sexta-feira, 11 de setembro de 2020

TEXTO: COM SETE NOTAS APENAS... HILDEGARD FEIST - COM GABARITO

Texto: Com sete notas apenas...

           Hildegard Feist

        Você já reparou que criança adora fazer barulho? Mas às vezes não é só barulho que criança faz. Preste atenção num bebezinho, por exemplo, que nem sabe falar. Pois ele já fica lá no berço repetindo dá-dá-dá ou mã-mã-mã, e de repente você percebe que aquela cantilena até que tem uma certa melodia. O nenê está cantando! E, quando começa a bater palminhas ou a sacudir aqueles chocalhos, mostra que também tem ritmo.

        Com ritmo e melodia ele está fazendo música – bem primitiva, é verdade, mas não deixa de ser música.

        Essa é uma das razões pelas quais muita gente acredita que a música é a arte mais antiga do mundo. Se o bebê faz música naturalmente, por que nosso antepassado da caverna, que sob certos aspectos era um nenezão crescido, não haveria de fazer?

        Os arqueólogos, aqueles profissionais que escavam a terra procurando restos de um passado distante, encontraram uns pedaços de ossos meio esquisitos que bem podem ter sido os primeiros instrumentos musicais da humanidade.

        Mas isso é só uma hipótese. O que sabemos com certeza é que há mais de três mil anos já se fazia música no Egito dos faraós. E sabemos disso porque várias pinturas do Egito antigo mostram pessoas tocando tambor, flauta, harpa e outros instrumentos.

        A música também esteve presente na Grécia antiga, muitos séculos antes de Cristo. Os gregos daquela época remota adoravam fazer vasos pintados, dos quais uma grande quantidade chegou intacta até nossa época e hoje se encontra em vários museus do mundo. Pois muitos desses vasos mostram figuras de homens e mulheres tocando lira, flauta, pandeiro...

        [...]

          O problema da notação

        No teatro grego a música também estava sempre presente, cantada e tocada. Mas o sistema de notação musical – em outras palavras, o modo de registrar a melodia – era muito complicado: os gregos usavam letras de seu alfabeto para representar o tom e a duração dos sons, bem como as pausas da melodia.

        Ao longo dos séculos os músicos tentaram criar um sistema de notação mais simples e funcional, porém em geral só contribuíram para complicar ainda mais a situação.

        Até que no século XI o monge Guido d’Arezzo (c.997 – c. 1050) conseguiu acabar com a confusão. Organizou os sistemas de notação musical existentes e deu nome para as notas: ut, ré, mi, fá, sol, lá si. Depois esse “ut” virou “dó”; as outras notas mantiveram os mesmos nomes.

        Também se pode chamar as notas por letras, começando pelo “lá”, que nesse esquema vira “A”. Nas músicas para violão, por exemplo, você encontra a marcação A, B, C, D, E, F, G, correspondente a lá, si, dó, ré, mi, fá, sol.

        Existem apenas sete notas musicais, como você percebeu, mas com elas se fez e se faz muita coisa.

        [...]

          Vozes e instrumentos

        A música pode ser vocal ou instrumental. Pelos nomes você já percebeu que o vocal é executada com a voz e a instrumental com instrumento. Nos dois casos podemos ouvir uma única pessoa, um pequeno conjunto ou um grupo grande.

        No caso de música vocal, quando só uma pessoa ou um pequeno conjunto se apresenta, quase sempre é com o acompanhamento de um ou mais instrumentistas. Quando um grupo grande de cantores – um coral – se apresenta, pode ou não haver acompanhamento instrumental. Já um instrumentista, tocando sozinho, num pequeno conjunto ou num grupo grande de músicos, não precisa necessariamente de elementos vocais.

          Os componentes da orquestra

        Um grupo grande de músicos – mais de cinquenta, digamos – forma a orquestra. Na frente da orquestra fica um pequeno estrado, chamado pódio, onde se posiciona o maestro ou regente, que é a pessoa encarregada de dirigir os músicos, ou seja, de determinar como eles devem tocar: mais depressa, mais devagar, mais forte, mais suave e assim por diante. Para sinalizar as diferentes maneiras de tocar, o maestro geralmente usa uma vareta fina, de uns cinquenta centímetros de comprimento, chamada batuta; mas também pode usar apenas as mãos.

        Tradicionalmente a orquestra se compõe de três tipos de instrumentos: de corda, sopro e percussão. Existem outros critérios para classifica-los, porém esse é o mais comum.

        Os instrumentos de corda são tocados com arco ou com os dedos. Vamos ver primeiro os que são tocados com arco. São quatro: violino, viola (que não tem nada a ver com a viola usada na música sertaneja), violoncelo e contrabaixo. Todos eles se parecem muito: olhando-os pela primeira vez você pode achar que cada um é o outro em tamanho reduzido.

        O violino é o menor deles e também o que tem os sons mais agudos. A viola é um pouco maior que o violino e tem um som ligeiramente mais grave. O violoncelo é muito maior que a viola e tem um som bem grave e aveludado. Por fim o contrabaixo parece um violoncelo maior e tem um som gravíssimo.

        [...]

        Os instrumentos de sopro são mais numerosos que os de corda, e você não precisa decorar o nome de todos eles. A flauta é, talvez, o mais antigo; tem um som agudo e muito bonito. Parece um pouco com o oboé, que também foi inventado há muito tempo. Igualmente bem antigo é o vibrante e agudo trompete. A clarineta, o fagote e o corne-inglês têm um som mais grave e aveludado que a flauta e o oboé. E ainda mais grave é o som da trompa, do trombone e da tuba. A parte principal desses instrumentos é o tubo, e, quanto maior o tubo, mais grave o som.

