Mostrando postagens com marcador LUÍS DE CAMÕES. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador LUÍS DE CAMÕES. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 16 de abril de 2024

POEMA: OS LUSÍADAS - CANTO V - (FRAGMENTO ESTROFES 40 A 42) - LUÍS DE CAMÕES - COM GABARITO

 Poema: Os Lusíadas canto V – (Fragmento estrofes 40 a 42)

              Luís de Camões

Tão grande era de membros que bem posso

Certificar-te que este era o segundo

De Rodes estranhíssimo Colosso,

Que um dos sete milagres foi do mundo.

Cum tom de voz nos fala, horrendo e grosso,

Que pareceu sair do mar profundo.

Arrepiam-se as carnes e o cabelo,

A mi e a todos, só de ouvi-lo e vê-lo!

 

E disse: – Ó gente ousada, mais que quantas

No mundo cometeram grandes cousas,

Tu, que por guerras cruas, tais e tantas,

E por trabalhos vãos nunca repousas,

Pois os vedados términos quebrantas

E navegar meus longos mares ousas,

Que eu tanto tempo há já que guardo e tenho,

Nunca arados de estranho ou próprio lenho;

 

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjekIOdrFuSD0RZWEAsmNAwEMoglMLr2RJ5AF_oZ8D2AOEGxSg0qIbtGb9vlH-rMsYUzqabWTxTGcD_3DGTDs-pZjoeRdx53K7I8j2yO8Iz4cXQ2koi-__DXitGhlTcbOsLmFZD5juy567WTc-w96L8jWzvIJJ5NyQYcpWyarj_ST5lY0r9GErHPdIO9co/s320/O_mundo_das_%C3%A1rvores.jpg 

Pois vens ver os segredos escondidos

Da natureza e do húmido elemento,

A nenhum grande humano concedidos

De nobre ou de imortal merecimento,

Ouve os danos de mi que apercebidos

Estão a teu sobejo atrevimento,

Por todo o largo mar e pela terra

Que inda hás de sojugar com dura guerra.

CAMÕES, Luís de. In: SALGADO JÚNIOR, Antônio (Org.). Luís de Camões: obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008. p. 123. Fragmento.

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 66.

Entendendo o poema:

01 – Quem é descrito como "o segundo de Rodes estranhíssimo Colosso" no poema?

      O gigante Adamastor.

02 – Qual a característica marcante da voz de Adamastor, de acordo com o poema?

      A voz de Adamastor é descrita como horrenda e grossa, parecendo sair do mar profundo.

03 – Por que as carnes e o cabelo se arrepiam ao ouvir e ver Adamastor?

      As carnes e o cabelo se arrepiam ao ouvir e ver Adamastor devido ao tom de sua voz e à sua aparência assustadora.

04 – Que tipo de pessoas Adamastor se dirige como "gente ousada"?

      Adamastor se dirige àqueles que cometem grandes feitos no mundo, especialmente por meio de guerras e trabalhos árduos.

05 – Qual é o aviso dado por Adamastor aos navegantes intrépidos?

      Adamastor alerta sobre os perigos que aguardam aqueles que se aventuram além dos limites naturais, quebrando as barreiras do mar.

06 – Quais são os "segredos escondidos da natureza e do húmido elemento" mencionados por Adamastor?

      Os segredos são referentes às áreas desconhecidas dos mares e terras que os navegadores estão prestes a explorar.

07 – O que Adamastor prevê para aqueles que continuarão suas jornadas de conquista por mar e terra?

      Adamastor prevê que os navegantes enfrentarão duros desafios e guerras ao longo de suas jornadas de conquista por mar e terra.

 

 

POEMA: OS LUSÍADAS CANTO IV - ESTROFES 95 A 97 (FRAGMENTO) - LUÍS DE CAMÕES - COM GABARITO

 Poema: Os Lusíadas canto IV – estrofes 95 a 97 (Fragmento)

             Luís de Camões

        [...]

-- Ó glória de mandar, ó vã cobiça

Desta vaidade a quem chamamos Fama!

