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sexta-feira, 17 de outubro de 2025

POEMA: LUAR - CECÍLIA MEIRELES - COM GABARITO

 Poema: Luar

         Cecília Meireles

Face do muro tão plana,
com o sabugueiro florido.

O luar parece que abana
as ramagens na parede.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmysCRE2rTFh1bVn75rpD__hvCGZfw8oIbhPWKYmo0ER40CDusHAggEtr8nX0QPUEnsiyBzNMIjSu4zi_Z7mcVKf5eT3-9IlQRKkA63HvJYH7r263AnaQUotBSdsHn9kLMO8xK6ZgkAlaJNmlKYkenh8HFK5-cSYz5K2a_LSUn1eXsimM69DJaBRTOBF4/s320/8440084-belo-cenario-noturno-com-arvore-silhueta-e-luar-foto.jpg


A noite toda é um zumbido
e um florir de vagalumes.

A boca morre de sede
junto à frescura dos galhos.

Andam nascendo os perfumes
na seda crespa dos cravos.

Brota o sono dos canteiros
como o cristal dos orvalhos.

Cecília Meireles. Viagem, Obra Poética. Aguilar, 1972.

Fonte: Gramática da Língua Portuguesa Uso e Abuso. Suzana d’Avila – Volume Único. Editora do Brasil S/A. Ensino de 1º grau. 1997. p. 71.

Entendendo o poema:

01 – Qual é a atmosfera geral criada pelo poema "Luar" e de que forma o foco na luz noturna contribui para esse clima?

      A atmosfera geral é de paz, mistério e profunda tranquilidade noturna. O foco na luz noturna (o luar e o florir de vagalumes) contribui para isso ao criar um ambiente de meias-sombras e brilhos intermitentes, tornando a cena mais etérea e sutil. O luar não ilumina de forma agressiva, mas sugere a leveza e a quietude da paisagem.

02 – Além da visão (a face do muro, o sabugueiro, os vagalumes), quais outros sentidos humanos são ativados no poema e quais elementos os evocam?

      Audição: Pelo "zumbido" da noite, que indica um som contínuo e baixo, típico da atividade dos insetos noturnos.

      Olfato: Pelos "perfumes" que "nascem" na "seda crespa dos cravos".

      Tato/Paladar (Metafórico): Pela sensação de "sede" junto à "frescura dos galhos", expressando um anseio ou desejo por absorver a pureza e a umidade da noite.

03 – Identifique e analise o recurso estilístico empregado no verso "O luar parece que abana as ramagens na parede."

      O recurso é a Personificação (ou Prosopopeia). O luar, um elemento inanimado, é dotado da ação humana de "abanar" (mover suavemente). Isso sugere que o movimento das sombras projetadas na parede, causado pela luz da lua, cria uma ilusão de vida e dança na cena, reforçando o caráter sutil e quase onírico da observação.

04 – O que a imagem da "boca morre de sede junto à frescura dos galhos" pode sugerir em um contexto que é primariamente sensorial e natural?

      A imagem é uma metáfora que expressa um intenso desejo ou anseio. A sede, neste contexto de frescor e perfume, sugere uma carência que transcende o físico — uma sede espiritual ou emocional. O eu lírico anseia por absorver a pureza, a paz e a renovação que a natureza noturna oferece, mas sente-se separado ou incapaz de alcançar plenamente essa "frescura".

05 – Analise o significado da metáfora que encerra o poema: "Brota o sono dos canteiros / como o cristal dos orvalhos."

      Esta metáfora encerra a cena com uma imagem de total quietude. Ela compara o surgimento do sono (o repouso completo da natureza) ao surgimento do orvalho (a umidade que se condensa). O sono, um estado abstrato, é materializado e visualizado de forma tangível, pura e brilhante ("cristal"), indicando que a tranquilidade noturna está completa e é tão preciosa quanto o brilho das gotículas de orvalho ao amanhecer.

 

 

POEMA: RITMO - CECÍLIA MEIRELES - COM GABARITO

 Poema: Ritmo

          Cecília Meireles

O ritmo em que gemo
doçuras e mágoas
é um dourado remo
por douradas águas.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7o8TUBjndPY8HY1Rx4CUIcHI-ahSXFC0eyDYSpFC2-IJ-Wy430entaelch4E1Mc1oQBF5EN0NZwFEEX26AjvlTaxfYrvOPS3Mb7rkWtu2OJ4IKJJeM3wTO2sfXQlqttMJAryCAxDWFz6mwgDPgIip4UjIkDS3mLweP6KSofPHj5Lm26QKxjQV7US0rjY/s1600/RITMO.jpg



Tudo, quando passo,
olha-me e suspira.
– Será meu compasso
que tanto os admira?

