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terça-feira, 15 de abril de 2025

CONTO: O GANSO DE OURO - IRMÃOS GRIMM - COM GABARITO

 Conto: O ganso de ouro

            Irmãos Grimm

        Era uma vez um homem que tinha três filhos. Os dois mais velhos eram tidos como inteligentes e espertos, ao passo que o caçula, todos o consideravam um bobalhão e só o chamavam de João Bocó.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjM1FssXPgNWCNwhx-J1oAyf-JWdjzlFsGDQMZBw7TqJ_bgE6s9SKOVsyUpRQZ_IY9swrWxpdQr-7p7cVj9O3A7LIs5sRtSp3HyQs3Zb3g1s_A1W2esUs9Y-w-_6pNTd7CI2pCczh1ZVDu2M3Y-fqPTyzHIukzzFHEcW0LOPNK2l6HkiWCRARVQjgx6fw4/s320/Simpleton_finds_The_Golden_Goose_-_Project_Gutenberg_eText_15661.jpg

        Um dia, o filho mais velho precisou ir buscar lenha na floresta. A mãe lhe preparou um lanche com um delicioso bolo e uma garrafa de vinho, para que ele não sentisse fome nem sede.

        Quando ia entrando na mata, o moço encontrou um velho grisalho que lhe desejou bom-dia e pediu:

        -- Por favor, me dê um pedacinho do seu bolo e um gole de sua garrafa. Estou morrendo de fome e sede.

        -- Era só o que faltava! — respondeu ele com maus modos. — Se eu lhe der, o que é que sobra para mim? – e, dando-lhe as costas, afundou-se na mata. Mais adiante, quando começou a golpear uma árvore, errou o golpe e feriu-se no braço. Então foi obrigado a voltar para casa, sem trazer um cavaquinho que fosse, sem desconfiar que o acontecido foi por artes do velho grisalho, que era mágico.

        No dia seguinte, o segundo filho foi à floresta buscar lenha. Também para ele, a mãe preparou um bom lanche com bolo e vinho e, assim como aconteceu ao irmão, quando entrou na mata, encontrou o velho grisalho que lhe pediu um pedaço de bolo e um gole de vinho.

        -- Essa é boa! Pensa que vou repartir com um velho vagabundo o que posso comer sozinho? – respondeu o rapaz continuando a andar.

        E não teve melhor sorte que o irmão. Mal começou a golpear uma árvore, a lâmina — por alguma magia que o velho fez – resvalou e o feriu no pé. E lá se foi ele de volta para casa, mancando, sem trazer sequer um galhinho seco.

        No outro dia, João Bocó pediu ao pai que o deixasse buscar lenha na mata.

        -- De jeito nenhum! – respondeu ele. – Se seus irmãos se machucaram, o que acontecerá a um bobo e desastrado como você?

        Mas João Bocó tanto amolou, que o pai acabou cedendo.

        -- Está bem, vá! Se lhe acontecer alguma coisa, tanto melhor! Quem sabe se assim você toma jeito!

        E ele partiu para a floresta, levando de lanche apenas um pãozinho e uma garrafa de água. Lá chegando, encontrou o mesmo velho grisalho que lhe disse “bom dia” e pediu um pedacinho de bolo e um gole de vinho.

        -- Só tenho um pãozinho e uma garrafa de água. Mas o que é meu é seu. Vamos comer juntos – e sentando-se num tronco caído, João Bocó abriu a sacola. Então arregalou os olhos surpresos. O que encontrou dentro dela foi um saboroso bolo e uma garrafa de vinho. “Como a mãe foi boazinha!”, pensou, sem se dar conta de que aquilo foi magia do velho. Comeram os dois com grande apetite e o velho disse:

        -- Quem tem um bom coração, como você, e não hesita em dividir com os outros o pouco que tem, bem merece uma sorte melhor. Está vendo aquela árvore ali adiante? Entre suas raízes, encontrará um presente meu que o fará muito feliz – assim falando, desapareceu.

        João Bocó correu para a árvore e encontrou aninhado entre suas altas raízes uma beleza de ganso, cujas penas eram de ouro puro. Com ele debaixo do braço, resolveu sair pelo mundo em busca de aventuras, em vez de voltar para casa onde era tão pouco querido. Andou, andou e, à tardezinha, chegou a uma estalagem, onde resolveu passar a noite.

        Ora, acontecia que a dona da casa tinha três filhas, três mocinhas abelhudas que, mal viram o ganso de ouro, decidiram que, custasse o que custasse, haveriam de ter algumas de suas peninhas tão lindas. A mais velha ficou espionando e, quando viu o rapaz sair, entrou no quarto dele, aproximou-se devagarinho do ganso e agarrou-o. Foi só fazer isso, ficou com uma das mãos presas nele, sem poder se libertar. Logo depois chegou a outra e, vendo a irmã agarrada ao ganso, pensou: “Se ela pensa que as penas são só dela, engana-se!” e puxou-a pelo vestido. Com isso, ficou com uma das mãos grudada na irmã. Finalmente, com passos de lã, chegou a mais moça. As outras pediram aflitas:

        -- Pelo amor de Deus, não chegue perto de nós!

