domingo, 29 de dezembro de 2024

CONTO: GASPAR, EU CAIO! (FRAGMENTO) - RICARDO AZEVEDO - COM GABARITO

 Conto: GASPAR, EU CAIO! – Fragmento

            Ricardo Azevedo

        Noite escura no mato. Estrada de terra sem vivalma. O vento gemendo pelos galhos e as nuvens passando nervosas, querendo chover.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYMXMEkLQrDYB9dHfqluAVyl-WfOQACVZPGrLHwyZJDHcoaY-lhmhhyphenhyphenw2cHsSYphAKHxMGcoWjoSE0AJRK6ZeLzQNA4P7_mmaNQkfGaESp7p-IKQNVS6QBQgUBH2pcZquPjSrNywMtsSbCm48S5ZqQMkR046IsdHBWlZTntUVW5PEsoDYdHOiWd6UO3Wc/s320/NOITE%20ESCURA.jpg


        Um homem vem vindo lá longe. Devagarinho. Sem lua nem estrela para iluminar a viagem. Vem de sacola pendurada no ombro [...].

        Trovoada. Os pingos da chuva principiam a cair. O viajante aperta o passo. Na curva, dá com uma casa abandonada. Cai um raio de despedaçar árvore. A chuva aperta. Na porta da tapera tem uma cruz desenhada. O homem não quer saber de nada. Mete o pé na porta e entra.

        Dentro, um pouco de tudo. Pedaços de mobília, tigelas, troços e trecos jogados no escuro.

        O viajante faz fogo. Agachado, tira um pedaço de carne da sacola e bota para assar. Está morto de fome. Deita no chão e solta o corpo, esperando a comida ficar pronta.

        A chuva vai minguando. O mato fica quieto.

        De repente, o telhado range. De lá de cima, um gemido rabisca o ar:

        -- Gaspar!

        O homem estremece. Aperta os dentes. A luz do fogo é fraca. Não dá para ver nada.

        A voz chama e chama.

        -- Gaspar! 

        Já passa da meia-noite. Quem será?

        A voz insiste:

        Gaspar!

        O viajante pensa em fugir. Mas, e a carne? E o frio? E a chuva ameaçando cair? Encolhido num canto, o homem arrisca;

        -- Quem está aí?

        [...]

AZEVEDO, Ricardo. Meu livro de folclore. São Paulo: Ática, 19997. p. 33-34.

Fonte: Língua Portuguesa. Linguagens – Séries finais, caderno 1. 8º ano – Larissa G. Paris & Maria C. Pina – 1ª ed. 2ª impressão – FGV – MAXI – São Paulo, 2023. p. 40.

Entendendo o conto:

01 – Qual a principal motivação do viajante a buscar abrigo na casa abandonada?

a) Curiosidade em explorar um lugar desconhecido.

b) Necessidade de se proteger da chuva e do frio.

c) Desejo de encontrar comida e descansar.

d) Vontade de viver uma aventura.

02 – Qual a atmosfera criada pelo autor no início do conto?

a) De tranquilidade e paz.

b) De suspense e mistério.

c) De alegria e otimismo.

d) De tédio e monotonia.

03 – A voz que chama por "Gaspar" causa no viajante uma sensação de:

a) Calma e segurança.

b) Medo e incerteza.

c) Curiosidade e intriga.

d) Raiva e frustração.

04 – O fato da casa estar abandonada e ter uma cruz na porta contribui para:

a) Aumentar a sensação de perigo e mistério.

b) Transmitir uma ideia de paz e espiritualidade.

c) Criar um ambiente alegre e acolhedor.

d) Mostrar que o lugar é habitado por espíritos.

05 – Qual a principal característica do ambiente descrito no início do conto?

a) Claro e iluminado.

b) Acolhedor e convidativo.

c) Escuro e sombrio.

d) Colorido e vibrante.

 

 

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