Cecília Meireles. Vaga música. Obra Poética. Aguilar, 1972.

Fonte: Gramática da Língua Portuguesa Uso e Abuso. Suzana d’Avila – Volume Único. Editora do Brasil S/A. Ensino de 1º grau. 1997. p. 73.

Entendendo o poema:

01 – Na primeira estrofe, o "ritmo" em que o eu lírico "gemo doçuras e mágoas" é comparado a um "dourado remo por douradas águas." O que esta metáfora sugere sobre a natureza desse ritmo?

      A metáfora sugere que o ritmo com que o eu lírico expressa suas emoções (alegrias e tristezas) é controlado, harmonioso e artisticamente belo. O "remo" nas "águas" indica um movimento constante e medido (o ritmo), e o uso do adjetivo "dourado" confere a essa expressão uma qualidade nobre, preciosa e poética, transformando até o "gemido" em arte.

02 – Qual é o tema central explorado na relação entre o título do poema ("Ritmo") e o conteúdo da primeira estrofe?

      O tema central é a forma ou o modo como a subjetividade e a emoção são transformadas em expressão. O poema sugere que o que define o eu lírico não é apenas o que ele sente ("doçuras e mágoas"), mas o ritmo, a cadência ou a harmonia com que essas emoções, por mais contraditórias que sejam, se manifestam no mundo.

03 – Identifique e analise o recurso estilístico utilizado nos versos da segunda estrofe: "Tudo, quando passo, / olha-me e suspira."

      O recurso é a Personificação (ou Prosopopeia). O mundo inanimado ou a totalidade das coisas ("Tudo") é dotado de características e emoções humanas, como a capacidade de "olhar" e "suspirar". Isso eleva o ritmo e o movimento do eu lírico a um nível de encanto ou fascínio universal, sugerindo que sua cadência poética emociona a própria natureza.

04 – Na segunda estrofe, o eu lírico utiliza o termo "compasso" na pergunta. Qual é a relação semântica entre "compasso" e "ritmo" no contexto do poema?

      No contexto do poema, "compasso" é sinônimo de "ritmo" ou "medida". A palavra reforça a ideia de que a admiração do mundo se deve à regularidade, harmonia e à cadência do movimento do eu lírico. O compasso é o princípio estruturante, quase musical, que organiza poeticamente a expressão das suas emoções.

05 – Qual é a reflexão principal que o eu lírico faz na segunda estrofe, após notar a reação do "Tudo" ao seu redor?

      A reflexão principal é um autoquestionamento sobre o valor e a fonte do seu encanto. O eu lírico reconhece o fascínio que exerce sobre o mundo ("olha-me e suspira") e indaga se a razão dessa admiração está na organização estética, na harmonia inerente ou na beleza rítmica de sua expressão ("Será meu compasso que tanto os admira?").

 

 

sexta-feira, 19 de setembro de 2025

POEMA: CANÇÃO - CECÍLIA MEIRELES - COM GABARITO

 Poema: Canção

             Cecília Meireles

Nunca eu tivera querido
dizer palavra tão louca:
bateu-me o vento na boca,
e depois no teu ouvido.
Levou somente palavra,
deixou ficar o sentido.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2k79c7AOigTqmt6-KkebiJOdWr0nmb2BzYtZr6AltC8ujvmF1YIyhE7LEransSp8xXTz2w6mdihCTdSpV36wAlKOOPbt-pWoQsZkmsAjAJUVAd_kkwj5xtdDiKPHzO95FYnnki9JbSF55SOwdJd_6sy0NhnksEXu0B1DQg1UFW2YlmT5fOYuj0-SEyf8/s320/VENTO.jpg



O sentido está guardado
no rosto com que te miro,
neste perdido suspiro
que te segue alucinado,
no meu sorriso suspenso
como um beijo malogrado.

Nunca ninguém viu ninguém
que o amor pusesse tão triste.
Essa tristeza não viste,
e eu sei que ela se vê bem...
Só se aquele mesmo vento
fechou os teus olhos também...

 MEIRELES, C. Obra poética. Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 1987.

Fonte: Português – 1º grau – Descobrindo a gramática 8. Gilio Giacomozzi; Gildete Valério; Cláudia Reda Fenga. São Paulo. FTD, 1992. p. 116.

Entendendo o poema:

01 – O que o eu lírico afirma sobre a "palavra tão louca" que foi dita?

      O eu lírico afirma que nunca teria querido dizer a "palavra tão louca". Ele diz que o vento a tirou de sua boca e a levou até o ouvido da pessoa amada.

