ouvindo barulho dos bichos esconde-se no lugar de onde saiu. Em seguida, entram Florípedes e Simeão, ela na frente, vestidos também como os outros. Andando sempre como Maneco e Camaleão Alface, dirigem-se os dois para a cebolinha, param um instante e encaminham-se para trás da árvore, onde se escondem. Torna a voltar Camaleão, vai novamente até a cebolinha, arranca uma disfarçadamente e continua a volta pelo palco. Ao passar pelo espantalho é seguido, sem o saber, por Maneco; este, por Florípedes e Simeão. Os quatro dão uma volta por todo o palco no mesmo ritmo. A certa altura ouve-se o coaxar de um sapo. Param todos ao mesmo tempo (estão em fila indiana) e olham cada um por sua vez para trás. Recomeçam a andar e depois de uns instantes ouvem novamente o sapo. Param juntos. Camaleão volta-se e dá com os outros. Grande confusão e correria, gritos, miados, relinchos. Todo o andar dos personagens deve ser seguido do barulho de lixa, reco-reco, tambor etc.

        MANECO: Peguei o ladrão!

        CAMALEÃO: Me larga, menino, sou Camaleão, o detetive, e o ladrão é você.

        “Mais gritos, miados e relinchos até que entra a VOVÓ FELÍCIA, de ceroulas, segurando um lampião e dando a mão a Lúcia. A cena se ilumina e VOVÓ FELÍCIA vê o detetive agarrado em Maneco. Florípedes e Simeão, morrendo de medo, observam num canto”.

        VOVÓ FELÍCIA: (“entra gritando”) Que barulho medonho é este? Parem de gritar. (“Vendo a cena”.) Meu Deus, quantos ladrões! (“Ilumina cada ladrão com o lampião. Lembra-se das cebolinhas e corre para o canteiro.) Roubaram o meu segundo pé de cebolinha!! (“Senta-se desolada no banco”.)

        CAMALEÃO: (“tirando o disfarce”) Pode ficar certa, VOVÓ FELÍCIA, que o ladrão está por aqui. Pus este disfarce para ver se confundia o larápio, e o senhor há de perceber que aqui há dente-de-coelho.

        MANECO: (“também tirando o disfarce”) Também pus o disfarce para o ladrão se confundir, vovó.

        VOVÓ FELÍCIA: (“irônico, levanta-se e dirige-se aos bichos”) É, e vocês dois aí no canto, também puseram o disfarce para ver se pegavam o ladrão mais facilmente, não é?

        “Florípedes e Simeão, aterrorizados, meneiam a cabeça dizendo que sim”.

        VOVÓ FELÍCIA: (“senta-se novamente e diz, lamuriosa”) É assim que me ajudam? O que vocês estão fazendo é ajudar o ladrão. Com isso ele roubou minha segunda cebolinha.

        CAMALEÃO: (“indo para o meio do palco e tomando conta da situação”) Todos os presentes são suspeitos. Desobedeceram à minha ordem de não sair à noite. Vamos, quero vocês aí enfileirados para uma inspeção. (“Todo amável com o VOVÓ FELÍCIA”.) A cebolinha raptada não deve estar muito longe.

        “Maneco recusa-se a obedecer.  Lúcia empurra o Maneco para o lugar e este fica emburrado”.

        CAMALEÃO: Abram a boca e Mostrem as mãos. (“Ele examina. Puxa a VOVÓ FELÍCIA para o centro do palco e diz-lhe confidencialmente:”). Talvez o suspeito tenha engolido a cebolinha na hora da confusão, e o cheiro deixado na boca será uma pista preciosa. (“Volta aos bichos e cheira a boca de Simeão e Florípedes. Torna a cheirar Florípedes, Florípedes mia de medo. Ouvem-se latidos sofredores cada vez mais fortes”.)

Entendendo a peça teatral:

01 – Qual é o cenário da peça?

      O cenário da peça é a horta da Vovó Felícia.

02 – Quem são os personagens principais da peça?

      Os personagens principais são Vovó Felícia, Maneco, Lúcia, Gaspar (o cão), Florípedes (a gata), Simeão (o burro) e Camaleão Alface (o detetive).

03 – Por que as cebolinhas da Vovó Felícia são consideradas especiais?