        Isso só serviu para deixar a mocinha desconfiada.

        -- Querem me passar para trás, heim? – assim dizendo, puxou a segunda das irmãs pela mão e ficou presa também. E todas as três tiveram que passar a noite ao lado do ganso.

        No outro dia bem cedo, João Bocó partiu com seu ganso debaixo do braço, sem nem ligar para as moças. As coitadas, uma presa à outra, foram obrigadas a segui-lo de um lado para outro, para cima e para baixo, onde quer que ele fosse, e como andava ligeiro o danado!

        Um padre que vinha vindo, ao ver passar aquela estranha procissão, parou boquiaberto.

        -- Mas que é isso, moças! Não têm vergonha? Onde já se viu correr assim atrás de um rapaz! — e decidido a detê-las, agarrou a última pelo braço. O resultado é que não pôde mais tirar as mãos do braço dela e, bem contrariado, teve que acompanhar o bando.

        Nesse meio tempo, o sacristão passou por ali e ficou admirado ao ver o padre correndo atrás das moças.

        -- Senhor padre! — chamou ele. — Onde vai com tanta pressa? Esqueceu que temos um batizado hoje? – e agarrou-o pela batina, ficando preso também.

        Agora eram cinco em fila atrás de João Bocó, que não dava sinais de querer parar. Mais adiante, cruzaram com dois robustos camponeses que vinham voltando da lavoura. Aos gritos, o padre pediu-lhes, por favor, que libertassem ele e o sacristão com um bom puxão.

        -- Lá vai! – disseram eles. E largando a enxada arregaçaram as mangas e agarraram o sacristão. Só o que conseguiram, foi ficarem presos também. E todos os sete, trotando atrás de João Bocó, chegaram enfim a uma cidade onde vivia uma princesa tão séria e carrancuda, que jamais alguém a viu sorrir. Em desespero de causa, o rei mandou proclamar por todo o reino que daria a filha em casamento ao primeiro que a fizesse rir.

        João Bocó soube disso e dirigiu-se ao palácio real. Mas nem precisou entrar. A princesa estava na janela, de queixo na mão, cara sombria olhando a rua. Quando viu o rapaz com toda aquela gente em fila atrás dele, as moças chorando, o padre mancando, o sacristão rezando e os camponeses reclamando, desatou a rir com tanto gosto, que parecia não poder parar mais. Então, acabou-se o encanto. Os prisioneiros de João Bocó de repente se viram livres e só pensaram em uma coisa: voltar para casa deles o mais depressa possível.

        Diante de tal sucesso, João Bocó não titubeou em reclamar a mão da princesa. Mas o rei, que não gostou nada do pretendente, depois de muito discutir concordou em dar-lhe a filha com uma condição: o rapaz tinha que trazer alguém que fosse capaz de comer todo o pão do reino.

        João Bocó pensou logo no velho da floresta e foi procurá-lo ao pé da árvore onde havia achado o ganso. O que encontrou foi um homem enorme, com a cara mais triste deste mundo. E quando perguntou a causa de tamanha tristeza, ele respondeu:

        -- Ai de mim! Estou com tanta fome que acho que vou morrer! Acabei de comer cinco fornadas de pão e fiquei na mesma! Será que vou levar a vida apertando o cinto para enganar a fome?

        “É o homem que eu preciso!”, pensou João Bocó. E convidou-o a ir com ele ao palácio do rei, prometendo que encontraria lá o suficiente para matar a fome por três meses. E, de fato, encontraram diante do palácio uma montanha de pão feita com toda a farinha que puderam encontrar no reino. O homem da floresta subiu em cima dela e pôs-se a comer com tal voracidade que, à tardezinha, a montanha já não existia. Então João Bocó reclamou novamente a noiva prometida.

        Mas o rei, que continuava não querendo saber de um genro que, além de pobre, tinha o apelido de João Bocó, veio com nova exigência: só daria a filha se o moço lhe trouxesse um barco que andasse tanto em terra como na água.

        João Bocó voltou à floresta e, desta vez, encontrando o velho mágico em pessoa, explicou-lhe a situação e disse o que queria.

        -- Quem ajuda os outros merece ser ajudado! – o velho disse isso, piscou o olho e desapareceu, deixando no seu lugar o barco exigido.

        Quando o rei viu o rapaz chegar com o barco navegando em chão enxuto, compreendeu que não havia mais jeito. Concedeu-lhe a mão da filha e o casamento realizou-se. Dizem que nunca houve um casal tão feliz nem alguém tão sorridente como a esposa de João Bocó.

Contos de Grimm. Adaptação de Maria Heloisa Penteado. São Paulo: Ática, 1989. p. 23-30.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 5ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 12-14.

Entendendo o conto:

01 – Como os irmãos mais velhos de João Bocó são caracterizados no início da história?

