Música(Atividades): Metade
Oswaldo
Montenegro
Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Pois metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade
Que as palavras que falo
Não sejam ouvidas como prece, nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas como a única coisa
Que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Porque metade de mim é a lembrança do que fui
Mas a outra metade, não sei
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela mesma não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é plateia
A outra metade é canção
E que a minha loucura seja perdoada
Pois metade de mim é amor
E a outra metade também
Composição: Oswaldo Montenegro
Entendendo a canção:
01 – Esta canção não fala
somente dos sentimentos, amor como um todo, mas três reflexões acerca dos
desafios internos que convivemos todos os dias. Cite-os.
Os desafios são
aprender a ouvir, a falar e ver na medida certa para conviver bem com a pessoa
amada.
02 – A letra da canção traz
a voz do eu do texto anunciando desejos. Cite um verso que confirma essa
afirmativa.
“Que a força do
medo que tenho / Não impeça de ver o que anseio”.
03 – A estrutura do texto é
marcada pela contraposição de “metades”, como em: “...porque metade de mim é o
que eu grito /mas a outra metade é silêncio.”
a) Que
palavra ajuda a construir essa relação de contraposição?
A conjunção
adversativa “mas”.
b)
Nestes versos, sublinhe as palavras ou
expressões que também marcam essa contraposição: “...seja linda ainda que
tristeza / que a mulher que amo seja pra sempre amada / mesmo que distante...”
04 – Que características pode-se perceber no eu do texto?
Se mostra
inseguro, pois diz ter duas metades: o “sim” e o “não” sempre se duelando entre
eles. O “sim” refere à essência do ser, nas reais vontades, aos reais desafios
e atitudes; o “não” se refere a tudo aquilo que não faz parte da verdade do
ser. Nos momentos da vida, Devemos escolher a metade que agirá em nós.
05 – A que se refere o termo
destacado em: “[...] é preciso simplicidade
pra fazê-la florescer [...]”
Para percebermos
a beleza da arte é preciso simplicidade, para vê-la florescer.
06 – Explique os versos
finais, “Pois metade de mim é amor / E a outra metade também”.
O eu poético se mostra um ser inundado de sentimento.
07 – Apesar da contraposição
constante, o que salva o eu do texto?
O eu poético
evidencia a importância de superar os medos sejam eles de quaisquer natureza. É
preciso insistir naquilo que se tem fé e não deixar que os obstáculos da vida
diminua a importância daquilo que se acredita.
Nenhum comentário:
Postar um comentário