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domingo, 17 de dezembro de 2023

POEMA: ENSINAMENTO - ADÉLIA PRADO - COM GABARITO

 Poema: Ensinamento

              Adélia Prado

“Minha mãe achava estudo

a coisa mais fina do mundo.

Não é.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_qkuiTCcnXzCagy3xW8n9vhKD29jhF8KZdRlQr0bkIspOf2o8PiyWYNI0Qo_66DqNr-uX5kEDOt0ck2CR51i5Qw4ACK_yxS0akwhKXq11OMz3XZSoRqee3fgbLGMQq7U-HK8IKXfYzsEgCt1Vrzg1zzHqBZrRiESOq0mOiSLUJ_vqyVtr69hUSsroSDs/s320/um-s%C3%B3-ensinamento.jpg


A coisa mais fina do mundo é o sentimento.

Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,

ela falou comigo:

“Coitado, até essa hora no serviço pesado”.

Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.

Não me falou em amor.

Essa palavra de luxo.”

Entendendo o texto

01. Releia os quatro primeiros versos do poema. O eu poético concorda com a opinião da mãe? Explique.

Não concorda, pois para o eu poético a coisa mais fina é o sentimento.

02. A qual ensinamento o título se refere?

Ao ensinamento de que o sentimento de amor e companheirismo pode estar presente em situações simples do cotidiano.

    03. Qual era a opinião da mãe de Adélia Prado sobre o estudo?

          a) Ela considerava o estudo importante.

          b) Ela não via importância no estudo.

          c) Ela acreditava que o estudo era a coisa mais fina do mundo.

    04. O que a mãe de Adélia Prado considerava como a coisa mais fina do mundo?

         a) Estudo.

         b) Sentimento.

         c) Trabalho pesado.

    05. Em que situação a mãe de Adélia Prado expressou seu cuidado e carinho pela filha?

         a) No momento do café da manhã.

         b) Durante a noite, quando o pai estava trabalhando.

         c) Ao falar sobre o trabalho pesado do pai.

   06. O que a mãe de Adélia Prado fez para demonstrar seu cuidado na situação mencionada?

         a) Deixou tacho no fogo com água quente.

         b) Preparou um jantar especial.

         c) Falou sobre o amor de maneira explícita.

  07. Qual palavra a mãe de Adélia Prado evitou mencionar na conversa com a filha?

         a) Estudo.

         b) Sentimento.

         c) Amor.

 

domingo, 29 de outubro de 2023

POEMA: CASAMENTO - ADÉLIA PRADO - COM GABARITO

 Poema: Casamento 

              Adélia Prado

Há mulheres que dizem:

Meu marido, se quiser pescar, que pesque,

mas que limpe os peixes.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFgsUeV1pM-jMSjfAiz0LkowSYSr2xXzKNScK0uK8pyLEaFOia5jpUMV6DENeiLiVtbbCopxjaZ1Yn1DKFdWpiLv5Y1-_eEbwb_BQfSuXd-_bXNPZ6yjTrp9Arvmum5VKauF-VwCh1scrjvS1kDfD4AslMgV0cwNzaYTqxFH89_JBqGfj2b-CRi0QcfeY/s320/PEIXE.jpg


Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,

Ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.

É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,

de vez em quando os cotovelos se esbarram,

ele fala coisas como “este foi difícil”

“prateou no ar dando rabanadas”

e faz o gesto com a mão.

O silêncio de quando nos vimos a primeira vez

atravessa a cozinha como um rio profundo.

Por fim, os peixes na travessa,

vamos dormir.

Coisas prateadas espocam:

somos noivo e noiva.

Terra de Santa Cruz (1981).

Entendendo o poema:

01 – Qual é o tema principal do poema?

      O tema principal do poema é a intimidade e o amor no casamento, representado pela ação de preparar peixes juntos na cozinha.

02 – Como a protagonista do poema se diferencia de algumas outras mulheres em relação ao marido pescar?

      A protagonista do poema diferencia-se de algumas outras mulheres, pois está disposta a ajudar seu marido a limpar e preparar os peixes, ao contrário de simplesmente permitir que ele o faça sozinho.

03 – Como a cozinha é descrita no poema?

      A cozinha é descrita como um lugar íntimo, onde o casal trabalha em conjunto, compartilhando momentos especiais, e onde a atmosfera é carregada de significado e silêncio profundo.

04 – O que o gesto com a mão mencionado no poema simboliza?