      As cebolinhas da Vovó Felícia são especiais porque são capazes de transmitir sentimentos como coragem, alegria, respeito e amor para quem as possui.

04 – O que acontece na primeira cena da peça?

      Na primeira cena, a Vovó Felícia percebe que uma de suas cebolinhas especiais foi roubada, e ela convoca seus netos, Maneco e Lúcia, para ajudar a descobrir quem foi o ladrão.

05 – Quem são os suspeitos iniciais do roubo?

      Os suspeitos iniciais do roubo são os animais da horta: Gaspar, Florípedes e Simeão.

06 – Quem é o detetive que se oferece para ajudar a Vovó Felícia a descobrir o ladrão?

      Camaleão Alface se oferece para ser o detetive e ajudar a resolver o caso.

07 – Por que os suspeitos começam a usar disfarces na segunda cena?

      Os suspeitos, incluindo Maneco e Camaleão Alface, usam disfarces para tentar confundir o ladrão e capturá-lo.

08 – Como a Vovó Felícia reage à confusão criada pelos suspeitos?

      A Vovó Felícia fica desolada e frustrada com a confusão e a falta de ajuda dos suspeitos, já que a segunda cebolinha também é roubada.

09 – Qual é a sugestão do detetive Camaleão Alface para encontrar a cebolinha roubada?

      Camaleão Alface sugere que todos os suspeitos sejam inspecionados, inclusive suas bocas, para verificar se a cebolinha foi ingerida durante a confusão.

10 – Como os suspeitos reagem à inspeção do detetive?

      Os suspeitos reagem com desconfiança e relutância em cooperar com o detetive durante a inspeção.

11 – Por que os animais da horta começam a latir e miar durante a cena noturna?

      Durante a cena noturna, os animais começam a latir e miar devido a algum barulho ou movimento suspeito que percebem na horta.

12 – O que acontece com a segunda cebolinha roubada no final da segunda cena?

      A segunda cebolinha é roubada durante a confusão e não é encontrada, agravando a situação e deixando a Vovó Felícia ainda mais triste.

 

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

PEÇA TEATRAL: MAROQUINHAS FRU-FRU RECEBE UMA SERENATA - MARIA CLARA MACHADO - COM GABARITO

 Peça Teatral: MAROQUINHAS FRU-FRU RECEBE UMA SERENATA

  Maria Clara Machado

Personagens: Maroquinhas, Zé Meloso, Guarda Pedrito, empregados.

Cenário: Uma praça com uma a casa de Maroquinhas ao fundo. Uma janela com cortina leve. É noite. (Surge Zé Meloso com grande capa preta e chapéu de abas. Sob a capa, um violão).

Ato único

        ZÉ MELOSO: Onde será? Onde será a casa dela? É aqui. Não. Sei que é o número 35, mas está tão escuro que nada vejo. Sinto cheiro de jasmim... Ouço um suspiro forte de moça. De onde virá? Daqui? Não, este ainda não é o número 35. É o 33. Diga 33, Zé Meloso, para ver se acalma o seu coração. Estou perto, 33, 34, eis o 35. Vou começar a agir agora mesmo. E vocês verão que de Zé Meloso ninguém ganha. (Cantando). Ai! Ai! Quem tem cavanhaque é bode. Com Zé Meloso ninguém pode! (Joga a capa preta na beira do palco e tira um violão).

       Lá... lá... lá... (Cantando) Ma... Ma... Ma... roquinhas... Maroquinhas...

        Meu morango, minha uva, meu abacate,

        Meu chuchu, meu repolhinho, meu mamão,

        Teus olhinhos

        Me derretem o coração.

        Oh! Beleza encantadora... Oh! Senhora... Fru-Fru! Fru das fru-tas... (pausa) Vejo luz no quarto da minha bela, oh! Oh!

        MAROQUINHAS: (aparecendo à janela) Oh! Desconhecido, de onde vindes? Quem sois vós que a esta avançada hora vindes despertar-me dos meus sonhos?

        ZÉ MELOSO: Sou o Zé de Sousa Meloso, vim de Minas Gerais, e trouxe para a senhora lindos presentes da minha terra. Um filhote de zebu, um santinho de pedra-sabão, e uma água-marinha. E trago ainda um pote de melado, um papagaio falador e um xale de tricô.

