Poema: Cantiga
Dizia la fremozinha:
— Ai Deus, val!
Como estou d’amor ferida!
— Ai Deus, val!
Como estou d’amor ferida!
Dizia la ben talhada:
— Ai Deus, val!
Como estou d’amor coitada!
— Ai Deus, val!
Como estou d’amor ferida!
— Como estou d’amor ferida!
— Ai Deus, val!
Não vem o que ben queria!
— Ai Deus, val!
Como estou d’amor ferida!
— Como estou d’amor coitada!
— Ai Deus, val!
Não vem o que muit’amava!
— Ai Deus, val!
Como estou d’amor ferida!
— Ai Deus, val!
Como estou d’amor ferida!
— Ai Deus, val!
Como estou d’amor ferida!
Dizia la ben talhada:
— Ai Deus, val!
Como estou d’amor coitada!
— Ai Deus, val!
Como estou d’amor ferida!
— Como estou d’amor ferida!
— Ai Deus, val!
Não vem o que ben queria!
— Ai Deus, val!
Como estou d’amor ferida!
— Como estou d’amor coitada!
— Ai Deus, val!
Não vem o que muit’amava!
— Ai Deus, val!
Como estou d’amor ferida!
In: Elsa Gonçalves. A lírica
galego-portuguesa.
Lisboa, Editorial
Comunicação, 1983.
Entendendo o poema:
01 – A repetição é um dos
procedimentos expressivos da poesia e da música popular. Copie os versos
repetidos, indicando quantas vezes aparecem no texto.
“Como estou
d’amor ferida! (Seis vezes); “Ai, Deus, val!” (Oito vezes); “Como estou d’amor
coitada!” (Duas vezes).
02 – Observe também o uso do
refrão (“Ai, Deus, val!”), comum nas cantigas populares. Procure lembrar-se de
uma cantiga folclórica ou de uma música popular brasileira feita com repetições
e refrão. Anote-a em seu caderno.
Resposta pessoal
do aluno.
03 – Há duas vozes na
cantiga. Explique essa afirmação.
Resposta pessoal
do aluno.
04 – No primeiro verso da
cantiga, a moça é caracterizada com o adjetivo diminutivo “fremosinha”. Comente
o uso desse diminutivo.
Resposta pessoal
do aluno.
05 – Por que a moça se sente
“coitada” e “d’amor ferida”?
A moça sente-se
“coitada” e “d’amor ferida” porque o namorado, que ela tanto espera, não vem ao
seu encontro.
06 – Comente a razão de tão
grande sofrimento: é um fato banal, corriqueiro, ou é um grande drama de amor?
A razão de tão
grande sofrimento parece ser um fato corriqueiro: apenas a ansiedade por um
atraso, ou a frustação de um desencontro, tão comuns entre namorados.
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