Texto: Com sete notas apenas...
Hildegard Feist
Você já reparou que criança adora fazer
barulho? Mas às vezes não é só barulho que criança faz. Preste atenção num
bebezinho, por exemplo, que nem sabe falar. Pois ele já fica lá no berço repetindo
dá-dá-dá ou mã-mã-mã, e de repente você percebe que aquela cantilena até que
tem uma certa melodia. O nenê está cantando! E, quando começa a bater palminhas
ou a sacudir aqueles chocalhos, mostra que também tem ritmo.
Com ritmo e melodia ele está fazendo
música – bem primitiva, é verdade, mas não deixa de ser música.
Essa é uma das razões pelas quais muita
gente acredita que a música é a arte mais antiga do mundo. Se o bebê faz música
naturalmente, por que nosso antepassado da caverna, que sob certos aspectos era
um nenezão crescido, não haveria de fazer?
Os arqueólogos, aqueles profissionais
que escavam a terra procurando restos de um passado distante, encontraram uns
pedaços de ossos meio esquisitos que bem podem ter sido os primeiros
instrumentos musicais da humanidade.
Mas isso é só uma hipótese. O que
sabemos com certeza é que há mais de três mil anos já se fazia música no Egito
dos faraós. E sabemos disso porque várias pinturas do Egito antigo mostram
pessoas tocando tambor, flauta, harpa e outros instrumentos.
A música também esteve presente na
Grécia antiga, muitos séculos antes de Cristo. Os gregos daquela época remota
adoravam fazer vasos pintados, dos quais uma grande quantidade chegou intacta
até nossa época e hoje se encontra em vários museus do mundo. Pois muitos
desses vasos mostram figuras de homens e mulheres tocando lira, flauta,
pandeiro...
[...]
O
problema da notação
No teatro grego a música também estava
sempre presente, cantada e tocada. Mas o sistema de notação musical – em outras
palavras, o modo de registrar a melodia – era muito complicado: os gregos
usavam letras de seu alfabeto para representar o tom e a duração dos sons, bem
como as pausas da melodia.
Ao longo dos séculos os músicos tentaram criar
um sistema de notação mais simples e funcional, porém em geral só contribuíram
para complicar ainda mais a situação.
Até que no século XI o monge Guido
d’Arezzo (c.997 – c. 1050) conseguiu acabar com a confusão. Organizou os
sistemas de notação musical existentes e deu nome para as notas: ut, ré, mi,
fá, sol, lá si. Depois esse “ut” virou “dó”; as outras notas mantiveram os
mesmos nomes.
Também se pode chamar as notas por
letras, começando pelo “lá”, que nesse esquema vira “A”. Nas músicas para
violão, por exemplo, você encontra a marcação A, B, C, D, E, F, G,
correspondente a lá, si, dó, ré, mi, fá, sol.
Existem apenas sete notas musicais,
como você percebeu, mas com elas se fez e se faz muita coisa.
[...]
Vozes
e instrumentos
A música pode ser vocal ou
instrumental. Pelos nomes você já percebeu que o vocal é executada com a voz e
a instrumental com instrumento. Nos dois casos podemos ouvir uma única pessoa,
um pequeno conjunto ou um grupo grande.
No caso de música vocal, quando só uma
pessoa ou um pequeno conjunto se apresenta, quase sempre é com o acompanhamento
de um ou mais instrumentistas. Quando um grupo grande de cantores – um coral –
se apresenta, pode ou não haver acompanhamento instrumental. Já um
instrumentista, tocando sozinho, num pequeno conjunto ou num grupo grande de
músicos, não precisa necessariamente de elementos vocais.
Os
componentes da orquestra
Um grupo grande de músicos – mais de
cinquenta, digamos – forma a orquestra. Na frente da orquestra fica um pequeno
estrado, chamado pódio, onde se posiciona o maestro ou regente, que é a pessoa
encarregada de dirigir os músicos, ou seja, de determinar como eles devem
tocar: mais depressa, mais devagar, mais forte, mais suave e assim por diante.
Para sinalizar as diferentes maneiras de tocar, o maestro geralmente usa uma
vareta fina, de uns cinquenta centímetros de comprimento, chamada batuta; mas
também pode usar apenas as mãos.
Tradicionalmente a orquestra se compõe
de três tipos de instrumentos: de corda, sopro e percussão. Existem outros
critérios para classifica-los, porém esse é o mais comum.
Os instrumentos de corda são tocados
com arco ou com os dedos. Vamos ver primeiro os que são tocados com arco. São
quatro: violino, viola (que não tem nada a ver com a viola usada na música
sertaneja), violoncelo e contrabaixo. Todos eles se parecem muito: olhando-os
pela primeira vez você pode achar que cada um é o outro em tamanho reduzido.
O violino é o menor deles e também o
que tem os sons mais agudos. A viola é um pouco maior que o violino e tem um
som ligeiramente mais grave. O violoncelo é muito maior que a viola e tem um
som bem grave e aveludado. Por fim o contrabaixo parece um violoncelo maior e
tem um som gravíssimo.
[...]
Os instrumentos de sopro são mais
numerosos que os de corda, e você não precisa decorar o nome de todos eles. A
flauta é, talvez, o mais antigo; tem um som agudo e muito bonito. Parece um
pouco com o oboé, que também foi inventado há muito tempo. Igualmente bem
antigo é o vibrante e agudo trompete. A clarineta, o fagote e o corne-inglês
têm um som mais grave e aveludado que a flauta e o oboé. E ainda mais grave é o
som da trompa, do trombone e da tuba. A parte principal desses instrumentos é o
tubo, e, quanto maior o tubo, mais grave o som.