      O gesto com a mão mencionado no poema simboliza a ação de preparar o peixe, a habilidade e o cuidado que o marido dedica a isso, e também pode representar a conexão e a comunicação não verbal entre o casal.

05 – Como o poema termina e o que isso simboliza?

      O poema termina com a imagem dos peixes na travessa e a referência ao casal como "noivo e noiva." Isso simboliza a renovação do amor e do compromisso no casamento, como se toda vez que trabalham juntos na cozinha, eles estivessem renovando seus votos.

 

 

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

POEMA: DOLORES - ADÉLIA PRADO - COM GABARITO

 Poema: Dolores

            Adélia Prado

Hoje me deu tristeza,

sofri três tipos de medo

Fonte:  https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLINA9fENNcBpsm627X07I3Jl2iFvEEP2IUKKSn108OSORY8HymAK0AiY2p2v02dsMubhsVUcv-0UPRIrzehyphenhyphenRSNVOoLNEKXI6OBWBwPRdLfRhCj9R6V_Gcvee_I_oXygru7VLcP3WifMLVKfjSz0tTC_6cJIRLHYDppgxWbpSwuRI37TDPiNObL3aj5Q/s1600/MEDO.png


acrescido do fato irreversível:

não sou mais jovem.

Discuti política, feminismo,

a pertinência da reforma penal,

mas ao fim dos assuntos

tirava do bolso meu caquinho de espelho

e enchia os olhos de lágrimas:

não sou mais jovem.

As ciências não me deram socorro,

não tenho por definitivo consolo

o respeito dos moços.

Fui no Livro Sagrado

buscar perdão pra minha carne soberba

e lá estava escrito:

"Foi pela fé que também Sara, apesar da idade avançada,

se tornou capaz de ter uma descendência..."

Se alguém me fixasse, insisti ainda,

num quadro, numa poesia...

e fossem objetos de beleza os meus músculos frouxos...

Mas não quero. Exijo a sorte comum das mulheres nos tanques,

das que jamais verão seu nome impresso e no entanto 

sustentam os pilares do mundo, porque mesmo viúvas dignas

não recusam casamento, antes acham sexo agradável,

condição para a normal alegria de amarrar uma tira no cabelo

e varrer a casa de manhã.

Uma tal esperança imploro a Deus.

Adélia Prado.

Entendendo o poema:

01 – Quem é a autora do poema "Dolores"?

      A autora do poema é Adélia Prado.

02 – Que tipos de medo a persona do poema experimenta?

      A persona do poema experimenta três tipos de medo, além do medo do envelhecimento.

03 – O que a persona do poema tira do bolso ao fim das discussões sobre política e feminismo?

      A persona do poema tira um "caquinho de espelho" do bolso ao fim das discussões.

04 – O que a autora busca no "Livro Sagrado" em busca de perdão?

      A autora busca no "Livro Sagrado" perdão para sua carne soberba.

05 – Qual é a passagem bíblica citada no poema e como ela se relaciona com o tema do envelhecimento?

      A passagem bíblica citada faz referência a Sara, que apesar da idade avançada, tornou-se capaz de ter uma descendência. Isso se relaciona com o tema do envelhecimento, sugerindo a esperança de que algo notável possa acontecer, mesmo em idade avançada.

06 – O que a autora diz que não quer para si, apesar de desejar a "sorte comum das mulheres nos tanques"?

      A autora diz que não quer que alguém a fixe em um quadro ou poesia, apesar de desejar a "sorte comum das mulheres nos tanques."

07 – Qual é a esperança que a autora implora a Deus no final do poema?

      A autora implora a Deus a esperança de ter a "sorte comum das mulheres nos tanques," que sustentam os pilares do mundo, encontram alegria nas tarefas cotidianas e na normalidade da vida.

 

 

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

POEMA: COM LICENÇA POÉTICA - ADÉLIA PRADO - COM GABARITO

 Poema: Com licença poética

             Adélia Prado

Quando nasci um anjo esbelto,

desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.


Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.

Inauguro linhagens, fundo remos
– dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.

PRADO, Adélia. Com licença poética. In: Cadernos de poesia brasileira: poesia contemporânea. São Paulo: Instituto Itaú Cultural, 1997. p. 44.

             Fonte: Livro Língua Portuguesa – Trilhas e Tramas – Volume 1 – Leya – São Paulo – 2ª edição – 2016. p. 185-7.