      Os irmãos mais velhos são tidos como inteligentes e espertos, em contraste com João Bocó, que é considerado um bobalhão.

02 – Qual foi a atitude dos dois primeiros irmãos ao encontrarem o velho grisalho na floresta e qual foi a consequência de suas ações?

      Ambos os irmãos mais velhos foram rudes e egoístas, negando comida e bebida ao velho. Como consequência, ambos se machucaram enquanto tentavam cortar lenha e voltaram para casa sem nada.

03 – O que João Bocó levava de lanche para a floresta e o que ele encontrou em vez disso, graças ao velho?

      João Bocó levava apenas um pãozinho e uma garrafa de água. Em vez disso, encontrou um saboroso bolo e uma garrafa de vinho, resultado da magia do velho.

04 – Qual presente mágico João Bocó encontrou na raiz da árvore e o que ele decidiu fazer com ele?

      João Bocó encontrou um ganso com penas de ouro puro. Em vez de voltar para casa, ele decidiu sair pelo mundo em busca de aventuras.

05 – O que aconteceu com as três filhas da dona da estalagem quando tentaram pegar as penas do ganso de ouro?

      As três filhas ficaram misteriosamente grudadas umas às outras e ao ganso, sendo obrigadas a seguir João Bocó.

06 – Quem mais se juntou à fila de pessoas grudadas seguindo João Bocó e por quê?

      Um padre que tentou repreender as moças, um sacristão que tentou falar com o padre, e dois camponeses que tentaram libertar o padre e o sacristão também ficaram grudados à corrente.

07 – O que fez a princesa, conhecida por nunca sorrir, rir pela primeira vez?

      A princesa riu ao ver a cena de João Bocó com toda aquela gente grudada uns aos outros, em situações engraçadas e desesperadas, seguindo-o pela rua.

08 – Quais foram as duas condições impostas pelo rei para que João Bocó pudesse se casar com a princesa?

      As duas condições foram: primeiro, João Bocó deveria trazer alguém capaz de comer todo o pão do reino; segundo, ele deveria trazer um barco que andasse tanto na terra quanto na água.

09 – Como João Bocó conseguiu cumprir a primeira condição imposta pelo rei?

      João Bocó encontrou o velho da floresta novamente, que havia se transformado em um homem faminto capaz de comer montanhas de pão, e o levou ao palácio para devorar todo o pão do reino.

10 – Quem ajudou João Bocó a cumprir a segunda condição do rei e qual foi o resultado final da história?

      O velho mágico ajudou João Bocó a cumprir a segunda condição, deixando no seu lugar o barco que andava tanto na terra quanto na água. Diante disso, o rei permitiu o casamento de João Bocó com a princesa, e dizem que eles foram um casal muito feliz.

 

domingo, 29 de outubro de 2023

CONTO: PELE DE BICHO - IRMÃOS GRIMM - COM GABARITO

 Conto: Pele de bicho

            Irmãos Grimm

        Um conto de fadas dos Irmãos Grimm.

        Houve, uma vez, um rei cuja esposa tinha os cabelos iguais ao outro e era tão linda como não havia outra na terra.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpLSSD-7vEm451UGKBJUKiush3sJiB0qriNCVjo8JxpKTdlf1EIMxDrEhkIXHpKGXOcCAJiCoYnwO8qog5AV7GmxBCqNDv4j5YoOBdtP01a6LXtLXtZdRPyv62OhyphenhyphenmVrwAC8Obp-RvNU9-0WngbQasuzEZ7P4kEA4ZHkw2dw_ZyueXo1__s5jEomDHv88/s1600/RAINHA.jpg


        Quis o céu que a nobre e bondosa rainha adoecesse sem que médico algum pudesse salvar-lhe a vida. Sentindo aproximar-se a última hora, chamou o esposo e recomendou:

        -- Depois de minha morte, se quiseres casar-te outra vez, não cases com mulher menos formosa do que eu; que tenha os cabelos dourados como os meus e seja muito mais prendada. Exijo tua promessa para morrer tranquila.

        O rei prometeu tudo o que ela quis. Pouco depois a rainha morreu, deixando-o louco de desespero e verdadeiramente inconsolável; sua dor era tão grande que não queria pensar em eventual casamento. Mas, decorrido algum tempo, os conselheiros reuniram-se e juntos foram pedir ao rei que tornasse a casar:

        -- O rei não pode reinar sozinho, é necessário que se case para que tenhamos a nossa rainha.

        O rei não queria aceitar a sugestão e alegou a promessa que fizera à esposa; então os dignitários da corte expediram mensageiros por todos os lados a fim de descobrir uma mulher que fosse tão linda e prendada como a rainha falecida.

        Mas ninguém conseguia encontrá-la em parte alguma; mesmo que a tivessem encontrado, nenhuma, por mais bela que fosse, tinha aqueles cabelos de ouro. Portanto, os mensageiros voltaram de mãos vazias.

