O poder transformador da empatia nas relações humanas
Ao tentar se colocar no lugar do outro no trabalho, temos muito a ganhar expandindo nossa capacidade de compreensão“A
empatia é a arte de se colocar no lugar do outro por meio da imaginação,
compreendendo seus sentimentos e perspectivas e usando essa compreensão para
guiar as próprias ações.” Segundo John Donne, nenhum homem é uma ilha, sendo
cada indivíduo um pedaço do continente, uma parte do todo.
Durante
muito tempo pensou-se que a empatia fosse uma capacidade exclusivamente humana.
Hoje, sabemos que diversas espécies animais são capazes de sentir empatia e
coordenar impulsos “levando em consideração” o outro. Assim, nossa capacidade
de sentir empatia está ligada à herança genética, que é uma consequência
evolucionista.
Segundo o
autor (KRZNARIC, p. 28) do livro “O Poder da Empatia – A arte de se colocar no
lugar do outro para transformar o mundo”, a empatia é o antídoto para o
individualismo absorto em si mesmo, que herdamos do século passado. A
necessidade de desenvolver empatia está no cerne do esforço de encontrarmos
soluções para problemas mundiais como violência étnica, intolerância religiosa,
pobreza extrema, fome, abusos dos direitos humanos, aquecimento global. O autor
denomina esta capacidade como uma espécie de pílula da paz.
Historicamente,
conseguimos enxergar alguns “impedimentos” que nos colocamos para usarmos
intensamente a empatia: Preconceito, autoridade, distância e negação. O
preconceito é como uma venda em nossos olhos, é um julgamento feito em um
momento considerando informações superficiais, sem comprovação; é um
estereótipo do qual devemos fugir. Ao exercer enorme influências sobre os indivíduos,
a autoridade foi utilizada como desculpa para cumprir tarefas execráveis.
Também, não só a distância física, mas a temporal e, principalmente, a social,
nos induzem a ser menos empáticos. E ainda, após sermos bombardeados com
imagens de problemas sociais em diversas partes do mundo, com o tempo vamos nos
tornando insensíveis a elas, “negando’’ sua existência.
O uso de
nosso eu empático pode também estar intrinsecamente ligado à resolução de
questões do nosso dia a dia. Ao tentar se colocar no lugar do outro no ambiente
de trabalho, temos muito a ganhar expandindo nossa capacidade de compreensão
dos problemas que nos rodeiam. Este exercício nos proporciona experimentar
outras visões diferentes das nossas e observar aspectos antes ignorados por nós,
pela simples constatação que enxergamos tudo a nossa volta considerando nossas
próprias experiências pregressas. Essas mesmas experiências nos moldam ao longo
do tempo, desenvolvendo, mesmo que inconscientemente, o poder da empatia.
A
habilidade de aceitar e conviver bem com a diversidade nos torna mais empáticos
e tolerantes. É o que vai nos permitir entrar numa sala de reuniões de uma
organização transnacional para uma apresentação a ser feita e transmitir a
mensagem que queremos de forma adequada para cada membro da plateia.
Outro
aspecto muito importante que a empatia contribui é para a liderança. Nos dias
de hoje, e com o modelo dinâmico de organizações que vivemos, não cabe mais o
líder autocrático, altamente técnico, mas que não consegue se comunicar bem com
seus liderados. É um exercício diário observar os colegas, subordinados e
superiores e desenvolver a habilidade de ser empático com cada um deles.
Isso
significa compreender as demandas individuais e atendê-las de forma abrangente.
Um subordinado demanda orientações para o desenvolvimento da tarefa de forma a
contribuir com a meta do grupo em que está inserido. Um superior demanda
informações já tratadas para o processo decisório. Mesmo tratando de um assunto
comum, as abordagens são completamente diversas e cabe ao líder compreender
essa diferença. Para isso, vai usar muito de sua capacidade de ser empático com
ambos.
Ser
empático não se restringe às pessoas que conhecemos, mas principalmente com os
desconhecidos ou mesmo com personalidades antagônicas. Este é um grande esforço
que demanda sensibilidade, inteligência emocional e vontade, para se colocar no
lugar do outro e experimentar uma nova perspectiva. Esta é uma habilidade que
pode ser aprendida, mas que precisa ser diariamente cultivada.
As
organizações têm muito a ganhar desenvolvendo a empatia em seus colaboradores,
que naturalmente passam a trabalhar mais alinhados com seus líderes, uma vez
que se sentem compreendidos. Isso gera coesão na equipe, e é um diferencial de
mercado, que impacta na rentabilidade, gerando mais resultados.
Precisamos
reconhecer a empatia como uma força capaz de promover mudanças nos diversos
meios onde atuemos. Podemos fazer esse exercício diariamente, em nossas
famílias e em nosso ambiente de trabalho, melhorando nossas relações
interpessoais.
Fazer
esforço consciente para se colocar no lugar de outra pessoa – inclusive no de
nossos inimigos – para rasgar rótulos, reconhecer sua humanidade,
individualidade e perspectivas: eis um dos grandes diferenciais daqueles que se
esforçam para se destacarem em liderança.
*
Este artigo é de autoria de Alzira Azeredo (diretora Financeira e de Recursos
Humanos da Abramundo) e não representa necessariamente a opinião da revista.
1) Qual é o assunto tratado?
Que não estamos sozinhos, não existe apenas um jeito de pensar ou de viver. Fazemos parte de um todo. Todos estamos juntos, portanto, cada atitude nossa gera impactos no todo. Pensar no outro é pensar também sobre um bem-estar coletivo.
2) O que o autor defende nesse texto?
Todas as pessoas tem um histórico de vida, experiências e opiniões.
É preciso saber ouvir o outro. Cada um tem sua verdade. Por isso é importante
aprender a se colocar no lugar do outro. E aprender a conviver com as
diferenças.
“ A empatia é a arte de se colocar no lugar do outro por meio da
imaginação, compreendendo seus sentimentos e perspectivas e usando essa
compreensão para guiar as próprias ações.”
“Fazer esforço consciente para se colocar no lugar de outra pessoa – inclusive no de nossos inimigos – para rasgar rótulos, reconhecer sua humanidade e perspectivas: eis um dos grandes diferenciais daqueles que se esforçam para se destacarem em liderança. “
4) Relate uma situação
vivida por você, onde houve o uso da empatia por você ou por outra pessoa.
Resposta pessoal.
5)Qual
a importância desse sentimento nas relações entre as pessoas?
Todas as pessoas tem um histórico de vida, experiências e opiniões. É preciso saber ouvir o outro. Cada um tem sua verdade. Por isso é importante aprender a se colocar no lugar do outro. E aprender a conviver com as diferenças.
6)O
que o autor quis dizer com a expressão “nenhum homem é uma ilha, sendo cada
indivíduo um pedaço do continente, uma parte do todo”?
Que não
estamos sozinhos, não existe apenas um jeito de pensar ou de viver. Fazemos
parte de um todo. Todos estamos juntos, portanto, cada atitude nossa gera
impactos no todo. Pensar no outro é pensar também sobre um bem-estar coletivo.
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