domingo, 20 de setembro de 2020

POEMA: AS ÁRVORES - ARNALDO ANTUNES - COM GABARITO

 POEMA: AS ÁRVORES

                   Arnaldo Antunes

 As árvores são fáceis de achar

Ficam plantadas no chão

Mamam do sol pelas folhas

E pela terra

Também bebem água

Cantam no vento

E recebem a chuva de galhos abertos

Há as que dão frutas

E as que dão frutos

As de copa larga

E as que habitam esquilos

As que chovem depois da chuva

As cabeludas, as mais jovens mudas

As árvores ficam paradas

Uma a uma enfileiradas

Na alameda

Crescem pra cima como as pessoas

Mas nunca se deitam

O céu aceitam

Crescem como as pessoas

Mas não são soltas nos passos

São maiores, mas

Ocupam menos espaço

Árvore da vida

Árvore querida

Perdão pelo coração

Que eu desenhei em você

Com o nome do meu amor.

ANTUNES, Arnaldo. As coisas. Editora Iluminuras: São Paulo, 2000

  ENTENDENDO O POEMA

 1)   O poeta usa uma linguagem divertida para falar sobre a árvore. Copie, do poema, os versos que a comparam, claramente, aos seres humanos.

Crescem pra cima como as pessoas.

Crescem como as pessoas.

 2)   A que parte do corpo humano se relacionam os “galhos abertos”?

Os galhos abertos têm relação com os braços abertos.

  3)   Agora, veja se você consegue descobrir, no texto, outras características e ações próprias de seres humanos:

Ações: mamam, bebem água, cantam, choram.

Características: cabeludas, mudas.

 4)   Releia: “Mamam do sol pelas folhas / E pela terra / Também bebem água”. Como é possível isso? Parece até uma aula de Ciências!

As árvores recebem a energia do sol pelas folhas e retiram a água do solo pelas raízes.

5)   O que o poeta quis dizer com “Crescem como as pessoas / Mas não são soltas nos passos”?

As árvores crescem como as pessoas, mas não andam, não saem do lugar.

       6)   Em “As cabeludas, as mais jovens mudas”, como podemos entender a palavra em destaque?

“Mudas” têm o sentido de “caladas, sem falar” e também significam “plantas ainda jovens”.

 7)   Copie, os versos em que o eu do texto se dirige, com carinho, à árvore.

          “Árvore da vida

           Árvore querida”.

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