        O rei tinha uma filha, que era o retrato vivo da mãe e de belos cabelos de ouro. Já estava moça e, certo dia, reparando melhor nela, o rei viu que era igualzinha à falecida esposa e apaixonou-se perdidamente por ela. Então declarou aos seus conselheiros:

        -- Quero casar com minha filha; ela é o retrato vivo de minha falecida esposa e, por outro lado, já me convenci de que jamais encontrarei alguém que se lhe assemelhe.

        Ouvindo isso, os conselheiros ficaram horrorizados e disseram:

        -- Deus proíbe que o pai case com a filha; do pecado não pode sair bem nenhum e também o reino sofrerá e será arrastado à ruína.

        A princesa quase desmaiou no ouvir o ignóbil desígnio do rei; lançou-se-lhe aos pés, esperando dissuadi-lo com seus rogos e lágrimas. Mas o rei estava firme no extravagante projeto e nada o podia abalar. Então a princesa disse-lhe:

        -- Antes de consentir no teu desejo, quero que me dês três vestidos: um de ouro como o sol, um de prata como a lua e um cintilante como as estreias; além disso, quero também um manto feito com peles de toda espécie de animais; cada animal de teu reino tem de fornecer um pedaço de pele.

        Assim dizendo, pensava: "É impossível realizar tal desejo, mas com isso desvio meu pai de seu horrível propósito."

        O rei, porém, não desanimou. Reuniu todas as moças mais hábeis do reino que tiveram de confeccionar os três vestidos: um de ouro como o sol, um de prata como a lua e um cintilante como as estrelas. Enquanto isso, os caçadores foram incumbidos de capturar todos os animais do reino e tirar um pedaço de pele de cada um, confeccionando-se assim um manto variegado.

        Finalmente, quando tudo ficou pronto, o rei mandou buscar o manto e exibiu-o à princesa, dizendo:

        -- Amanhã realizaremos as bodas.

        Ao ver que não lhe restava nenhuma esperança de comover o coração paterno, e mudar seus tristes pensamentos, a princesa resolveu fugir.

        Durante a noite, enquanto todos dormiam, ela preparou-se e apanhou três de seus objetos mais preciosos: um anel ricamente cinzelado, uma pequenina roca de ouro e um minúsculo fuso também de ouro. Meteu dentro de uma casca do noz os três vestidos, de sol, de lua e de estreias, envolveu-se no manto de peles de bicho e com fuligem pintou o rosto e as mãos. Depois recomendou-se piedosamente à proteção de Deus e saiu do palácio sem ser reconhecida.

        Andou a noite inteira e muito mais ainda, até que por fim chegou a uma floresta. Sentindo-se muito cansada, meteu-se na toca de uma árvore e adormeceu.

        Ao raiar do sol, ela ainda continuava dormindo a sono solto e assim foi até muito tarde. Justamente nesse dia, um rei, que era o proprietário da floresta, foi caçar; quando os cães chegaram àquela árvore, puseram-se a latir e a saltar de um lado e de outro. O rei disse aos seus caçadores:

        -- Ide ver que animal se esconde lá onde estão os cães.

        Os caçadores obedeceram e, após terem verificado o que havia, voltaram para junto do rei dizendo:

        -- Na cavidade daquela árvore há um estranho animal, como nunca vimos antes: sua pele é coberta de todas as espécies de pelo. Está lá deitado a dormir.

        -- Procurai capturá-lo vivo, amarrai-o bem ao meu carro para ser transportado conosco à cidade.

        Os caçadores foram e agarraram a jovem, que despertou aterrorizada e se pôs a gritar:

        -- Não me façais mal! Sou uma pobre criatura abandonada pelos pais; tende compaixão de mim, levai-me convosco!

        Os caçadores então disseram:

        -- Pele de bicho, tu serves bem para limpar a cozinha; vem conosco, teu serviço será varrer a cinza.

        Meteram-na no carro e regressaram ao castelo real. Lá, deram-lhe para habitação um tugúrio embaixo da escada, triste e escuro, onde nunca penetrava o mais tênue raio de sol.

        -- Pele de bicho, emaranhada e selvagem, passarás a dormir aqui.

        Com isso, mandaram que fosse para a cozinha, com o encargo de baldear água e lenha, acender o fogo, depenar os frangos, limpar a verdura, varrer a cinza, em suma, fazer o trabalho mais grosseiro e penoso.

        Assim, Pele de Bicho passou a viver de maneira mais obscura e miserável. Ah, linda princesa, o que te estará ainda reservado!

        Passou-se muito tempo e, certo dia, o castelo engalanou-se; iam realizar uma grande festa para a qual haviam convidado meio mundo. A pobre criatura, saudosa dos bons tempos passados, pediu ao cozinheiro-chefe:

        -- Posso subir até lá em cima? Ficarei do lado de fora a espiar um pouquinho.

        -- Está bem, – disse mestre-cuca, – mas, dentro de meia hora, deves estar aqui para varrer a cinza.

