terça-feira, 26 de maio de 2015

ENTREVISTA: YVETTE JACKSON:PEDAGOGIA DA CONFIANÇA


PEDAGOGIA  DA CONFIANÇA

Yvette Jackson: todos os alunos têm potencial para a alta performance.

Após 12 anos de estudos em cognição e neurociência, a americana defende que é preciso inverter a lógica de olhar para as deficiências dos alunos e trabalhar seus pontos fortes.

Yvette Jackson: se todos recebem as estratégias de altas habilidades, o direito à alta performance pode ser ativado.Paulo Freire influenciou gerações de educadores e continua influenciando o surgimento de novas perspectivas para uma educação emancipadora. É o que acontece nos Estados Unidos, onde a pesquisadora Yvette Jackson vem se tornando conhecida pelo impacto de seu livro Pedagogia da Confiança (ainda não publicado no Brasil).

Discípula do psicólogo israelense Reuven Feuerstein (1921-2014), que por sua vez foi aluno de Piaget e colega de Freire, Yvette vem se notabilizando por defender a tese de que todas as crianças podem atingir alta performance de aprendizagem. 

Apoiada em conhecimentos de neurociências e da cognição, a autora defende que é preciso inverter a lógica de olhar para as deficiências dos alunos, passando o foco para seus pontos fortes.

Recentemente, a pesquisadora esteve no Brasil para ministrar um curso sobre o tema na Escola Sesc de Ensino Médio, no Rio de Janeiro, e concedeu a seguinte  entrevista exclusiva à revista Educação.

Como surgiu a ideia da Pedagogia da Confiança?
Quando era professora, tive a oportunidade de ensinar os mesmos alunos por três anos. Eles eram descendentes de africanos e latino-americanos, oriundos de famílias de baixa renda, e, como todas as crianças, tinham sede de aprender. Durante aqueles anos vi a aprendizagem deles se expandir a altas taxas, o que demonstrava um potencial inato. Ao mesmo tempo, a diretora da escola queria iniciar um programa para estudantes com altas habilidades, acreditando que lá havia alunos que tinham as características identificadas nos programas desse tipo. Ela pediu a uma psicóloga para indicar testes que pudessem identificar tais crianças. Esta profissional veio a mim e manifestou sua descrença. Para ela, não havia ninguém assim lá. Fiquei furiosa por ver que uma pessoa que nunca ensinou àquelas crianças pudesse fazer tal declaração. Então fiquei determinada em identificar pesquisas que pudessem fundamentar aquilo que eu sabia - que todos os alunos têm um potencial inato para a alta performance cognitiva.

Como foi o caminho de pesquisa?
Minha pesquisa me levou a estudar o psicólogo cognitivo Reuven Feuerstein, aluno de Jean Piaget. A teoria de Feuerstein era que todos os seres humanos têm a característica única de modificar-se a si mesmos, não importa de onde partam. Esta convicção impulsionou sua pesquisa sobre a modificabilidade cognitiva estrutural do cérebro e do efeito transformador que o uso de estratégias cognitivas específicas para mediar a inteligência tem para reverter os problemas de aprendizagem. Feuerstein provou que até mesmo barreiras inatas e traumas poderiam ser superados com confiança e mediação certa. Sua pesquisa fundamentou em mim a ideia de que a educação de crianças deveria ser o que chamei de Pedagogia da Confiança, ou seja, uma proposta que defende a identificação e ampliação do potencial intelectual para envolver e acelerar a aprendizagem e a realização. Eu tinha certeza de que, se os alunos recebem as mesmas estratégias e práticas oferecidas aos alunos de altas habilidades, o direito à alta performance poderia ser ativado.

Qual foi a inspiração para o nome deste conceito?
Eu concebi o título Pedagogia da Confiança depois de assistir a uma sessão com Paulo Freire, que foi colega do Dr. Feuerstein. Freire fez uma palestra sobre seu livro A Pedagogia do Oprimido, e discutia o que era necessário para emancipar as pessoas oprimidas. Eu pensei que o antídoto para a desconfiança opressiva sobre a capacidade de aprender das crianças era a confiança. Eu investi 12 anos de pesquisas, por meio da experiência e do estudo da cognição e da neurociência, para fundamentar a teoria defendida na Pedagogia da Confiança.

Quais são os principais pontos desse conceito?
Pedagogia da Confiança é a convicção corajosa e o apoio para que todos os estudantes demonstrem altas performances intelectuais. É baseada na transformadora crença de Feuerstein de que dentro de cada um de nós reside um reservatório inexplorado de potencial para alcançar altos níveis de aprendizagem. Eu escrevi [o livro]Pedagogia da Confiança para reacender a crença dos educadores na grande capacidade de seus alunos e para restaurar sua confiança em sua capacidade de inspirar altas performances intelectuais. Quando você verdadeiramente acredita no potencial do aluno, começa por lhe oferecer opções e caminhos enriquecedores para fazer emergir os pontos fortes e a alta performance intelectual. 