Ó fraudulento gosto, que se atiça

C’uma aura popular, que honra se chama!

Que castigo tamanho e que justiça

Fazes no peito vão que muito te ama!

Que mortes, que perigos, que tormentas,

Que crueldades neles experimentas!

 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHiFUUyVh2xK26CL0Q_HW8Q3cNsR7sbA75DbUdUVIbtpu6UyMiwa1YBZwy03JGPL-kA4YTUeMMvVBK7uetKp0wW8w_pJYCv3QS5NlzgwGKFhZm6-AUzLU2dJ5b5vupO7wjd5z1iTNV4QX9bJ4u5VArmLiRjLAsiKu2uRuRFZv5HpPVyuVsTOsyuWAY9TM/s320/INQUIETA%C3%87%C3%83O.jpg

Dura inquietação da alma e da vida,

Fonte de desamparos e adultérios,

Sagaz consumidora conhecida

De fazendas, de reinas e de impérios:

Chamam-te ilustre, chamam-te subida,

Sendo dina de infames vitupérios;

Chamam-te Fama e Glória soberana,

Nomes com quem se o povo néscio engana!

 

A que novos desastres determinas

De levar estes Reinos e esta gente?

Que perigos, que mortes lhe destinas,

Debaixo dalgum nome preminente?

Que promessas de reinos e de minas

De ouro, que lhe farás tão facilmente?

Que famas lhe prometerás? Que histórias?

Que triunfos? Que palmas? Que vitórias?

[...]

CAMÕES, Luís de. In: SALGADO JUNIOR, Antônio (Org.). Luís de Camões: obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008. p. 112. (Fragmento).

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 62.

Entendendo o poema:

01 – De acordo com o poema, qual o significado das palavras abaixo:

·        Aura: prestígio.

·        Peito vão: homens ambiciosos.

·        Neles: nos homens de “peito vão”.

·        Vitupérios: insultos, afrontas.

·        Néscio: ignorante.

·        Preminente: com aparência importante; proeminente.

02 – Qual o vocativo presente na primeira estrofe do fragmento?

      É a “glória de mandar”, a “vã cobiça”, o “fraudulento gosto”.

03 – A que personagens esses vocativos estão relacionados?

      Aos navegantes portugueses (nobres ou não) ambiciosos que se lançaram ao mar em busca de glórias e riquezas particulares.

04 – Do que o velho acusa esses personagens?

      De serem vaidosos, de buscarem somente fama e de serem ambiciosos (“peito vão”).

05 – Quem é o sujeito do período formado pelos dois primeiros versos da última estrofe?

      É o “tu”, ligado ao vocativo “glória de mandar”.

06 – A quem se refere o pronome lhe, presente no terceiro verso da última estrofe?

      Refere-se a “esta gente”.

07 – Qual a crítica feita pelo Velho do Restelo nas estrofes transcritas? Justifique sua resposta utilizando versos do poema.

      O Velho critica os homens ambiciosos que fingem lançarem-se nas aventuras marítimas em nome de ideais nobres, quando, na verdade, buscam apenas riquezas, triunfos e vitórias pessoais. Esses homens estariam pensando na nação, como se pode ver nos versos: “Que promessas de reinos e de minas / De ouro, que lhe farás tão facilmente?”

 

domingo, 14 de abril de 2024

POEMA: UM MOVER DE OLHOS, BRANDO E PIEDOSO - LUÍS DE CAMÕES - COM GABARITO

 Poema: Um Mover de Olhos, Brando e Piedoso

             Luís de Camões

Um mover de olhos, brando e piedoso,
Sem ver de quê; um riso brando e honesto,
Quase forçado; um doce e humilde gesto,
De qualquer alegria duvidoso;

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOVM4RlVhICpM3Wf2zNYZX2IqS2TYGWQiGdxWjX2ZBz2SBpSiUllD913wdiPTno_o0FMzW-WCalZObt3O61HEdMUrvufimg7c4x01B0TawqJ-WQ-f5GJ-XlbxQUaYSyOMzcFahOwnxpBOZOf3SIqLlCG_T511K-OvDHgfS8-L3YMboiSNaYDnIf00S8ko/s1600/CALMA.jpg


Um despejo quieto e vergonhoso;

Um repouso gravíssimo e modesto;
Uma pura bondade, manifesto
Indício da alma, limpo e gracioso;

Um encolhido ousar; uma brandura;
Um medo sem ter culpa; um ar sereno;
Um longo e obediente sofrimento:

Esta foi a celeste fermosura
Da minha Circe, e o mágico veneno
Que pôde transformar meu pensamento.

