Mostrando postagens com marcador CORDEL. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador CORDEL. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 15 de agosto de 2025

POEMA CORDEL: 500 ANOS DE BRASIL - EM VERSOS DE CORDEL - JOSÉ FRANCISCO BORGES - COM GABARITO

 Poema Cordel: 500 anos de Brasil – Em versos de cordel

            José Francisco Borges

José Francisco Borges

Em abril de 1500

Quando Cabral ancorou

Na praia em Porto Seguro

Logo na terra pisou

Os índios logo cercaram

E ele assustou.

 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjFs_ha3OxNuUR9ljNcaOx49F0nl9cDcydWZkPseWHqoYmlVbwtok1YdTH2V5thLrVy2gc-rO9eVqm-jSdmXxLAhlAKAFdYjSqfV0Pf2GixX1H7KpY9XRPeDh291fh_4AgCCbZGvhpQMrBL07DRLCRe51YywolJkfsx8gQC6213eNvSGAtdjIXXwDbFhE/s320/bg1.png

Cabral disse aos índios

Estou cumprindo o meu papel

E eu vou provar que sou

Um forasteiro fiel

Vou mandar ler pra vocês

Uma história de cordel.

 

Os índios ao ouvir gostaram

Num tom alegre e sutil

Não precisou usar armas

A 22 de abril

Do ano de 1500

Foi descoberto o Brasil.

 

E daí continuou

A história deste país

Veio lá de Portugal

A primeira diretriz

Que até a independência

Bem poucos foram feliz.

 

O Brasil era na época

Um reino da natureza

Montanha e água limpa

Índio em sua fortaleza

As águas limpas espumando

No topo da correnteza.

 

Depois que eles voltaram

Quando chegaram em Lisboa

Disseram ao seu rei

A viagem não foi à toa

Descobrimos um país

Uma terra fértil e boa.

 

E o rei logo em seguida

Uma equipe escolheu

Para habitar as terras

sobre o domínio seu

Vieram homem e mulher

Com ordens que o rei lhes deu.

 

E todos desembarcaram

Ao chegarem na Bahia

Reinava uma esperança

De serem felizes um dia

E todos foram separados

Pra cada capitania.

 

E logo mais começou

A grande explosão

De todo minério

Prata, ouro e carvão

E todas pedras preciosas

Que havia no chão.

 

O Brasil nasceu na Bahia

Lá mesmo em Porto Seguro

E levou centenas de anos

Pra ter brasileiro puro

E os primeiros protestos

Pra melhorar o futuro.

 

O Brasil passou a ter

O domínio dos portugueses

Depois veio os espanhóis

Os alemães e ingleses

E ainda sofremos de guerra

Na invasão dos holandeses.

 

Foi mais de 300 anos

Pra vir a independência

Os brasileiros lutando

Com força e com paciência

E ainda hoje se sofre

Desses tempos a influência.

 

Falando em melhoramento

Veio a nós a ferrovia

Que transportava o minério

Gente e mercadoria

No tempo que os escravos

Sonhavam com alforria.

 

O grande Joaquim Nabuco

E a princesa Isabel

Em 1888

Vendo o sofrer cruel

Libertaram os escravos

Daquela taça de fel.

 

Depois que muitos morreram

Lutando por liberdade

A proclamação da república

Foi a grande novidade

Veio a democracia

O símbolo da igualdade.

 

E foi aí que começou

Ganância pelo poder

Os homens mais influentes

Querendo se eleger

Prometendo ao eleitor

O que não pode fazer.

 

Com o poder do voto livre

Houve grandes estadistas

Em 1930

Getúlio entre os otimistas

se elegeu presidente

lançou as leis trabalhistas.

 

Acabou com a anarquia

Com cartéis e com ladrão

Trouxe várias indústrias

Pra melhora da nação

Acabou o cangaceirismo

Que assombrava o sertão.