Nas escolas, em geral, os professores estão mais preocupados com as dificuldades do que com o potencial dos seus alunos. Você acredita que isso é cultural?
O mito cultural segundo o qual o único modo de fechar uma lacuna é focar a fraqueza é mais pronunciado na educação do que nos outros campos. Esse mito é cultivado na educação por meio de uma avaliação referenciada na norma, comparando milhões de crianças com as mesmas normas padronizadas desenvolvidas para atender a massa de estudantes. A ênfase excessiva na fraqueza tem nos desviado da grande capacidade intelectual inata dos indivíduos.

A Pedagogia da Confiança trata de mudança de atitudes ou leva à criação de novas estratégias, métodos e técnicas de ensino?
A Pedagogia da Confiança é sobre a implementação de estratégias e práticas que fortaleçam as funções cognitivas de forma transdisciplinar. Piaget, Vigotski, Feuerstein, Freire, todos eles, demonstraram que o alto nível de aprendizagem é gerado por estratégias que promovem alto nível de pensamento, o que inclui o pensamento analógico, silogístico, criativo, dialógico, filosófico. Tais formas de pensamento são ativadas por meio de estratégias que estimulam atividades cognitivas como analogias, comparações, metáforas, razão indutiva e dedutiva, perspectiva, reflexão, elaboração, e assim por diante. Essa conquista impacta todas as disciplinas. Identifiquei práticas, que eu chamo de Altas Práticas Operacionais, que incluem estratégias para identificar e ativar as fortalezas dos alunos, para enriquecer o ensino, para integrar determinados pré-requisitos para a aprendizagem, para situar a aprendizagem na vida dos alunos e para amplificar a voz dos estudantes.

Em seu trabalho, você mostra as relações entre confiança, autoestima e desenvolvimento do cérebro. Que efeitos têm essas relações no processo de aprendizagem? 
O estresse que resulta da baixa autoestima provoca a emissão do hormônio cortisol, que inibe a compreensão e faz com que as regiões do cérebro associadas à tomada de decisões executivas e ao comportamento orientado por objetivos se deteriorem. Esta repercussão representa barreiras para o desenvolvimento de disposições mentais necessárias para o sentimento de conquista e autorrealização. A autoestima é reforçada quando professores levam os estudantes a refletir sobre suas fortalezas e a afirmá-las. Estudos demonstram que afirmações positivas podem reprogramar crenças negativas e motivar os alunos a estabelecer metas, o que é muito importante para o amadurecimento e a autorrealização.

Esse conceito pode ser aplicado a todos ou só em alunos com baixa performance?
Eu acredito que a Pedagogia da Confiança é aplicável a todas as pessoas. Nós nascemos com um potencial inato, a predisposição para a alta performance e o desejo de nos autorrealizarmos. Dr. Fuerstein provou que, com a mediação certa, disfunções cognitivas podem ser revertidas e altas performances podem ser cultivadas. Ele descreveu a mediação como um processo em que se destaca a qualidade da interação que um adulto usa para intervir entre um aprendiz e seu meio ambiente, com o objetivo de provocar no aluno a motivação pessoal para aprender. A mediação fornece aos indivíduos o convite para engajar-se e investir em sua aprendizagem, a partir de seus quadros de referência, das suas experiências e de sua realidade cultural e ética. 

As suas pesquisas prosseguem? Quais são seus desdobramentos?
Tenho procurado demonstrar a recíproca relação entre as emoções dos professores e a aprendizagem dos alunos. Educadores ao redor do mundo investigam as razões da baixa performance dos estudantes e o impacto da pobreza ou da desigualdade, mas prestam pouca atenção ao efeito do estado emocional dos professores sobre a aprendizagem e aquisições dos alunos. Como os alunos, quando professores são reconhecidos pelas suas habilidades e apoiados para desenvolvê-las, eles vivem um estado emocional positivo, que motiva a inovação, assim como seu desejo de colaborar com os gestores e os alunos em caminhos mais profundos e responsivos. Mas o oposto é verdadeiro também. Quando os professores sentem-se sem apoio ou estressados em seu ambiente de trabalho o hormônio cortisol, debilitante, é liberado. Esse hormônio impacta a claridade do pensamento, a criatividade e a capacidade de focar. Isso diminui a capacidade do professor de desenvolver uma pedagogia inspiradora e um relacionamento motivador com seus alunos. A performance dos alunos e dos professores sofrem juntas. 