        MAROQUINHAS: Um pote de melado! Oh, senhor Meloso, que delicadeza! Estava mesmo sonhando com um pote de melado... Um papagaio! Um xale de tricô! Ai, meu Deus!

        ZÉ MELOSO: Então sonhavas comigo! (Noutro tom) Que perigo!

        MAROQUINHAS: Nem tanto, senhor, nem tanto!

        ZÉ MELOSO: E agora, minha empada, meu tutu, meu pastelão,

        Minha rosa, meu cravo, meu jasmim

        Comecem a música, pi-rim-pim-pão...

        E tragam os presentes, pi-rim-pim-pim...

        (Começam a desfilar os presentes trazidos pelos criados). (Pedrito, o guarda, aparece num canto e fica muito surpreso).

        PEDRITO: (Para o público). Que vejo, meu Deus, que vejo! Será um ladrão? Sou o guarda Pedrito e tenho que vigiar a casa de Maroquinhas Fru-Fru. Oh! É uma serenata. Vou me esconder.

        MAROQUINHAS: Oh, senhor Meloso! Que presentes tão lindos!

        ZÉ MELOSO: E agora, minha senhora Fru-Fru, posso começar a serenata?

        MAROQUINHAS: Pode, sim.

        ZÉ MELOSO: Vim de longe do sertão,

        Passei serra, passei mundo,

        Tô cansado, tô imundo,

        Queridoca, tô aqui

        Pra pedir a sua mão.

        (Noutro som) Senhora vim pedi-la em casamento.

        MAROQUINHAS: Oh! Oh! Oh!

        PEDRITO: (Para o público): Em casamento! Ora, vejam só!

        ZÉ MELOSO: Sou solteiro, batizado e vacinado, tenho casa com jardim e galinheiro. Senhora Fru-Fru, quer casar comigo? (Noutro tom) Também tenho dinheiro.

        MAROQUINHAS: Oh, senhor... senhor! Sou noiva... (Bem melodramática).

        PEDRITO (Aliviado): Ah!

        ZÉ MELOSO: Quem é o noivo?

        MAROQUINHAS: O guarda Pedrito.

        PEDRITO (Para o público): Eu.

        ZÉ MELOSO: O guarda Pedrito? Há... Ha... Ha... (rindo).

        PEDRITO (Com um pau na mão):Há... há... há... o quê?

        ZÉ MELOSO (Sempre sem ver Pedrito): Aquele guarda é um bobão...

        MAROQUINHAS: Oh!

        ZÉ MELOSO: Que nem sabe tocar violão!

        MAROQUINHAS: Ah! Isto é verdade.

        PEDDRITO: Oh!

        ZÉ MELOSO: E nem sabe cantar as modinhas da cidade.

        MAROQUINHAS: Ah! Isto é verdade.

        PEDRITO: Oh!

        ZÉ MELOSO: E nem sabe dar lindos presentes.

        MAROQUINHAS: Isto é verdade.

        ZÉ MELOSO: Ele por acaso já deu tão ricos presentes?

        MAROQUINHAS: Somente um saco de pipocas. (Sempre com voz declamatória).

        ZÉ MELOSO: E estavam gostosas?

        MAROQUINHAS: De-li-ci-o-sas...

        ZÉ MELOSO: Espere um pouco (Sai de cena e volta logo depois, seguido de um empregado, carregando um enorme saco de pipocas).

        MAROQUINHAS: (Içando o saco e provando as pipoca): Estas também estão deliciosas!

        ZÉ MELOSO: Senhora Fru-fru, em nome dessas pipocas, quer se casar comigo?

        MAROQUINHAS: Não posso, senhor, não posso. (Declamando) Sou n-o-i-v-a...

        ZÉ MELOSO: O guarda Pedrito não sabe jogar futebol, sabe?

        MAROQUINHAS: Não, ele não sabe.

        ZÉ MELOSO: E, ainda por cima, o guarda Pedrito é um grande medroso.

        MAROQUINHAS: Ah, isso não... O guarda Pedrito é o guarda mais corajoso do mundo. E o senhor pode ir embora, está ouvindo? Ninguém pode chamar o guarda Pedrito de Medroso. (Entra e fecha a janela).

