TEXTO: A CARREGADORA DE PEDRAS
Sônia Biondo
Desde que conquistou o direito à jornada dupla de trabalho, a chamada mulher
moderna ainda parece estar longe de conseguir desfazer o mal-entendido que
provocou a briga pela igualdade profissional com os homens. Não era bem isso o
que desejava. Mas, no afã de se liberar de outras opressões, ela acabou
partindo para o mercado de trabalho como se ele fosse a solução de todos os
problemas financeiros, conjugais, maternais e muitos outros “ais”. E pagou o
preço da precipitação, claro.
Agora não adianta chorar sobre o leite derramado
– até porque a maior parte das vezes continua sendo ela que vai limpar, ah, ah!
Falando sério, todas nós sabemos que há muito a fazer para promover alguns
ajustes e atualizações nessa relação de direitos e deveres de homens e mulheres.
Como falar sobre isso ajuda, vamos lá.
Em primeiro lugar, a questão do tempo livre. Que não existe, de fato. Aquele
ditado “descansa carregando pedras” foi feito para ela. Trabalhando fora ou
dentro de casa, a mulher dificilmente se livra da carga das tarefas domésticas,
mesmo que não se envolva pessoalmente. Costuma ser dela a responsabilidade pela
arregimentação das empregadas, faxineiras, babás, jardineiros, lavadeiras,
passadeiras, prestadores de serviço em geral, sem falar no abastecimento da casa.
(...)
Depois, com o desaparecimento gradual da parceria patroa/empregada doméstica,
homens e mulheres terão, mais cedo do que se pensam, que lidar com a
administração do caos doméstico. Sem privilégios. E a primeira providência para
esse futuro cor-de-rosa começa com a educação progressista dos filhos, os novos
maridos e esposas que contarão com uma boa ajuda de um arsenal de maravilhas
eletrônicas – entre elas, a de empregada-robô. Que não enguiça. Porque, se
enguiçar, já sabem quem vai mandar consertar. Ou não?
a) a conquista da dupla
jornada de trabalho das mulheres.
b) o desaparecimento gradual
da parceria patroa/empregada.
c) a sobrecarga de trabalho da mulher moderna.
d) a briga da mulher moderna
pela igualdade profissional.
2)
A partir da
leitura do texto podemos afirmar que a chamada mulher moderna
a) apesar de conquistar a igualdade profissional não
solucionou seus problemas.
b) conquistou igualdade
profissional com os homens e se livrou das tarefas domésticas.
c) descansa nos horários de
folga, e se livra do doce organograma do lar.
d) partiu para o mercado de
trabalho para resolver todos os seus problemas.
3)
No texto, a
expressão “...não adianta chorar sobre o
leite derramado” tem o sentido de
a) se o leite, literalmente,
for derramado às mulheres que irão limpar.
b) que o direito de igualdade
foi adquirido, porém foi mal-entendido.
c) que as mulheres podem
reclamar o cumprimento dos seus direitos adquiridos.
d) que a solicitação feita pelas mulheres foi
atendida e não há como mudá-la.
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