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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

SONETO: OS VERSOS QUE TE FIZ - FLORBELA ESPANCA - COM GABARITO

 Soneto: Os versos que te fiz

             Florbela Espanca

Deixe dizer-te os lindos versos raros
Que a minha boca tem pra te dizer!
São talhados em mármore de Páros
Cinzelados por mim pra te oferecer.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsdMmXoPoMlsv0r2G5N_ewF_kMSQ1mOr990EiHpIbF2tokeS2_FCyqHhmTpYRDEl-MSi2rvhwxwZpk087nvAsnGsYPFmnuLxGqVKVaTQnQ5glRTRWxmD9wCDJWZN4bSfgR3ysINmDLIY-6a3QG2QurkWGU3dSHlTq06X27mhelYho23ejs06O-Dl7SBM8/s320/MARMORE.jpg

Tem dolência de veludo caros,
São como sedas pálidas a arder…
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que foram feitos pra te endoidecer!

Mas, meu Amor, eu não te digo ainda…
Que a boca da mulher é sempre linda
Se dentro guarda um verso que não diz!

Amo-te tanto! E nunca te beijei…
E nesse beijo, Amor, que eu te não dei
Guardo os versos mais lindos que te fiz.

ESPANCA, Florbela. Poemas de Florbela Espanca. São Paulo: Martins Fontes, 1996, p. 176.

Fonte: livro Português: Língua e Cultura – Carlos Alberto Faraco – vol. único – Ensino Médio – 1ª edição – Base Editora – Curitiba, 2003. p. 542-543.

Entendendo o soneto:

01 – Qual é o tema central do soneto?

      O tema central do soneto é a expressão do amor e a promessa de revelar versos belíssimos à pessoa amada. No entanto, a poetisa posterga essa revelação, guardando os versos mais lindos para um momento especial, simbolizado pelo beijo não dado.

02 – Que imagens poéticas são utilizadas para descrever os versos?

      Os versos são descritos como "talhados em mármore de Páros", "cinzelados" pela poetisa, com "dolência de veludo caros" e "sedas pálidas a arder". Essas imagens evocam a beleza, a preciosidade, a delicadeza e a paixão contida nos versos.

03 – Por que a poetisa decide não revelar os versos de imediato?

      A poetisa decide não revelar os versos de imediato porque acredita que a boca da mulher, quando guarda um segredo, torna-se ainda mais linda e misteriosa. Além disso, ela reserva os versos mais belos como uma promessa para o momento do beijo, que representa a consumação do amor.

04 – Qual é o significado do beijo não dado no contexto do soneto?

      O beijo não dado simboliza a paixão contida e a promessa de um amor pleno. É nesse beijo, que ainda não aconteceu, que a poetisa guarda os versos mais lindos, ou seja, a expressão máxima do seu amor.

05 – Qual é a principal característica da linguagem utilizada no soneto?

      A linguagem utilizada no soneto é rica em imagens poéticas, com adjetivos que exaltam a beleza e a preciosidade dos versos, e com metáforas que expressam a paixão e o mistério do amor. A musicalidade e a expressividade dos versos são características marcantes do estilo de Florbela Espanca.

 

 

SONETO: FUMO - FLORBELA ESPANCA - COM GABARITO

 Soneto: Fumo

             Florbela Espanca  

Longe de ti são ermos os caminhos,
Longe de ti não há luar nem rosas;
Longe de ti há noites silenciosas,
Há dias sem calor, beirais sem ninhos!

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRPl4tPWADQS8KTYn3d3DNpWt05IO3pim5g_MYgWg1sVX4vspHOKVoaychb98lFA3lT_BsSJrNiH9aRtT6EFx5lL5Rn6EDZFjfmlC_xw9ozzgk8f9NFumwEe3B4dGxf9wh9m5JEr2-yZuWehaN7WDy7N2i_3W_pQyYiXfKoxF8sxveIsG66kzedssoBhg/s320/OUTONO.jpg


Meus olhos são dois velhos pobrezinhos
Perdidos pelas noites invernosas...
Abertos, sonham mãos cariciosas,
Tuas mãos doces plenas de carinhos!

Os dias são Outonos: choram... choram...
Há crisântemos roxos que descoram...
Há murmúrios dolentes de segredos...

Invoco o nosso sonho! Estendo os braços!
E ele é, ó meu Amor, pelos espaços,
Fumo leve que foge entre os meus dedos...

ESPANCA, Florbela. Poemas de Florbela Espanca. São Paulo: Martins Fontes, 1996, p. 173.

Fonte: livro Português: Língua e Cultura – Carlos Alberto Faraco – vol. único – Ensino Médio – 1ª edição – Base Editora – Curitiba, 2003. p. 543.

Entendendo o soneto:

01 – Qual é o tema central do soneto?

      O tema central do soneto é a saudade e a dor da ausência do ser amado. A poetisa descreve a sensação de vazio e de perda que sente quando está longe da pessoa que ama, utilizando imagens de escuridão, frio e desolação.

02 – Que imagens poéticas são utilizadas para expressar a dor da ausência?