        ZÉ MELOSO: Senhora Fru-Fru, senhora Fru-Fru... Volte, que eu também sou corajoso...

        PEDRITO: (Entrando em cena) Se é corajoso, prepare o muque.

        ZÉ MELOSO: (Fugindo) O guarda Pedrito... Ui... Ui... (Pedrito persegue Meloso, iniciam um jogo de esconde-esconde até que brigam. [...] dirigi-se depois para a janela de Maroquinha).

        PEDRITO (com voz doce): Maroquinhas... Maroquinhas... Apareça, minha querida.

        VOZ DE MAROQUINHAS: Já disse, senhor Meloso, que não quero nada com o senhor...

        PEDRITO: (Para o público) Ela está pensando que eu sou o Meloso. Sou eu, Maroquinhas, sou eu o guarda Pedrito.

        MAROQUINHAS: E ainda por cima querer passar pelo guarda Pedrito. Imitando a voz dele. Espere aí, que você aprenderá. (Aparece com um vaso-d’água e derrama em cima de Pedrito, jogando, a seguir, o vaso em sua cabeça) E agora vá-se embora, senhor Meloso... Homem audacioso.

        PEDRITO: Ui... Ui... (Cambaleia e desmaia).

        MAROQUINHAS: (Percebendo o que fez) Oh! É o Pedrito... Oh, que fiz? Será que quebrei o seu nariz? (Sai da janela e desce em cena).

        PEDRITO: Ai... Ai...

        MAROQUINHAS: Aqui estou, meu formoso... Tudo por causa do Meloso. (Abana Pedrito) Será que ele morreu? Acorde, acorde, Pedrito, que eu entro num faniquito.

        PEDRITO: Ai... Ai...

        MAROQUINHAS: Oh! Ele está vivo... Acorde, acorde, meu herói...

        PEDRITO: (Levantando-se) Ai, minha cabeça, como dói...

        MAROQUINHAS: Oh! Pedrito, vamos passear, vamos ao parque.

        PEDRITO: Comprar pipocas?

        MAROQUINHAS: Sim, pipocas. Vamos. Pedrito, vamos logo. São tão gostosas as pipocas do parque...

        PEDRITO: Maroquinhas... Maroquinhas.

        MAROQUINHAS: Que é, Pedrito?

        PEDRITO: (Envergonhado) Eu... Eu tenho uma surpresa para você...

        MAROQUINHAS (Curiosa): O que é Pedrito?

        PEDRITO: (Envergonhadíssimo) Sabe Maroquinhas... Eu fiz um verso para você... (Dá uma corridinha e volta encabulado).

        MAROQUINHAS (Deslumbrada) Oh! Pedrito, diga. Diga logo, Pedrito... Deve ser tão bonito...

        PEDRITO: Então lá vai:

        Quando o Meloso vi em tua janela,

        Confesso que fiquei bastante aflito,

        Mas logo vi que o maior amor no mundo

        É só de Maroquinhas e de Pedrito...

        MAROQUINHAS: Lindo... Lindo, Pedrito, profundo... Você é o poeta melhor do mundo... E o melhor guarda-noturno!

        PEDRITO: Vamos passear? Meu bem?

        MAROQUINHAS: Vamos, Pedrito, vamos comer pipocas.

        (Os dois saem, de braços dados). VOZ AO LONGE: Olha o pipoqueiro... PANO – FIM.

                       Maria Clara Machado. A aventura do teatro & Como fazer teatrinho de bonecos. 2. Ed. Rio de Janeiro: Singular, 2009. p. 112-120.

Fonte: Língua Portuguesa – Português – Apoema – Editora do Brasil – São Paulo, 2018. 1ª edição – 6° ano. p. 81-6.

Entendendo a peça teatral:

01 – As personagem de uma peça situam-se em determinado lugar e época.

a)   Quais são as personagens da peça?

Zé Meloso, Maroquinhas, Pedrito e empregados.

b)   Onde a ação se passa?

Em uma praça em frente à casa de Maroquinhas.

c)   Que cenário você criaria para encenar esse texto?

Resposta pessoal do aluno.

d)   Em que época está situada a história da peça?