        Agora só falta falar dos instrumentos de percussão, que o músico toca percutindo – em geral com baquetas, ou varetas – para marcar ou acentuar o ritmo. O líder desse grupo é o tímpano, uma espécie de tambor; compõe-se de uma caixa metálica arredondada que tem na parte superior uma pele bem esticada, na qual o músico bate com umas baquetas chamadas bilros; geralmente há na orquestra entre dois e quatro tímpanos.

        O grupo inclui também o xilofone, formado por lâminas de madeira de comprimento variado; o triângulo, uma simples vareta de ferro dobrada em forma de triângulo, como o nome indica; e o bombo, ou bumbo, que não passa de um tambor bem grande. Existem ainda os pratos, dois círculos de metal com mais ou menos cinquenta centímetros de diâmetro, que são tocados com baquetas ou batendo-se um no outro.

Pequena viagem pelo mundo da arte, Hildegard Feist.

                        Fonte: Livro – Encontro e Reencontro em Língua Portuguesa – 8ª Série – Marilda Prates – Ed. Moderna, 2005 – p. 201/6.

Entendendo o texto:

01 – Lendo o primeiro parágrafo, você concorda com o que a autora diz?

      Resposta pessoal do aluno.

02 – Você sabe o que é melodia? E ritmo? Pesquise e responda.

      Melodia: sucesso agradável de sons.

      Ritmo: modalidade de compasso que caracteriza uma espécie de composição.

03 – Todos os ritmos são interessantes e contagiantes? Argumente.

      Resposta pessoal do aluno.

04 – Por que se acredita que a música é a mais antiga das artes? Opine, concluindo.

      Parágrafo 1 a 3. Resposta pessoal do aluno.

05 – Quem são os arqueólogos? Qual é sua função?

      Parágrafo 4. Sugerir pesquisas mais profundas à classe.

06 – A música, segundo os historiadores, tem quanto tempo de existência? E como se prova isso?

      É a arte mais antiga. Há mais de 3 mil anos já se fazia música no Egito. E se o bebê faz música, naturalmente, o homem da caverna a fazia também.

07 – Quais os instrumentos mais antigos ou mais tocados nos tempos dos faraós?

      Tambor, flauta, harpa, alaúde, oboé, lira.

08 – Na Grécia antiga, a música já se fazia presente. Como o homem tem conhecimento disso?

      Através de vasos pintados, onde se veem figuras tocando instrumentos musicais.

09 – Você sabe como funciona o sistema de notação da música? Procure pesquisar junto a músicos, professores e conte para a classe.

      Resposta pessoal do aluno.

10 – No século XI, o monge Guido d’Arezzo conseguiu facilitar essa notação, acabando com a confusão da música escrita. É interessante verificar o que ele criou. Fale sobre isso.

      Resposta pessoal do aluno.

11 – Como funciona um conjunto vocal de pequeno porte? Responda de acordo com o que você vê e ouve no rádio e na tevê.

      Resposta pessoal do aluno.

12 – O que é uma orquestra? O que é o pódio? Quem é o maestro e quais seus instrumentos para reger a orquestra?

      “Um grupo grande de músicos – mais de cinquenta, digamos – forma a orquestra. Na frente da orquestra fica um pequeno estrado, chamado pódio, onde se posiciona o maestro ou regente, que é a pessoa encarregada de dirigir os músicos, ou seja, de determinar como eles devem tocar: mais depressa, mais devagar, mais forte, mais suave e assim por diante. Para sinalizar as diferentes maneiras de tocar, o maestro geralmente usa uma vareta fina, de uns cinquenta centímetros de comprimento, chamada batuta; mas também pode usar apenas as mãos.”

13 – Quais são os instrumentos de corda?

      “Os instrumentos de corda são tocados com arco ou com os dedos. Vamos ver primeiro os que são tocados com arco. São quatro: violino, viola (que não tem nada a ver com a viola usada na música sertaneja), violoncelo e contrabaixo. Todos eles se parecem muito: olhando-os pela primeira vez você pode achar que cada um é o outro em tamanho reduzido.

        O violino é o menor deles e também o que tem os sons mais agudos. A viola é um pouco maior que o violino e tem um som ligeiramente mais grave. O violoncelo é muito maior que a viola e tem um som bem grave e aveludado. Por fim o contrabaixo parece um violoncelo maior e tem um som gravíssimo.”

14 – Quais são os instrumentos de sopro? Qual o mais antigo deles? Qual a parte principal desses instrumentos (na orquestra). Por quê?

      “Os instrumentos de sopro são mais numerosos que os de corda, e você não precisa decorar o nome de todos eles. A flauta é, talvez, o mais antigo; tem um som agudo e muito bonito. Parece um pouco com o oboé, que também foi inventado há muito tempo. Igualmente bem antigo é o vibrante e agudo trompete. A clarineta, o fagote e o corne-inglês têm um som mais grave e aveludado que a flauta e o oboé. E ainda mais grave é o som da trompa, do trombone e da tuba. A parte principal desses instrumentos é o tubo, e, quanto maior o tubo, mais grave o som.”

15 – Você sabe a diferença entre som grave e som agudo? Procure no dicionário e responda.

      Grave: som produzido por ondas de pequena frequência.

      Agudo: som produzido por ondas de grande frequência.

16 – Quais são os instrumentos de percussão? Qual é o mais importante deles?

      Tímpano (espécie de tambor), xilofone, triângulo, bumbo e pratos. O mais importante é o tímpano.

17 – De todos esses instrumentos, sabendo os nomes e a imagem visual, qual deles você já conhecia? Onde você os viu sendo tocados?

      Resposta pessoal do aluno.

 


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