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domingo, 26 de maio de 2019

SONETO: A FROUXIDÃO NO AMOR É UMA OFENSA - BOCAGE - COM GABARITO

Soneto: A frouxidão no amor é uma ofensa
                
                       Bocage

A frouxidão no amor é uma ofensa,
Ofensa que se eleva a grau supremo;
Paixão requer paixão, fervor e extremo;
Com extremo e fervor se recompensa.

Vê qual sou, vê qual és, vê que diferença!
Eu descoro, eu praguejo, eu ardo, eu gemo;
Eu choro, eu desespero, eu clamo, eu tremo;

Em sombras a razão se me condensa.

Tu só tens gratidão, só tens brandura,
E antes que um coração pouco amoroso,
Quisera ver-te uma alma ingrata e dura.

Talvez me enfadaria aspecto iroso,
Mas de teu peito a lânguida ternura
Tem-me cativo e não me faz ditoso.

                              Manuel Maria Barbosa du Bocage

Entendendo o soneto:

01 – Há, a seguir, um conjunto de características comuns à poesia árcade. Indique quais delas se verificam no soneto em estudo.
·        Pastoralismo.
·        Amor convencional.
·        Bucolismo.
·        Mitologia clássica.
·        Manutenção de formas clássicas; uso preferencial do soneto.
·        Racionalismo.
·        Fugere urbem.
·        Carpe diem.

02 – Para o eu lírico, o amor:
a)   Em demasia ofende o ser amado.
b)   É um sentimento supremo.
c)   Tem algumas recompensas.
d)   Deve ser uma entrega total.

03 – No verso “Vê qual sou, vê qual és, vê que diferença!”, o eu lírico expressa:
a)   Uma comparação.
b)   Uma suposição.
c)   Uma dúvida.
d)   Uma ironia.

04 – Segundo os versos do poema, as atitudes da mulher amada:
a)   Surpreendem o eu lírico.
b)   Desagradam o eu lírico. 
c)   Enlouquecem o eu lírico.
d)   Encantam o eu lírico.

05 – O eu lírico apresenta-se no poema como uma pessoa:
a)   Racional.
b)   Passional.
c)   Ingrato.
d)   Violento.

06 – De acordo com o poema:
a)   O eu lírico sente-se preso e infeliz.
b)   O eu lírico sente-se plenamente amado.
c)   O eu lírico considera a pessoa amada dura e ingrata.
d)   O eu lírico vive bem com a pessoa amada apesar das diferenças.

sexta-feira, 10 de maio de 2019

POEMA: FÍLIS E AMOR - BOCAGE - COM GABARITO

Poema: Fílis e Amor
           
   Bocage

Num denso bosque
pouco trilhado,
e a termos crimes
Acomodado,

Por entre a rama
Fresca e sombria
do tenro arbusto
Que me encobria,

Vi sem aljava
Jazer Cupido
junto a Fílis,
À mãe fugido.


A mais brilhante
dele afastando
Dizia a Fílis
com riso brando:

" Mimosa Ninfa
Glória de amor,
De-me um beijinho,
por esta flor?"

"Sou criancinha,
não tenhas pejo",
Sorriu-se Fílis,
Dando-lhe um beijo.

Mas o travesso
logo outro pede
À simples ninfa
que lhe concede.

Que por matar-lhe
Doces desejos,
A cada instante
Repete os beijos.

Assim brincavam
Fílis e Amor,
Eis que o menino
Sempre traidor

Com a pequenina
Boca risonha
Lhe comunica
Sua Peçonha.

Descora Fílis,
e de repente
Solta um suspiro
D'Alma inocente.

Mal que o gemido
Férvido soa
O mau Cupido
com ela voa.

Ninguém, ó Ninfa
(Diz a voar)
Brinca comigo
sem suspirar.
              Manuel Maria Barbosa du Bocage. In: Poesia. Org.
Leodegário A. de Azevedo Filho. Rio de Janeiro, Agir, 1985.