No texto não há indicação do momento em que tudo ocorre. Isso pode significar que a história é atemporal, sendo possível ocorrer em qualquer época.

e)   Em sua opinião, a peça é séria ou descontraída? Leva o espectador a rir ou chorar? Justifique sua resposta.

Resposta pessoal do aluno.

02 – Observe atentamente o nome das personagens.

a)   O que sugere o sobrenome Meloso? Leia os significados da palavra, que é um adjetivo, em um dicionário on-line.

Meloso adj.

[...]

1.   Doce.

2.   Semelhante ao mel.

3.   Que chora ou se comove por qualquer ninharia. = PIEGAS

4.   Que suscita comoção ou sensibilidade. = PIEGAS.

Plural: melosos [ó].

     [...].

Dicionário Priberam da língua portuguesa. (on-line), 2008-2013. Disponível em: www.priberam.pt/dlpo/meloso. Acesso em: 9 abr. 2018.

·        Qual ou quais desses sentidos mostram a relação entre sobrenome de Zé Meloso e a personalidade dele? Justifique sua resposta.

Os sentidos 3 e 4. Zé Meloso quer agradar, mas suas palavras não são adequadas; ele exagera para comover Maroquinhas e acaba sendo piegas. (Com excesso de sentimentalismo).

b)   Você já ouviu a palavra Fru-Fru? Veja algumas acepções desse verbete.

Fru-fru [...] sm. 1. Pop. Aquilo que é infantilizado, ingênuo [...]. 2. Pop. Conjunto de enfeites, babadinhos, etc. com que se ornam as roupas. 3. Rumor de folhas ou tecido, ger. De seda.

                     Caldas Aulete. Minidicionário contemporâneo da língua portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Lexicon, 2009. p. 388.

·        Que relação há entre o significado de fru-fru e o modo como Maroquinhas é caracterizada?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: A palavra “Pop”, significa “popular”, ou seja, são os significados com que a palavra fru-fru é usada. Maroquinhas é frágil, fala de modo melodramático e é caracterizada como uma mulher cheias de fru-frus.

c)   Pedrito é diminutivo de Pedro, nome que se relaciona a pedra. Que contraste há entre os nomes Zé Meloso e Pedrito?

Zé Meloso é piegas e medroso. Pedrito é duro como a pedra e corajoso. O uso do diminutivo, entretanto, acrescenta suavidade à personagem.

03 – Volte ao início do texto e releia a cena da chegada de Zé Meloso.

a)   De onde ele vinha?

De Minas Gerais.

b)   O que ele pretendia fazer?

Conquistar Maroquinhas.

c)   De acordo com as informações do texto, é possível supor que Zé Meloso já conhecia Maroquinhas? Explique sua resposta.

Sim. Zé Meloso sabia o endereço de Maroquinhas e já a amava.

d)   Maroquinhas já conhecia Zé Meloso? Justifique sua resposta.

Não, pois ela o chama de desconhecido.

04 – Para tentar conquistar Maroquinhas, Zé Meloso usa várias estratégias.

a)   O que ele trouxe para Maroquinhas?

Ele trouxe vários presentes da terra dele: Um filhote de zebu, um santinho de pedra-sabão, uma água-marinha, um pote de melado, um papagaio falador e um xale de tricô.

b)   O que ele disse que tinha?

Uma casa com jardim e galinheiro, além de dinheiro.

c)   Quais são os talentos dele?

Sabe tocar violão, cantar e fazer versos.

d)   O que ele afirma sobre o guarda Pedrito?

Diz que é medroso e não dava presentes a Maroquinhas.

e)   Resuma as estratégias usadas por Zé Meloso em sua tentativa de conquistar Maroquinhas.

Ele traz presentes, exalta as próprias qualidades, mostra suas posses e aponta defeitos em Pedrito.

05 – Maroquinhas não aceitou a proposta de casamento.

a)   Por quê?

Porque era noiva de Pedrito e não aceitou que Zé Meloso falasse mal de seu noivo.

b)   O que isso prova em relação às estratégias de conquista de Zé Meloso?

Prova que as estratégias dele não foram boas, porque Maroquinhas não deu importância às posses, às qualidades do pretendente, nem aos presentes.

c)   O que você pensa da atitude de Maroquinhas?