02 – O que o vento levou e o que ele deixou, de acordo com o poema?

      O vento levou apenas a palavra, mas deixou o seu "sentido".

03 – Onde o "sentido" da palavra está guardado, segundo a segunda estrofe?

      O sentido está guardado no rosto com que o eu lírico mira a pessoa amada, no "suspiro" que o segue e no "sorriso suspenso", comparado a um "beijo malogrado".

04 – Qual é a principal emoção que o amor causou no eu lírico?

      O amor causou uma "tristeza" tão grande que, segundo o eu lírico, "nunca ninguém viu ninguém que o amor pusesse tão triste".

05 – Qual a hipótese do eu lírico para o fato de a pessoa amada não ter notado sua tristeza?

      O eu lírico se pergunta se a pessoa amada não viu sua tristeza (que "se vê bem") porque "aquele mesmo vento" que levou a palavra também "fechou os teus olhos".

 

 

domingo, 1 de junho de 2025

POEMA: MÚSICA - FRAGMENTO - CECÍLIA MEIRELES - COM GABARITO

 Poema: Música – Fragmento

             Cecília Meireles

Noite perdida,
não te lamento:
embarco a vida
no pensamento,
busco a alvorada
do sonho isento,
puro e sem nada,
- rosa encarnada,
intacta, ao vento.
Noite perdida,
noite encontrada,
morta, vivida,
[...].

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1WifcYnPeyAYON5nuyBcki_c_sYmC9XNh2y89W-Wf6ZaBH6TNp2sh5R7XniNyMXNfuBIL8z6qV-wh5CFCO-KOGbLzwfysdWmDfXIqmyWncwk_RiVzlfhsoJM-k5PkHLT0yZuLOg61UpyhyYxndPXHlDRNgL0MP0jAe_8Llil_20OunBPtoG7kExd3NjM/s320/2309752-silhueta-design-de-jovem-solitario-em-noite-silenciosa-no-pico-do-penhasco-vetor.jpg


Cecília Meireles. Obra poética, cit., p. 84-85.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 3ª Série – Ensino Médio – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 9ª ed. – São Paulo: Saraiva Editora, 2013. p. 269.

Entendendo o poema:

01 – Qual a atitude do eu lírico em relação à "noite perdida" mencionada no início do poema?

      A atitude do eu lírico em relação à "noite perdida" é de não lamentá-la ("não te lamento"). Essa postura sugere uma aceitação do passado ou de uma experiência talvez negativa, sem se deter na tristeza ou no arrependimento.

02 – Onde o eu lírico decide "embarcar a vida" e qual o destino dessa jornada?

      O eu lírico decide "embarcar a vida no pensamento". O destino dessa jornada é a busca pela "alvorada do sonho isento", um sonho puro e livre de influências ou pesos ("sem nada").

03 – Que imagem é utilizada para descrever a natureza desse sonho buscado pelo eu lírico?

      A natureza desse sonho buscado é descrita através da imagem de uma "- rosa encarnada, / intacta, ao vento". Essa imagem evoca beleza, pureza, intensidade (encarnada), preservação (intacta) e liberdade (ao vento).

04 – Qual a aparente contradição apresentada na última estrofe do fragmento em relação à "noite perdida"?

      A aparente contradição é que a "noite perdida" é, simultaneamente, uma "noite encontrada". Essa dualidade sugere que mesmo as experiências negativas ou os momentos perdidos podem levar a algum tipo de descoberta, aprendizado ou novo sentido.

05 – Qual a sensação geral que o fragmento do poema transmite em relação ao passado e ao futuro?

      A sensação geral transmitida é de um desapego do passado ("noite perdida, não te lamento") e uma esperançosa busca pelo futuro ("busco a alvorada do sonho isento"). Há uma aceitação do que se foi, mas um direcionamento da energia vital para a construção de um futuro idealizado e puro, ancorado no poder do pensamento.

 



 

POEMA: PEQUENA CANÇÃO DA ONDA - CECÍLIA MEIRELES - COM GABARITO

 Poema: Pequena canção da onda

             Cecília Meireles

Os peixes de prata ficaram perdidos,
com as velas e os remos, no meio do mar.
A areia chamava, de longe, de longe,
ouvia-se a areia chamar e chorar!

 Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKBax4yemmXjoxnzvuo8XBWN1NzoOqcegibxjIQ8WICLDr1t3Ak2-vdIRG-NskfV7pWUhxRae11pCXgnqLsP2oNZcFg-uM0Usi0uNNDIBUD2mEL41e9bJS9PORoIJ1i7rSdc8qD2VDlcv6hrO14ox97dStvpNrqKzJ-J-5TsZonvNI5YGaIIForxehSMk/s320/65118921-desenho-animado-desenhado-%C3%A0-m%C3%A3o-da-paisagem-do-mar-desenho-animado-colorido-do-fundo-do-mar-ou-do-oc.jpg


A areia tem rosto de música
e o resto é tudo luar!