Entendendo o poema:

01 – Bocage não estava interessado na mitologia por ela mesma. Como sempre ocorre nas obras do Arcadismo, nesta cançoneta os deuses são utilizados como um recurso expressivo. Esse encontro de Cupido com a ninfa Fílis constitui uma alegoria. Escreva um resumo do pequeno enredo em que se envolvem as personagens alegóricas do poema.
      Tendo fugido de Vênus, sua mãe, Cupido brinca com Fílis, num bosque. Conseguindo enganar a ninfa na troca de rosas por beijos, pretensamente inocentes, comunica-lhe o veneno do amor. Perdendo sua inocência, ela suspira de desejos.

02 – Numa alegoria, cada detalhe é importante para a concretização dos elementos abstratos. A paisagem descrita nas primeiras estrofes já possui um significado alegórico. Quais são as características do bosque que tornam adequado para os encontros amorosos?
      O bosque é “denso” e “pouco trilhado”, e por isso acostumado a “ternos crimes”.

03 – Cupido, traiçoeiramente, consegue se valer da ingenuidade de Fílis. Qual o argumento utilizado por Cupido para obter o primeiro beijo?
      Ele diz que Fílis não deve se envergonhar, porque ele é apenas uma criancinha.

04 – Podemos agora interpretar a alegoria, traduzindo seus elementos. O Cupido, por exemplo, representa o amor, que se insinua nas relações mais inocentes.
a)   O que Fílis representa?
Representa a mulher ingênua; ou a mulher que se julga invulnerável ao amor; a mulher que acredita poder brincar com o amor, sem se apaixonar.

b)   O que o bosque representa?
Representa o conjunto de circunstâncias que tornam a pessoa mais vulnerável ao amor: o isolamento, a solidão, etc.

c)   Qual é a “moral da história”, enunciado pelo próprio Cupido?
Ninguém brinca com o amor sem suspirar, isto é, sem sofrer.

quarta-feira, 2 de maio de 2018

POEMA: À MESMA - BOCAGE - COM GABARITO

 Poema: À Mesma

Texto I

        Neste soneto, Bocage fala sobre os prazeres vividos pelos amantes em um cenário acolhedor.


Se é doce no recente, ameno Estio
Ver toucar-se a manhã de etéreas flores,
E, lambendo-se as areias, e os verdores,
Mole e queixoso deslizar-se o rio:

Se é doce no inocente desafio
Ouvirem-se os voláteis amadores,
Seus versos modulando, e seus ardores
Dentre os aromas do pomar sombrio:

Se é doce mares, céus ver anilados
Pela quadra gentil, de Amor querida,
Que esperta os corações, floreia os prados:

Mais doce é ver-te de meus ais vencida,
Dar-me em teus brandos olhos desmaiados
Morte, morte de amor, melhor que a vida.

                   Bocage, Manuel Maria Barbosa du. Obras de Bocarge.
                                     Porto: Lello & Irmão Editores, 1968. p. 423.


Texto II: Doçura de, no estio recente

        Manuel Bandeira reelabora, neste poema, o soneto de Bocage.

Doçura de, no estio recente,
Ver a manhã toucar-se de flores
E o rio mole queixoso
Deslizar, lambendo areias e verduras;

Doçura de ouvir as aves
Em desafio de amores
Cantos, risadas
Na ramagem do pomar sombrio.

Doçura de ver mar e céus
Anilados pela quadra gentil
Que floreia as campinas
Que alegra os corações.

Doçura muito maior
De te ver
Vencida pelos meus ais
Me dar nos teus brandos olhos desmaiados
Morte, morte de amor, muito melhor do que a vida,
Puxa!
                                      Bandeira, Manoel. Poesia completa e prosa.
                                          Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985. p. 78.


Entendendo o poema:
01 – O que há de comum entre os dois poemas?
      Os dois poemas dizem essencialmente o mesmo, tanto que podemos reconhecer no poema de Bandeira quase todos os versos presentes no soneto de Bocage.