Entendendo poema:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Licença poética: liberdade tomada pelo poeta de transgredir as normas da poética ou da gramática.

·        Subterfúgio: artifício usado com o objetivo de não cumprir uma obrigação ou livrar-se de problemas.

·        Linhagem: genealogia, geração, estirpe, clã, família; indivíduos ligados a um ancestral comum por laços de descendência.

·        Pedigree: (do inglês) registro de uma linha de ancestrais de animais (de cães e cavalos, sobretudo).

·        Coxo: que coxeia ou manca de uma perna ou de um pé; que caminha com dificuldade.

·        Desdobrável: que se divide em dois; que faz várias coisas ao mesmo tempo; que se empenha a fundo em algo.

02 – A poeta Adélia Prado fez uma paródia de um poema de Carlos Drummond de Andrade intitulado Poema de sete faces, em que eu lírico masculino exprime seus sentimentos de abandono, impotência, deslocamento no mundo: “Quando nasci, um anjo torto / desses que vivem na sombra / disse: Vai, Carlos! Ser gauche na vida”. O título do poema de Adélia é um jogo com as expressões com licença e licença poética. Como você interpreta esse título?

      O jogo com as expressões com licença e licença poética expressa um pedido de permissão para apropriar-se do texto do poeta Drummond e pode ser também associado à condição ainda submissa da mulher. A expressão licença poética também remete à liberdade da autora de romper com certas normas.

03 – No caderno, explique os versos a seguir:

a)   Quando nasci um anjo esbelto, / desses que tocam trombeta, anunciou: / vai carregar bandeira. / Cargo muito pesado pra mulher, / esta espécie ainda envergonhada.

O eu lírico afirma ter sido convocado por um arauto divino (um anjo, um ser superior) para lutar: “um anjo esbelto, desses que tocam trombeta, anunciou”. Nesses versos há ainda reflexão a respeito de que a luta da mulher não é fácil, pois ela ainda é tímida para reivindicar seus direitos.

b)   Não sou tão feia que não possa casar.

Esse verso refere-se a estereótipos relacionados à mulher: a exigência do atributo da beleza para que a mulher consiga se casar, assim como a exigência do casamento como uma forma de legitimação.

c)   Acho o Rio de Janeiro uma beleza e / ora sim, ora não, creio em parto sem dor. Minha tristeza não tem pedigree, / já a minha vontade de alegria, / sua raiz vai ao meu mil avô.

O eu lírico expressa o desejo de contemplar a beleza e de ser feliz, afirmando que sua alegria é hereditária.

d)   Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.

O eu lírico assume que o tema de sua poesia é a emoção, o sentimento, e que escrever é seu destino (até divino), não uma escolha.

e)   Aceito os subterfúgios que me cabem, / sem precisar mentir. [...] Cumpro a sina. / Inauguro linhagens, fundo remos / – dor não é amargura.

O eu lírico quer dizer que não foge de suas supostas obrigações (apesar de pesadas, doloridas) de mulher: casar-se, cuidar da casa, do marido e dos filhos.

04 – No poema de Drummond, o eu lírico confessa que um anjo torto profetizou que ele iria ser gauche na vida. A palavra gauche (do francês) tem o sentido de acanhado, sem aptidões, esquerdo; desajeitado, torto ou, ainda, incompleto. Releia esses versos do poema de Adélia:

        “Vai ser coxo na vida é maldição pra homem. / Mulher é desdobrável. Eu sou.”

        Como você interpreta esses versos, que negam os de Drummond?

      O eu lírico afirma a capacidade da mulher de mudar, de adaptar-se, de buscar a completude.

05 – Qual é o tema de “Com licença poética”?

      A condição feminina, a luta ainda em curso pela igualdade de gêneros, o desejo de liberdade e a capacidade da mulher de ser flexível.

06 – Você sabe dizer quais poetas brasileiras têm se destacado na poesia contemporânea?

      Resposta pessoal do aluno.

07 – Que temas são mais recorrentes em suas obras, que você já leu?

      Resposta pessoal do aluno.

08 – Como elas abordam, refletem ou dialogam sobre as questões de gênero e do universo feminino?

      Resposta pessoal do aluno.

