sábado, 26 de setembro de 2020

POEMA: A SECA DO CEARÁ (FRAGMENTO) - LEANDRO GOMES DE BARROS - COM GABARITO

 Poema: A seca do Ceará (Fragmento)

            Leandro Gomes de Barros

Seca as terras as folhas caem,
Morre o gado sai o povo,
O vento varre a campina,
Rebenta a seca de novo;
Cinco, seis mil emigrantes
Flagelados retirantes
Vagam mendigando o pão,
Acabam-se os animais
Ficando limpo os currais
Onde houve a criação.

Não se vê uma folha verde
Em todo aquele sertão
Não há um ente d’aqueles
Que mostre satisfação
Os touros que nas fazendas
Entravam em lutas tremendas,
Hoje nem vão mais o campo
É um sítio de amarguras
Nem mais nas noites escuras
Lampeja um só pirilampo.

[...]

Foi a fome negra e crua
Nódoa preta da história
Que trouxe-lhe o ultimatum
De uma vida provisória
Foi o decreto terrível
Que a grande pena invisível
Com energia e ciência
Autorizou que a fome
Mandasse riscar meu nome
Do livro da existência.

E a fome obedecendo
A sentença foi cumprida
Descarregando lhe o gládio
Tirou-lhe de um golpe a vida
Não olhou o seu estado
Deixando desemparado
Ao pé de si um filinho,
Dizendo já existisses
Porque da terra saísses
Volta ao mesmo caminho.

[...].

Entendendo o poema:

01 – O poema, “A seca do Ceará”, da autoria de Leandro Gomes de Barros, impresso em folheto, traz como tema a tragédia da seca, logo, a finalidade do texto é?

      Buscar evidenciar a delicada condição do homem sertanejo, castigado pelo flagelo da seca e pelas suas terríveis consequências. Sofrimento, este, que acomete grande parte do povo nordestino.

02 – Como você define o estilo de linguagem adotada pelo autor?

      Foi adotada a linguagem coloquial, com uso de expressões populares regionalistas.

03 – Na leitura do poema, percebe-se que, em cada estrofe, há uma pausa que é acentuada pela semelhança sonora advinda do final de cada verso. Retire do texto exemplos desta sonoridade.

      As seguintes duplas de palavras: “...povo...novo” e “...pão...criação”.

04 – Leia a estrofe com atenção e identifique o sentido que pode ser inferido a partir da leitura desses versos:

        “Foi a fome negra e crua
         Nódoa preta da história
         Que trouxe-lhe o ultimatum.”

      Nesses versos, o autor personifica a fome, dando a ela o poder de dizer a última palavra, empregando, aí, a figura de linguagem prosopopeia.

05 – Assinale V para verdadeiro e F para falso, sobre a figura de linguagem identificada nas frases abaixo:

(V) Meus netos respeitam meus cabelos brancos. (Metonímia)

(V) Quem foi o inteligente que cometeu esses erros todos? (Ironia)

(V) Fiquei sentada, ouvindo a doce música. (Sinestesia)

(F) Meu filho é teimoso como uma mula. (Metáfora)

 

 



 

     

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