        Ela pegou na lanterninha, entrou no horrível tugúrio, despiu o manto de peles, lavou a fuligem que lhe cobria o rosto e as mãos e toda a sua esplendorosa beleza reapareceu. Então abriu a casca de noz e tirou dela o vestido cujo tecido parecia feito de raios de sol, vestiu-se e adornou-se; depois foi à festa e todos, ao vê-la, abriam alas, embasbacados ante tamanha beleza. Ninguém a conhecia, mas não duvidavam que fosse alguma princesa incógnita. O rei saiu ao seu encontro, estendeu-lhe a mão e só quis dançar com ela, pensando consigo mesmo: "Criatura tão linda, meus olhos ainda não viram."

        Terminada que foi a dança, ela inclinou-se num gesto de graça encantadora; quando o rei voltou a si da admiração, ela havia desaparecido não se sabe por onde. Chamaram os guardas do castelo e interrogaram-nos, mas todos responderam não ter visto ninguém.

        Ela correu rapidamente para o seu tugúrio e despiu a toda pressa o maravilhoso vestido, pintou o rosto e as mãos com fuligem e tornou a enfiar o manto de peles, voltando a ser a pobre Pele de Bicho. Quando entrou na cozinha para retomar seu trabalho, o cozinheiro disse-lhe:

        -- Deixa isso para amanhã; agora quero que prepares a sopa para o rei, pois também desejo dar uma espiadela lá em cima. Mas toma cuidado, não deixes cair nenhum fio de cabelo dentro, senão para o futuro nunca mais terás nada para comer.

        O cozinheiro saiu e Pele de Bicho preparou uma sopa de pão para o rei; esmerou-se por fazê-la a mais deliciosa possível e, quando ficou pronta, correu ao seu tugúrio e trouxe o anel de ouro, colocando-o na vasilha em que era servida a sopa.

        Findo o baile, o rei ordenou que lhe servissem a sopa. Comeu-a e gostou tanto que declarou nunca ter comido outra melhor.

        Quando, porém, chegou ao fundo do prato, viu o anel de ouro e não conseguiu compreender como viera parar aí. Mandou chamar o cozinheiro. Este, ao receber o recado, ficou preocupado e disse a Pele de Bicho:

        -- Deixaste, certamente, cair um cabelo dentro da sopa; se assim for, levarás o que mereces.

        Apresentou-se diante do rei, cheio de temor. O rei perguntou-lhe quem havia preparado a sopa. O cozinheiro, mais que depressa, respondeu:

        -- Fui eu, Majestade.

        Mas o rei retrucou:

        -- Não é verdade; a sopa estava diferente e muito melhor que de costume.

        O cozinheiro, então, foi obrigado a confessar:

        -- Realmente, Majestade, não fui eu, mas foi Pele de Bicho quem a fez.

        O rei ordenou:

        -- Vai chamar Pele de Bicho.

        Assim que ela compareceu perante o rei, este perguntou-lhe:

        -- Quem és tu?

        -- Sou uma pobre criatura que não tem mais pai nem mãe, – respondeu ela.

        -- E que fazes no meu castelo? – prosseguiu o rei.

        -- Eu não sirvo para coisa alguma, – disse ela, – a não ser para que me atirem os sapatos na cabeça.

        O rei tornou a perguntar:

        -- Quem te deu aquele lindo anel que estava dentro da sopa?

        -- Não sei de que anel se trata, – respondeu ela.

        Por conseguinte, o rei nada pôde descobrir e mandou-a de volta para a cozinha.

        Passado algum tempo, realizou-se no castelo uma outra festa e Pele de Bicho tornou a pedir ao cozinheiro que lhe permitisse dar uma espiada. Ele respondeu:

        -- Podes ir, mas deves voltar dentro de meia hora e fazer aquela sopa de pão que tanto agrada ao rei.

        Pele de Bicho correu ao seu tugúrio, limpou-se e lavou-se cuidadosamente, tirou da noz o lindo vestido prateado como o luar e vestiu-se, adornando-se como da outra vez. Depois subiu as escadarias com o andar esbelto e gracioso de verdadeira princesa.

        O rei saiu-lhe ao encontro, cheio de alegria por tornar a vê-la.

        Também dessa vez, não quis dançar com nenhuma outra dama, só com ela. Mas, assim que acabou a contradança, ela sumiu tão rapidamente, que o rei não conseguiu ver por onde saiu.

        Ela correu para o seu tugúrio e, em breve, voltou a ser o animal peludo de sempre, depois correu à cozinha a fim de preparar a sopa para o rei. Enquanto o cozinheiro estava lá em cima espiando a festa, ela foi buscar a pequenina roca de ouro e meteu-a dentro da vasilha da sopa.

        Mais tarde um pouco, levaram a sopa ao rei que, como da primeira vez, comeu-a com grande satisfação, mandando depois chamar o cozinheiro. Este teve novamente de confessar ter sido preparada por Pele de Bicho, a qual, mais uma vez chamada, teve que comparecer à presença do rei e responder às suas perguntas. Respondeu como da outra vez: que só servia para que lhe atirassem os sapatos na cabeça, e que ignorava completamente, tudo da roca de ouro encontrada na sopa.