CAMÕES, Luís de. In: Salgado Júnior, Antônio (Org.). Luís de Camões: obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008, p. 301.

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 56.

Entendendo o poema:

01 – De acordo com o poema, qual o significado das palavras abaixo.

·        Gesto: rosto, face.

·        Despejo: ausência de pejo (vergonha); desinibição, descontração.

·        Brandura: ternura.

·        Circe: divindade da mitologia grega que atraía com seu canto os marinheiros e dava-lhes poções que os transformavam em porcos.

02 – Como é a mulher caracterizada no poema?

      No poema, a mulher tem olhar “brando e piedoso”, seu riso é “brando e honesto”, seus gestos são doces e humildes, sua postura é serena e recatada, sua alma é cheia de bondade, além de ser firme e constante – características mais interiores que exteriores.

03 – Que elemento descritivo faz referência direta à beleza da mulher citada no poema? Onde ele aparece?

      O elemento descritivo que faz referência direta à beleza da moça aparece somente no final (“fermosura”).

04 – Com base nas análises que você fez nos itens 2 e 3, o que é possível concluir: no poema predomina a caracterização interior ou exterior da mulher?

      Camões segue os ideais petrarquistas nesse poema (primazia da caracterização interior da mulher amada sobre a exterior.

05 – A poesia trovadoresca e a palaciana utilizaram com frequência os redondilhos (versos de 5 ou 7 sílabas poéticas), típicos da poesia popular. No classicismo, introduziu-se em Portugal a chamada “medida nova”, versos decassílabos de tradição italiana. Camões utilizou em sua lírica tanta a medida nova quanto a medida velha, da tradição medieval. Agora, releia o poema.

a)   Que medida o poeta português adota?

Camões utiliza versos decassílabos.

b)   Arrisque uma hipótese: que efeito tem o uso dessa métrica no poema?

Os decassílabos do poema, em comparação com a popular métrica do redondilho, evidenciam a sofisticação proposta pelo classicismo.

domingo, 17 de dezembro de 2023

POEMA: ALEGRES CAMPOS, VERDES ARVOREDOS - LUÍS VAZ DE CAMÕES - COM GABARITO

 Poema: Alegres campos, verdes arvoredos

              Luís Vaz de Camões

Alegres campos, verdes arvoredos,
claras e frias ágoas de cristal,
que em vós as debuxais ao natural
discorrendo da altura dos rochedos!

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSs3kg0d_7KKpaOtK2iNK92dKQjvTXTsn1KJ9BOld2HgNo2oV7O5Ht2ifv4uy_UWufmvZ1OFqywwmw2SxIg4cgGV-yfwlgKSg3IizLMKQ6VLT7kJBIeDJ-0nuvv7lspvx7c6XZ9sTNML8djyFdb_dOudptL6I5kWnJC9Nxi9YYog3Y2OhV6MXjDDcYDHU/s1600/campos%20verdes.jpeg


Silvestres montes, ásperos penedos,
compostos em concerto desigual!
Sabei que, sem licença do meu mal,
já não podeis fazer meus olhos ledos.

E pois já me não vedes como vistes,
nem me alegram verduras deleitosas,
nem as ágoas claras que das fontes vêm,

semearei em vós lembranças tristes,
regando-vos com lágrimas saudosas,
e nacerão saudades do meu bem.

Entendendo o texto

 01. Quais são as figuras de linguagem presentes nos versos "Alegres campos, verdes arvoredos"?

      a) Metáfora e personificação.

      b) Comparação e aliteração.

      c) Antítese e metonímia.