 

Construiu mais ferrovia

E estrada de rodagem

Fechou câmaras e senado

Acabou a malandragem

E sua história política

Merece nossa homenagem.

 

Outro grande personagem

O presidente Juscelino

Que construiu Brasília

Da onde sai o destino

desta imensa nação

do sul ao solo nordestino.

 

O grande Tancredo Neves

Que lutou pelas diretas

Defendendo os brasileiros

De todas horas incertas

Morreu pela democracia

Deixando as portas abertas.

 

Num colégio eleitoral

Foi desfeita a ditadura

Elegeram José Sarney

Ele honrou sua figura

Protegendo o artesão

O artista e a cultura.

 

Depois dele vieram outros

Desfazer o que ele fez

Durante suas gestões

Artista não teve vez

E ajuda para cultura

Pode vir, mas é talvez.

 

Apesar de muitas coisas

Mas inda dou atenção

Ao presidente atual

Que dirige esta nação

porque ele foi herói

Acabando a inflação.

 

Lançou o plano real

Enfrentando o precipício

Mas trouxe muita alegria

Para o povo no início

Mas agora o desemprego

Vem trazendo o sacrifício.

 

Aqui eu vou encerrando

Estes versinhos que fiz

Dando toques na história

Desse imenso país

Que ainda está muito longe

Para o povo ser feliz.

 

Cuidamos em belas ações

Cuidamos de trabalhar

Cuidamos de ser honestos

Cuidamos de estudar

Trabalho, estudo e cultura

Faz o Brasil avançar.

 

Neste ano de 2000

A 22 de abril

É o grande aniversário

deste torrão varonil

Brindamos 500 anos

Do nosso amado Brasil.

Fonte: Programa de Formação de Professores Alfabetizadores. Coletânea de textos – Módulo 1. p. 154-155.

Entendendo o poema:

01 – Como o cordel descreve o primeiro contato de Cabral com os índios em Porto Seguro?

      O cordel descreve que, em abril de 1500, Cabral ancorou em Porto Seguro e os índios o cercaram, assustando-o. Para se apresentar como um "forasteiro fiel", Cabral "mandou ler pra vocês / Uma história de cordel", o que agradou aos índios e evitou o uso de armas.

02 – Qual era a principal característica do Brasil na época da chegada dos portugueses, segundo o poema?

      O poema descreve o Brasil daquela época como "Um reino da natureza", com "Montanha e água limpa", e os "Índio em sua fortaleza", sugerindo uma terra intocada e rica em recursos naturais.

03 – Após a volta dos portugueses a Lisboa, qual foi a decisão do rei de Portugal em relação às terras descobertas?

      Ao saberem da "terra fértil e boa", o rei de Portugal logo em seguida escolheu uma equipe de homens e mulheres para habitar as terras sob seu domínio, que desembarcaram na Bahia e foram separados para cada capitania.

04 – Que tipo de riquezas naturais foram exploradas no Brasil logo após a colonização, de acordo com o cordel?

      O cordel menciona uma "grande explosão" de minérios como "Prata, ouro e carvão", e "todas pedras preciosas / Que havia no chão", indicando a vasta riqueza mineral explorada.

05 – Além dos portugueses, que outras nacionalidades o poema menciona como tendo tido domínio ou envolvimento em guerras no Brasil?

      O poema cita, além dos portugueses, os espanhóis, alemães e ingleses como tendo domínio ou influência, e destaca a invasão dos holandeses como um período de guerra.

06 – Quais são os personagens históricos mencionados pelo cordel como importantes na luta pela abolição da escravatura e em que ano a abolição é citada?

      O cordel menciona o "grande Joaquim Nabuco / E a princesa Isabel" como figuras que, "em 1888", "Libertaram os escravos / Daquela taça de fel".

07 – De que forma o cordel caracteriza o período pós-proclamação da República em relação à política?

      O poema descreve que, com a República, começou a "Ganância pelo poder", com "homens mais influentes / Querendo se eleger" e "Prometendo ao eleitor / O que não pode fazer", evidenciando a corrupção e a falta de compromisso político.