        Tudo parecia esquecido e Pele de Bicho continuava os tristes afazeres na cozinha. Eis que, um belo dia, o rei organizou outra festa, talvez com saudade da bela desconhecida. E tudo se processou como das vezes anteriores. O cozinheiro, porém, disse:

        -- Pele de Bicho, tu deves ser uma bruxa; sempre encontras meio de pôr qualquer coisa na sopa, e te sai tão boa que agrada ao rei mais do que a feita por mim.

        A jovem implorou ao cozinheiro que a deixasse ir ver a festa; demorar-se-ia apenas o tempo estabelecido. O severo mestre-cuca não pôde recusar-lhe o que pedia, e ela correu ao seu tugúrio, lavou-se, penteou-se e envergou o vestido cintilante como as estrelas; depois dirigiu-se ao salão de festas. O rei, fascinado, também desta vez, só quis dançar com ela, achando que ainda estava mais bela.

        Enquanto dançavam, sem que ela o percebesse, enfiou-lhe um anel no dedo. Havia previamente ordenado que a contradança demorasse um pouco mais. Acabando de dançar, tentou prendê-la, segurando-lhe a mão, mas ela desvencilhou-se e fugiu tão rapidamente, que ele não pôde ver por onde saiu.

        Pele de Bicho correu para o seu tugúrio; mas como se havia demorado mais que o tempo previsto, não pôde despir o lindo vestido; então cobriu-o com o manto de peles; estava tão apressada que, ao tingir-se com a fuligem, esqueceu um dedo, que ficou branquinho. Correu para a cozinha, preparou a sopa do rei e antes que fosse servida, deitou dentro da vasilha o minúsculo fuso de ouro.

        O rei, ao encontrar o fuso, mandou chamar Pele de Bicho. Ela apresentou-se como sempre, mas não reparou no dedinho que ficara branco; o rei, porém, viu-o e viu também o anel que enfiara nele durante a dança. Então agarrou-lhe a mão e segurou-a firmemente; quando ela tentou desvencilhar-se para fugir, o horrível manto de peles abriu-se um pouco, mostrando uma nesga do vestido cintilante. O rei, com um gesto rápido, arrancou-lhe o manto e, no mesmo instante, rolaram como uma cascata seus cabelos de ouro e ela surgiu magnífica, em todo o esplendor, que já não podia mais ocultar.

        Então lavou a fuligem que lhe cobria o rosto e as mãos e apareceu tal qual era: a criatura mais linda que jamais se vira no mundo. O rei, comovido, disse-lhe:

        -- Serás a minha esposa muito amada; nunca mais nos separaremos.

        Ela aceitou e depois de alguns dias realizaram-se as núpcias. Eram ambos tão felizes que viveram tanto, tanto tempo, até à morte.

Irmãos Grimm.

Entendendo o conto:

01 – Quem era a rainha no início do conto?

      A rainha no início do conto era a esposa do rei, que tinha cabelos dourados e era extremamente bela.

02 – O que a rainha pediu ao rei antes de sua morte?

      A rainha pediu ao rei que, após sua morte, ele se casasse apenas com uma mulher que fosse tão formosa quanto ela, com cabelos dourados como os dela, e que fizesse essa promessa para que ela pudesse morrer em paz.

03 – Por que o rei relutou em se casar novamente após a morte da rainha?

      O rei relutou em se casar novamente porque queria cumprir a promessa feita à sua falecida esposa de encontrar uma mulher tão bela quanto ela, o que ele acreditava ser impossível.

04 – Como a princesa tentou evitar que seu pai cumprisse sua intenção de se casar com ela?

      A princesa pediu ao rei três vestidos (um de ouro, um de prata e um cintilante), bem como um manto feito de peles de animais de todo o reino, acreditando que esses pedidos seriam impossíveis de serem atendidos.

05 – Como o rei conseguiu atender aos pedidos da princesa?

      O rei reuniu as mulheres mais habilidosas do reino para confeccionar os vestidos, e os caçadores capturaram e coletaram peles de animais para fazer o manto.

06 – Como a princesa tentou fugir do rei quando ele expressou o desejo de se casar com ela?

      A princesa tentou fugir durante a noite, preparando-se e saindo do palácio sem ser reconhecida.

07 – O que aconteceu quando a princesa entrou na floresta após fugir do palácio?

      Na floresta, a princesa se refugiou em uma árvore oca e adormeceu.

08 – Como o rei a encontrou na floresta?

      O rei, que era proprietário da floresta, foi caçar e os cães latiram e saltaram ao redor da árvore onde a princesa estava escondida, levando o rei a descobri-la.

09 – Como a princesa foi tratada depois de ser capturada pelo rei?

      Ela foi tratada como "Pele de Bicho", forçada a viver em um tugúrio escuro e a realizar tarefas árduas na cozinha do castelo.

10 – Como a verdadeira identidade da princesa foi finalmente revelada?