02 – Em termos formais, em que eles se diferenciam?
      O poema de Bocage é um soneto composto por versos decassílabos que apresentam rimas interpoladas (ABBA ABBA CDC CDC). Manuel Bandeira abandona a forma fixa utilizada por Bocage (soneto); ele não faz uso de uma métrica regular nem de rimas.

03 – As três primeiras estrofes do soneto de Bocage introduzem um raciocínio baseado em hipóteses. A conclusão desse raciocínio é apresentada na última estofe do soneto.
a)   Que raciocínio é esse?
      As hipóteses propostas nas três estrofes dizem respeito às alegrias e prazeres provocados pela possibilidade de alguém usufruir os dons da natureza.
      Na primeira estrofe, o eu lírico destaca o prazer de ver uma manhã de verão se enfeitar de flores e acompanhar a trajetória do rio, que banha as areias e os prados.
      Na segunda estrofe, a alegria de desfrutar o canto dos pássaros em um pomar.
      Na terceira estrofe, o eu lírico fala da doçura de ver os mares e céus azulados pela primavera, que traz alegria para os corações e enche os prados de flores.

     b) Qual a conclusão a que chega o eu lírico?
      O eu lírico conclui que o prazer associado à natureza é menor do que aquele oferecido pelos braços da amada.

04 – A linguagem é um elemento fundamental da releitura que Bandeira faz do soneto de Bocage. Por quê?
      Bandeira elimina as inversões sintáticas e usa sinônimos para alguns dos termos utilizados por Bocage. Ao fazer isso, produz quase uma “tradução” moderna do poema de Bocage.

05 – O poema de Bandeira apresenta palavras organizadas de forma diferente. O que essa disposição sugere ao leitor?
      Na primeira estrofe, os adjetivos mole e queixoso foram separados em dois versos independentes, que sugerem o caminho da água do rio, que desliza “lambendo areias e verduras”.
      Na segunda estrofe, a sobreposição dos substantivos amorescantos e risadas em verso diferentes pode ilustrar o efeito dos cantos dos pássaros, que se confundem na alegria do pomar, ou também criar uma imagem gráfica que lembra a presença dos pássaros, nos galhos das árvores, enquanto cantam.

06 – Considere, agora, as diferenças identificadas.
     a) Com base nelas é possível afirmar que o segundo poema é mais moderno do que o primeiro? Explique.
      Sim. O fato de não ser um poema com forma fixa, de haver uma disposição diferente das palavras, de haver uma estrutura sintática mais direta, tudo isso caracteriza um estilo mais despojado, que soa mais atual.

     b) A interjeição, puxa! presente no final do poema de Bandeira, ajuda a caracterizar um olhar mais atual para o tema do amor? Por quê?
      Sim. A interjeição puxa! traduz uma certa irreverência e ironia sobre tantas maravilhas associadas ao tema do amor no poema de Bocage. Esse é um cenário positivo demais para ser apresentado por um poeta do século XX.




quarta-feira, 25 de abril de 2018

SONETO: IMPRECAÇÕES CONTRA UMA INGRATA - BOCAGE - COM GABARITO


Soneto: Imprecações contra uma ingrata
          

                                    (Improviso) Bocage

Vai-te, fera cruel, vai-te, inimiga,
horror do mundo, escândalo da gente,
que um férreo peito, uma alma que não mente,
não merece a paixão, que afadiga:
O céu te falte, a terra te persiga,
negras fúrias o Inferno te apresente,
e da baça tristeza o voraz dente
morda o vil coração, que Amor não liga:
Disfarçados, mortíferos venenos
entre licor suave em áurea taça
mão vingativa te prepare ao menos:
E seja, seja tal tua desgraça,
que ainda por mais leves, mais pequenos
os meus tormentos invejar te faça.

                                   BOCAGE, Manuel Maria B. du. Sonetos completos de Bocage.
                                                                                                 São Paulo: Núcleo, 1995.