 

sábado, 25 de junho de 2022

POEMA: A SERENATA - ADÉLIA PRADO - COM GABARITO

 POEMA: A SERENATA

              Adélia Prado

Uma noite de lua pálida e gerânios
ele viria com boca e mãos incríveis
tocar flauta no jardim.
Estou no começo do meu desespero
e só vejo dois caminhos:
ou viro doida ou santa.
Eu que rejeito e exprobro
o que não for natural como sangue e veias
descubro que estou chorando todo dia,
os cabelos entristecidos,
a pele assaltada de indecisão.
Quando ele vier, porque é certo que vem,
de que modo vou chegar ao balcão sem juventude?
A lua, os gerânios e ele serão os mesmos
— só a mulher entre as coisas envelhece.
De que modo vou abrir a janela, se não for doida?
Como a fecharei, se não for santa?

 (Adélia Prado – Poesia Reunida)

https://contobrasileiro.com.br/a-serenata-poema-de-adelia-prado/ 

https://www.colegio24horas.com.br/ogloboeducacao2006/abrirpdfae.asp?p=000LinguaPortuguesa&s=&a=ae0005_234d_20061019000000.pdf

 Entendendo o texto

01.  O texto cuida da relação amorosa, de uma perspectiva feminina. O eu lírico num momento presente, e considerando tão-somente o aspecto temporal, em que versos demonstra?

“Estou no começo do meu desespero
e só vejo dois caminhos:
ou viro doida ou santa.”

02. O eu lírico, se caracteriza como alguém “no começo do seu desespero” e fala da dificuldade de chegar ao balcão “sem juventude”, para viver a relação amorosa que antevê. Para caracterizar o seu processo de envelhecimento, utiliza-se o eu lírico do apelo à adjetivação metafórica, como acontece em “cabelos entristecidos”. Destaque do texto uma outra expressão em que se utiliza recurso literário da mesma natureza.

“A pele assaltada de indecisão”.

03. As palavras doida e santa situam-se em plano antitético, no texto. Presentes nos dois últimos versos, esclareça o sentido que se pode atribuir a esses dois vocábulos.

Santa – Mulher de grandes virtudes, de bondade invulgar.

Doida – Mulher insensata, sem juízo.

04. Que abordagem a representação feminina no poema nos retrata sobre a mulher daquela época?

Vivia sob os moldes e o sistema da sociedade patriarcal, a qual concebia o matrimônio como fator essencial e indispensável à vida das mulheres.

05. Nos primeiros versos:

“Uma noite de lua pálida e gerânios
ele viria com boca e mãos incríveis
tocar flauta no jardim.”, o que a mulher está pensando?

               Os primeiros versos do poema retratam o pensamento de uma mulher que aguarda por uma serenata em sua janela. O aguardo por essa serenata é bastante simbólico, é a própria espera de um namorado, o ato de cantar/tocar é um modo de chamar alguém à janela e a intenção desse chamamento não significa apenas que a mulher deve se debruçar na janela para ouvir o canto de seu enamorado, mas também significa o chamamento para um relacionamento, já que as serenatas eram feitas, geralmente, quando se tinha a pretensão de conquistar alguém.

 

domingo, 22 de maio de 2022

POEMA: AMOR - ADÉLIA PRADO - COM GABARITO

 Poema: Amor

           Adélia Prado

A formosura do teu rosto obriga-me
e não ouso em tua presença
ou à tua simples lembrança
recusar-me ao esmero de permanecer contemplável.
Quisera olhar fixamente a tua cara,
como fazem comigo soldados e choferes de ônibus.
Mas não tenho coragem,
olho só tua mão,
a unha polida olho, olho, olho e é quanto basta
pra alimentar fogo, mel e veneno deste amor incansável
que tudo rói e banha e torna apetecível:
caieiras, desembocaduras de esgotos,
ideia de morte, gripe, vestido, sapatos,
aquela tarde de sábado,
esta que morre agora antes da mesa pacífica:
ovos cozidos, tomates,
fome dos ângulos duros de tua cara de estátua.
Recolho tamancos, flauta, molho de flores, resinas,
rispidez de teu lábio que suporto com dor
e mais retábulos, faca, tudo serve e é estilete,
lâmina encostada em teu peito. Fala.
Fala sem orgulho ou medo
que à força de pensar em mim sonhou comigo
e passou um dia esquisito, o coração em sobressaltos à campainha da porta,
disposto à benignidade, ao ridículo, à doçura. Fala.
Nem é preciso que amor seja a palavra.
“Penso em você” – me diz e estancarei os féretros,
tão grande é minha paixão.