Você é otimista quanto ao futuro da educação de crianças e jovens?
Sim, eu sou otimista. Mas meu otimismo se baseia em educadores que constroem sua confiança armando-se a si mesmos com pesquisa sobre a aprendizagem, com estratégias que promovem altos níveis de aprendizagem e levem em conta a importância de começar pelos pontos fortes de cada um - dos alunos e de si próprios - para criar o suporte pedagógico que presenteie o potencial inato dos estudantes, ao invés de degradá-lo.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

O QUE FAZER PRIMEIRO NUMA REDAÇÃO ENEM-Dica de Redação: Memorização e Aprendizagem

Dica de Redação: Memorização e Aprendizagem



"As cinco essenciais habilidades empreendedoras para o sucesso são concentração, discernimento, organização, inovação e comunicação.
(Michael Faraday)


O segundo dia de provas do Enem contém 90 questões de Linguagens e Matemática mais a redação. Muitos alunos questionam se é recomendado fazer a redação antes ou depois das questões, ou seja, no início ou final do exame.

Nós temos uma técnica para sugerir aos estudantes, a qual pode ser treinada estudando em casa e até mesmo em simulados para saber se será proveitosa para si, já que isso é bastante subjetivo, alternando de pessoa para pessoa.

A estratégia se baseia em realizar o segundo dia de provas na seguinte ordem:

  • Ler a proposta de redação
  • Realizar um esboço (planejamento) da redação
  • Escrever o texto no rascunho
  • Resolver as questões
  • Reler a redação do rascunho
  • Corrigir possíveis erros e fazer adaptações necessárias
  • Passar a redação a limpo na folha definitiva
  • Terminar questões pendentes e preencher o gabarito


Essa técnica tem como pressuposto alguns conhecimentos da neurociência sobre como nossa memória funciona. Em um artigo da Revista Escola são explicados os resultados de algumas pesquisas sobre memorização e como isso é interpretado por teóricos da área de aprendizagem.

Aplicando isso à técnica proposta para realização da redação nas provas, temos que 1 a 3 são processos de criação, nos quais aquilo que foi escrito ainda está “fresco” na memória. Dessa forma, ao reler algo que acabou de ser escrito, é possível que você não revise o que realmente está escrito mas sim aquilo que você pensa ter escrito, aquilo que está em sua mente. Fica difícil, assim, identificar seus próprios erros.

Após os passos 4 e 5, sua mente já limpou o processo de criação, já que não se lembra claramente do que escreveu. Fica mais fácil, agora, iniciar a fase de correção e aperfeiçoamento da redação descritos nas etapas de 5 a 7.

Coloque essa técnica em prática treinando em casa a realização de dissertações. Substitua a etapa intermediária (Processo 4) por qualquer outra atividade que o distrai do seu texto por, pelo menos, uma hora. Leia outra coisa, faça exercícios ou simplesmente descanse antes de reler novamente sua redação. Esperamos que isso o ajude a identificar mais seus erros para finalizar o desenvolvimento do texto da melhor maneira possível, eliminando “erros bobos”.

sábado, 2 de maio de 2015

SUBSTANTIVO E DO ADJETIVO - SIMULADO

SIMULADO :  SUBSTANTIVO E DO ADJETIVO

“Sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino”. (Paulo Freire)

1. Assinale a opção em que ambos os termos não admitem flexão de gênero:
a) inglesa pálida
b)jovem leitor
c)alguns mestres
d) semelhante criatura
e) moça ideal

2. "Talvez seja melhor  que o proprietário do imóvel desconfie de que ele não é tão imóvel assim."
As palavras destacadas são, respectivamente:
a) substantivo e substantivo
b) substantivo e adjetivo
c) adjetivo e verbo
d) advérbio e adjetivo
e) adjetivo e advérbio

3. Assinale a opção cujo substantivo não tem plural em "ãos"como "artesãos":
a) cidadão
b) pagão
c) cristão
d) charlatão
e) irmão

4. Assinale a opção em que todos os substantivos, quando no plural, apresentam mudança de timbre  da vogal tônica, conforme acontece com "povo(ô)/ povos (ó)":
a) tijolo, piloto, adorno
b) ovo, pescoço, olho
c) globo, posto, bolo
d) esforço, imposto, jogo
e) osso, cachorro, transtorno   

5. Assinale a palavra que difere em gênero(masculino ou feminino) das demais do grupo:
a) análise
b) cal
c) libido
d) milhar
e) síndrome     

6. Assinale a palavra que só pode ser empregada em um gênero:
a) eletricista
b) colega
c) chefe
d)testemunha
e) servente

7. Nas palavras abaixo, há uma com erro de flexão. Assinale-a:
a) irmãozinhos
b) exportaçõezinhas
c) lençoizinhos
d) papelzinhos
e) heroizinhos