 Entendendo o poema:
01 – O sentimento ou estado de alma que teria motivado a criação desse soneto poderia ser:

    a) O ódio invejoso contra uma mulher.
    b) A indignação contra as autoridades do país.
    c) O amor desmedido por uma mulher.
    d) O orgulho ferido.
    e) A raiva da própria mãe.

02 – Que versos podem justificar essa hipótese?
       “Não merece a paixão, que me afadiga”,
       “Morda o vil coração, que Amor não liga”.

03 – O que a pessoa a quem o poema se dirige fez para o eu lírico?
       Não correspondeu a seu amor e despertou nele um estado insuportável de paixão.

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

SONETO: CONVITE À MARÍLIA - BOCAGE - COM GABARITO

 CONVITE À MARÍLIA


        Algumas das principais características da poesia árcade podem ser identificadas neste soneto de Bocage.

Já se afastou de nós o Inverno agreste
Envolto nos seus úmidos vapores;
A fértil Primavera, a mãe das flores
O prado ameno de boninas veste:

Varrendo os ares o sutil nordeste
Os torna azuis; as aves de mil cores
Adejam entre Zéfiros, e Amores,
E toma o fresco Tejo a cor celeste:

Vem, ó Marília, vem lograr comigo
Destes alegres campos a beleza,
Destas copadas árvores o abrigo:

Deixa louvar da corte a vã grandeza:
Quanto me agrada mais estar contigo
Notando as perfeições da Natureza!

                          Bocage. Obras. Porto: Lello & Irmão, 1968. p. 142.

Interpretação do texto:
01 – Qual é o assunto tratado no poema?
      O eu lírico faz um convite à sua amada para que desfrute, com ele, a beleza e a simplicidade da natureza.

02 – Um dos elementos caracterizadores do Arcadismo é o cenário em que se encontra o eu lírico. Que cenário é apresentado no poema? Como é descrito?
      O cenário apresentado é bucólico. O inverno se foi e a “fértil Primavera” enche o prado de flores, as aves voam e o vento nordeste torna o céu e o rio Tejo azuis.

a)   Explique que tema da poesia árcade é a apresentado na descrição desse cenário.
O tema árcade presente nessa descrição é o locus amoenus, isto é, a natureza é apresentada como um lugar tranquilo e agradável onde os amantes se encontram.

03 – Observe a forma e o conteúdo do poema. Que elementos evocam o Classicismo? Explique.
      Há dois elementos que retomam a poesia clássica: na forma, o uso do soneto; no conteúdo, a referência a elementos da mitologia clássica (os Zéfiros e os Amores).

04 – Releia.
      “Deixa louvar da corte a vã grandeza:
       Quanto me agrada mais estar contigo
       Notando as perfeições da Natureza!”
a)   Nessa estrofe, o eu lírico opõe dois cenários. Quais são eles e como são caracterizados?
Os cenários que se opõem são a cidade (simbolizada pela corte) e a natureza. A corte é caracterizada pela sua grandeza falsa, oca, e a natureza, pela perfeição.

b)   Que outro tema árcade é desenvolvido a partir dessa oposição? Explique.
O tema desenvolvido é o fugere urbem. O eu lírico convida a sua amada a abandonar a grandeza vazia da cidade, da urbanização, e a desfrutar da perfeição que o cenário bucólico oferece aos amantes.

05 – O poema pode ser dividido em duas partes: uma que enfatiza o cenário, e outra em que eu lírico faz um convite à sua amada. Quais estrofes compõem essas partes e o que é apresentado em cada uma delas?
      O cenário bucólico, com a descrição da natureza como um lugar agradável, é apresentado nas duas primeiras estrofes; o convite a amada, nos dois tercetos.

a)   É possível afirmar que a construção do cenário tem como objetivo preparar o desenvolvimento do segundo tema árcade do poema. Explique.
A construção do cenário, além de desenvolver o tema do locus amoenus, serve de base para a apresentação do fugere urbem. A natureza, apresentada como modelo de perfeição, é o argumento para que a amada aceite o convite do eu lírico, abandonando a “falsa” grandeza da corte.