02. Quais elementos naturais são mencionados no poema que apresentam características visuais?

      a) Árvores e rochedos.

      b) Montes e penedos.

      c) Campos e águas.

    03. Qual é o sentimento predominante expresso pelo poeta em relação à natureza?

       a) Alegria.

       b) Tristeza.

       c) Desprezo.

  04. O que os versos revelam sobre a visão do poeta em relação à natureza após seu sofrimento?

      a) Ele continua apreciando a beleza natural.

      b) Ele não enxerga mais a beleza nos elementos naturais.

      c) Ele encontra consolo na natureza.

    05. Qual é a métrica predominante nos versos do poema?

      a) Rimas alternadas.

      b) Rimas pareadas.

      c) Soneto decassílabo.

 

 

domingo, 1 de maio de 2022

POEMA: OS LUSÍADAS - AS CINCO PRIMEIRAS ESTROFES - LUÍS DE CAMÕES - COM GABARITO

Poema: Os Lusíadas - as cinco primeiras estrofes

             Luís de Camões


Canto I

As armas e os Barões assinalados

Que da Ocidental praia Lusitana

Por mares nunca de antes navegados

Passaram ainda além da Taprobana,

Em perigos e guerras esforçados

Mais do que prometia a força humana,

E entre gente remota edificaram

Novo Reino, que tanto sublimaram;

 

II

E também as memórias gloriosas

Daqueles Reis que foram dilatando

A Fé, o Império, e as terras viciosas

De África e de Ásia andaram devastando,

E aqueles que por obras valerosas

Se vão da lei da Morte libertando,

Cantando espalharei por toda a parte,

Se a tanto me ajudar o engenho e arte.

 

III

Cessem do sábio Grego e do Troiano

As navegações grandes que fizeram;

Cale-se de Alexandre e de Trajano

A fama das vitórias que tiveram;

Que eu canto o peito ilustre Lusitano,

A quem Netuno e Marte obedeceram.

Cesse tudo o que a Musa antiga canta,

Que outro valor mais alto se alevanta.

 

IV

E vós, Tágides minhas, pois criado

Tendes em mi um novo engenho ardente,

Se sempre em verso humilde, celebrado

Foi de mi vosso rio alegremente,

Dai-me agora um som alto e sublimado,

Um estilo grandiloco e corrente,

Por que de vossas águas Febo ordene

Que não tenham inveja às de Hipocrene.

 

V

Dai-me uma fúria grande e sonorosa,

E não de agreste avena ou frauta ruda,

Mas de tuba canora e belicosa,

Que o peito acende e a cor ao gesto muda;

Dai-me igual canto aos feitos da famosa

Gente vossa, que a Marte tanto ajuda;

Que se espalhe e se cante no universo,

Se tão sublime preço cabe em verso.

CAMÕES, Luís de. Os Lusíadas. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: EDUSP, 1980.

Fonte: Livro – Língua Portuguesa – Heloísa Harue Takazaki – ensino médio – Coleção Vitória-Régia – Volume único – IBEP. 2004, p. 72-3.

Entendendo o poema:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Barões: homens ilustres.

·        Taprobana: designação da ilha de Ceilão, hoje conhecida por Sri Lanka.

·        Terras viciosas: terras pagãs, que não conheciam o cristianismo.

·        Libertar-se da lei da Morte: imortalizar-se.

·        Sábio grego: Ulisses, herói principal da Odisseia.

·        Troiano: Enéas, herói da Eneida e fundador de Roma.

·        Alexandre: O Grande, imperador macedônico.

·        Trajano: imperador romano.

·        Peito ilustre lusitano: o valor do povo português.

·        Netuno: deus do mar.

·        Marte: deus da guerra.

·        Musa antiga: musa inspiradora dos poetas da antiguidade.

·        Tágides: ninfas do Tejo.

·        Grandiloco: grandiloquente, que se expressa de maneira pomposa.

·        Febo: outro nome de Apolo, deus da poesia e da música.

·        Hipocreme: fonte mágica que dava inspiração aos poetas que dela bebiam.

·        Fúria grande: inspiração elevada.

