quarta-feira, 16 de setembro de 2020

CRÔNICA: ALEGRIA! U.G.OLIVEIRA - COM GABARITO

 Crônica: Alegria!  

  U. G. Oliveira

        Alegria é coisa séria. Por isso não ria quando a gente diz que a alegria não traz felicidade. Às vezes um favelado vê que nasceu uma flor de beldroega entre as touceiras de capim gordura do fundo do seu barracão e sorri, desdentado e feliz. Já o rico rilha os dentes por não ter Mercedes à pronta entrega na cor de sua preferência – mas, como também é humano, é capaz de se afogar em risos à beira da piscina do country, ao saber da desgraceira de seu concorrente.

        Nessa vida há muitas alegrias. Tem alegria que é brisa leve refrescando a boa alma. Outra, ruidosa e fervente, nos arreganha os dentes sem pedir licença. Há a alegria secreta de fazer o bem. Há a alegria bruta de levar vantagem em tudo. Alegria de suplente é o sumiço do titular. No Brasil, a alegria é tão compulsória que criaram até uma bateria de feriados para que o carnaval nos bombardeie completamente de felicidade.

        O som ambiente da rádio e da TV é tão euforicamente alegre que chega a deprimir.

        Nossa imagem também é toda sorrisos: rimos diante da piada sem graça do chefe e prendemos a gargalhada diante das hilárias anedotas de velório. O Brasil, em seu transe permanente, parece uma Paris eternamente festejando a saída dos nazistas. Ingênua alegria que nos salva e redime, estupidamente entusiasmados. Agora, sim pode chorar de rir.

                   OLIVEIRA, U.G; WOJCIECHOWSKI, A. T., PRADO, R. Alegria. Gazeta do Povo, Curitiba, 25 jan.1999. Caderno G.

      Fonte: Língua Portuguesa. Linguagens no Século XXI. 5ª série. Heloísa Harue Takazaki. Ed. IBEP. 1ª edição, 2002. p. 98 e 101.

Entendendo a crônica:

01 – Para você. Alegria é o mesmo que felicidade?

      Resposta pessoal do aluno.

02 – Alegria não traz felicidade. Essa frase lembra um provérbio popular muito conhecido. Que provérbio é esse?

      Dinheiro não traz felicidade.

03 – Em que momento do texto argumenta-se que a alegria não depende de bens materiais?

      “Às vezes um favelado vê que nasceu uma flor de beldroega entre as touceiras de capim gordura do fundo do seu barracão e sorri, desdentado e feliz.”

04 – A hipocrisia e a falsidade também podem estar por trás dos sorrisos? Explique.

      Resposta pessoal do aluno.

05 – Por que a euforia demasiada do rádio e da TV pode deprimir?

      Resposta pessoal do aluno.

06 – A alegria também pode estar relacionada a sentimentos nem um pouco nobres? De que forma?

      Resposta pessoal do aluno.

07 – A alegria do povo brasileiro é ingênua e estúpida como afirma a parte final do texto? Explique.

      Resposta pessoal do aluno.

08 – Qual é o assunto dessa crônica?

      Os contadores de piadas em geral.

09 – Quais as características de um bom contador de piadas, segundo o cronista?

      Segundo o cronista, precisa perceber o momento exato, o tom certo e o local adequado para contar a piada.

10 – Que adjetivos o cronista usou para caracterizar os diferentes contadores de piadas? Escreva em seu caderno por que Mário Prata se refere a eles assim.

·        Chato: porque vai contar a piada e ri antes.

·        Desagradável: porque começa a contar uma piada que já se conhece.

·        Compulsivo: porque quando um acaba a piada, vai logo contando outra.

·        Pretensioso: porque pergunta “entendeu?” no final da piada.

 

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