      A verdadeira identidade da princesa foi revelada quando, durante uma festa no castelo, o rei a reconheceu como a misteriosa dama que dançou com ele. Ele a segurou pelo dedo, notando o anel que ele havia colocado nela durante a dança, e quando ela não conseguiu mais esconder sua verdadeira aparência, seu disfarce se desfez e sua beleza foi revelada.

 

 

terça-feira, 21 de julho de 2020

CONTO: OS SETE CORVOS - IRMÃOS GRIMM - COM GABARITO

Conto: Os sete corvos

            Irmãos Grimm

    Um homem tinha sete filhos e nunca tinha uma filha, por mais que desejasse. Até que, finalmente, sua mulher lhe deu esperanças de novo e, quando a criança veio ao mundo, era uma menina. A alegria foi enorme, mas a criança era franzina e miúda e, por causa dessa fraqueza, foi preciso que lhe dessem logo os sacramentos. O pai mandou um dos filhos ir correndo até a fonte, buscar água para o batismo. Os outros seis foram atrás do irmão e, como cada um queria ser o primeiro a puxar a água para cima, acabaram deixando o balde cair no fundo do poço. Aí eles ficaram assustados, sem saber o que deviam fazer, e nenhum dos sete tinha coragem de voltar para casa. Foram ficando por lá, sem sair do lugar.

        Como estavam demorando muito, o pai foi ficando cada vez mais impaciente e disse: – Na certa ficaram brincando e se esqueceram de voltar, aqueles moleques levados...

        Começou a ficar com medo de que a menininha morresse sem ser batizada e, com raiva, gritou:

        -- Tomara que eles todos virem corvos!

        Mal o pai acabou de dizer essas palavras, ouviu um barulho de asas batendo no ar, por cima da cabeça. Levantou os olhos e viu sete corvos negros como carvão. Voando de um lado para outro.

        Os pais ficaram tristíssimos, mas não conseguiram fazer nada para quebrar o encanto.

        Felizmente, puderam se consolar um pouco com sua filhinha querida, que logo recuperou as forças e cada dia ia ficando mais bonita. Durante muito tempo, ela ficou sem saber que tinha tido irmãos, porque os pais tinham o maior cuidado de nunca falar nisso. Mas um dia, ela ouviu por acaso umas pessoas comentando que era uma pena que uma menina assim tão bonita como ela fosse a responsável pela infelicidade dos irmãos.

        A menina ficou muito aflita e foi logo perguntar aos pais se era verdade que ela já tinha tido irmãos, e o que tinha acontecido com eles. Os pais não puderam continuar guardando segredo. Mas explicaram que o que aconteceu tinha sido um desígnio do céu, e que o nascimento dela não tinha culpa de nada. Só que a menina começou a ter remorsos todos os dias e resolveu que precisava dar um jeito de livrar os irmãos do encanto. Não sossegou enquanto não saiu escondida, tentando encontrar algum sinal deles em algum lugar, custasse o que custasse. Não levou quase nada: só um anelzinho como lembrança dos pais, uma garrafinha d'água para matar a sede e uma cadeirinha para descansar.

        Andou, andou, andou, cada vez para mais longe, até o fim do mundo. Aí, ela chegou junto do sol. Mas ele era quente demais e muito terrível, porque comia os próprios filhos. Ela saiu correndo, fugindo, para bem longe, até que chegou junto da lua. Mas a lua era fria demais e muito malvada e cruel. Assim que viu a menina, disse:

        -- Huuummm sinto cheiro de carne humana...

        A menina saiu correndo bem depressa, fugindo para bem longe, até que chegou junto das estrelas.

        As estrelas foram muito amáveis e boazinhas com ela, cada uma sentada em uma cadeirinha separada. Então, a estrela da manhã se levantou, deu um ossinho de galinha à menina e disse:

        -- Sem este ossinho, você não vai conseguir abrir a montanha de vidro. E é na montanha de vidro que estão os seus irmãos.

        A menina pegou no ossinho, embrulhou-o com todo cuidado num lenço e continuou seu caminho, até que chegou à montanha de vidro. A porta estava bem fechada, trancada com chave, e ela resolveu pegar o ossinho de galinha que estava guardado no lenço. Mas quando desembrulhou, viu que não tinha nada dentro do pano e que ela tinha perdido o presente que as boas estrelas tinham dado. Ficou sem saber o que fazer. Queria muito salvar os irmãos, mas não tinha mais a chave da montanha de vidro. Então, a boa irmãzinha pegou uma faca, cortou um dedo mindinho, enfiou na fechadura e deu um jeito de abrir a porta. Assim que entrou, um gnomo veio ao seu encontro e lhe perguntou:

        -- Minha filha, o que é que você está procurando?

        -- Procuro meus irmãos, os sete corvos – respondeu ela. O gnomo então disse:

        -- Os senhores Corvos não estão em casa, mas se quiser esperar até que eles cheguem, entre e fique à vontade.