·        Avena: flautinha feita do caule da planta que dá a aveia.

·        Frauta ruda: flauta rude.

·        Tuba belicosa: espécie de trombeta usada na guerra.

02 – Como você já viu, a proposição, segundo a tradição do gênero épico, constitui a primeira parte da estrutura interna da epopeia e, nessa parte, anuncia-se o propósito da obra.

a)   Transcreva o verso em que esse propósito é explicitado.

“Cantando espalharei por toda a parte”.

b)   Sabendo que a epopeia celebra “heróis fora do comum”, explique a gradação homens-heróis-mito.

A gradação guarda relação com o objetivo do poema: transformar homens valorosos que se fizeram heróis em mitos, que “se vão da lei da morte libertando”.

c)   Observe que o poeta assume uma posição de humildade face à grandiosidade de seu projeto. Justifique essa afirmativa.

O verso “se a tanto me ajudar o engenho e arte” sugere que o poeta precisa de ajuda para louvar tão grandes feitos.

03 – O herói de Os Lusíadas distingue-se do herói das epopeias clássicas.

a)   Que verso identifica, de forma sintética, o herói do poema?

“Que eu canto o peito ilustre lusitano”.

b)   Relacione com o título da obras.

Os Lusíadas é uma homenagem ao povo português. Na realidade, canta-se os valores e as bravuras de um povo.

04 – Que elementos presentes na proposição remetem à Antiguidade Clássica greco-latina?

      As referências aos mitos gregos: Ulisses, Enéias, Netuno, Marte e à própria poesia épica antiga: Musa antiga.

05 – Que parte do texto se refere aos objetivos das grandes navegações?

      Na segunda estrofe, com os versos: “Daqueles Reis que foram dilatando / A Fé, o Império, e as terras viciosas”.

06 – Explique os dois últimos versos da terceira estrofe.

      O poeta avisa que cantará feitos que superam tudo o que já foi celebrado pelas antigas epopeias.

07 – Depois de anunciada sua proposta, o poeta pretende que seu canto seja digno da grandiosidade do povo português. Como ele pretende atingir seu objetivo?

      Com um estilo elevado, grandioso.

08 – O poeta define, muito claramente, como pretende obter um estilo grandioso.

a)   O que caracteriza esse estilo?

Um som alto e sublimado, grandiloquente.

b)   Observa-se que o poeta referiu-se a um outro estilo que se opõe ao que ele deseja. Que estilo é esse?

O estilo pastoril, simples, humilde, próprio da poesia bucólica.

c)   Que imagens foram utilizadas para simbolizar esses dois estilos?

“Avena” e “Flauta rude”, simbolizam a poesia pastoril e “Tuba canora e belicosa” simboliza a poesia épica.


sábado, 27 de abril de 2019

SONETO: EU CANTAREI DE AMOR TÃO DOCEMENTE - LUÍS VAZ DE CAMÕES - COM GABARITO

Soneto: Eu cantarei de amor tão docemente
                         
        Luís Vaz de Camões

Eu cantarei de amor tão docemente,
por uns termos em si tão concertados,
que dois mil acidentes namorados
faça sentir ao peito que não sente.

Farei que amor a todos avivente,
pintando mil segredos delicados,
brandas iras, suspiros magoados,
temerosa ousadia e pena ausente.


Também, Senhora, do desprezo honesto
de vossa vista branda e rigorosa,
contentar me hei dizendo a menos parte.

Porém, para cantar de vosso gesto
a composição alta e milagrosa,
aqui falta saber, engenho e arte.

Luís de Camões. In: Rimas. Edição de A. J. da Costa Pimpão.
Coimbra, Atlântida Editora, 1973.
Entendendo o soneto:
01 – Na 1ª estrofe do soneto de Luís de Camões, o eu-lírico expressa um desejo. Que desejo é esse?
a) De que as pessoas não devem amar, porque o amor só traz sofrimento e amarguras.
b) De que as pessoas consertem os seus erros e possam amar verdadeiramente.
c) De decifrar o amor, porque, para ele, é um sentimento misterioso.
d) De conseguir nesta vida um amor que possa lhe fazer feliz.
e) De que as pessoas que não amam, possam desfrutar desse sentimento único, que é o amor.