Por ventos contrários, em noite sem luzes,
do meio do oceano deixei-me rolar!
Meu corpo sonhava com a areia, com a areia,
desprendi-me do mundo do mar!

Mas o vento deu na areia.
A areia é de desmanchar.
Morro por seguir meu sonho,
longe do reino do mar!

Cecília Meireles. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1987. p. 145.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 3ª Série – Ensino Médio – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 9ª ed. – São Paulo: Saraiva Editora, 2013. p. 269.

Entendendo o poema:

01 – Qual a situação inicial apresentada no poema em relação aos "peixes de prata" e onde eles se encontram?

      A situação inicial apresenta os "peixes de prata" como perdidos "com as velas e os remos, no meio do mar". Essa imagem sugere uma desorientação e uma mistura de elementos marítimos (velas e remos) com a natureza dos peixes, criando uma sensação de deslocamento e talvez de busca.

02 – Como a areia é personificada no poema e qual o seu apelo para o eu lírico?

      A areia é personificada como algo que "chamava, de longe, de longe" e que se podia "ouvir a areia chamar e chorar!". Esse apelo distante e carregado de emoção (choro) sugere um forte desejo ou nostalgia do eu lírico pela terra firme, pela estabilidade e talvez por um estado de ser diferente do oceano.

03 – Que características são atribuídas à areia na segunda estrofe e como essa descrição se contrasta com o "resto" do cenário?

      À areia é atribuído um "rosto de música", sugerindo uma qualidade sonora, rítmica e talvez melancólica. Essa descrição contrasta com o "resto" do cenário, que é definido como "tudo luar!", evocando uma atmosfera mais etérea, luminosa e talvez fria ou distante.

04 – Qual a decisão tomada pelo eu lírico em relação ao oceano e qual o seu destino ao alcançar a areia?

      O eu lírico decide se deixar rolar "do meio do oceano" por "ventos contrários, em noite sem luzes", impulsionado pelo sonho com a areia. No entanto, ao alcançar a areia, descobre que "a areia é de desmanchar", revelando a fragilidade e a impermanência do seu objeto de desejo.

05 – Qual o sentimento final expresso pelo eu lírico e qual a causa desse sentimento?

      O sentimento final expresso pelo eu lírico é de morte iminente: "Morro por seguir meu sonho, / longe do reino do mar!". A causa desse sentimento é a desilusão ao perceber a natureza efêmera da areia, o que o leva a um destino fatal por ter abandonado seu ambiente natural (o reino do mar) em busca de um sonho que se desfaz. O poema evoca uma reflexão sobre a busca por ideais e as possíveis consequências da desilusão.

 

 

terça-feira, 15 de abril de 2025

POEMA: ROLA A CHUVA - CECÍLIA MEIRELES - COM GABARITO

Poema: Rola a chuva

              Cecília Meireles

Arre

que arrelia!

O frio arrepia

a moça arredia.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkPUAlijwtAh-TH_N2Ev3y5Cg1PgpAZAvFFzNXPwZdcB3abZxkBFQCdf41OiKrPM-at4XE-0T_tUek4G5pRYzK_Rdy0jlJXqHJ0_ExIsnfWIsAVB25UHkLq746QhJ_uiU2j2g1qmFKdmuEAcDzjHhb3BoPSRsjySLh_L6laPA0OqNIrplvIPRHsYQrfBA/s1600/frio.jpg


 

Na rua rola a roda...

Arreda!

 

A rola arrulha na torre.

A chuva sussurra.

 

Rola a chuva,

rega a terra,

rega o rio,

rega a rua.

 

E na rua a roda rola.

 

(MEIRELES, Cecília.  Ou isto ou aquilo)

Entendendo o texto

01. Qual figura de linguagem predomina na repetição da palavra "rola" ao longo do poema?

a. Metáfora

b. Anáfora

c. Aliteração

d.  Assonância

02. A interjeição "Arre" expressa principalmente qual sentimento no contexto do poema?

a. Alegria intensa

b. Surpresa agradável

c. Impaciência ou irritação

d. Medo repentino

03. Qual das seguintes opções descreve melhor o "eu poético" presente no poema?

a. Um observador distante e objetivo da natureza.

b. Uma voz que expressa seus sentimentos de forma explícita e pessoal.

c. Um observador sensível que registra as sensações e os sons da chuva.

d. Uma entidade que interage diretamente com os elementos da natureza.