08 – Quais foram as principais realizações de Getúlio Vargas, segundo o poema?

      O cordel credita a Getúlio Vargas, eleito em 1930, o lançamento das leis trabalhistas, o fim da "anarquia", "cartéis" e "ladrão", a atração de várias indústrias e o fim do cangaceirismo. Além disso, menciona a construção de ferrovias e estradas de rodagem, e o fechamento de câmaras e senado.

09 – Que feito marcante de Juscelino Kubitschek é destacado no cordel?

      O cordel destaca a construção de Brasília como o grande feito do presidente Juscelino Kubitschek, a cidade de onde "sai o destino / desta imensa nação".

10 – Com que tom o autor encerra o cordel em relação ao futuro do Brasil e quais conselhos ele oferece para o avanço do país?

      O autor encerra o cordel com um tom de ceticismo sobre a felicidade do povo, afirmando que o país "ainda está muito longe / Para o povo ser feliz". No entanto, ele oferece conselhos para o avanço do Brasil: "Cuidamos em belas ações / Cuidamos de trabalhar / Cuidamos de ser honestos / Cuidamos de estudar", resumindo em "Trabalho, estudo e cultura" como pilares para o progresso.

 

 

domingo, 3 de agosto de 2025

CORDEL: HISTÓRIA DO BOI LEITÃO OU O VAQUEIRO QUE NÃO MENTIA - FRAGMENTO - FRANCISCO FIRMINO DE PAULA - COM GABARITO

 Cordel: História do Boi Leitão ou o Vaqueiro que não mentia – Fragmento

           Francisco Firmino de Paula

Numa cidade distante

há muito tempo existiu

um distinto fazendeiro

o mais rico que se viu

e tinha um jovem vaqueiro

homem que nunca mentiu.

 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXJS12rrbb7mfDiSmKHaVX6lDJ3HvGtcfhro_UOIgDzRL-mTVbrk7wyFksWxLHJgIf7xb2CUPyXVHqJv4EcqWRvBnvwv_oEDkMZEVmJ97JZsB2eHvvgoMOSaaPlS9QJ3SerS7fAcZAnsMt8GcSkoJxmbbwxVYDd3v1q1sDfJyOlhFDcW1sYoOz-IxKuG4/s1600/images.jpg

Também esse fazendeiro

muitas lojas possuía

tinha muitos empregados

porém ele garantia

que só aquele vaqueiro

era sério e não mentia.

 

Seus amigos em palestras

exclamavam admirados

porque é que entre tantos

homens nobres empregados

somente um rude vaqueiro

é quem não causa cuidado?

 

Respondia o fazendeiro:

-- Tudo é nobre e decente,

Porém, capaz de mentir,

digo conscientemente,

mas Dorgival meu vaqueiro

por forma nenhuma mente.

 

O conheço há muitos anos

e nunca ouvi ele mentir,

é rude por ser vaqueiro

mas sabe entrar e sair

se faz uma coisa errada

nunca procura fingir.

[...]

Juntaram-se 10 amigos

e mandaram o fazendeiro

inventar uma cilada

pra Dorgival o vaqueiro

cair na falta, por verem

se ele era verdadeiro.

 

Disse o doutor aos amigos:

nós temos que apostar

dará vinte contos cada

se o que digo aprovar

perderei duzentos contos

se o meu vaqueiro falhar.

 

Eu mandarei minha filha

a Dorgival seduzir

e fazer todo possível

dele no laço cair,

e depois veremos ele

falar verdade ou mentir.

 

Concordaram e a aposta

fecharam rapidamente

dizendo: esperaremos

o dia conveniente

e provaremos doutor

que o seu vaqueiro mente.

 

O vaqueiro Dorgival

morava um pouco afastado

em uma grande fazenda

aonde era empregado

ali existia um boi

do patrão muito estimado.