02 – Ao dizer “Farei que o amor a todos avivente”, o eu-lírico quer que:
a) o amor preencha o vazio da vida das pessoas.
b) o amor dê vida, alegria e transforme as pessoas.
c) o amor conquiste os que têm medo de amar.
d) as pessoas vivam exclusivamente pelo amor.
e) as pessoas não queiram amar, porque ele faz sofrer.

03 – No poema de Luís de Camões, podemos verificar uma das características do Classicismo. Que característica é essa?
a) A referência à mitologia greco-latina.
b) A reverência ao passado glorioso de Portugal e ao povo português.
c) A preferência por temas universais, como o amor.
d) A preocupação com os desconsertos do mundo.
e) O uso da medida velha, com versos de 5 e 7 sílabas poéticas.

04 – O eu-lírico reconhece, na última estrofe, que:
a) ele ama incondicionalmente a sua musa e nada pode mudar isso.
b) ele não é capaz de amar a senhora na intensidade que ela merece.
c) em seu coração não cabe amor tão grande e sublime.
d) ele não tem força para resistir a este amor que o maltrata.
e) ele não tem competência para descrever poeticamente os gestos da amada.

05 – Ao analisar o gênero literário poesia, de Luís de Camões, podem ser considerados corretos os itens:
I – O poema, conforme a sua estrutura, pode ser classificado como soneto.
II – Os três últimos versos são decassílabos.
III – Em todos os versos do poema, verificam-se rimas ricas.
IV – A primeira e a segunda estrofes são denominadas de quarteto.
V – As rimas das duas primeiras estrofes são, quanto à sua posição na estrofe, classificadas como paralelas.
a) I, II e IV.
b) I, III e V.
c) II, IV e V.
d) I, II e V.
e) II, III e IV.

06 – Ao analisar a expressão, “temerosa ousadia”, percebe-se o uso da figura de linguagem:
a) Eufemismo.
b) Metáfora.
c) Ironia.
d) Paradoxo.
e) Prosopopeia.

07 – Ao dizer “aqui falta saber, engenho e arte”, a palavra “engenho”, neste verso, pode ser substituída por:
a) sabedoria.
b) orientação.
c) habilidade.
d) humildade.
e) esperteza.  

08 – Para facilitar o entendimento do soneto, copie a primeira e terceira estrofes, desfazendo os versos e reorganizando o período na ordem direta.
      Eu cantarei de amor tão docemente, por uns termos em si tão concertados, que dois mil acidentes namorados, faça sentir ao peito que não sente. Também, Senhora, contentar-me-ei dizendo a menos parte do desprezo honesto de vossa ira branda e rigorosa.

09 – Qual o número de sílabas métricas dos versos do soneto?
      Dez sílabas métricas.

10 – Utilizando letras, faça o esquema das rimas do soneto.
      ABBA – ABBA – CDE – CDE.

11 – O tema deste soneto é a própria poesia lírica amorosa.
a)   Primeira estrofe: Qual é o propósito anunciado pelo sujeito lírico?
É o propósito de fazer um canto de amor tão doce e tão harmonioso que até os corações insensíveis se emocionem.

b)   Segunda estrofe: Enumerando as características com que o amor será descrito em seu canto, o poeta utiliza dois paradoxos. Reconheça-os.
“Brandas iras” e “Temerosa ousadia”.

12 – Nos dois tercetos, o poeta diz como será, em seu canto, a descrição da mulher amada.
a)   Como ele vê a mulher: de modo realista ou idealizado?
De modo idealizado.

b)   Qual a principal característica da mulher?
O pudor, o recato.

c)   O poeta diz que conseguirá descrever apenas parcialmente o comportamento honesto e recatado de sua amada. No último terceto ele idealiza também a sua beleza física (o rosto). Ele se julga capaz de retratá-la? por quê?
Ele não se julga capaz de retratar a beleza física de sua amada porque, para isso, são insuficientes o seu saber, o seu talento e a sua eloquência.