04. Na expressão "O frio arrepia / a moça arredia", qual figura de linguagem é mais evidente?

a. Metonímia

b. Personificação

c. Hipérbole

d. Comparação

05. A repetição da consoante "r" em diversas palavras ao longo do poema, como em "rola", "chuva", "arrelia", "frio", "arrepia", "arredia", "rua", "roda", "arrulha", "torre", caracteriza qual figura de linguagem? 

a. Assonância

b. Aliteração

c. Onomatopeia

d. Paranomásia

 


domingo, 23 de março de 2025

POESIA: RIO NA SOMBRA - CECÍLIA MEIRELES - COM GABARITO

 Poesia: Rio na sombra

            Cecília Meireles

Som

frio.

 

Rio

Sombrio.

 

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbvJtEZKRaoTEO3YiM_2pKdY2gY5aNxAmps-9BZGHQJYdBBMEd44uHBriWn2iL54u1GOSCZgSs7kUgGq4vlRH1w7OF3bKuDWubIvNrlgrhHXq2EPAD6F06r5iHti1WeoFJENGryvoOHAub5OjLmzOeQVqxGTH_fCZwUN07Km5Pi6GVxGYRcH209W4Mw8s/s320/SOMBRIO.jpg

O longo som

do rio

frio.

 

O frio

bom

do longo rio.

 

Tão longe,

tão bom,

tão frio

o claro som

do rio

sombrio!

Cecília Meireles, op. cit. p. 727.

Fonte: Lições de texto. Leitura e redação. José Luiz Fiorin / Francisco Platão Savioli. Editora Ática – 4ª edição – 3ª impressão – 2001 – São Paulo. p. 344-345.

Entendendo a poesia:

01 – Qual a atmosfera predominante no poema?

      A atmosfera predominante é de mistério e melancolia, criada pela repetição das palavras "sombrio" e "frio", que evocam uma sensação de escuridão e solidão.

02 – Qual a importância da sonoridade no poema?

      A sonoridade é essencial no poema, com a repetição dos sons "o" e "r" criando um ritmo lento e hipnótico, que imita o fluir do rio e intensifica a sensação de mistério.

03 – Qual o significado do contraste entre "frio" e "bom" no poema?

      O contraste entre "frio" e "bom" sugere uma ambiguidade na relação com o rio, que pode ser ao mesmo tempo assustador e reconfortante, representando talvez a dualidade da natureza ou das emoções humanas.

04 – Como a repetição de palavras contribui para o efeito do poema?

      A repetição de palavras como "rio", "som", "frio" e "sombrio" cria um efeito de eco, reforçando a atmosfera misteriosa e a sensação de imersão no ambiente do rio.

05 – Qual a interpretação possível para a expressão "claro som do rio sombrio"?

      A expressão paradoxal "claro som do rio sombrio" pode representar a beleza melancólica do rio, ou a ideia de que mesmo na escuridão e no mistério, há uma beleza sutil e luminosa.

 

 

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

ROMANCE: XXI OU DAS IDEIAS - (FRAGMENTO) - CECÍLIA MEIRELES - COM GABARITO

 Romance: XXI ou das ideias – Fragmento

                 Cecília Meireles

A vastidão desses campos.

A alta muralha das serras.

As lavras inchadas de ouro.

Os diamantes entre as pedras.

Negros, índios e mulatos.

Almocrafes e gamelas.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhq8eS3JolaYLyB2UIEsQV2fGi23PrHur61FvD6muofjYjFLqihGAvpXHOHOXWaESUT5VLCrBQsB52PK-HEJHJ0AHuEnrQs7GNT6NqH3inoO2Ab35Py8fre5kQLA99gUXfbRwUdtHLyOMczTTNf_znLYes3dEbAh5ZJct_aqqVl3_fFapl_G3h7KwiEis0/s1600/Meireless.jpg


 

Os rios todos virados.

Toda revirada, a terra.

Capitães, governadores,

padres intendentes, poetas.

Carros, liteiras douradas,

cavalos de crina aberta.

A água a transbordar das fontes.

Altares cheios de velas.

Cavalhadas. Luminárias.

Sinos, procissões, promessas.

Anjos e santos nascendo

em mãos de gangrena e lepra.

Finas músicas broslando

as alfaias das capelas.

Todos os sonhos barrocos

deslizando pelas pedras.

Pátios de seixos. Escadas.

Boticas. Pontes. Conversas.

Gente que chega e que passa.

E as ideias.

[...]

Poesia completa. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1994.