Adélia Prado, Terra de Santa Cruz. Rio de Janeiro: Record, 2006.

Fonte: Livro – Viva Português 1° – Ensino médio – Língua portuguesa – 2ª edição 1ª impressão – São Paulo – 2014. p. 227-8.

Entendendo o poema:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Apetecível: apetitoso, desejável.

·        Benignidade: qualidade do que ou de quem é benigno, bondoso.

·        Caieira: forno ou fogueira onde se cozem tijolos.

·        Estancar: fazer parar, deter.

·        Féretro: caixa longa de madeira em que se enterram os mortos.

·        Resina: substância viscosa e odorífera produzida por alguns vegetais.

·        Retábulo: estrutura de madeira ou outro material que fica por trás ou acima de um altar.

02 – Vamos fazer um levantamento de elementos do poema que podem ser percebidos na primeira leitura.

a)   O eu lírico é um homem ou uma mulher? O que lhe permitiu concluir isso?

É uma mulher; o trecho “Quisera olhar fixamente tua cara, / como fazem comigo soldados e choferes de ônibus” e a palavra vestido em “ideia de morte, Gripe, vestido, sapatos” permitem essa conclusão.

b)   A quem o eu lírico se dirige?

À pessoa amada.

c)   O que o eu lírico pede a essa pessoa?

Pede ao amado que diga que pensa nela.

03 – Releia os quatro primeiros versos do poema, pensando no sentido das palavras ousar, esmero e contemplável.

·        Ousar: arriscar-se, atrever-se.

·        Esmero: grande cuidado; apuro.

·        Contemplável: aquilo que se pode contemplar, olhar com admiração; admirável. 

      a)   No contexto do poema, o que é “permanecer contemplável”?

Seria “continuar digna de ser admirada, contemplada”.

b)   Complete no caderno: De maneira bem simplificada, podemos dizer que os quatro primeiros versos revelam que a mulher (o eu lírico) .........

        Se recusa a fazer-se bela para a pessoa amada.

·        Tem necessidade de permanecer bonita, admirável.

c)   Por que o eu lírico não ousa deixar de ser contemplável? Copie no caderno o trecho que confirma sua resposta.

Porque o amado é belo. “A formosura do teu rosto obriga-me [...]”.

04 – Releia o trecho que vai do quinto (Quisera olhar fixamente a tua cara) ao décimo sétimo verso (fome dos ângulos duros de tua cara de estátua). Destaque nesse trecho alguns versos que, em sua opinião, exprimem o amor de uma forma inusitada, surpreendente. Explique por que você os considera surpreendentes.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: “caieiras, desembocaduras de esgotos, / ideia de morte, gripe, vestido, sapatos,”. Ou, ainda, nos versos “[...] antes da mesa pacífica: / ovos cozidos, tomates, / fome dos ângulos duros de tua cara de estátua.”, em que há uma aproximação das ideias de fome e de desejo (amor), partindo de alimentos reais, prosaicos, “pouco poético”.

05 – Entre o décimo segundo e o décimo quinto versos estão enumeradas coisas que, para o eu lírico, o amor torna apetecíveis, desejáveis.

        Caieiras – vestido – desembocaduras de esgotos – sapatos – ideia de morte – aquela tarde de sábado – gripe – esta (tarde de sábado) que morre.

   a)   Todos esses elementos são normalmente considerados positivos, desejáveis?

Não. 

   b)   Sendo assim, ao dizer que o amor torna esses elementos apetecíveis, o que o eu lírico enfatiza?

Enfatiza a intensidade do amor que sente.

06 – Releia agora do décimo oitavo (“Recolho tamancos [...]”) ao vigésimo primeiro verso (“lâmina encostada em teu peito. Fala.”). Nesse trecho há outra enumeração: tamancos, flauta, molho de flores, resinas, rispidez, retábulos, faca, lâmina.

a)   Todos esses elementos são comuns em poemas de amor? Você espera ver tamancos e resinas, por exemplo, associados ao amor?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Essas associações são inusitadas, inesperadas.

b)   Em sua opinião, a enumeração que aparece nesses versos pode representar o uso de recursos diversos para obrigar a pessoa amada a falar aquilo que o eu lírico deseja ouvir? Se sua resposta for sim, comente um desses recursos.

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Nenhuma palavras, nesse caso, é empregada casualmente, aleatoriamente; o eu lírico sugere diversas formas de chamar a atenção da pessoa amada.

