quinta-feira, 9 de maio de 2019

TEXTO: FESTA DE IEMANJÁ - MARCELO XAVIER - COM QUESTÕES GABARITADAS

Texto: FESTA DE IEMANJÁ
         
                      Marcelo Xavier

        Cinco horas da manhã do dia 2 de fevereiro. O bairro do Rio Vermelho, em Salvador, acorda com um foguetório daqueles. Está começando mais uma festa de Iemanjá, e vai durar o dia todo. As primeiras pessoas chegam, com seus  presentes para a rainha do Mar. São perfumes, espelhos, flores, brinquedos, colares, pulseiras. No barracão dos pescadores, os organizadores recebem as oferendas, que vão colocando em grandes balaios redondos. Algumas baianas jogam água-de-cheiro na cabeça do povo. Outras dançam, girando e cantando pontos de candomblé, ao som de atabaques, agogôs, tambores e pandeiros. O sol brilha sobre tudo, como o mais ilustre dos convidados. O mar espera, paciente. Ele sabe que, ao final da tarde, como sempre, todos aqueles presentes vão acabar em suas águas. O mar é a casa de Iemanjá portanto, a festa é dele, também.
        O presente principal é arrumado com todo carinho, por um grupo de pessoas. Trata-se da escultura de um enorme golfinho, cercado de bonecos, espelhos e outros presentes menores.
        A certa altura do dia, a fila de oferendas parece uma enorme serpente, enfeitada de flores, arrastando-se lentamente na direção do barracão. No corpo dessa fila-serpente tem gente de todo tipo. A maioria se veste de branco. Na cabeça, lenços e chapéus. Nas mãos, os presentes para Iemanjá.
        Toda a região é tomada pelos cheiros, gostos e sons da festa: são vendedores de fitinhas coloridas, colares, comida, bebida, flores; baianas, com seus tabuleiros, e bandos de devotos.
        Às quatro horas da tarde, como bem sabia o mar, os balaios, carregados de presentes e de flores, são levados para os barcos, junto com o presente principal. Ao som de palmas, vivas, batuques e cantos, o cortejo parte para o alto-mar, onde vão ser deixados os presentes.
        No bairro de Rio Vermelho, festa continua até o amanhecer.

    XAVIER, Marcelo. Festas – O folclore do Mestre André. Belo Horizonte: Formato, 2000.

Entendendo o texto:
01 – O autor começa e termina o texto com palavras ou expressões que indicam tempo. Transcreva essas palavras ou expressões.
      Cinco horas da manhã do dia 2 de fevereiro / amanhecer.

02 – No terceiro parágrafo, não há indicação precisa do momento em que se forma uma enorme fila:
a)   Transcreva a expressão que justifica essa afirmativa.
“A certa altura do dia...”

b)   A que o autor compara a fila? O que permite a ele fazer essa comparação? 
O autor compara a uma enorme serpente. Possivelmente, o que o leva a fazer essa comparação é o formato sinuoso dela, como o de uma serpente. Também o tamanho da fila e o dato de ela arrastar-se lentamente, igualzinho a uma serpente, permitiram que o autor fizesse essa comparação.

03 – No quarto parágrafo, há a referência a três órgãos dos sentidos. Que órgãos são esses?
      Olfato (cheiro), paladar (gosto), audição (som).

04 – Releia de “Festa de Iemanjá”, o trecho a seguir: “Às quatro horas da tarde, como bem sabia o mar, os balaios, carregados de presentes e de flores, são levados para os barcos, junto com o presente principal. Ao som de palmas, vivas, batuques e cantos, o cortejo parte para o alto-mar, onde vão ser deixados os presentes.”
a)   De que fato o mar tinha conhecimento?
Do horário costumeiro em que as oferendas são levadas para os barcos que irão até alto-mar, onde elas serão lançadas.

b)   Leia o quadro a seguir com atenção:
Personificação é um recurso pelo qual o escritor atribui atitudes e sentimentos humanos a seres inanimados.
Podemos dizer que no trecho acima ocorre personificação? Justifique.
Sim. Atribuem-se características humanas a um elemento da natureza, o mar.

05 – Pela leitura do texto, é possível sabermos como acontece a “Festa de Iemanjá”: o autor explica as etapas dessa festa. Releia o texto e diga em quantas etapas se divide a festa de Iemanjá.
      A “Festa de Iemanjá” divide-se em três etapas: 1ª parte: o início, às cinco horas da manhã. 2ª parte: a organização das oferendas e a partida do cortejo de barcos para o mar. 3ª parte: a festa que se segue à partida e que se estende noite adentro.

06 – Você já participou ou costuma participar de alguma celebração como a festa de Iemanjá? Em caso afirmativo, faça um breve relato sobre a experiência da festa: o que há nela, quais as etapas ou partes em que se divide, o que ocorre durante as celebrações.
      Resposta pessoal do aluno.

07 – Em seu caderno, transcreva do texto “Festa de Iemanjá”, o que se indica em cada item a seguir:
a)   Um substantivo masculino plural que significa cestos.
Balaios.

b)   Um substantivo masculino singular que significa religião introduzida no Brasil por africanos escravizados.
Candomblé.

c)   Um substantivo feminino plural que significa dádivas, presentes.
Oferendas.

d)   Um substantivo masculino singular que significa procissão, acompanhamento.
Cortejo.

08 – No trecho abaixo, retirado do texto, as palavras em destaque atribuem ações e características de seres animados ao mar. Portanto, estão empregadas em sentido figurado. Escreva frases empregando cada uma dessas palavras destacadas em sentido próprio, isto é, atribuindo essas ações e características a um ser animado: “O mar espera, paciente. Ele sabe que, ao final da tarde, como sempre, todos aqueles presentes vão acabar em suas águas.”
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: O trabalhador espera, paciente, na fila do ônibus. Ele sabe que, no início da noite, como sempre, estará em casa.

09 – Na segunda linha do texto, o autor emprega a palavra foguetório.
a)   O que ela significa?
Grande quantidade de foguetes que estouram ao mesmo tempo.

b)   Veja como ela é formada: foguete+ório.
Compare com a palavra consultório (consulta+ório). O elemento -ório tem o mesmo significado nas duas palavras?
Não. Em foguetório, indica grande quantidade; Em consultório, indica lugar.




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