sexta-feira, 11 de setembro de 2020

CRÔNICA: QUERO VOLTAR A CONFIAR! ARNALDO JABOR - COM GABARITO

 Crônica: QUERO VOLTAR A CONFIAR! 

              Arnaldo Jabor

        Fui criado com princípios morais comuns: Quando eu era pequeno, mães, pais, professores, avós, tios, vizinhos, eram autoridades dignas de respeito e consideração. Quanto mais próximos ou mais velhos, mais afeto. Inimaginável responder de forma mal educada aos mais velhos, professores ou autoridades…

        Confiávamos nos adultos porque todos eram pais, mães ou familiares das crianças da nossa rua, do bairro, ou da cidade… Tínhamos medo apenas do escuro, dos sapos, dos filmes de terror…  Hoje me deu uma tristeza infinita por tudo aquilo que perdemos. Por tudo o que meus netos um dia enfrentarão. Pelo medo no olhar das crianças, dos jovens, dos velhos e dos adultos. Direitos humanos para criminosos, deveres ilimitados para cidadãos honestos. Não levar vantagem em tudo significa ser idiota.

     Pagar dívidas em dia é ser tonto… Anistia para corruptos e sonegadores…  O que aconteceu conosco? Professores maltratados nas salas de aula, comerciantes ameaçados por traficantes, grades em nossas janelas e portas. Que valores são esses? Automóveis que valem mais que abraços, filhas querendo uma cirurgia como presente por passar de ano.    Celulares nas mochilas de crianças. O que vais querer em troca de um abraço? A diversão vale mais que um diploma. Uma tela gigante vale mais que uma boa conversa. Mais vale uma maquiagem que um sorvete. Mais vale parecer do que ser… Quando foi que tudo desapareceu ou se tornou ridículo? Quero arrancar as grades da minha janela para poder tocar as flores! Quero me sentar na varanda e dormir com a porta aberta nas noites de verão! Quero a honestidade como motivo de orgulho. Quero a vergonha na cara e a solidariedade. Quero a retidão de caráter, a cara limpa e o olhar olho-no-olho. Quero a esperança, a alegria, a confiança!   Quero calar a boca de quem diz: “temos que estar ao nível de…”, ao falar de uma pessoa. Abaixo o “TER”, viva o “SER”. E viva o retorno da verdadeira vida, simples como a chuva, limpa como um céu de primavera, leve como a brisa da manhã! E definitivamente bela, como cada amanhecer. Quero ter de volta o meu mundo simples e comum. Onde existam amor, solidariedade e fraternidade como bases.

     Vamos voltar a ser “gente”. Construir um mundo melhor, mais justo, mais humano, onde as pessoas respeitem as pessoas. Utopia? Quem sabe?... Precisamos tentar… Quem sabe comecemos a caminhar transmitindo essa mensagem… Nossos filhos merecem e nossos netos certamente nos agradecerão!

Entendendo a crônica:

01 – Qual o assunto do texto?

      O autor aborda como tema a falta de segurança no Brasil de hoje.

02 – De acordo com o autor quais são os princípios morais comuns?

      Os princípios morais comuns a que se refere o autor no primeiro parágrafo do texto é o respeito e a imagem ilibada que os mais novos tinham dos mais velhos.

03 – O autor começa o texto expondo uma realidade antiga. Que palavras no primeiro parágrafo podem expressar tempo?

      Expressam tempo no primeiro parágrafo os verbos “era” e “eram” e a conjunção “quando”.

04 – Percebemos uma enorme preocupação do autor com o futuro. Em sua opinião, o que as futuras gerações podem enfrentar?

      As futuras gerações podem encontrar uma sociedade ainda mais polarizada entre cidadãos acuados lançando mão de cada vez mais artifícios materiais (grades, cercas, carros blindados, coletes, alarmes) para se sentirem seguros e criminosos cada vez mais bem equipados para comprometer a ordem social.

05 – Ao utilizar a expressão “olhar olho-no-olho” o autor sugere quais valores que estão sendo deixados de lado?

      A confiança, como diz o título da crônica.

06 – O autor faz a seguinte indagação: “Quando foi que tudo desapareceu ou se tornou ridículo?” Como você interpreta essa pergunta?

      Resposta pessoal do aluno.

07 – “... Construir um mundo melhor, mais justo, mais humano, onde as pessoas respeitem as pessoas”. Diante desse trecho a que se refere o autor?

      Quero uma sociedade inclusiva, equalitária e livre de preconceitos, para que possam ser resolvidos os problemas consequentes da divergência de etnias, gêneros, etc. enraizados na cultura brasileira.

08 – No quarto parágrafo, o autor apresenta diversos “quereres” que se fossem realizados, mudariam o mundo. Faça você também a sua lista de desejos para mudar nossa realidade.

      Resposta pessoal do aluno.

09 – Na frase: “Tínhamos medo apenas medo do escuro...” a palavra sublinhada pode ser substituída, sem alteração de sentido, por:

a)   Pelo menos.

b)   Somente.

c)   Também.

d)   Ainda.

10 – O autor ao se referir à verdadeira vida, utiliza quatro frases com a mesma estrutura. “Simples como a chuva”, a palavra em destaque aparece em todas as frases e introduz uma:

a)   Explicação.

b)   Sugestão.

c)   Comparação.

d)   Igualdade.

 

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