07 – Releia os versos a seguir e complete a frase no caderno.

        “‘Penso em você’ – me diz e estancarei os féretros, tão grande é a minha paixão.” No contexto do poema, “estancar os féretros” pode significar

a)   Enterrar-se, ou seja, desistir.

b)   Deter a morte, ou seja, fazer o impossível.

c)   Fazer o inevitável.

 

quarta-feira, 17 de junho de 2020

BIOGRAFIA: VIDA E OBRA DA MINEIRA ADÉLIA PRADO - ADÉLIA PRADO - COM GABARITO

Biografia: Vida e Obra da Mineira Adélia Prado

                                                            
Adélia Prado (1935) é uma escritora e poetisa brasileira. Recebeu da Câmara Brasileira do Livro, o Prêmio Jabuti de Literatura, com o livro "Coração Disparado", escrito em 1978. Mineira de Divinópolis, sua obra recria numa linguagem despojada e direta, a vida e as preocupações dos personagens do interior mineiro.

        Adélia Prado nasceu em Divinópolis, em Minas Gerais, no dia 13 de dezembro de 1935. Era filha de João do Prado Filho, ferroviário, e de Ana Clotilde Correa. Iniciou seus estudos no Grupo Escolar Padre Matias Lobato. Em 1950, após a morte de sua mãe, escreveu seus primeiros versos.

        Foi aluna do Ginásio Nossa Senhora do Sagrado Coração. Em 1951 ingressou na Escola Normal Mário Casassanta. Em 1953 formou-se professora. Em 1955 começou a lecionar no Ginásio Estadual Luiz de Melo Viana Sobrinho.

        Posteriormente, ingressou na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Divinópolis e em 1973 formou-se em Filosofia.

        Primeiras publicações

        Adélia Prado publicou seus primeiros poemas em jornais de Divinópolis e de Belo Horizonte. Em 1971 dividiu com Lázaro Barreto a autoria do livro "A Lapinha de Jesus".

        Sua estreia individual só veio em 1975, quando remeteu os originais de seus novos poemas para o crítico literário Affonso Romano de Sant’Anna, que entregou a Carlos Drummond de Andrade para sua apreciação.

        Impressionado com suas poesias, Drummond as envia para a Editora Imago. Nesse mesmo ano, os poemas de Adélia foram publicados no livro "Bagagem" (1975) que chama a atenção da crítica pela originalidade e pelo estilo.

        Em 1976 o livro é lançado no Rio de Janeiro, com a presença de importantes personalidades como Carlos Drummond de Andrade, Affonso Romano de Sant'Anna, Clarice Lispector, Juscelino Kubitschek entre outros.

        Em 1978, publica "O Coração Disparado", com o qual conquista o Prêmio Jabuti de Literatura, conferido pela Câmara Brasileira do Livro.

        Poesia e cultura

        Em 1979, depois de lecionar durante 24 anos, Adélia Prado abandona o Magistério e passa a se dedicar à carreira de escritora. Em seguida, publica as prosa: "Solte os Cachorros" (1979) e "Cacos Para Um Vitral" (1980).

        Em 1980, Adélia dirige o grupo teatral amador “Cara e Coragem” na montagem da peça “Auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna. Em 1981, dirige a peça “A Invasão”, de Dias Gomes, e volta à poesia com “A Terra de Santa Cruz”.

        Ainda em 1981 é apresentado, no Departamento de Literatura Comparada da Universidade de Princeton, o primeiro de uma série de estudos sobre a obra de Adélia Prado.

        Entre 1983 e 1988 exerce a função de Chefe da Divisão Cultural da Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Divinópolis. Em 1985, participa em Portugal, de um programa de intercâmbio cultural entre autores brasileiros e portugueses.

        Em 1988 apresenta-se em Nova York na Semana Brasileira de Poesia, promovida pelo Comitê Internacional pela Poesia. Em 1993 volta para Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Divinópolis.

        Em 1996 estreia no Teatro do SESI em Belo Horizonte, a peça "Duas Horas da Tarde no Brasil". Em 2000, em São Paulo, apresenta o monólogo "Dona de Casa". Em 2001, no SESI do Rio de Janeiro, apresenta um Sarau onde declama poesias do livro "Oráculos de Maio".

        Características da obra de Adélia Prado

        Com vocabulário simples e linguagem coloquial, Adélia produz poemas leves e marcantes.