      A dor da ausência é expressa através de imagens como "ermos os caminhos", "noites silenciosas", "dias sem calor", "beirais sem ninhos", "olhos velhos pobrezinhos", "Outonos que choram", "crisântemos roxos que descoram" e "murmúrios dolentes de segredos". Essas imagens criam uma atmosfera de tristeza e melancolia, que reflete o estado de espírito da poetisa.

03 – Qual é o significado da imagem do "fumo" no último verso?

      A imagem do "fumo" representa a natureza efêmera e inatingível do sonho de amor. O fumo se dissipa facilmente, assim como o sonho da poetisa se esvai por entre seus dedos, deixando-a com a sensação de perda e frustração.

04 – Como a natureza é retratada no soneto?

      A natureza é retratada como um reflexo do estado de espírito da poetisa. As paisagens são sombrias e desoladas, com elementos como a falta de luar, o frio, a ausência de ninhos e as flores murchas. A natureza parece compartilhar da dor da poetisa, intensificando a sensação de tristeza e melancolia.

05 – Qual é a principal característica da linguagem utilizada no soneto?

      A linguagem utilizada no soneto é marcada pela expressividade e pela intensidade dos sentimentos. A poetisa utiliza adjetivos e metáforas para criar imagens vívidas e impactantes, que transmitem a profundidade da sua dor e saudade. A musicalidade e a rima são recursos que reforçam a beleza e a emoção do poema.

 

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

POEMA: FANATISMO - FLORBELA ESPANCA - COM QUESTÕES GABARITADAS

Poema: FANATISMO
           
   Florbela Espanca

Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer a razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!
Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCQLLkFAVSMa-kVrdxIHqD8h9ndx0VdDury5Z55daFAjbWfHEZe53mjWqkmKNE1usCIX9P6YUDbec-qwX42rMAg5ZqhHd9xF8N6Pz-bFaZ5-RQXwboQ9SBU4ZZ0p1wOv2IBB_yNwHWVoyQsOd5VPhfNNkhZaF_t4Eq50GztiFh2gFPHb-4vKDRo1g92IY/s1600/Blog-Dimensoes-da-Alma-complemento-1.jpg


Não vejo nada assim enlouquecida ...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!


"Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, digo de rastros:
"Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus : Princípio e Fim!..."

Entendendo o poema:

01 – Que estrofe do poema expressa mais claramente o entusiasmo e paixão do eu lírico pela pessoa amada?
      A última estrofe. É possível perceber o exagero nos versos: “Ah! Podem voar mundos, morrer astros, / Que tu és como Deus: Princípio e Fim!..."

02 – O ponto de exclamação presente no último verso de cada estrofe, acentua uma ideia de:
a)   Raiva e ansiedade.
b)   Pavor e sofrimento.
c)   Admiração e emoção.
d)   Saudade e rancor.

03 – O poema, escrito no começo do século XX, apresenta uma linguagem comum a essa época. O verso que mais evidencia essa linguagem é:
a)   Não vejo nada assim enlouquecida.
b)   Minh’alma de sonhar-te anda perdida.
c)   Que tu és como Deus: Princípio e Fim!
d)   Tudo no mundo é frágil, tudo passa...

04 – Dos verbos destacados nos versos a seguir, o ÚNICO conjugado na 2ª pessoa do singular é:
a)   Tudo no mundo é frágil, tudo passa...
b)   Ah! Podem voar mundos, morrer astros.
c)   Meus olhos andam cegos de te ver!
d)   Pois que tu és já toda a minha vida!

05 – O eu lírico do poema é masculino ou feminino? Cite um verso do poema que justifique sua resposta.
      Feminino. “Não vejo nada assim enlouquecida...”

06 – Leia o poema e encontre dois exemplos de prosopopeia, copie-os.
      “Boca divina”; “voar mundos”.

07 – No verso: “Pois que tu és já toda minha vida”. Que figura de linguagem há nesta verso?
      Hipérbole.

08 – Por que o título do poema “Fanatismo” dá uma ideia da intensidade do sentimento?
      Porque remete à definição de um sentimento anormal, que beira a obsessão.

09 – No verso: “Meus olhos andam cegos de te ver!” Há predominância de uma figura de linguagem. Que figura é essa?
      Paradoxo.

10 – Que impressão o poema lhe causou? Qual a sua opinião, é o sentimento do eu lírico?
      Resposta pessoal do aluno.



terça-feira, 3 de abril de 2018

POEMA: VAIDADE - FLORBELA ESPANCA - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


POEMA – VAIDADE
              
  https://img1.blogblog.com/img/video_object.png

                                               Florbela Espanca
Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!

Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!

Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a Terra anda curvada!

E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho... E não sou nada! ...

                            ESPANCA, Florbela. Poemas. São Paulo:
Martins Fontes, 1999.

Entendendo o poema:
01 – Transcreva no caderno a informação que traduz mais claramente a ideia principal do poema:
     a) Está claro para o eu lírico o seu valor pessoal e o valor de sua poesia, daí sua necessidade de reconhecimento.
     b) Sonhar é parte do processo para atingir a perfeição poética, possível apenas por meio de um saber vasto e profundo.
     c) O eu lírico marca a oposição entre seu sonho de ser especial, de ter seu talento reconhecido e o que pensa sobre si mesmo: que não é nada.

02 – Identifique os versos em que o eu lírico revela seu sonho de ser a “poetisa eleita”.
      Todos, exceto o último.