        Lá em cima, o gnomo pôs a mesa para o jantar dos corvos, com sete pratinhos e sete copinhos. A irmã então comeu um pouco da comida de cada prato e bebeu um gole de cada copo. Mas no último, deixou cair o anelzinho que tinha trazido.

        De repente, ouviu-se nos ares um barulho de gritos e batidas de asas. Então o gnomo disse:

        -- São os senhores Corvos que estão chegando.

        Eram eles mesmos, com fome e com sede. Foram logo em direção aos pratos e copos. E, um por um, foram gritando:

        -- Quem comeu no meu prato? Quem bebeu no meu copo? Foi boca de gente, foi boca de gente...

        Mas quando o sétimo corvo acabou de esvaziar seu copo, o anel caiu lá de dentro. Ele olhou bem e reconheceu que era um anel do pai e da mãe deles, e disse:

        -- Quem dera que fosse a nossa irmãzinha, porque aí a gente ficava livre.

        Quando a menina, que estava escondida atrás da porta, ouviu esse desejo, apareceu de repente e todos os corvos viraram gente outra vez. Começaram todos a se abraçar e se beijar e a se fazer mil carinhos e depois voltaram para casa muito felizes.

         Fonte: Os sete corvos. In: ABREU, Ana Rosa etal. Alfabetização: Livro do aluno. Brasília, DF: Fundescola/SEF/MEC, 2000. p. 46.

Entendendo o conto:

01 – Quem são as personagens principais? E as personagens secundárias?

      As personagens principais são a mãe, o pai, os sete filhos e a menina. As secundárias são o Sol, a Lua, as estrelas, a Estrela D’Alva e o anãozinho.

02 – Quais são os cenários onde a história se passa? É possível descrevê-los?

      Inicialmente, a história se passa no local onde a família vivia, que ficava perto de uma fonte. Não há elementos suficientes para descrevê-lo. Depois, a menina chega ao fim do mundo, onde estão o Sol, a Lua e as estrelas. Ela termina na Montanha de Cristal, onde vivem seus irmãos. Este local tem um portão que pode ser aberto com um osso e tem um anão como guardião.

03 – Quem está narrando esse conto? Um narrador-personagem ou um narrador-observador?

      Um narrador-observador.

04 – Ele é narrado em 1ª ou em 3ª pessoa?

      É narrado em 3ª pessoa.

05 – O que acontece na história (qual é seu enredo)?

      Um casal que tinha sete filhos homens, esperava o nascimento de sua primeira filha, no dia em que os meninos foram buscar água para o batismo da recém-nascida, que era muito fraca, uma maldição lançada pelo pai os transformou em corvos. A menina cresceu sem saber sobre a história dos irmãos e quando a descobriu saiu pelo mundo em busca deles. No percurso, ganhou um objeto mágico (um osso) da Estrela d’Alva, capaz de abrir o portão da Montanha de Cristal, lugar no qual os irmãos viviam. Ao perder o objeto, cortou um pedaço de seu dedo para poder entrar no local. O reencontro transformou os corvos em humanos novamente e todos ficam felizes e voltam para casa.

06 – Qual é o momento de maior tensão na narrativa (clímax)?

      O clímax ocorre quando a menina perde o ossinho que ganhou da Estrela d’Alva com o qual abriria o portão da Montanha de Cristal onde seus irmãos viviam.

07 – Como o problema se resolve (qual é o desfecho)?

      O problema se resolve com a menina cortando um pedaço do próprio dedo para servir de chave e abrir o portão.

08 – Na sua opinião, os diálogos são importantes na história?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Os diálogos representam a fala das personagens, o que aproxima o texto do leitor, conduzindo a narrativa para o momento em que é feita a leitura.

09 – Que conflito impulsionou a trama da narrativa?

a)   O casal não conseguia ter uma filha, apenas meninos.

b)   A menina nasceu com a saúde debilitada.

c)   A falta de água para batizar a menina.

d)   As crianças não queriam uma irmã.

10 – Releia um trecho do texto: “Mas, ao mesmo tempo, ficaram muito preocupados, pois a recém-nascida era pequena e fraquinha [...]”. O que explica a preocupação dos pais?

a)   Eles não acreditavam que a criança sobreviveria.

b)   Eles temiam que a criança ficasse muito pequena.

c)   Eles acreditavam que a criança seria muito magrinha.

d)   Eles tinham receio de que a criança não se desenvolvesse.

11 – As formas verbais “caiu”, “mandou” e “falou” transmitem ideia de:

a)   Tempo futuro.

b)   Tempo presente.

c)   Tempo passado.

d)   Situação atemporais.

12 – No trecho: “Os meninos ficaram sem saber o que fazer”, a expressão destacada indica que os meninos estavam:

a)   Amedrontados.

b)   Encantados.

c)   Ansiosos.

d)   Confusos.

13 – Quais personagens são citadas no trecho da história?

a)   Um homem e seus sete filhos.

b)   Sete corvos e um bebê recém-nascido.

c)   Um homem, seus sete filhos e uma recém-nascida.

d)   Um homem, seus sete filhos, uma mulher e uma recém-nascida.