06 – Na linha do tempo, quais acontecimentos e ideias geram, nas manifestações artísticas do Arcadismo, a busca pelo racionalismo e o retorno aos modelos clássicos da Antiguidade? Justifique sua resposta.
      Espera-se que os alunos, ao observarem os acontecimentos apresentados na linha do tempo, percebam a importância das novas ideias surgidas na Europa que se opõem à força da religião na determinação dos comportamentos humanos.



SONETO: RECREIOS CAMPESTRES NA COMPANHIA DE MARÍLIA - BOCAGE - COM GABARITO

Soneto: Recreios Campestres na companhia de Marília
             Bocage


Olha Marília, as flautas dos pastores
Que bem que soam, como estão cadentes!
Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes
Os Zéfiros brincar por entre as flores?

Vê como ali beijando-se os Amores
Incitam nossos ósculos ardentes!
Ei-las de planta em planta as inocentes,
As vagas borboletas de mil cores!

Naquele arbusto o rouxinol suspira,
Ora nas folhas a abelhinha para,
Ora nos ares sussurrando gira:

Que alegre campo! Que manhã tão clara!
Mas ah! Tudo o que vês, se eu te não vira,
Mais tristeza que a morte me causara.

                                                         Bocage, Manoel M. Barbosa du.
                        Obras de Bocage. Porto: Lello & Irmão, 1968. p. 152.

Interpretação do texto:
01 – Leia o soneto abaixo. Nele, o poeta português Bocage constrói um cenário muito específico com os elementos da natureza.
a)   A quem se dirige o eu lírico?
O eu lírico se dirige a uma mulher, chamada Marília.

b)   Que convite ele faz a essa pessoa?
Que observe, com ele, as perfeições da natureza.

02 – Como a natureza é apresentada no poema?
      A natureza é apresentada de modo positivo: o rio Tejo “sorri”, as borboletas coloridas brincam, enquanto o rouxinol e a abelhinha voam; o campo é “alegre” e a manhã é clara. Em resumo, o cenário apresentado pelo eu lírico é alegre e acolhedor.

a)   No último terceto, a caracterização da natureza funciona como argumento para convencer Marília do quanto ela é amada. Explique qual é a relação estabelecida entre a natureza e os sentimentos do eu lírico.
O eu lírico usa a natureza para mostrar como o seu estado de espírito depende da visão de Marília. Quando caracteriza a natureza de modo positivo, definido um ambiente marcado pela alegria e pelo otimismo, está preparando a apresentação do argumento final: “Tudo o que vês, se eu não te vira, / Mais tristeza que a morte me causara”. A alegria e o bem-estar promovidos pelo lugar agradável em que se encontram perderiam o significado se ele não pudesse ver a sua amada Marília.

03 – Observe os verbos associados aos elementos da natureza e o diminutivo empregado no texto. O que eles demonstram?
     Os verbos associados aos elementos da natureza demonstram ações simples e inocentes: o rio sorri, o vento brinca, o rouxinol suspira, a abelhinha gira. O diminutivo abelhinha transmite uma certa infantilização e, portanto, marca inocência.  
  
a)   Explique de que modo a linguagem foi utilizada para sugerir um espaço agradável e inocente.
A combinação da descrição positiva, das ações associadas à natureza e do diminutivo provoca uma sensação de que há um clima de festa, de brincadeira que se desenrola naquele campo alegre diante do olhar de Marília.

04 – Há, no cenário natural do soneto, uma evidente artificialidade. Em que ela pode ser percebida?
      A perfeição do cenário sugere tratar-se de uma natureza artificial. O modo infantilizado como os elementos da natureza são referidos no poema também reforça a ideia de uma natureza pouco natural.

a)   Essa artificialidade pode ser comparada aos jardins do Palácio de Versalhes? Por quê?

Resposta pessoal do aluno. Espera-se que o aluno perceba que, no poema, a natureza é tão “construída” pelo olhar de Bocage quanto os jardins do palácio.