8. Assinale a alternativa que contenha substantivos, respectivamente, abstrato, concreto e concreto:
a) fada, fé, menino
b) fé, fada, beijo
c) beijo, fada, menino
d) amor, pulo, menino
e) menino, amor, pulo

9. Relativamente à concordância dos adjetivos compostos indicativos de cor, uma, dentre as seguintes, está errada. Qual?
a) saia amarelo-ouro
b) papel amarelo-ouro
c) caixa vermelho-sangue
d) caixa vermelha-sangue
e) caixas vermelho- sangue

10. Flexão incorreta:
a) os cidadãos
b) os açúcares
c) os cônsules
d) os tóraxes
e) os fósseis


11. Não  varia no plural:
a) tique-taque
b) guarda- comida
c) beija-flor
d) pára-lama
e) cola-tudo

12. Esta mal flexionado o adjetivo na alternativa:
a) Tecidos verde-olivas
b) Festas cívico-religiosas
c) Guardas noturnos luso-brasileiros
d) ternos azul-marinho
e) Vários porta-estandartes

13. Assinale a alternativa em que a flexão do substantivo composto está errada:

a) os pés-de-chumbo
b) os corre-corre
c) as públicas-formas
d) os cavalos-vapor
e) os vaivéns

14. Aponte a alternativa em que haja erro quanto à flexão do nome composto:
a) vice-presidentes, amores-perfeitos, os bota-fora
b) tico-ticos, salários-família, obras- primas
c) reco-recos, sextas-feiras, sempre -vivas
d) pseudo-esferas, chefes-de-seção, pães-de-ló
e) pisca- piscas, cartões -postais, mulas-sem-cabeças

15 - Assinale a alternativa que contém o superlativo dos seguintes adjetivos: nobre, pobre, doce, amável, sagrado:
a) nobérrimo, paupérrimo, docíssimo, amabilíssimo,sagradíssimo
b) nobilíssimo, paupérrimo, dulcíssimo, amabilíssimo, sacratíssimo
c) nobilíssimo, pobréssimo, docíssimo~, amavelíssimo, sagradíssimo
d) nobérrimo, pauperrimo, docérrimo, amabilíssimo, sagradíssimo
e) nobilíssimo, pobríssimo, docíssimo, amavelíssimo, sagradíssimo.

16. Os plurais de vice-rei, porta-estandarte, navio-escola e baixo relevo são:
a) vice-reis, porta-estandartes, navios-escola, baixos-relevo
b) vice-reis, portas-estandartes, navios-escola, baixos-relevo
c) vices-reis, porta-estandartes, navios-escola, baixo-relevos
d) vice-reis, porta-estandartes, navio-escolas, baixos relevos
e) vice-reis, porta-estandartes, navios-escola, baixos-relevos

17. Especificamente o que estiver totalmente correto(quanto ao grau):
a) "cruíssimo" é o grau superlativo de 'cruel'e de " cru".
b) Muitas vezes o diminutivo tem valor depreciativo: mãezinha, papelucho, rapazelho, casulo, camisola.
c) Deixaram de ter valor de grau aumentativo ou diminutivo: portão, cordel, cafeizinho, mocinho, pequenininho.
d) Em linguagem precisa são aceitáveis as expressões mais paralelo que, mais oval, redondíssimo.
e) Em todas as alternativas há erros.

18. Os plurais álcoois, caracteres e anões, respectivamente de álcool,  caráter e anão são:
a) todos corretos
b) todos incorretos
c) incorretos os dois últimos
d) corretos os dois últimos
e) correto o primeiro e o último.

19. As frases deverão ter suas lacunas preenchidas conforme o modelo:
A lua não é constante - é inconstante. Assim:

Apresentou uma redação sem mácula: uma redação....
Um argumento sem defesa: um argumento....
Aquela casa não é habitada: é .......
Meu amigo não tem habilidade: é....
O rapaz não foi escrupuloso: foi.....
a) imaculada, indefensável, inabitável, inabilitado, desescrupuloso
b) imaculável, indefensível, inabitável, inabilitado, desescrupuloso
c) imaculada, indefensável, inabitável, inábil, inescrupuloso
d) imaculável, indefensável, inabitável, inábil, inescrupuloso
e) imaculada, indefensável, inabitada, inábil, inescrupuloso

20. Qual das palavras destacadas a seguir não é um adjetivo?
a) As pesquisas eliminaram PARTE da emoção. 
b) Os BONS candidatos nem sempre são eleitos.
c) Nas eleições há feriado NACIONAL.
d) As GRANDES empresas patrocinam candidatos.
e) Os resultados são dados no dia SEGUINTE.