Fonte: Português – Novas Palavras – Ensino Médio – Emília Amaral; Mauro Ferreira; Ricardo Leite; Severino Antônio – Vol. Único – FTD – São Paulo – 2ª edição. 2003. p. 283-284.

Entendendo o romance:

01 – Qual é o tema central do poema?

      O poema retrata um panorama do Brasil colonial, com ênfase na riqueza da terra, na exploração do trabalho e na exuberância da cultura barroca.

02 – Que elementos do Brasil colonial são destacados no poema?

      O poema destaca a vastidão do território, a riqueza mineral (ouro e diamantes), a presença de diferentes grupos étnicos (negros, índios e mulatos), as atividades econômicas (lavras, almocrafes e gamelas), a presença da Igreja (padres, altares, procissões) e a arte barroca (músicas, alfaias, sonhos barrocos).

03 – Qual é o significado da expressão "as ideias" no final do poema?

      A expressão "as ideias" sugere a chegada de novas concepções e pensamentos que contrastam com o mundo colonial descrito anteriormente. Pode representar o Iluminismo, as ideias de liberdade e igualdade, ou simplesmente a mudança e a evolução do tempo.

04 – Como a autora descreve a exploração do trabalho no período colonial?

      A autora menciona a presença de "negros, índios e mulatos", "almocrafes e gamelas", sugerindo a exploração do trabalho dessas populações na extração de riquezas minerais e em outras atividades.

05 – Qual é a importância da cultura barroca no poema?

      A cultura barroca é retratada como exuberante e presente em diversos aspectos da vida colonial, como na música, na arte sacra e nas festas religiosas. Ela representa a riqueza e o esplendor da época.

06 – Que contraste é apresentado no poema?

      O poema apresenta um contraste entre a riqueza material e a exploração do trabalho, a beleza da arte e a presença de sofrimento ("mãos de gangrena e lepra"), a grandiosidade das construções e a simplicidade da vida cotidiana.

07 – O que a autora quis transmitir ao leitor com esse poema?

      Cecília Meireles, ao descrever o Brasil colonial, possivelmente quis levar o leitor a refletir sobre a complexidade da formação do país, com suas riquezas e contradições, além de apresentar um panorama histórico e cultural rico em detalhes.

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

POESIA: ROMANCE II OU DO OURO INCANSÁVEL - CECÍLIA MEIRELES - COM GABARITO

 Poesia: Romance II ou Do Ouro Incansável

             Cecília Meireles

Mil BATEIAS vão rodando
sobre córregos escuros;
a terra vai sendo aberta
por intermináveis sulcos;
infinitas galerias
penetram morros profundos.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzArYc3xGdTp-fqBCI9GdV51N18ibAdZDqCNF6QOVV8yGbQiSzkpq5nben-RC1dhL7RIRk3xkhJmKD_pslBJg6aybjVjIC2H_S_JNGvvsfoZgN2T7ZSZGBz6-LmYqETHeoKk34M4DexGP5GhGl-Kuuz9wHWNPNQgrL4eVkDHTsATPTdtPXqFX6awKRLG4/s1600/FLOR.jpg


De seu calmo esconderijo,
o ouro vem, dócil e ingênuo;
torna-se pó, folha, barra,
prestígio, poder, engenho . . .
É tão claro! — e turva tudo:
honra, amor e pensamento.

Borda flores nos vestidos,
sobe a opulentos altares,
traça palácios e pontes,
eleva os homens audazes,
e acende paixões que alastram
sinistras rivalidades.

Pelos córregos, definham
negros a rodar bateias.
Morre-se de febre e fome
sobre a riqueza da terra:
uns querem metais luzentes,
outros, as redradas pedras.

Ladrões e contrabandistas
estão cercando os caminhos;
cada família disputa
privilégios mais antigos;
os impostos vão crescendo
e as cadeias vão subindo.

Por ódio, cobiça, inveja,
vai sendo o inferno traçado.
Os reis querem seus tributos,
— mas não se encontram vassalos.
Mil bateias vão rodando,
mil bateias sem cansaço.

Mil galerias desabam;
mil homens ficam sepultos;
mil intrigas, mil enredos
prendem culpados e justos;
já ninguém dorme tranquilo,
que a noite é um mundo de sustos.

Descem fantasmas dos morros,
vêm almas dos cemitérios:
todos pedem ouro e prata,
e estendem punhos severos,
mas vão sendo fabricadas
muitas algemas de ferro.

Cecilia Meireles. Poesias completas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1974.

Fonte: Português – José De Nicola – Ensino médio – Volume 1 – 1ª edição, São Paulo, 2009. Editora Scipione. p. 288.

Entendendo a poesia:

01 – Qual a principal atividade descrita no poema e quais são suas consequências?