        Sua poesia é conhecida por retratar o cotidiano sob o olhar “feminino” e não feminista e libertário. Sua poesia costuma colocar a perspectiva da mulher em seus poemas, destacando sempre o “feminino” em primeiro plano.

        A fé católica se faz presente nos poemas de Adélia, que costuma tratar de temas ligados a Deus, à família e principalmente à mulher.

                                                Adélia Prado.

Entendendo o texto:

01 – “Adélia Prado nasceu em Divinópolis, em Minas Gerais, no dia 13 de dezembro de 1935. Era filha de João do Prado Filho, ferroviário, e de Ana Clotilde Correa.”. A frase em destaque permite compreender que o pai de Adélia Prado trabalhava:

a)   Em uma empresa de táxis.

b)   Em uma empresa de trens de ferro.

c)   Em uma empresa de ônibus.

d)   Em uma empresa de ferro fundido.

02 – Qual o assunto principal do texto?

a)   O trabalho de Adélia Prado na Secretaria de Educação e Cultura de Divinópolis.

b)   O exercício do magistério realizado por Adélia durante 24 anos.

c)   A vida e obra da professora e escritora mineira Adélia Prado.

d)   O período que Adélia Prado passou sem escrever nem um verso.

03 – Quando criança, onde Adélia Prado residia com sua família?

a)   Na Rua Minas Gerais.

b)   Na Rua Divinópolis.

c)   Na Rua Ceará.

d)   Na Rua Rio de Janeiro.

04 – “Conta a autora que o livro foi iniciado em 1987, mas depois de concluir o primeiro capítulo, foi acometida de uma crise de depressão, que a bloquearia literariamente por longo tempo. Disse que vê “a aridez como uma experiência necessária” e que “essa temporada no deserto” lhe fez bem”. A expressão em destaque permite compreender que a mineira Adélia Prado:

a)   Passou um bom tempo se dedicando ao seu último livro lançado.

b)   Passou um bom tempo sem escrever nenhuma linha, nenhum verso.

c)   Passou um bom tempo trabalhando em um deserto.

d)   Passou um bom tempo trabalhando na Secretaria de Educação e Cultura.

05 – “Fernanda Montenegro estreia, no Teatro Delfim – Rio de Janeiro, em 1987, o espetáculo ‘Dona Doida’ – um interlúdio, baseado em textos de livros da autora” – Fernanda Montenegro é:

a)   Irmã de Adélia Prado e sua interprete no teatro.

b)   Uma atriz brasileira conhecida internacionalmente.

c)   Uma escritora brasileira conhecida internacionalmente.

d)   Nenhuma das alternativas anteriores.

06 – “Conta a autora que o livro foi iniciado em 1987, mas depois de concluir o primeiro capítulo, foi acometida de uma crise de depressão, que a bloquearia literariamente por longo tempo”. A palavra em destaque tem o mesmo sentido de:

a)   Pegar.

b)   Sentir.

c)   Comer.

d)   Adoecer.

07 – Destaque entre as alternativas abaixo a que demonstra uma opinião sobre Adélia:

a)   Apresentou-se, em 1988, em Nova York, na Semana Brasileira de Poesia.

b)   Foi casada com José Assunção de Freitas.

c)   É a melhor escritora já nascida em terras mineiras.

d)   É moradora da pequena Divinópolis, cidade com 200 mil habitantes.

08 – “O texto lido é.........., por isso............”. A alternativa que melhor completa a frase é:

a)   Um conto / relata uma história fantasiosa.

b)   Uma biografia / relata fatos da vida de alguém.

c)   Uma crônica / relata fatos cotidiano.

d)   Uma reportagem / relata fatos reais.

09 – Qual a função do texto lido?

a)   Criar no leitor a necessidade de adquirir um produto.

b)   Contar a vida de uma determinada pessoa.

c)   Entreter e divertir o leitor.

d)   Informar sobre os pratos oferecidos e seus respectivos valores.

10 – “Participa, em 1985, em Portugal, de um programa de intercâmbio cultural entre autores brasileiros e portugueses, e em Havana, Cuba, do II Encontro de Intelectuais pela Soberania dos Povos de Nossa América”. As expressões destacadas dão ideia, respectivamente, de:

a)   Tempo / modo / tempo.

b)   Tempo / lugar / modo.

c)   Tempo / modo / lugar.

d)   Tempo / lugar / lugar.