 

O vaqueiro também tinha

ao boi estimação

pois era um touro bonito

o orgulho do patrão

era de raça gigante

lhe chamavam o «Boi Leitão».

[...]

 

Toda vez que o vaqueiro

a seu patrão visitava

logo depois de saudá-lo

o doutor lhe perguntava

pelo gado e, em seguida

o Boi Leitão como estava?

 

O vaqueiro respondia

nosso gado vai feliz

e o nosso Boi Leitão?

-- é gordo e bom de raiz

dizia o patrão, você

somente a verdade diz.

 

De formas que o patrão tinha

muita confiança nele

o moço lá na fazenda

cumprindo os deveres dele

não sabia que os ricos

estavam mexendo com ele.

 

Na referida fazenda

quem quisesse ali chegar

vindo da cidade, havia

de um rio atravessar

tinha ali uma jangada

pra quem quisesse passar.

 

O doutor chamou a filha

disse: vá com a criada

amanhã logo cedinho

na fazenda da jangada

do vaqueiro Dorgival

se faça de namorada.

 

Vá lindamente vestida

com lindos trajes vermelhos

no rio próximo rio à fazenda

preste atenção a meus conselhos

vá passear e levante

a roupa até aos joelhos.

 

Se o vaqueiro lhe chamar

Diga: mate o Boi Leitão

e tire ligeiramente

o fígado e o coração

mande fazer um cozido

pra comermos um pirão.

 

A moça chegou no rio

pôs-se ali a passear

com as vestes aos joelhos

alegremente a cantar

o vaqueiro ouvindo a voz

veio fora observar.

 

Dorgival vendo a donzela

disse rindo: oh! minha santa

me alegro em ver e ouvir

quem assim tão linda canta

venha pro lado de cá

longe assim não adianta!

 

Respondeu ela: eu irei

se matar o Boi Leitão

e tirar ligeiramente

o fígado e o coração

mandar fazer um cozido

pra comermos um pirão.

 

O vaqueiro francamente

deu a resposta imediata

donzela, você merece

por ser gentil e exata

mas lhe digo: o Boi Leitão

do meu senhor não se mata.

 

Disse a moça: tem razão

e saiu no mesmo instante

o rapaz ficou olhando

aquele porte elegante

pensando naquelas pernas

de beleza fascinante.

 

O vaqueiro não sabia

que aquela moça bela

era filha de seu amo

pois não conhecia ela

quase não dormia a noite

com o pensamento nela.

 

Deolinda ao chegar

em casa contou ao pai

a resposta do vaqueiro

disse o doutor: você vai

amanhã e o seduza

pra ver se ele cai!

 

Amanhã você levante

até as coxas o vestido

se ele chamar, você diga

vou se fizer meu pedido

de matar o Boi Leitão

pra comermos um cozido.

 

A moça no próximo dia

lá na fazenda chegou

na beira do rio, a roupa

até as coxas levantou

e se pôs a passear

Dorgival vendo-a chamou.

 

Meu anjo venha pra cá

-- só vou se matar o Boi

-- não, assim é impossível

minha santa me perdoe

-- tem razão respondeu ela

rapidamente se foi.

 

O pai lhe disse: amanhã

termine a sua aventura

vá passear e levante

a roupa até na cintura

e mande-o matar o Boi

que ele não se segura.

[...]

Ela foi no outro dia

e ficou lá passeando,

com a roupa até na cinta

Dorgival foi lhe avistando

gritou: moça venha cá

você está me aperriando.

 

Deolinda disse: eu vou

se matar o Boi Leitão

do coração e o fígado

fazer para nós um pirão

o vaqueiro disse: venha

hoje eu mato até o "cão".

 

Dorgival rapidamente

botou no rio a jangada

chegando do outro lado

trouxe a moça e criada

matou logo o Boi Leitão

para fazer a mesada.

 

Fez a carne toda em mata

pegou o couro espichou,

o coração e o fígado

a criada preparou

fez o pirão e depois

com prazer tudo almoçou.