      A atividade principal descrita é a mineração do ouro. Suas consequências são diversas e abrangentes, indo desde a transformação da paisagem (com a abertura de minas e galerias) até a transformação da sociedade, com o surgimento de desigualdades sociais, crimes e conflitos. O ouro, inicialmente visto como algo valioso e desejável, acaba por corromper e destruir.

02 – Como o ouro é retratado no poema? Quais são seus poderes e suas perversões?

      O ouro é retratado como uma força ambígua. De um lado, é visto como um metal precioso, capaz de trazer riqueza, poder e prestígio. De outro, é apresentado como a raiz de todos os males, corruptendo aqueles que o buscam e causando sofrimento e morte. O ouro é capaz de transformar a natureza, a sociedade e até mesmo a alma humana.

03 – Quais são os diferentes grupos sociais retratados no poema e como eles são afetados pela busca pelo ouro?

      O poema retrata diversos grupos sociais, como os mineradores, os proprietários de terras, os contrabandistas, os reis e o povo em geral. Todos são afetados pela busca pelo ouro, cada um à sua maneira. Os mineradores sofrem com as condições de trabalho, as doenças e a morte. Os proprietários de terras se enriquecem, mas vivem em constante disputa por mais poder. Os contrabandistas exploram a situação caótica para obter lucros. Os reis exigem cada vez mais tributos, enquanto o povo sofre com a miséria, a opressão e a violência.

04 – Qual a relação entre o ouro e a natureza no poema?

      A relação entre o ouro e a natureza é marcada pela destruição. A busca pelo ouro leva à exploração desenfreada dos recursos naturais, causando danos irreversíveis ao meio ambiente. As minas e as galerias destroem a paisagem, enquanto a contaminação dos rios e do solo afeta a vida de todos os seres vivos.

05 – Que sentimentos e emoções são transmitidos pelo poema?

      O poema transmite uma ampla gama de sentimentos e emoções, como a ambição, a cobiça, a inveja, o ódio, a tristeza, a angústia e a desesperança. A busca pelo ouro é retratada como uma força destrutiva que corrompe os corações dos homens e leva à ruína da sociedade.

06 – Qual a crítica social presente no poema?

      A crítica social presente no poema é direcionada à sociedade colonial, marcada pelas desigualdades sociais, pela exploração, pela violência e pela corrupção. A busca pelo ouro é utilizada como metáfora para denunciar os excessos e os vícios daquela época.

07 – Qual o papel da linguagem poética na construção do sentido do poema?

      A linguagem poética desempenha um papel fundamental na construção do sentido do poema. As metáforas, as comparações, a musicalidade dos versos e a escolha cuidadosa das palavras contribuem para criar uma atmosfera densa e carregada de significado. A linguagem poética permite que o leitor visualize as cenas descritas, sinta as emoções dos personagens e compreenda a complexidade da temática abordada.

 

 

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

POESIA: CANÇÃO DO AMOR-PERFEITO - CECÍLIA MEIRELES - COM GABARITO

 Poesia: Canção do Amor-Perfeito

            Cecília Meireles

O tempo seca a beleza.
Seca o amor, seca as palavras.
Deixa tudo solto, leve,
Desunido para sempre
Como as areias nas águas.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDW71SUacoB5tkR8ux7asNCsfyDRr4OUAUepQzviDqH11PKXIyggaMT5zlPONbFxhbNYJBumpr_qx0MNVO4o5R8Fx3P0jX9VuI2LyX_0Ih5nClIt7D0L1lmaVZBIeQ7OOdr3YNPd5J6yE4-TVsCpCwjcm68IKwV9h9oCvN5w-NsgmeS6f3uPFwmur4JYY/s320/palavras.jpg


O tempo seca a saudade,
Seca as lembranças e as lágrimas.
Deixa algum retrato, apenas,
Vagando seco e vazio
Como estas conchas das praias.

O tempo seca o desejo
E suas velhas batalhas.
Seca o frágil arabesco,
Vestígio do musgo humano,
Na densa turfa mortuária.

Esperarei pelo tempo
Com suas conquistas áridas.
Esperarei que te seque,
Não na terra, Amor-Perfeito,
Num tempo depois das almas.


MEIRELES, Cecília. Antologia Poética. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

Fonte: Português – José De Nicola – Ensino médio – Volume 1 – 1ª edição, São Paulo, 2009. Editora Scipione. p. 186.

Entendendo a poesia:

01 – Qual a principal temática abordada no poema?

      A principal temática do poema é a efemeridade da vida e a ação irreversível do tempo. Meireles explora a ideia de que o tempo desgasta os sentimentos, as relações e as lembranças, deixando para trás apenas vestígios e memórias esquecidas.