Resposta pessoal do aluno.

06 – Releia o trecho a seguir.

        “[...] Diga 33, Zé Meloso, para ver se acalma o seu coração. Estou perto, 33, 34, eis o 35. Vou começar a agir agora mesmo. E vocês verão que de Zé Meloso ninguém ganha. (Cantando). Ai! Ai! Quem tem cavanhaque é bode. Com Zé Meloso ninguém pode! (Joga a capa preta na beira do palco e tira um violão). Lá... lá... lá... (Cantando) Ma... Ma... Ma... roquinhas... Maroquinhas...”. 

Além da fala da personagem, o que mais aparece no trecho?

      Orientações, entre parênteses, sobre sobre o que ele deve fazer: cantar e jogar a capa preta na beira do palco.

07 – No início do texto há indicações sobre as personagens.

a)   Localize as indicações para:

·        Maroquinhas: Dama loura, frágil, indefesa.

·        Zé Meloso: Poeta.

·        Pedrito, o guarda-noturno: Valente, noivo de Maroquinhas.

b)   Quais características você acrescentaria a cada personagem, depois de ter lido o texto e conhecido melhor cada uma delas?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Maroquinhas: sincera, fiel, leal. Zé Meloso: enrolador, conquistador, vaidoso. Pedrito guarda-noturno: desconfiado, corajoso, brigão.

08 – Chamam-se rubricas as instruções entre parênteses ao longo do texto ou antes dele. Leia as passagens a seguir e explique a função de cada rubrica.

-- Maroquinhas (Aparecendo à janela): Indica qual é o cenário e orienta a movimentação da personagem.

-- Maaroquinhas (Deslumbrada). Oh! Pedrito, diga. Diga logo, Pedrito... deve ser tão bonito: Explica a reação da personagem.

-- Pedrito Ui... Ui... (Cambaleia e desmaia): Orienta a movimentação do ator na cena.

-- Maroquinhas. Vamos, Pedrito, vamos comer pipocas. (Os dois saem, de braços dados): Orienta a movimentação dos atores na cena.

09 – Releia a fala de Pedrito e fique atento à rubrica.

        PEDRITO (Envergonhado): Eu... eu tenho uma surpresa para você...

a)   Por que Pedrito estava envergonhado?

Porque ele havia feito uns versos para Maroquinhas.

b)   Em outra passagem do texto, as rubricas indicam que o estado expresso por Pedrito na passagem acima deve ser acentuar. Localize tal passagem no texto e transcreva-a em seu caderno.

“PEDRITO (envergonhadíssimo): Sabe Maroquinhas... eu fiz um verso para você... (Dá uma corridinha e volta encabulado).”

c)   Indique, na nova rubrica, um sinônimo para envergonhado.

Encabulado.

d)   A indicação sobre o estado da personagem orienta o ator que estiver, representando o papel na encenação. Como você acha que o ator representaria essa cena?

Resposta pessoal do aluno.

10 – Releia a passagem a seguir e observe o verbete de dicionário com os significados da palavra “melodramático”:

        Maroquinhas: Oh! Senhor... senhor! Sou noiva... (Bem melodromática).

        Melodramático:

1.   Ref. A melodrama (gênero melodramático, repertório melodramático)

2.   Que, por envolver sentimentalização excessiva, apresenta características próprias de um melodrama: Ela adora criar situações melodramáticas.

a)   A indicação na rubrica recomenda que Maroquinhas se expressa de que modo?

A personagem deve expressar-se com sentimentalismo exagerado.

b)   Experimente dizer a fala de Maroquinhas em tom melodramático. Depois descreva de que modo projetou sua voz.

Resposta pessoal do aluno.

c)   Você já protagonizou ou presenciou uma situação melodramática? Conte como foi.

Resposta pessoal do aluno.

11 – Como as rubricas ajudam na encenação do texto?

      As rubricas orientam a encenação; elas indicam as reações e o movimento dos atores e explicam como a cena deve ser representada.

12 – Qual é a diferença entre o texto dramático que você leu e a encenação dele no palco?

      O texto é a descrição das falas e das rubricas. A encenação é a montagem da peça no palco.