quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

POEMA: RETICÊNCIAS... ANTÔNIO BARRETO - COM QUESTÕES GABARITADAS


Poema: Reticências…
     
             Antônio Barreto

Reticências… um pensamento
que ficou parado no ar.
Uma frase sem complemento,
alguma coisa que o vento
trouxe e não quis contar.

Reticências… essa frase…
esse silêncio, esse “quase”
que me faria feliz.



Reticência, não me arrase!
Me diga o que foi… o que é?
De quem o segredo, qual é?

Me fala, me diga, me diz…
Que vírgulas não devo usar,
pra que você faça as pazes
com essa minha aflição?

Reticência, veja agora:
pra terminar essa história,
não tenho mais paciência.
só tenho uma reticência…
dentro do meu coração.

Antônio Barreto. Mochila – Poema para a viagem. São Paulo: Mercuryo Jovem, 2004. P.28
Entendendo o poema:

01 – O poema emprega as palavras reticências e reticência com significados bem distintos.
a)   O que são as reticências?
São um sinal de pontuação.

b)   O que é uma reticência?
É algo que foi omitido, uma atitude de quem hesita em dizer algo.

02 – Há, no poema, uma relação entre o emprego dessas palavras e o emprego das próprias reticências, como sinal de pontuação. Identifique no poema um trecho em que o sinal de pontuação tenha relação com:
a)   Os motivos do emprego do sinal reticências.
Reticências... um pensamento / que ficou parado no ar.

b)   O sentido da palavra reticência.
Me diga o que foi... o que é? / De quem o segredo, qual é?

03 – Releia a segunda estrofe do poema.
a)   Como se sente o eu lírico?
Sente-se em conflito, infeliz, como se algo precisasse ser dito ou resolvido.

b)   Levante hipóteses: Por que ele se sente assim?
Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Talvez por causa de relacionamento amoroso não correspondido, já que ele tem uma reticência dentro do coração.

04 – Leia esta piada:
        A professora ensina como deve ser usada a vírgula e faz um ditado para os alunos colocarem as vírgulas.
        Eis a redação de Chico:
      O homem saiu de casa na cabeça, trazia um chapéu amarelo nos pés, sapatos de lona escura nos olhos, óculos contra o sol na lapela, um bonito cravo vermelho.

    Donaldo Buchweitz, org. Piadas par você morrer de rir. Belo Horizonte: Leitura, 2001. p. 182.

a)   Explique em que consiste o humor do texto.
O humor do texto consiste nos sentidos ilógicos e engraçados produzidos pela falta de separação entre os adjuntos adverbiais de orações diferentes.

b)    Reescreva o segundo parágrafo do texto e pontue-o adequadamente, de forma a dar sentido lógico ao texto.
         O homem saiu de casa, na cabeça, trazia um chapéu amarelo; nos pés, sapatos de lona escuro; nos olhos, óculos contra o sol; na lapela, um bonito cravo vermelho.

05 – Transforme as interrogações diretas em interrogações indiretas. Veja o exemplo:
        Quem quebrou a vidraça?
        Eu gostaria de saber quem quebrou a vidraça.
a)   Que horas são, por favor?
Por favor, eu gostaria de saber que horas são.

b)   Você quer almoçar agora?
Eu quero saber se você quer almoçar agora.

c)   O shopping abre neste feriado?
Estou perguntando se o shopping abre neste feriado.

d)   Em que dia vai ser comemorado o aniversário do Renato?
Eu quero saber em que dia vai ser comemorado o aniversário do Renato.

06 – Leia as frases, observando a pontuação. Depois explique a diferença de sentido entre as duas frases de cada item.
a)   Francisco, o assaltante de joias foi pego pela polícia.
Francisco, o assaltante de joias, foi pego pela polícia.
Na 1ª frase, alguém fala com Francisco e diz a ele que um assaltante foi pego pela polícia; o termo Francisco é vocativo.
Na 2ª frase, alguém diz que Francisco foi pego pela polícia; o termo Francisco é sujeito, e o assaltante de joias é aposto.

b)   Todos observaram, sem interferir, os pais repreendendo o menino injustamente; eu não me manifestei contra.
Todos observaram, sem interferir, os pais repreendendo o menino injustamente; eu não, me manifestei contra.
Na 1ª frase, o locutor afirma que, como todos, observou, sem interferir, a repreensão injusta sofrida pelo menino.
Na 2ª frase, o locutor afirma que, diferentemente de todos, interferiu, manifestando-se contra a repreensão injusta sofrida pelo garoto.

07 – Leia esta frase:
        O rapaz cavalgava pelo campo.
a)   Acrescente à frase, no final, o adjetivo silencioso de modo que essa palavra represente uma característica:
Do campo: O rapaz cavalgava pelo campo silencioso.
Do rapaz: O rapaz cavalgava pelo campo, silencioso.

b)   Dê outras redações à frase, acrescentando a ela o adjetivo silencioso de modo que essa palavra represente uma característica:
Do rapaz: Silencioso, o rapaz cavalgava pelo campo. / O rapaz silencioso cavalgava pelo campo. / O silencioso rapaz cavalgava pelo campo.

Da maneira como o rapaz cavalgava ou como ele estava ao cavalgar: O rapaz cavalgava silencioso pelo campo.

08 – Leia esta frase:
        Encontrei no banco uma pessoa que eu conheci rapaz.
Explique a mudança de sentido que ocorreria nessa frade se fosse colocada uma vírgula depois da palavra conheci.
      Sem a vírgula, o sentido da frase é o de que o locutor encontrou no banco uma pessoa que conhecera quando era rapaz. Com a vírgula, o termo rapaz passa a ser vocativo e, assim, indica o interlocutor.




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