[...]

Deolinda com o vaqueiro

ali o dia passou

palestrando e a tardinha

ele a donzela abraçou

e ela com a criada

pra cidade regressou.

 

Chegando informou ao pai

tudo que tinha se dado

contou que pelo vaqueiro

havia se apaixonado

disse o pai: ele é solteiro

vamos ver o resultado.

 

No outro dia o vaqueiro

amanheceu pensativo

e disse: meu amo pensa

que o Boi Leitão está vivo

mas vou lhe dizer que não,

gosto de ser positivo.

 

Ali botou o chapéu

na cabeça do mourão

se afastando montou-se

em um cavalo cardão

pôs-se a dirigir ao pau

como se fosse ao patrão.

[...]

Francisco Firmino de Paula. Disponível em: http://www.ablc.com.br/cordeis.html. Acesso em: mar. 2013.

Fonte: Arte em Interação – Hugo B. Bozzano; Perla Frenda; Tatiane Cristina Gusmão – volume único – Ensino médio – IBEP – 1ª edição – São Paulo, 2013. p. 343-344.

Entendendo o cordel:

01 – Qual a principal característica que o fazendeiro atribuía ao seu vaqueiro, Dorgival?

A – Ele nunca mentia.

B – Ele era o mais rude entre os vaqueiros.

C – Ele era o mais rico da região.

D – Ele era o empregado mais antigo da fazenda.

02 – Qual era o objetivo da aposta proposta pelos amigos do fazendeiro?

A – Provar que o fazendeiro era o mais rico.

B – Verificar se Dorgival falava a verdade ou mentia sob pressão.

C – Conhecer a filha do fazendeiro.

D – Aumentar a confiança do fazendeiro em Dorgival.

03 – Qual era o nome do boi muito estimado pelo patrão e pelo vaqueiro?

A – Boi Gigante

B – Boi Leitão

C – Boi Forte

D – Boi Dourado

04 – Qual foi a condição inicial que Deolinda impôs a Dorgival para atravessar o rio e ir para perto dele?

A – Que ele lhe desse flores do campo.

B – Que ele matasse o Boi Leitão e preparasse um cozido com seu fígado e coração.

C – Que ele construísse uma ponte sobre o rio.

D – Que ele a pedisse em casamento.

05 – Por que Dorgival inicialmente se recusou a atender ao pedido de Deolinda?

A – Porque ele não tinha os utensílios necessários para matar o boi.

B – Porque ele desconfiava das intenções de Deolinda.

C – Porque ele não sabia cozinhar.

D – Porque o Boi Leitão era muito estimado pelo seu patrão e por ele mesmo.

06 – O que fez Dorgival mudar de ideia e finalmente matar o Boi Leitão?

A – Ele descobriu que o Boi Leitão estava doente e precisava ser abatido.

B – Deolinda insistiu e levantou a roupa cada vez mais, seduzindo-o a ponto de ele ceder.

C – O patrão deu permissão para que o boi fosse sacrificado.

D – Deolinda ameaçou contar ao pai que ele não era fiel.

07 – Qual foi a reação de Dorgival na manhã seguinte após matar o Boi Leitão e passar o dia com Deolinda?

A – Ele planejou esconder a verdade do patrão, fingindo que o boi ainda estava vivo.

B – Ele decidiu fugir da fazenda para não enfrentar o patrão.

C – Ele se arrependeu de ter cedido à sedução de Deolinda.

D – Ele estava pensativo e decidiu que diria a verdade ao patrão sobre o Boi Leitão.

