sexta-feira, 18 de setembro de 2020

ARTIGO: OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA: INIMIGA OU PARCEIRA DO CONSUMIDOR? RAMALHO, N. - COM GABARITO

             Artigo: Obsolescência programada: inimiga ou parceira do consumidor?

         Obsolescência programada é exercida quando um produto tem vida útil menor do que a tecnologia permitiria, motivando a compra de um novo modelo — eletrônicos, eletrodomésticos e automóveis são exemplos evidentes dessa prática. Uma câmera com uma resolução melhor pode motivar a compra de um novo celular, ainda que o modelo anterior funcione perfeitamente bem. Essa estratégia da indústria pode ser vista como inimiga do consumidor, uma vez que o incentiva a adquirir mais produtos sem realmente necessitar deles. No entanto, traz benefícios, como o acesso às novidades.

          Planejar inovação é extremamente importante para melhoria e aumento da capacidade técnica de um produto num mercado altamente competitivo. Já imaginou se um carro de hoje fosse igual a um carro dos anos 1970? O desafio é buscar um equilíbrio entre a inovação e a durabilidade. Do ponto de vista técnico, quando as empresas planejam um produto, já tem equipes trabalhando na sucessão dele, pois se trata de uma necessidade de sobrevivência no mercado.

         Sintomas de obsolescência são facilmente percebidos quando um novo produto oferece características que os anteriores não tinham, como o uso de reconhecimento facial; ou a queda de desempenho do produto com relação ao atual padrão de mercado, como um smartphone que não roda bem os aplicativos atualizados. Outro sinal é detectado quando não é possível repor acessórios, como carregadores compatíveis, ou mesmo novos padrões, como tipo de bateria, conector de carregamento ou tipos de cartão de um celular, por exemplo.

         Isso não significa que o consumidor está refém de trocas constantes de equipamento: é possível adiar a substituição de um produto, por meio de upgrades de hardware, como inclusão de mais memória, baterias e acessórios de expansão, pelo menos até o momento em que essa troca não compense financeiramente. Quanto à legalidade, o que se deve garantir é que os produtos mais modernos mantenham a compatibilidade com os anteriores, a fim de que o antigo usuário não seja forçado constantemente à compra de um produto mais novo se não quiser. É importante diferenciá-la da obsolescência perceptiva, que ocorre quando atualizações cosméticas, como um novo design, fazem o produto parecer sem condições de uso, quando não está.

         É preciso lembrar também que a obsolescência programada se dá de forma diferente em cada tipo de equipamento. Um controle eletrônico de portão tem uma única função e pode ser usado por anos e anos sem alterações ou troca. Já um celular tem maior taxa de obsolescência e pode ter de ser substituído em um ano ou dois, dependendo das necessidades do usuário, que pode desejar fotos de maior resolução ou tela mais brilhante.

         Essa estratégia traz desafios, como geração do lixo eletrônico. Ao mesmo tempo, a obsolescência deve ser combatida na restrição que possa causar ao usuário, como, por exemplo, uma empresa não mais disponibilizar determinada função que era disponível pelo simples upgrade do sistema operacional, forçando a compra de um aparelho novo. O saldo geral é que as atualizações trazidas pela obsolescência programada trazem benefícios à sociedade, como itens de segurança mais eficientes em carros e conectabilidade imediata e de alta qualidade entre pessoas. É por conta disso que membros de uma mesma família que moram em países diferentes podem conversar diariamente, com um custo relativamente baixo, por voz ou vídeo. Além disso, funcionários podem trabalhar remotamente, com mais qualidade de vida, com ajuda de dispositivos móveis.

 RAMALHO, N. Obsolescência programada: inimiga ou parceira do consumidor? Disponível em: . Acesso em: 23 jul. 2019. Adaptado.

 ENTENDENDO O ARTIGO

1) Considere a oração em destaque no seguinte trecho do Texto: “Obsolescência programada é exercida quando um produto tem vida útil menor do que a tecnologia permitiria, motivando a compra de um novo modelo”. A reescrita que mantém o mesmo valor semântico dessa oração é:

(A) à medida que motive a compra de um novo modelo.