02 – Qual a função da metáfora do tempo "secando" tudo?

      A metáfora do tempo "secando" tudo representa a passagem do tempo como um processo de desidratação, de perda da vitalidade e da intensidade. A água, símbolo da vida e da emoção, é gradativamente evaporada pelo tempo, deixando para trás apenas a aridez e a solidão.

03 – Que sentimentos o poema evoca no leitor?

      O poema evoca uma sensação de melancolia e saudade. A imagem da beleza e do amor sendo desgastados pelo tempo desperta um sentimento de perda e de nostalgia. Ao mesmo tempo, a espera paciente pelo tempo "depois das almas" sugere uma esperança de que algo possa perdurar além da morte.

04 – Qual a relação entre o título "Canção do Amor-Perfeito" e o conteúdo do poema?

      O título "Canção do Amor-Perfeito" cria uma ironia com o conteúdo do poema. O amor-perfeito é uma flor delicada e bela, que representa a perfeição e a eternidade. No entanto, o poema demonstra que mesmo o amor mais perfeito está sujeito à ação do tempo e à inevitabilidade da mudança.

05 – Como a natureza é utilizada como metáfora no poema?

      A natureza é utilizada como metáfora para representar os ciclos da vida e a ação do tempo. As "areias nas águas", as "conchas das praias" e a "turfa mortuária" são imagens que evocam a passagem do tempo e a transformação constante da natureza. A espera pelo tempo "depois das almas" sugere uma transcendência da experiência terrena, semelhante à transformação de um ser vivo em parte da natureza.

 

segunda-feira, 7 de outubro de 2024

POEMA: VALSA - CECÍLIA MEIRELES - COM GABARITO

 Poema: Valsa

             Cecília Meireles

Fez tanto luar que eu pensei em teus olhos antigos
e nas tuas antigas palavras.
O vento trouxe de longe tantos lugares em que estivemos
que tornei a viver contigo enquanto o vento passava.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLJngzIyPbxDHd9sg9nvkpSAMmlTs5OcLprWwD3pZj7-raY2ZDK5JgWiNPPeDceBgnqIIBipDL8RcipmEsBaU_2q07ssNZPQebWUwJN1TMD-ljfMpU0INR-mvL2WFEWTeawVe4YZbok87l0qU98Nv-3iGiCeobxAfZxMiMIlygvyH5lZGIJMwSoI7Ib5Q/s320/LUAR%20COM%20VENTO.jpg


Houve uma noite que cintilou sobre o teu rosto
e modelou tua voz entre as algas.
Eu moro, desde então, nas pedras frias que o céu protege
e estudo apenas o ar e as águas.

Coitado de quem pôs sua esperança
nas praias fora do mundo...
-- Os ares fogem, viram-se as água,
mesmo as pedras, com o tempo, mudam.

Cecília Meireles. Valsa. In: Obra poética. Rio de Janeiro, Aguilar, 1958. p. 52.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 3 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 217.

Entendendo o poema:

01 – Qual a principal sensação evocada pelo poema?

      A principal sensação evocada é a nostalgia. A poeta relembra momentos passados com um amado, evocando imagens da natureza e da memória para reconstruir esse passado.

02 – Que elementos da natureza são utilizados para representar a memória e o tempo?

      A lua, o vento, as águas e as pedras são os principais elementos naturais utilizados para simbolizar a memória e o tempo. A lua ilumina as lembranças, o vento traz de volta lugares e momentos, as águas representam a fluidez do tempo e as pedras simbolizam a permanência e a transformação.

03 – Qual o significado da expressão "pedras frias que o céu protege"?

      As "pedras frias que o céu protege" podem ser interpretadas como um refúgio solitário, um lugar onde a poeta se isola para refletir sobre o passado e o presente. As pedras representam a solidão e a imutabilidade, enquanto o céu simboliza a proteção e a transcendência.

04 – Qual a mensagem principal do poema?

      A mensagem principal do poema é a efemeridade das coisas e a importância de valorizar os momentos presentes. A poeta nos alerta que as memórias, por mais intensas que sejam, podem se transformar com o tempo, e que a felicidade não está em buscar por lugares distantes, mas sim em apreciar a beleza do presente.

05 – Qual o papel da natureza na construção do poema?

      A natureza desempenha um papel fundamental na construção do poema, servindo como um cenário para as lembranças da poeta e como uma metáfora para os sentimentos e as emoções humanas. Os elementos naturais são utilizados para criar uma atmosfera poética e para transmitir a ideia de que a natureza e o ser humano estão interligados.