 

segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

CORDEL: O CASAMENTO DO BODE COM A RAPOSA - (FRAGMENTO) - FIRMINO TEIXEIRA DO AMARAL - COM GABARITO

 Cordel: O CASAMENTO DO BODE COM A RAPOSA – Fragmento

            Firmino Teixeira do Amaral

Eu ouço os velhos dizerem

Que os bichos da antiguidade

Falavam como falamos

E tinham civilidade

Naquele tempo até bichos

Casavam por amizade

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEdTgSIuu2ZZe3A4xzlN4WoOl5ENNyTU2oHacaY8BSHTts4J7ldVq7LiV_2WjdGAQbL7Tyh9IMR5zuqea-cUbq7IUB-Zy3PqHck0ESE6c-JDsQ0c-dkhX8ebBg8siUkxPBUHWIBpX7Ufob9zHeDytNpkjCVoPehoZmZyDBw0ULI-Hx3NUJAUkZCl1iVdk/s1600/RAPOSA.jpg


 

Naquele tempo mestre burro

Lia escrevia e contava

O cavalo era escrivão

O cachorro advogava

O carneiro era copeiro

E o jaboti desenhava

 

Leão era o rei dos bichos

Onça era professora

Elefante era juiz

A raposa agricultora

Camelo era correio

A aranha tecedora

 

Gavião criava pinto

Guaxinim plantava cana

O macaco em sua tenda

Vendia queijo e banana

Aos outros a prestação

Pra receber por semana

 

Urso era presidente

A traça era costureira

Girafa fazia renda

Cutia era engomadeira

Peru era viajante

Cobra vendia na feira

 

O lobo era capitão

Urubu era marchante

O jacaré era bacharel

Canguru comerciante

O peba era coletor

Camaleão despachante

 

Coruja era feiticeira

O papagaio pregador

Periquito era fiscal

O sapo era caiador

A preguiça era parteira

Mestre bode era doutor.

[...]

AMARAL, Firmino Teixeira do. O casamento do bode com a raposa. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br/download/texto/jn000001.pdf. Acesso em: 31 jan. 2022.

Fonte: Língua Portuguesa. Linguagens – Séries finais, caderno 1. 8º ano – Larissa G. Paris & Maria C. Pina – 1ª ed. 2ª impressão – FGV – MAXI – São Paulo, 2023. p. 10-11.

Entendendo o cordel:

01 – Que tipo de sociedade animal é descrita no cordel?

      O cordel descreve uma sociedade animal antropomorfizada, ou seja, os animais possuem características e desempenham papéis próprios dos seres humanos, como estudar, trabalhar e até mesmo ocupar cargos políticos.

02 – Qual a função do mestre burro nessa sociedade?

      O mestre burro é retratado como um intelectual, com habilidades em leitura, escrita e contabilidade, o que o coloca em uma posição de destaque na sociedade animal.

03 – Quais profissões inusitadas são atribuídas aos animais no cordel?

      O cordel apresenta uma variedade de profissões inusitadas para os animais, como a raposa agricultora, o jacaré bacharel, a coruja feiticeira e o mestre bode doutor. Essas atribuições servem para criar um efeito cômico e subverter as expectativas do leitor.

04 – Qual a importância da linguagem figurada nesse tipo de texto?

      A linguagem figurada é fundamental no cordel, pois permite a criação de imagens poéticas e a construção de um mundo fantástico e imaginativo. As comparações e metáforas ajudam a tornar a narrativa mais rica e envolvente.

05 – Que valores ou costumes humanos podem ser satirizados ou criticados nesse tipo de narrativa?

      O cordel, ao atribuir aos animais características e comportamentos humanos, pode satirizar ou criticar aspectos da sociedade humana, como a vaidade, a ambição, a hipocrisia e a desigualdade social.

06 – Qual o papel do humor nesse cordel?

      O humor é um elemento fundamental no cordel, pois ele serve para divertir o leitor e criar uma atmosfera leve e descontraída. As situações inusitadas e as atribuições irônicas aos animais são responsáveis por provocar o riso.

07 – Por que a figura do bode é escolhida para ser o protagonista?

      O bode, por ser um animal comum e muitas vezes associado a características negativas, como a teimosia, é uma escolha interessante para ser o protagonista. Ao transformá-lo em um doutor, o cordel subverte essa imagem e cria um efeito de surpresa e humor.