(B) a menos que motive a compra de um novo modelo.

(C) ainda que motive a compra de um novo modelo.

(D) para que motive a compra de um novo modelo.

(E) embora motive a compra de um novo modelo.


2) No Texto, no período “Essa estratégia da indústria pode ser vista como inimiga do consumidor, uma vez que o incentiva a adquirir mais produtos sem realmente necessitar deles.”, o conector uma vez que poderia ser substituído, sem alteração do sentido, por

(A) conforme

(B) quando

(C) como

(D) pois

(E) se

 

3) A frase em que a vírgula está empregada adequadamente é:

(A) A tela do computador, é a janela que descortina o mundo.

(B) O investimento deve ser feito na área que, pode salvar vidas.

(C) A vaga é para programador, que tem salário acima da média.

(D) Concluíram, que não há mais como parar o avanço tecnológico.

(E) É muito importante, que os investimentos na área tecnológica continuem.


4) O Texto, que aborda a obsolescência programada, busca

(A) condenar a produção excessiva de lixo eletrônico.

(B) denunciar o preço exorbitante das mercadorias modernas.

(C) alertar sobre o consumo desenfreado de novas tecnologias.

(D) destacar a queda vertiginosa na qualidade dos itens à venda.

(E) analisar a suplantação dos produtos disponibilizados ao consumidor.


5) No Texto, a tese defendida pelo autor pode ser resumida no seguinte trecho:

(A) “Obsolescência programada: inimiga ou parceira do consumidor?” (título).

(B) “Essa estratégia da indústria pode ser vista como inimiga do consumidor”.

(C) “Planejar inovação é extremamente importante para melhoria e aumento da capacidade técnica de um produto”.

(D) “Isso não significa que o consumidor está refém de trocas constantes de equipamento”.

(E) “O saldo geral é que as atualizações trazidas pela obsolescência programada trazem benefícios à sociedade”.


6)  O fragmento do Texto que comprova a estratégia argumentativa usada pelo autor para aproximar-se do leitor, buscando persuadi-lo, é:

(A) “Uma câmera com uma resolução melhor pode motivar a compra de um novo celular”.

(B) “Já imaginou se um carro de hoje fosse igual a um carro dos anos 1970?”  

(C) “Outro sinal é detectado quando não é possível repor acessórios como carregadores compatíveis”.

(D) “É preciso lembrar também que a obsolescência programada se dá de forma diferente em cada tipo de equipamento.”

(E) “É por conta disso que membros de uma mesma família que moram em países diferentes podem conversar diariamente”.

 

7) No Texto, em “Isso não significa que o consumidor está refém de trocas constantes de equipamento: é possível adiar a substituição de um produto”, a oração depois dos dois pontos acrescenta, ao trecho anterior, uma ideia de

(A) modo

(B) concessão

(C) explicação

(D) comparação

(E) consequência


 8) No Texto, em “Já um celular tem maior taxa de obsolescência e pode ter de ser substituído em um ano ou dois”, a palavra Já apresenta o sentido de

(A) tempo

(B) exclusão

(C) oposição

(D) intensidade

(E) conformidade


9)  Nas seguintes passagens do Texto, a oração que apresenta estrutura de sujeito indeterminado é:

(A) “No entanto, traz benefícios, como o acesso às novidades.”

(B) “se trata de uma necessidade de sobrevivência no mercado.”

(C) “se não quiser.”

(D) “a obsolescência programada se dá de forma diferente”

(E) “que pode desejar fotos de maior resolução ou tela mais brilhante.”


10) De acordo com o Texto, obsolescência perceptiva é aquela que é caracterizada pelo(a)

(A) aumento da vida útil dos produtos eletrônicos

(B) ampliação da capacidade técnica dos produtos

(C) necessidade de compra de produto recém-lançado

(D) renovação do modelo estético dos produtos

(E) queda de desempenho do produto antigo

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