sábado, 19 de setembro de 2020

CRÔNICA: O CAMELO EXTRAVIADO - MARK TWAIN - COM GABARITO

 Crônica: O camelo extraviado

                             Mark Twain

   Um condutor de camelos perdeu o seu camelo e, encontrando um homem, perguntou-lhe: 

  -- Por acaso, o senhor não encontrou um camelo extraviado?

    O homem respondeu:

    -- Não é um camelo cego do olho esquerdo?

   -- Sim. 

        -- Que perdeu um dente de cima?

        -- Sim. 

        -- Que mancava da perna esquerda traseira?

        -- Sim! 

        -- Que carregava milho de um lado e mel do outro?

        -- Sim! O senhor não precisa apresentar mais detalhes. É exatamente o camelo que procuro. Estou com pressa. Onde o senhor o viu?

        -- Eu não vi camelo nenhum, respondeu o homem. 

        -- O senhor não viu? E como pôde descrevê-lo tão detalhadamente?

        -- Porque sei me servir dos olhos para observar as coisas. A maioria das pessoas tem olhos que não lhes servem de nada. Eu sabia que um camelo havia passado porque vi rastros. Sabia que mancava da pata esquerda traseira pelas marcas diferentes deixadas no chão do lado esquerdo. Sabia que era cego de um olho, porque só pastou o capim do lado direito do caminho. Sabia que perdeu um dente de cima porque deixou falhas nas raízes que mordeu. Notei que aves comiam os grãos de milho que foram caindo do lado esquerdo. Sei que o mel escorreu do lado direito porque observei muitas moscas juntas desse lado. Sei tudo sobre o seu camelo, mas não o vi. 

Mark Twain. Fonte: Língua Portuguesa. Entre palavras – Edição renovada. Mauro Ferreira. 5ª série. Ed. FTD – São Paulo – 1ª edição – 2002. P. 10-1.

Entendendo a crônica:

01 – O texto que você leu é um diálogo.

a)   Qual é o assunto do diálogo?

O assunto é um camelo que desapareceu.

b)   Quem está dialogando?

O diálogo ocorre entre dois homens; um deles é o dono do camelo.

02 – Você acha que as pessoas que conversam no texto se conhecem ou são estranhas uma para a outra? Justifique sua resposta.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: São estranhas, pela maneira respeitosa que o trata “senhor”.

03 – O homem não viu o camelo, mas conseguiu descrevê-lo. Como ele concluiu que:

a)   O camelo era cego de um olho?

Porque o animal só pastou o capim de um dos lados da estrada.

b)   O animal havia perdido um dente?

Porque ficaram falhas nas raízes que ele mordeu.

c)   O animal mancava de uma perna?

Porque algumas marcas deixadas no chão eram diferentes das outras.

04 – Como o homem concluiu que, de um lado, o camelo carregava milho e, de outro, levava mel?

      Ele notou que as aves estavam comendo os grãos caídos em um dos lados da estrada e que havia moscas reunidas sobre o mel derramado no outro lado.

05 – Na sua opinião, o homem que indicou as caracterís­ticas do camelo é um bom observador? Justifique sua opinião.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Sim, porque ele soube identificar os sinais que este havia deixado por onde passara.

06 – O que o homem que descreveu o camelo quis dizer com a frase "A maioria das pessoas tem olhos que não lhes servem de nada"?

      Ele deu a entender que muitas pessoas, apesar de enxergarem bem, não aproveitam essa capacidade, pois não prestam atenção àquilo que podem ver, ou seja, não observam atentamente as coisas.

07 – O fato narrado no texto, se realmente tivesse acontecido, poderia ter se passado no Brasil? Por quê?

      Não. Porque no Brasil, a não ser no zoológico, não há camelos. Mesmo que tivesse fugido, não seria um animal de carga.

08 – O autor do texto, ao criar essa história, não quis ape­nas contar um fato a respeito de um camelo. Na verdade, ele inventou esse acontecimento para trans­mitir aos leitores uma mensagem. Explique, com suas palavras, que mensagem seria essa.

      Resposta pessoal do aluno.

 



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