Agora só falta falar dos instrumentos
de percussão, que o músico toca percutindo – em geral com baquetas, ou varetas
– para marcar ou acentuar o ritmo. O líder desse grupo é o tímpano, uma espécie
de tambor; compõe-se de uma caixa metálica arredondada que tem na parte
superior uma pele bem esticada, na qual o músico bate com umas baquetas
chamadas bilros; geralmente há na orquestra entre dois e quatro tímpanos.
O grupo inclui também o xilofone,
formado por lâminas de madeira de comprimento variado; o triângulo, uma simples
vareta de ferro dobrada em forma de triângulo, como o nome indica; e o bombo,
ou bumbo, que não passa de um tambor bem grande. Existem ainda os pratos, dois
círculos de metal com mais ou menos cinquenta centímetros de diâmetro, que são
tocados com baquetas ou batendo-se um no outro.
Pequena viagem pelo
mundo da arte, Hildegard Feist.
Fonte: Livro – Encontro e Reencontro em
Língua Portuguesa – 8ª Série – Marilda Prates – Ed. Moderna, 2005 – p. 201/6.
Entendendo o texto:
01 – Lendo o primeiro
parágrafo, você concorda com o que a autora diz?
Resposta pessoal
do aluno.
02 – Você sabe o que é melodia? E ritmo? Pesquise e responda.
Melodia: sucesso agradável de sons.
Ritmo: modalidade de compasso que
caracteriza uma espécie de composição.
03 – Todos os ritmos são
interessantes e contagiantes? Argumente.
Resposta pessoal
do aluno.
04 – Por que se acredita que
a música é a mais antiga das artes? Opine, concluindo.
Parágrafo 1 a 3.
Resposta pessoal do aluno.
05 – Quem são os
arqueólogos? Qual é sua função?
Parágrafo 4.
Sugerir pesquisas mais profundas à classe.
06 – A música, segundo os
historiadores, tem quanto tempo de existência? E como se prova isso?
É a arte mais
antiga. Há mais de 3 mil anos já se fazia música no Egito. E se o bebê faz
música, naturalmente, o homem da caverna a fazia também.
07 – Quais os instrumentos
mais antigos ou mais tocados nos tempos dos faraós?
Tambor, flauta,
harpa, alaúde, oboé, lira.
08 – Na Grécia antiga, a
música já se fazia presente. Como o homem tem conhecimento disso?
Através de vasos
pintados, onde se veem figuras tocando instrumentos musicais.
09 – Você sabe como funciona
o sistema de notação da música? Procure pesquisar junto a músicos, professores
e conte para a classe.
Resposta pessoal
do aluno.
10 – No século XI, o monge
Guido d’Arezzo conseguiu facilitar essa notação, acabando com a confusão da
música escrita. É interessante verificar o que ele criou. Fale sobre isso.
Resposta pessoal
do aluno.
11 – Como funciona um
conjunto vocal de pequeno porte? Responda de acordo com o que você vê e ouve no
rádio e na tevê.
Resposta pessoal
do aluno.
12 – O que é uma orquestra?
O que é o pódio? Quem é o maestro e quais seus instrumentos para reger a
orquestra?
“Um grupo grande
de músicos – mais de cinquenta, digamos – forma a orquestra. Na frente da
orquestra fica um pequeno estrado, chamado pódio, onde se posiciona o maestro
ou regente, que é a pessoa encarregada de dirigir os músicos, ou seja, de
determinar como eles devem tocar: mais depressa, mais devagar, mais forte, mais
suave e assim por diante. Para sinalizar as diferentes maneiras de tocar, o
maestro geralmente usa uma vareta fina, de uns cinquenta centímetros de
comprimento, chamada batuta; mas também pode usar apenas as mãos.”
13 – Quais são os
instrumentos de corda?
“Os instrumentos
de corda são tocados com arco ou com os dedos. Vamos ver primeiro os que são
tocados com arco. São quatro: violino, viola (que não tem nada a ver com a
viola usada na música sertaneja), violoncelo e contrabaixo. Todos eles se
parecem muito: olhando-os pela primeira vez você pode achar que cada um é o
outro em tamanho reduzido.
O violino é o menor deles e também o
que tem os sons mais agudos. A viola é um pouco maior que o violino e tem um
som ligeiramente mais grave. O violoncelo é muito maior que a viola e tem um
som bem grave e aveludado. Por fim o contrabaixo parece um violoncelo maior e
tem um som gravíssimo.”
14 – Quais são os
instrumentos de sopro? Qual o mais antigo deles? Qual a parte principal desses
instrumentos (na orquestra). Por quê?
“Os instrumentos de sopro são mais
numerosos que os de corda, e você não precisa decorar o nome de todos eles. A
flauta é, talvez, o mais antigo; tem um som agudo e muito bonito. Parece um
pouco com o oboé, que também foi inventado há muito tempo. Igualmente bem
antigo é o vibrante e agudo trompete. A clarineta, o fagote e o corne-inglês
têm um som mais grave e aveludado que a flauta e o oboé. E ainda mais grave é o
som da trompa, do trombone e da tuba. A parte principal desses instrumentos é o
tubo, e, quanto maior o tubo, mais grave o som.”
15 – Você sabe a diferença
entre som grave e som agudo? Procure no dicionário e responda.
Grave: som produzido por ondas de pequena
frequência.
Agudo: som produzido por ondas de grande
frequência.
16 – Quais são os
instrumentos de percussão? Qual é o mais importante deles?
Tímpano (espécie
de tambor), xilofone, triângulo, bumbo e pratos. O mais importante é o tímpano.
17 – De todos esses
instrumentos, sabendo os nomes e a imagem visual, qual deles você já conhecia?
Onde você os viu sendo tocados?
Resposta pessoal
do aluno.
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